Alexander von Humboldt y la globalización. El saber en movimiento | Ottmar Ette

Aunque como el propio autor nos advierte en una de las primeras páginas de su libro, siempre muy imaginativo y sorprendente, que este texto puede leerse con itinerarios alternativos que él mismo propone, para esta reseña hemos decidido seguir el itinerario clásico para no complicar la comprensión del lector ante un libro complejo y fascinante. El Eje 1 gira en torno al saber en movimiento, uno de los temas queridos por el autor, como ya demostró en su libro sobre literatura en movimiento. Comienza con la idea humboldtiana de la desprovincianización y la conciencia universal, que llevó a Humboldt a convertirse en un teórico de la globalización y la modernidad hasta llegar a su obra culminante del Cosmos, con un gran impacto universal, y a dar una nueva idea del mundo americano tras las famosas discusiones iniciadas por el conde de Buffon, Cornelius de Pauw, William Robertson, Thomas Raynal, etc., en torno a la inferioridad del Nuevo Mundo, que estudió en su día Antonello Gerbi. Ette describe magistralmente la idea de Humboldt y su pensamiento pluridisciplinar en torno a las fuerzas interactivas en la naturaleza, su pensamiento sobre la creación y circulación del conocimiento, tan de moda en la actualidad desde la presentación de los trabajos de Kapil Raj, así como su vocación cosmopolita, muy apreciable hoy en día y a veces incomprendida desde las visiones nacionalistas más cerradas. En este sentido, hay que compartir la afirmación de Ottmar Ette de que Alexander von Humboldt y su ciencia (llamada humboldtiana) son en cierta medida precursores de los estudios en red, que nos parecen tan contemporáneos. Leia Mais

O jardineiro de Napoleão. Alexander von Humboldt e as imagens de um Brasil, América (sécs. XVIII e XIX) | Thiago Costa e Adriadne Marinho

Não resta dúvida de que o naturalista alemão Alexander von Humboldt representa um marco fundamental na história das ciências no século XIX. Lido e adorado por quase todos os homens cultos de sua época, Humboldt serviu de inspiração intelectual para ninguém mais ninguém menos que Charles Darwin e despertou os ciúmes de um megalômano Napoleão Bonaparte. Foi comparado à Aristóteles, Arquimedes, Copérnico e Newton, e considerado um “segundo Colombo”, o “redescobridor da América”. De acordo com Laura Dassow Walls, a popularidade do pesquisador alemão era tão generalizada no interior dos Estados Unidos em meados do oitocentos que acabou por consolidar o que a pesquisadora chamou de “fenômeno Humboldt”. Leia Mais

A invenção da natureza. A vida e as descobertas de Alexander von Humboldt

Apenas um ano depois do lançamento do original em inglês, a editora Planeta e o tradutor Renato Marques brindam-nos com uma obra indispensável para todos aqueles interessados em história das ciências e da geografia. A invenção da natureza. A vida e as descobertas de Alexander von Humboldt é uma pesquisa bibliográfica e arquivística de fôlego cuja narrativa seduz o leitor da primeira à última página. Méritos para a autora, cuja escrita parece ter sido cuidadosamente elaborada — com destaque para a forma como ela posiciona as citações. São frases tão pequeninas quanto eloquentes cujo efeito é o de fazer parecer que estamos a conversar diretamente com Humboldt, Goethe, Bonpland, Darwin, Muir. Elogios também para o tradutor, que logrou a proeza de manter a fluidez e a elegância da versão original.

Baseado em nossa experiência como professor de História e Epistemologia da Geografia, cumpre confessar que Alexander von Humboldt (1769-1859) nunca foi tarefa fácil. Grosso modo, a impressão passada pela literatura acadêmica é a de que, a despeito de sua inquestionável erudição, seu projeto científico foi “ultrapassado” pela progressiva especialização disciplinar exigida pela institucionalização da geografia universitária. Todavia, as menções a ele são incontornáveis dentre os representantes franceses (Paul Vidal de la Blache), ingleses (Andrew J. Herbertson) e norte-americanos (Richard Hartshorne). Leia Mais