Maria Antônia, um retrato além da moldura | Fernando Santos da Silva

Perseguir os significados que a Rua Maria Antônia, no distrito da Consolação, adquiriu na vida urbana da cidade de São Paulo desde a sua origem é o principal objetivo do livro Maria Antônia, um retrato além da moldura, de Fernando Santos da Silva (2019). Trata-se de uma produção fruto da pesquisa desenvolvida pelo autor para seu mestrado na Universidade Presbiteriana Mackenzie, e que, transformada em livro, foi publicada em 2019 pela editora Appris.

Já na Introdução, o autor convoca o leitor a pensar sobre a possibilidade de a Rua Maria Antônia ser considerada um lugar de memória. Isso posto, formula a hipótese de que as instituições culturais e educacionais ali implantadas exerceram, em certo sentido, um papel fundamental, transformando-a em uma via urbana que representava a dinâmica da vida intelectual na cidade que se modernizava. Sabe-se que a criação da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Universidade de São Paulo (USP) são desdobramentos dessa relação simbiótica entre cultura e cidade que abre novas perspectivas para a leitura do lugar. Para Silva (2019), a história da Rua Maria Antônia está ligada à memória estudantil como um espaço simbólico de referências a essas duas grandes instituições que vêm formando várias gerações de intelectuais do país. Leia Mais

Ensino de História e Games – dimensões práticas em sala de aula | Marcella Albaine Farias da Costa

“(…) a História do Ensino de História deverá enfrentar, mais cedo ou mais tarde, a história que se aprende independente da escola.” (CERRI: 2007, p.62)

O lúdico e o conhecimento

A epígrafe proposta apresenta aquela que nos parece ser a chave de leitura essencial para compreensão da importância de obras como a de Marcella Albaine para os que discutem/desenvolvem o ensino de História na educação básica. Afinal, se entendemos que o conhecimento histórico, seja ele o acadêmico ou o escolar, tem como um de seus objetivos fundamentais responder às necessidades da vida prática, elas mesmas propulsoras de sua produção, podemos – professores/pesquisadores – nos enclausurar em nossos métodos e certezas (mesmo que provisórias) e abandonar a cultura histórica que se constitui para além dos nossos artigos e livros?

O NÃO da autora soa de forma retumbante e, somado a iniciativas que se apresentam em pesquisas recentes de jovens historiadores, principalmente dedicados ao campo da História Digital e/ou da nova Didática da História, abraçam a possibilidade de aprender com a diversidade da cultura juvenil que chega às escolas e ensinar uma História que, como conhecimento escolar produzido de forma colaborativa e interativa, investiga as necessidades dos alunos como determinantes do processo de aprendizagem. Leia Mais