Intelectuais, revoluções e independências em um mundo em transição (séculos XIX-XX) / Intellèctus / 2020

Apesar da acepção da palavra intelectual ser relativamente recente na história mundial, ter surgido após meados do século XIX na Rússia, e cerca de cinquenta anos mais tarde aparecer na França com o termo intellectuelles, a existência de sujeitos que discutem ideias ou analisam criticamente a sociedade ultrapassa a época contemporânea e se estende por vários séculos.

Como afirmou Bobbio (1997), ainda que anteriormente tenham sido denominados sábios, filósofos, homens de letras, doutos ou literatos, os objetos por eles debatidos sempre existiram; por isso, a problemática dos intelectuais, e suas relações / atuações na sociedade, se trata de um tema antigo e perene. Utilizando-se ainda desse autor poderíamos defini-los de uma forma geral como “sujeitos a quem se atribui de fato ou de direito a tarefa específica de elaborar e transmitir conhecimentos, teorias, doutrinas, ideologias, concepções do mundo ou simples opiniões, que acabam por constituir as ideias ou os sistemas de ideias de uma determinada época e de uma determinada sociedade.” (BOBBIO, 1997: 110) Leia Mais

Intelectuais e cidade / Intellèctus / 2015

A Revista Intellectus vem sendo publicada ininterruptamente há quatorze anos, desde o seu primeiro número, em maio de 2002, fruto de um denodado trabalho realizado pela Professora Maria Emilia Prado, Titular de História do Brasil da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Contando com a colaboração de historiadores e pesquisadores das mais diversas áreas de Ciências Humanas da América Latina, Portugal e Espanha, a Intellectus vem, desde então, apresentando uma clara vocação para a discussão acerca dos intelectuais, sobretudo no que tange a sua atuação política, projetos e ideias. Poderíamos dizer que essa proposta está no DNA da revista e, como tal, vem se afigurando como a sua característica mais marcante nesses 14 anos de presença na vida acadêmica brasileira.

Em acréscimo a essa vocação, o dossiê temático que ora apresentamos vem adicionar o tema das cidades àquele dos intelectuais e, assim, enriquecê-lo, posto que insere um agente que atua de maneira pró-ativa na composição dos formuladores de ideias, objeto maior de análise da revista. Assim, temos aqui a cidade não somente como cenário, como palco de atuações sociais e construção de ideias e conceitos por um grupo de indivíduos ilustrados, mas antes como sujeito que porta uma historicidade toda idiossincrática, e que atua na própria composição de uma coletividade e de suas ideias. Leia Mais