História, Cinema e Política / Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade / 2016

O número 16 da Cordis: Revista Eletrônica de História Social da Cidade aborda a temática História, Cinema e Política. Valendo-se de abordagens teóricas, métodos e fontes bastante amplas à problematização dos seus objetos de estudo, os autores aqui reunidos nos mostram reflexões consistentes e muito oportunas.

Atuantes em Instituições de Ensino Superior e Centros de Pesquisa no Brasil e no exterior, os autores aqui reunidos são formados em diferentes cursos de graduação e especialistas em distintas áreas. Estes docentes, alunos e pesquisadores demonstram, à luz do conjunto da obra, um debate dos mais enriquecedores, em particular aos campos das Ciências Sociais, Cinema, Desenvolvimento Local, Filosofia, História, Jornalismo e Política.

O presente número da Cordis possui 12 (doze) artigos e 2 (duas) entrevistas. Desejamos aos apreciadores destes textos uma agradável leitura. A todos os pareceristas externamos o nosso sincero muito obrigado. Também registramos a avaliação alcançada pela Cordis junto ao site Plataforma Sucupira – Periódicos Qualis. Em setembro de 2015, esta revista obteve na área de avaliação Artes / Música a classificação B2.

Gostaríamos de fazer uma menção à memória de um querido amigo. Lamentamos profundamente o súbito falecimento, ocorrido em setembro de 2015, de Carlos Danilo Oliveira Lopes, integrante do Núcleo de Estudos de História Social da Cidade (NEHSC) e um dos idealizadores e fundadores da Cordis. Carlos Danilo Oliveira Lopes, figura indelével em nosso meio, formou-se em Comunicação Social – Habilitação em Multimeios pela PUC-SP, em 2003. Pesquisador e colaborador em vários projetos, dentre outras atividades, exerceu a função de editor assistente na revista Cordis e secretariou as atividades do NEHSC e do Curso de Especialização em História, Sociedade e Cultura da PUC-SP. Neste breve registro em lembrança a Danilo, agradecemos a todos os incontáveis serviços por ele prestados à PUC-SP, e mais especificamente ao NEHSC e ao periódico Cordis.

São Paulo (SP), junho de 2016

Nataniél Dal Moro – Professor Doutor

Editor científico e organizador deste número da Cordis.


Dal MORO, Nataniél. Apresentação. Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade, São Paulo, n. 16, p. 1-2, jan. / jun., 2016. Acessar publicação original [DR]

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Revoluções, cultura e política na América Latina / Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade / 2013

A Cordis: Revista Eletrônica de História Social da Cidade contempla em seu número 11 uma temática já bastante consolidada nos estudos acadêmicos no Brasil. Contudo, tal consolidação, fruto do trabalho de inúmeros pesquisadores no decorrer de décadas, não a torna menos atual e nem livre de debates acalorados, revisões e análises bastante inovadoras à sociedade. Referimo-nos aqui à temática Revoluções, cultura e política na América Latina.

Este número 11 da Cordis é composto por 12 trabalhos, sendo 9 artigos e 3 pesquisas. Dora Eloisa Bordegaray, no artigo intitulado Padre “Pichi” Meisegeier y la Villa 31. Una “opción por la fe y la justicia” entre dos dictaduras, problematiza “la acción de la Iglesia Católica con los pobres de la sociedad”, focalizando “la opción de sacerdotes y laicos en la década de las dictaduras militares de Onganía y Videla.” Camila Bueno Grejo, no texto Nuestra América: pensamento racial e construção da identidade nacional argentina, desenvolve “uma análise da obra Nuestra América. Ensayo de psicologia social, escrita em 1903 por Carlos Octavio Bunge”.

Genilder Gonçalves da Silva e Marcelo de Mello, em A Revolução de 1930 e o discurso da ruptura: Goiânia e a Marcha para o Oeste, concentram suas atenções para externar “a relação travada entre Goiânia e a Marcha para o Oeste”, ao passo que apresentam “elementos registrados no tempo e no espaço que possibilitam distingui-las, como produtos de processos históricos que se aproximam e se distanciam”. Marcos Antonio da Silva, no artigo denominado Revolução e política externa: os fundamentos e tensões da política externa de Cuba, analisa “a política externa cubana após a Revolução (1959) que conduziu ao poder os revolucionários liderados por Fidel Castro.”

Wanderlene Cardozo Ferreira Reis, no trabalho intitulado Duras memórias: resiliência e resistência feminina à repressão civil-militar no Brasil, que teve como base os “depoimentos de algumas mulheres que sobreviveram à repressão política Civil-Militar, no período de 1970 a 1974”, centra a sua análise em discutir “o papel da resiliência como um fenômeno psicológico”. Eduardo Scheidt, em “Revolução Bolivariana” nos discursos de Hugo Chávez, “analisa as representações de “Revolução Bolivariana” nos discursos do recentemente falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez.”

Carlos Alexandre Barros Trubiliano e Márcia Pereira da Silva, no artigo Os Códigos de Posturas de Campo Grande (1905): questões de ordenamento e o controle do espaço social, externam como os Códigos de Posturas procuraram “disciplinar e racionalizar a ocupação do território” da cidade de Campo Grande, “buscando orientar as relações sociais entre os moradores e as relações deles com o espaço em que habitavam”.

Jussaramar da Silva, no trabalho denominado A ação das Assessorias Especiais de Segurança e Informações da Usina Binacional de Itaipu no contexto das atividades de cooperação extrajudiciais no Cone Sul, apresenta e analisa “a função que as Assessorias Especiais de Segurança e Informações (AESI’s), sediadas na Usina de Itaipu, cumpriram no imbricado sistema de troca de informações no Cone Sul num expediente que, a partir de 1975, foi denominado de Operação Condor.” Carmélia Aparecida Silva Miranda, em Comunidades quilombolas do Brasil: desafios e perspectivas, discute “a trajetória das lutas empreendidas pelos remanescentes das comunidades quilombolas do Brasil, considerando a incorporação do artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), da Constituição Federal de 1988, o Decreto 4887 / 2003, a convenção 169 / OIT e o Estatuto da Desigualdade Racial.”

O item Pesquisas, composto por trabalhos tão oportunos à reflexão do nosso presente quanto os artigos, é iniciado pelo escrito de Pedro Henrique Soares Santos e do seu orientador Thiago Tremonte de Lemos. Em Reflexões sobre uma epochal war: o Brasil e seus vizinhos platinos (1825-1870), os autores afirmam que “as relações entre Brasil e seus vizinhos da região platina não é algo novo: desde os tempos do Império o tema é revisto, discutido, reinterpretado. É a partir deste entendimento tentaremos explicar as guerras entre o Brasil e seus vizinhos.”

Assis Daniel Gomes e Jane Derarovele Semeão e Silva, que orientou a pesquisa intitulada A “Cidade do Progresso”: do transporte público aos dilemas com o abastecimento de água e luz em Juazeiro do Norte (1950-1980), analisam “os problemas urbanos que assolaram Juazeiro do Norte entre 1950 e 1980 e que foram denunciados por alguns jornais e discutidos nas Atas da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte (ACMJN)”.

Por fim, Ana Cristina Feitoza e o seu orientador Marcelo Flório, em A educação como código de exclusão na cidade de Embu das Artes: as representações do educando na fase final do ensino fundamental, realizaram uma pesquisa com o intuito de “entender como funciona a mente do jovem contemporâneo, sua visão sobre a escola e seus educadores, o sistema de ensino e quais as propostas que o mesmo traz para adequar a educação às suas necessidades de forma a reinseri-lo de fato socialmente, colocando-o em condições justas e com oportunidades reais para uma vida digna e igualitária.”

Oferecemos agora aos leitores deste número da Cordis reflexões intensas e gratificantes tanto quanto é para nós a satisfação de disponibilizarmos este volume, dando visibilidade para os textos e não menos ao empenho dos autores em analisar questões e problematizar realidades das mais diversas. Todas versam sobre um ponto que é central: a América Latina, suas sociedades e culturas.

São Paulo (SP), dezembro de 2013

Yvone Dias Avelino

Nataniél Dal Moro

Editores Científicos


AVELINO, Yvone Dias; MORO, Nataniél Dal. Apresentação. Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade, São Paulo, n. 11, jul. / dez., 2013. Acessar publicação original [DR]

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Cronistas, Escritores e Literatos / Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade / 2012

A Cordis: Revista Eletrônica de História Social da Cidade, que é uma publicação do Núcleo de Estudos de História Social da Cidade (NEHSC) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sendo este vinculado ao Departamento de História e ao Programa de Estudos Pós-Graduados em História da Instituição, traz, no seu número 9, referente ao período de julho a dezembro de 2012, textos que abordam uma temática muito pertinente para o campo de estudo das Ciências Humanas e Sociais, em específico para a História e a historiografia escritas no Brasil, em particular as reflexões externadas a partir da década de 1980, tanto por historiadores de formação como por pesquisadores de outras áreas do saber. Qual seja o título deste número: Cronistas, Escritores e Literatos, que é composto por um conjunto de 11 produções. Integram também este número algumas merecidas homenagens à pessoa da saudosa Professora Maria Angélica Victoria Miguela Careaga Soler, cujas contribuições foram extremamente significativas à PUC-SP durante várias décadas de sua atuação humana e profissional nesta Instituição.

Na primeira parte, que homenageia a nossa querida Maria Angélica, temos 4 depoimentos, cada qual versando sobre alguns aspectos da vida e do modo de agir desta historiadora que marcou tão altivamente os caminhos de muitos de nós. No outro grupo, que aborda especificamente a temática Cronistas, Escritores e Literatos, há um conjunto de 11 produções científicas, sendo que este campo possui 9 artigos e 2 pesquisas que buscam, de formas muito particulares, problematizar determinadas atuações de alguns sujeitos, em diversas temporalidades e espaços, primando pelo trabalho com inúmeras fontes.

Iniciando o item Artigos, Elaine Pereira Rocha, por meio do escrito intitulado Estórias de indesejada sexualidade e de amor inimaginável: comparando romances no Brasil e África do Sul, realizou “um estudo sobre a construção das representações de raça e gênero em romances publicados no Brasil e na África do Sul na primeira metade do século XX”, discutindo “como questões relacionadas às políticas raciais e às práticas cotidianas de discriminação racial foram incorporadas e retratadas em romances, e como a sexualidade aparece racializada” em alguns escritos. Diego José Fernandes Freire, através do texto denominado Imagens da escrita, escrita das imagens: visualizações do engenho em Minha Formação (1900), ocupou-se da imagem que Joaquim Nabuco teceu, a partir de sua escrita do engenho Massangana, objetivando “analisar a representação visual da espacialidade banguê que se faz presente no livro Minha Formação.”

Eloísa Pereira Barroso, no escrito A alma encantadora das ruas do Rio de Janeiro, problematizou “as ideias que se constituem como matéria de linguagem da crônica de João do Rio”, sendo que o seu objetivo maior foi o de “extrair temas que aproximam o texto deste literato das grandes discussões da história cultural, na medida em que a vida urbana, além de tessitura literária, é tema de análise para as diversas questões que se colocam aos historiadores na modernidade.” Rafael Lima Alves de Souza, no artigo chamado Um e outro, nem um nem outro: Rio de Janeiro, tradição e modernismo na literatura de Marques Rebelo, problematizou e explorou “os limites da correlação entre tradição e modernidade na literatura de Marques Rebelo”, autor que, segundo ele, hoje é “pouco conhecido, mas que, por sua estreita relação com a cidade do Rio de Janeiro, foi considerado na década de 1930 por grande parcela dos críticos como legítimo representante de uma linha que remonta a Manoel Antonio de Almeida, passando por Machado de Assis e Lima Barreto.”

Fernanda Rodrigues Galve, em A dança no mar histórico das palavras poéticas: João Cabral de Melo Neto e Sophia de Mello Breynner Andresen (1933-1974), realizou “uma navegação no multiverso da vida e obra de João Cabral de Melo Neto e de Sophia de Mello Breynner Andresen, cujo ancoramento está na visibilidade do trabalho poético com a aproximação de seus significados e mediações no mar da história”, buscando “refletir como a capacidade da práxis artística comporta em si uma dimensão política e histórica.” Shirley Aparecida Gomide Cabral, no texto intitulado Uma cidade, dois olhares: Lisboa segundo Fernando Pessoa e José Saramago, “pelo viés da tradição das narrativas de viagem,” analisou “os diferentes olhares de dois autores consagrados da literatura portuguesa sobre a cidade de Lisboa.” Quais sejam: Fernando Pessoa e José Saramago. “Esses escritores, apesar de terem vivido em épocas e contextos diversos, escreveram obras que podem ser lidas como relatos de viajantes, tendo o amplo tema da viagem como força e motivação principal.”

As coautoras Larissa Silva Nascimento e Michelle Santos, no artigo denominado Imagens do Holocausto em Maus, de Art Spiegelman, e em Os emigrantes, de W. G. Sebald: o que os quadrinhos e a literatura nos ensinam sobre a realidade e a ficção, investigaram “a tradição imagética presente nas representações do Holocausto, procurando assinalar a problemática relação entre realidade e ficção nas obras Maus, escrita por Art Spiegelman, e Os emigrantes, de W. G. Sebald.” Márcia Maria de Medeiros, em A história da literatura e a compreensão dos meandros da sociedade inglesa da Baixa Idade Média, enfatizou que “Geofrey Chaucer é visto pelos intelectuais como um dos maiores escritores de língua inglesa de todos os tempos” e que “sua obra monumental, Os contos da Cantuária, externa a história de um grupo de peregrinos que vai de Londres até Cantuária visitar o túmulo de São Thomas Becket. No caminho, cada peregrino conta uma história, e no conjunto das mesmas desfilam muitos dos diferentes estilos literários da Idade Média, assim como no conjunto dos peregrinos, se retrata um cenário da sociedade inglesa do período em questão, a saber, os anos que compreendem os séculos XIV e XV.” Diante disso, a autora procurou destacar “um panorama da literatura inglesa até o aparecimento de Geoffrey Chaucer como expoente da mesma, retratando as principais características de sua obra maior e a articulação desta com o espaço histórico e social no qual o poeta estava contido.”

A última contribuição do item Artigos, de autoria de Vera Cecília Machline, chama-se A contribuição da narrativa The man in the Moone de Francis Godwin para cogitações seiscentistas sobre a Lua. Esse escrito reconstituiu “o contexto da narrativa de Francis Godwin, obra intitulada The man in the Moone, que estimulou novas cogitações seiscentistas sobre a Lua.” Conforme escreveu a autora, “essa obra foi originalmente publicada em 1638 e pertence a uma vertente literária de viagens imaginárias a orbes extraterrestres surgidas no início dos tempos modernos, que tem pontos em comum com o gênero inaugurado pela Utopia, cujo autor é Thomas More. Entretanto, a narrativa de Godwin influenciou especialmente outra linhagem da época, constituída por escritos cosmológicos argumentando que – tal como a Terra – a Lua e outros astros poderiam ser habitados.”

Finalizando esse número da Cordis, temos o item Pesquisas, no qual há dois escritos. Juliana Carneiro da Silva e sua orientadora de Iniciação Científica, Amnéris Ângela Maroni, no trabalho intitulado A literatura e o fora – perigosa (não-)relação: contestação, resistência e criação, dedicaram-se a analisar como a literatura, em particular por meio de romances ambientados sobretudo no Século das Luzes, transformaram a sociedade nas quais determinadas obras foram veiculadas. Maria Madalena Dib Mereb Greco e sua orientadora de graduação, Dolores Pereira Ribeiro Coutinho, no escrito chamado As mulheres e o discurso de submissão, ao trabalharem “com as relações entre homens e mulheres no século XIX e como s e construiu o conceito de família,” procuraram “recuperar as vozes ocultas, sobretudo das mulheres” que integravam o território do então sul da Província de Mato Grosso, utilizando-se, para tal, de “acordos e das convenções realizadas através de contratos de casamento, testamentos, destinação de dotes, contratos de arras e outros acertos cartoriais.”

A partir desse número, visando registrar academicamente e, não obstante, também notabilizar o trabalho realizado pelos pareceristas da Cordis, divulgamos especificamente a relação daqueles que, ao serem solicitados, enviaram-nos os seus pareceres a respeito da temática Cronistas, Escritores e Literatos. Somos gratos pelo empenho de todos os que prontamente colaboraram nesta empreitada. Temos ciência de que expressiva parte do que a Cordis representa, sendo um indicativo desta realidade a primeira “nota” obtida por este Periódico na mais recente avaliação realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), cuja divulgação ocorreu no primeiro semestre de 2012, na qual recebemos a classificação B3 para a área de História, deve- -se ao vosso inquestionável empenho. Dito isso, desejamos, agora, ótimas leituras e esperamos que individualmente e, mais ainda, no conjunto, este número da Cordis seja de grande valia à sociedade.

São Paulo (SP), dezembro de 2012

Marcelo Flório

Nataniél Dal Moro

Editores Científicos


FLÓRIO, Marcelo; MORO, Nataniél Dal. Apresentação. Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade, São Paulo, n. 9, p. 1-5, jul. / dez., 2012. Acessar publicação original [DR]

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