Música folclórica: entre o campo e a cidade | ArtCultura | 2017

A temática deste dossiê, Música folclórica: entre o campo e a cidade, foi inspirada em uma das mesas do III Colóquio História e Música – Tem – pos de música e seus fazeres, realizado na Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Franca, em 2016, que congregou pesquisadores das áreas de História, Sociologia e Musicologia, brasileiros e argentinos que, em comum, possuem como campo de investigação a música popular de diferentes países do continente americano.

Os usos e apropriações do termo “música folclórica” constituem o eixo comum dos artigos aqui reunidos. Tal denominação remonta aos estudos folclóricos que, desde o século X IX, incumbiram-se da tarefa de selecionar e organizar um repertório da música popular tido como repre – sentativo da identidade da nação. Preocupados em preservar a cultura autóctone vista como ameaçada pelos modismos e estrangeirismos do – minantes no ambiente urbano, homens letrados identificaram o campo como o lugar-abrigo das tradições. Para se “tradicionalizar” o popular foi necessário primeiro atribuí-lo ao passado – lugar onde supostamente era encontrado em estado puro – e, em seguida, fixá-lo, “museificá-lo” , a partir de critérios ideologicamente constituídos no presente. Leia Mais

História e Arte nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2007

O número 6 da Revista Eletrônica ANPHLAC apresenta o dossiê História e Arte nas Américas. A escolha do tema visa enfatizar a arte como constituida e constituinte do real, integrada às sociedades e a seus conflitos, e, nestes termos, como fonte impreterível para escrita da história. Os artigos que compõem este dossiê contemplam particularmente o cinema e a música. O primeiro, Desenvolvimentismo e cinema: convergências e contradições entre o ideário cinematográfico de Nelson Pereira dos Santos e Fernando Birri e o pensamento desenvolvimentista latino-americano, analisa as propostas teóricas dos cineastas Nelson Pereira dos Santos (1928-Brasil) e Fernando Birri (1925-Argentina) e suas respectivas relações com o pensamento nacional-desenvolvimentista latino-americano dos anos 50 e 60. Mônica Cristina Araújo trabalha, inicialmente, com a conceituação da ideologia desenvolvimentista, a partir do momento histórico de seu surgimento para, em seguida, abordar como a área cinematográfica refletiu este ideário reforçando ou rejeitando conceitos e preocupações.

Também elegendo o cinema como objeto da pesquisa histórica, Mariana Martins Villaça aborda a trajetória do cineasta Nicolás Guillén Landrián (1938 – 2003), frente às mudanças ocorridas em Cuba após a Revolução, enfocando o engajamento político no meio cinematográfico, nos anos sessenta e setenta. Limites da contestação no cinema documental cubano: a trajetória de Nicolás Guillén Landrián se debruça principalmente sobre os aspectos estéticos e políticos de seu polêmico documentário Coffea Arábiga (1968), produzido pelo Instituto Cubano del Arte e Indústria Cinematográficos, no qual este cineasta trabalhou entre 1961 e 1971, até ser expulso. Durante esse período, Guillén Landrian aprendeu técnicas de cinema com o renomado documentarista holandês Joris Ivens, contribuiu com o projeto de educação massiva denominado Enciclopédia Popular e destacou-se por seus curtas-metragens ousados, experimentais e politicamente contestatórios. Leia Mais