A imprensa francófona nas Américas nos séculos XIX E XX | História (Unesp) | 2019

O dossiê que ora vem à luz foi organizado pelos professores Valéria dos Santos Guimarães, Guillaume Pinson e Diana Cooper-Richet. Ele é o resultado da seleção de trabalhos apresentados no congresso internacional A imprensa francófona nas Américas nos séculos XIX e XX nos dias 7, 8 e 9 de novembro de 2018, no Instituto de Artes da UNESP, campus de São Paulo, evento que contou com a participação de pesquisadores de vários estados do Brasil e estrangeiros da França, Alemanha, Canadá, México, Argentina e Uruguai1 , então empenhados em fazer uma necessária revisão historiográfica acerca das novas abordagens sobre imprensa periódica francesa, situando-se igualmente na tradição de estudos sobre a importância da francofonia e da francofilia nas Américas.

Como se sabe, forma-se, do século XIX até meados do século seguinte, uma rede de leitores de periódicos em francês que se espalha por várias partes do mundo, incluindo o Brasil e demais países das Américas, território em que a cultura francesa teve acentuada proeminência. No Brasil, vários trabalhos demostraram de forma pioneira a dinâmica dessas trocas culturais. Sandra Nitrini (2018), em recente artigo sobre a produção na área da Literatura Comparada no Brasil, repassa a constituição de um campo que esteve ligado diretamente ao estudo das relações Brasil e França, citando vários autores que trabalharam o tema tais como Gilberto Pinheiro Passos, Leyla-Perrone Moisés e muitos outros bem referenciados pela autora. No campo da História, o nome de Mário Carelli se destaca em empreender uma história comparada entre os dois países, discorrendo de pintores viajantes a falanstérios, da diplomacia à circulação de imaginários, o que ele definia como uma “colonização pelas ideias” (CARELLI, 1994). Leia Mais

As Américas em tempos de colônia | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2019

O dossiê que a Revista Eletrônica da ANPHLAC oferta ao leitor, o primeiro do periódico dedicado exclusivamente a temáticas coloniais das Américas, denota a força crescente dos estudos desse campo no Brasil. Área que permaneceu por muito tempo correndo à margem, a América Colonial, especialmente a região espanhola, assiste nos últimos anos à chegada de novas gerações de historiadores, muitos destes formados por pioneiros no campo nas universidades brasileiras.

A presença na imensa maioria dos currículos de graduação em História do país não garantiu, até pouco tempo atrás, um volume consistente e contínuo de pesquisas sobre o período colonial americano. A carência de especialistasfez com que, ao longo do tempo, a disciplina fosse frequentemente ministrada por professores com interesses dedicados a outras áreas, tais como a América portuguesa. Não era incomum, entretanto, que esses pesquisadores retornassem aos seus interesses e às suas temáticas iniciais ou fizessem transposições atinentes ao império luso para outras porções do continente americano, o que podia ser visto na própria seleção de temas e conceitos bem como na bibliografia utilizada em muitos cursos. Leia Mais

Escritas de si nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2018

Um amplo movimento historiográfico, empreendido a partir dos anos oitenta do século XX, incorporou fontes antes consideradas “acessórias” e/ou “informativas”, concedendo-lhes novo status. Se há bem pouco tempo o indivíduo era apreendido como um elemento frágil e incerto de um “todo” que o sobrepujava, com a readaptação das lentes de análise, a historiografia se dispôs a um arrojado projeto: inquirir-se sobre a concepção de verdade histórica, aproximando-se das perspectivas criadoras e inventivas, emergentes do mundo privado, íntimo e particular. Essas últimas três palavras desvelam o encontro com as práticas cotidianas em escala micro. Igualmente, desvelam a invisibilidade e o anonimato impingidos àqueles que não integravam o rol de lideranças e/ou heróis porque não eram identificados como portadores da capacidade de significar sua experiência no tempo. Seguindo essa argumentação, o sentido de cada uma das palavras mencionadas se amplia, instaurando-se a diferença entre elas. O íntimo e o particular integram o ambiente privado. Entretanto, não se reduzem a ele nem exprimem a convergência de práticas nesse espaço. Por um lado, o particular é íntimo, a depender da interlocução que se produz entre os sujeitos na cena histórica; por outro, o particular pode ser mobilizado por mitos e rituais públicos, sem prejuízo ao segredo íntimo, que permanece resguardado no privado. Por esses cruzamentos, as dicotomias e dissensões entre indivíduo e sociedade desaparecem, dando lugar a uma investigação que privilegia a troca de experiências – no micro, reconhece-se o macro; no indivíduo, exprimem-se as práticas socioculturais. Leia Mais

Américas: guerra e paz | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2017

A guerra e a paz no continente americano, em seu amplo espectro, guiaram a chamada para artigos do presente dossiê publicado pela Revista da ANPHLAC. Esta publicação, com dez artigos originais e uma resenha, expressa a disseminação dos estudos sobre os conflitos, as negociações e as pazes, tanto nos impérios coloniais quanto após as independências.

A distribuição espacial dos temas abarcados nos artigos demonstra as preocupações centrais da historiografia brasileira e, de certo modo, também de sua chancelaria, assim como a ampliação das contribuições internacionais da revista. A maioria desenvolve assuntos relativos ao mais importante vizinho brasileiro – a Argentina – tanto no período colonial, quanto na república. Esta presença avassaladora desse vizinho platino não surpreende. Leia Mais

História, ensaio e literatura nas Américas no século XX | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2014

A 17ª edição da Revista Eletrônica da ANPHLAC traz o dossiê “História, ensaio e literatura nas Américas no século XX”, com a finalidade de contribuir para o sistemático e profícuo debate sobre as interfaces entre a história, o ensaio e a literatura. O objetivo do dossiê é apresentar um espaço plural de debate, com enfoques e perspectivas diferenciadas acerca do tema, e colocar em destaque propostas metodológicas e reflexões críticas que se traduzem em paisagens e cenários instigantes para as Ciências Humanas.

O conjunto de artigos que compõem o dossiê aborda temas como as capacidades imagéticas e representativas dos textos literários e do ensaio em suas relações com a história; as conexões texto-contexto; a interação entre discurso e prática; os vínculos com a cultura e a política; as dinâmicas criativas dos textos e os posicionamentos públicos de intelectuais nas Américas. O resultado é a constituição de um dossiê formado por doze artigos que abarcam temáticas variadas, apoiadas em fontes poéticas, ensaísticas, literárias e políticas produzidas no século XX por intelectuais, em sua maioria, latino-americanos. A 17ª edição da Revista Eletrônica da ANPHLAC recebe ainda, com grande satisfação, uma conferência, um artigo livre e três resenhas. Leia Mais

Conceitos, debates e tendências historiográficas nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2013

A nossa associação, a grande casa dos americanistas chamada ANPHLAC, estava próxima a comemorar seu vigésimo aniversário quanto pensamos na organização deste dossiê, momento propício para fazer diversos balanços, neste caso dos reflexos que as amplas dimensões das Américas tiveram na sua produção historiográfica. Continente de contrastes, igualmente o foi também de grandes eventos que produziram viradas importantes nos últimos quinhentos anos assim como de transformações que depois seriam acompanhadas em outras latitudes e que despertaram, e ainda despertam, inúmeras reflexões.

Por tal motivo, daqui surgiram problemáticas, categorias e tendências que embasariam muitos debates na historiografia local e, porque não, mundial. Os choques de culturas, as relações coloniais, os grandes espaços, as organizações dos Estados nacionais, as peculiaridades políticas, a instabilidade, seja ela econômica ou política, entre outros temas, fizeram surgir os conceitos de mestiçagem, dependência, fronteira e populismo, para mencionar alguns, que nos ajudaram a pensar e compreender a sua história. Leia Mais

História das Relações Internacionais nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2013

A história das relações internacionais nas Américas referencia os artigos publicados neste dossiê da Revista Eletrônica da ANPHLAC. A publicação demonstra como a área vem ampliando seu foco e fontes, problematizando saberes estabelecidos e os limites anteriormente impostos por um entendimento restrito sobre o internacional, seus atores e forças.

As pesquisas aqui publicadas expressam as múltiplas aberturas à pesquisa em História das Relações Internacionais, apresentando as ações e reflexões não apenas de diplomatas, militares e políticos, mas também de que maneira intelectuais, turistas, escravos e indígenas perceberam, compreenderam e se apropriaram dos embates internacionais. As fontes são diversificadas: de relatos de viagens e documentos oficiais de chancelarias a guias turísticos e o cinema, os pesquisadores reunidos neste dossiê apresentam uma ampla gama de análises possíveis para as relações internacionais. Leia Mais

Intelectuais, nações e identidades nas Américas – séculos XIX e início do XX | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2012

A 13ª edição da Revista da ANPHLAC traz o dossiê “Intelectuais, nações e identidades nas Américas – séculos XIX e início do XX” com um rico e variado conjunto de 10 artigos e uma resenha de pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

As relações entre intelectuais, nações e identidades na América Ibérica nos séculos XIX e XX vêm sendo sistematicamente revisitadas, nos últimos anos, a partir de novas “leituras do passado” e de abordagens comparadas sobre as diversas experiências históricas de construção dos Estados e nações no continente americano. Neste sentido o Dossiê nº 13 apresenta-se como um espaço plural de debate e troca entre pesquisadores que trabalham com diferentes enfoques e experiências nacionais acerca do tema. Leia Mais

Cultura e Autoritarismo nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2011

O número 10 da Revista Eletrônica ANPHLAC apresenta o dossiê Cultura e Autoritarismo nas Américas e inaugura uma oportuna mudança da publicação, que passa a ter periodicidade semestral.

Em contextos marcados pelo autoritarismo político, tão recorrente na história do continente americano, as complexas – e por vezes inesperadas – relações entre o poder e a cultura, em suas mais variadas expressões, perfazem um campo extremamente fértil de investigação que tem atraído pesquisadores de distintas especialidades no meio acadêmico. Compreender as diversas formas de autoritarismo, seus mecanismos e instituições; analisar as lutas políticas travadas no campo da cultura; entender as dinâmicas dos projetos e movimentos artísticos, bem como a natureza das negociações e dos impasses vigentes no meio artístico-intelectual são apenas algumas das preocupações que transparecem em pesquisas voltadas a esse tipo de abordagem. Leia Mais

Nas Américas, sobre as Américas: redes de conhecimento e circulação de ideias | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2010

Este número publica o dossiê “Nas Américas, sobre as Américas: redes de conhecimento e circulação de ideias”, composto por estudos de casos que analisam a conformação de processos de circulação do conhecimento entre diferentes espaços geográficos e sociais.

Ao abordar o tema da circulação em História, é fundamental abrir mão das discussões acirradas sobre a noção de “centro” e “periferia” – que, muitas vezes, de forma artificial, dividem o mundo – para dar maior ênfase aos mecanismos de comunicação mútua entre contextos nacionais diferentes, numa intricada rede internacional, desde os primeiros contatos entre os chamados Velho e Novo Mundo. Leia Mais

História e Arte nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2007

O número 6 da Revista Eletrônica ANPHLAC apresenta o dossiê História e Arte nas Américas. A escolha do tema visa enfatizar a arte como constituida e constituinte do real, integrada às sociedades e a seus conflitos, e, nestes termos, como fonte impreterível para escrita da história. Os artigos que compõem este dossiê contemplam particularmente o cinema e a música. O primeiro, Desenvolvimentismo e cinema: convergências e contradições entre o ideário cinematográfico de Nelson Pereira dos Santos e Fernando Birri e o pensamento desenvolvimentista latino-americano, analisa as propostas teóricas dos cineastas Nelson Pereira dos Santos (1928-Brasil) e Fernando Birri (1925-Argentina) e suas respectivas relações com o pensamento nacional-desenvolvimentista latino-americano dos anos 50 e 60. Mônica Cristina Araújo trabalha, inicialmente, com a conceituação da ideologia desenvolvimentista, a partir do momento histórico de seu surgimento para, em seguida, abordar como a área cinematográfica refletiu este ideário reforçando ou rejeitando conceitos e preocupações.

Também elegendo o cinema como objeto da pesquisa histórica, Mariana Martins Villaça aborda a trajetória do cineasta Nicolás Guillén Landrián (1938 – 2003), frente às mudanças ocorridas em Cuba após a Revolução, enfocando o engajamento político no meio cinematográfico, nos anos sessenta e setenta. Limites da contestação no cinema documental cubano: a trajetória de Nicolás Guillén Landrián se debruça principalmente sobre os aspectos estéticos e políticos de seu polêmico documentário Coffea Arábiga (1968), produzido pelo Instituto Cubano del Arte e Indústria Cinematográficos, no qual este cineasta trabalhou entre 1961 e 1971, até ser expulso. Durante esse período, Guillén Landrian aprendeu técnicas de cinema com o renomado documentarista holandês Joris Ivens, contribuiu com o projeto de educação massiva denominado Enciclopédia Popular e destacou-se por seus curtas-metragens ousados, experimentais e politicamente contestatórios. Leia Mais

Representações e imaginário político nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2006

Este quinto número da Revista Eletrônica da Associação Nacional de Pesquisadores de História Latino-Americana e Caribenha (ANPHLAC) é mais um passo no cumprimento de nossas metas: divulgar as pesquisas em História da América Latina e do Caribe que se realizam no Brasil, e estimular o intercâmbio entre pesquisadores, professores e outros estudiosos da área.

Apresentamos aqui o Dossiê: “Representações e imaginário político nas Américas”. Luiz Estevam de Oliveira Fernandes e Anderson Roberti dos Reis, estudantes de pós-graduação da Unicamp, abrem nosso dossiê com “Os conflitos e as possibilidades de paz: as concepções políticas de Motolinía e Mendieta no México do século XVI”. Os autores examinam os relatos de dois missionários franciscanos, Toribio de Benavente Motolinía e Jerônimo de Mendieta, buscando identificar como ambos retrataram os conflitos em curso na Nova Espanha do século XVI. O propósito do ensaio é mostrar quais foram os conflitos percebidos, e quais foram as soluções propostas, buscando identificar as concepções políticas e morais de Motolinía e Mendieta, expostas respectivamente no início e no fim do “século de ouro” da evangelização da Nova Espanha. Sugerimos tomar desde aqui a problemática da construção de memórias (franciscana, neste caso), como um fio de quipu andino, ferramenta imaginária muito adequada para os leitores ativos de nossa revista. Leia Mais

Ensino de História das Américas no Brasil e na América Hispânica | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2005

A Associação Nacional de Pesquisadores de História Latino-Americana e Caribenha (ANPHLAC), ao disponibilizar na mídia eletrônica o quarto número de sua revista, dá continuidade ao seu propósito de divulgar as pesquisas em História da América Latina e do Caribe que se realizam no Brasil e estimular o intercâmbio entre pesquisadores, professores e outros estudiosos da área.

Este número apresenta um dossiê sobre o Ensino de História das Américas no Brasil e na América Hispânica, no âmbito das escolas e universidades. A escolha do tema visa contribuir para a reflexão sobre as concepções que vêm norteando políticas educacionais, recortes curriculares, manuais didáticos e práticas docentes relativos a esse domínio da história. Espera, ao mesmo tempo, sugerir caminhos acadêmicos e educacionais que assegurem maior centralidade a um campo do conhecimento que, cultural e politicamente, repercute nas formas de inserção brasileira no continente. Leia Mais