Trabalhadores e Trabalhadoras no Passado e no Presente | História em Revista | 2022

Desde que o Núcleo de Documentação Histórica (NDH/UFPel) Beatriz Loner iniciou suas atividades tem como perspectiva estudar o mundo laboral, tanto é assim que serviu como espaço para a UNITRABALHO, nos anos de 1990, justamente quando iniciou seu funcionamento.

A partir dessa abordagem foram vários os estudos sobre trabalhadores e trabalhadoras feitos dentro do NDH, muitos deles vinculados às questões raciais, de classe e de gênero ou ainda tendo em vista pesquisas sobre profissões em específico, como motorneiros, estivadores, tecelãs, sapateiros, alfaiates, pescadores artesanais, resultando em publicações de artigos, capítulos e livros autorais, os quais são publicizados em nosso site. Leia Mais

História Oral / História em Revista / 2019

Apresentamos a vocês o novo número do periódico História em Revista, vinculado ao Núcleo de Documentação Histórica Profa. Beatriz Loner, da Universidade Federal de Pelotas.

No dossiê, intitulado “História Oral” constam quatro artigos e um instrumento do trabalho. No primeiro deles, ENSINO DE TEATRO NA UFRGS: REVIRANDO MEMÓRIAS EM BUSCA DA HISTÓRIA, Juliana Wolkmer discute os caminhos metodológicos relacionados a um estudo feito durante a dissertação de mestrado, no qual realizou entrevistas com egressos de cursos de arte da Universidade Federal do RS.

O segundo texto HISTÓRIA ORAL E PROFESSORES DE HISTÓRIA: UM ESTUDO DAS DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS foi escrito por Suzana Ribeiro, Eliana Mendes e Elisa Brisola e constrói narrativas com professores de História a respeito das relações étnico-raciais e do ensino de história da África e cultura afro-brasileira e africana, permitindo adentrar no cotidiano escolar e das questões de racismo, tão presentes ainda na atualidade.

O terceiro artigo MELILLA-MARROCOS: (CON)JUNÇÕES FRONTEIRIÇAS. UM DEBATE TRANSDISCIPLINAR escrito por Suzanne Maria Legrady revela os caminhos de uma pesquisa em andamento, mas que já realizou 43 entrevistas em uma perspectiva multifacetada e transnacional, já que Melilla é uma cidade espanhola que faz fronteira com o país africano, Marrocos.

O quarto artigo intitulado MOVIMENTO FEMINISTA NA CIDADE DE PELOTAS-RS: A ATUAÇÃO DO GRUPO AUTÔNOMO DE MULHERES DE PELOTAS (GAMP) – (1990-2019) foi escrito pela doutoranda Elisiane Medeiros Chaves e revelou a história de um grupo de mulheres que se organizaram, a partir da década de 1980 para lutar, sobretudo, contra a violência à mulher.

No dossiê consta ainda um instrumento de trabalho, que apresenta uma entrevista feita com o cartunista Renato Vinícius Canini, falecido no ano de 2013. A entrevista foi construída no ano de 2008, na casa de Canini e foi bastante interessante ao revelar um pouco da produção de um cartunista que, dentre outras coisas, desenhou o personagem da Disney, Zé Carioca, durante alguns anos. A narrativa faz parte do acervo do Laboratório de História Oral da UFPel.

O periódico é complementado com um texto intitulado CAIS DO VALONGO: MEMÓRIA ESCRAVISTA E HERANÇA CULTURAL escrito por Vanessa de Araújo Andrade e Jéssica de Freitas e Gonzaga da Silva. O artigo discute, através de uma análise bibliográfica, o papel histórico e cultural do cais, em que se fixaram africanos e afrodescendentes, considerado hoje como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Além dos artigos, o dossiê revela um encontro, de anos e de vida. Ocorre que os editores deste número se conheceram em congressos de história oral realizados no Brasil e fora dele e passaram a não só conviver, mas a trocar experiências e afetos.

Nestes anos, participaram juntos de mesas de debates, de bancas julgadoras, de jornadas de estudo, mas mais do que isso experimentaram construir reciprocidades em suas trajetórias de vida.

É por isso que o número desta revista é tão especial para todos e cada um de nós.

Esperamos que vocês aproveitem a leitura.

Lorena Almeida Gill

Robson Laverdi

Pablo Pozzi


GILL, Lorena Almeida; LAVERDI, Robson; POZZI, Pablo. [História Oral]. História em Revista. Pelotas, v.25, n.1, 2019. Acessar publicação original [DR]

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História e Cidade: As difíceis artes do bem viver / História em Revista / 2007

Este exemplar de “História em revista” traz, pela primeira vez, dois números reunidos na mesma edição, resultado da coincidência de alguns problemas, tanto de edição, quanto da infra-estrutura necessária, especialmente nestes últimos dois anos, causados, em parte, pelos transtornos de uma greve de docentes e técnico-administrativos, e seu conseqüente reflexo na vida acadêmica e administrativa das universidades federais.

Assim, para ficarmos em dia com a sua periodicidade, estamos lançando um número duplo com dois dossiês diferentes, embora relacionados. Nossa intenção é procurar manter a revista em dia a partir de agora, buscando uma qualificação crescente de seus artigos.

Nesta procura pelo aperfeiçoamento, depois de intensa discussão, procuramos modificar sua apresentação gráfica, embora preservando a sua estrutura interna, de forma a torná-la mais atraente e atualizada. Esperamos que os leitores apreciem estas modificações, como nós apreciamos fazê-las.

Quanto ao seu conteúdo, no primeiro dossiê, “História e Cidade”, aparecem os artigos de Paulo César Possamai, que analisa o papel que a Colônia de Sacramento desempenhou dentro do Império Colonial português.

Aristeu Lopes faz uma abordagem inovadora no estudo sobre jornais, concentrando-se nas representações da proclamação da República que aparecem em charges do periódico A Ventarola, jornal literário de finais do século XIX em Pelotas.

Por fim, três artigos se concentram na análise de uma Pelotas que apresenta inúmeras deficiências, podendo ser vista como extremamente contraditória. Ao lado de espaços de riqueza e opulência, proporcionados ainda pela produção do charque, existia uma enorme população marginalizada. Lorena Almeida Gill analisa esta dualidade a partir das histórias de vida de Francisco Lobo da Costa, um poeta e Salvador Duarte, um jornaleiro; Rosa Rolim de Moura concentra o seu olhar na expansão urbana e na construção das chamadas vilas proletárias pelotenses; já Cíntia Vieira Essinger avança no tempo e observa alguns aspectos da vida de trabalhadoras de fábricas de tecidos, nas décadas de 1940 e 1950, numa visão ampla, que transcende as limitações decorrentes ao gênero no quotidiano da fábrica, discutindo seus locais de moradia e a espacialização dessas casas dentro da cidade.

O segundo dossiê ganhou o nome de “As difíceis artes do bem viver”, porque tem como unidade a trajetória de setores ou indivíduos das classes oprimidas, em várias situações e momentos, e as formas pelas quais eles tentaram resolver seus problemas, com ou sem sucesso.

Caiuá Cardoso Al-Alam discute a organização da força policial na cidade de Pelotas, como uma instituição que servia para impor o controle sobre os escravos e os populares, mas centrando seu olhar sobre os conflitos internos entre os próprios membros da força policial, a instituição e seus superiores.

Jovani de Souza Scherer propõe-se a discutir dois tipos de experiências vivenciadas pelos escravos durante a Guerra dos Farrapos: a fuga e a libertação, através das cartas de alforria, evidenciando que, no segundo caso, a maioria das alforriadas eram mulheres.

Rodrigo de Souza Weimer analisa um caso criminal envolvendo uma contratada e sua ex-senhora em São Francisco de Paula, e, pela própria construção do texto, elabora as várias leituras propiciadas pelo escabroso processo, enquanto o historiador se aprofunda no desvelamento das causas do crime e da trajetória da criminosa.

Fechando o dossiê, Carla Gabriela Cavini Bontempo, aborda a situação desalentadora em que foram jogados os imigrantes trazidos especialmente para Pelotas nos últimos anos da década de 1880, período final do império e início da República.

Na seção “Instrumentos de trabalho” o professor Paulo Ricardo Pezat apresenta uma listagem das publicações da Igreja Positivista do Brasil pertencentes ao acervo do Núcleo de Documentação Histórica da UFPel e disponíveis para consulta. Tais documentos são bastante raros e importantes para aqueles pesquisadores que se dedicam à temática.

Este número encerra com a publicação de duas resenhas: uma de um professor do Mestrado em Ciências Sociais, William Héctor Gómez Soto, que analisa a obra “Freaknomics – o lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta” e a outra, de uma mestranda do mesmo curso, Marília Flôor Kosby, que reflete sobre o livro “No território da linha cruzada: a cosmopolítica afro-brasileira”.

Desejamos a todos uma ótima leitura.

Lorena Almeida Gill


GILL, Lorena Almeida. [História e Cidade]; [As difíceis artes do bem viver]. História em Revista. Pelotas, v. 12-13, 2007. Acessar publicação original [DR]

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