Identidade homossexual e normas sociais: histórias de vida – SELL (REF)

SELL, Teresa Adada. Identidade homossexual e normas sociais: histórias de vida. 2. ed. rev. e ampl. Florianópolis: EDUFSC, 2006. 255 p. Resenha de: BEZERRA, Fábio Alexandre. O indivíduo e o meio social na formação da identidade homossexual. Revista Estudos Feministas v.18 n.1 Florianópolis Jan./Apr. 2010.

Alinhada com pesquisas atuais que usam as teorias queer1 como base de investigação, Teresa Sell, ex-professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desenvolve uma pesquisa histórica e marcante sobre a identidade homossexual a partir de entrevistas com homossexuais masculinos em Florianópolis, Santa Catarina, na década de 1980, quando pesquisas sobre (homo)sexualidade no Brasil ainda eram bastante incipientes. Tendo sido publicado primeiramente em 1987, fruto de sua pesquisa de mestrado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), este livro, reapresentado em uma edição revisada e ampliada, interessa àqueles que desenvolvem pesquisas sobre identidades de gênero, bem como a todos que queiram compreender melhor a complexidade e as nuances presentes na formação do indivíduo como ser social.

Já na Introdução a autora destaca a heterogeneidade do rótulo ‘homossexual’, visto que toda sua obra baseia-se exatamente na noção de homossexualidades como experiências individuais, que podem compartilhar características comuns, mas que são formadas a partir de contextos sociais específicos, o que motiva a rejeição de qualquer essencialismo conceitual. Nessa seção, também são explicitados alguns elementos metodológicos, tais como a seleção dos entrevistados, a (não) identificação deles, bem como a forma de condução das entrevistas. Por ser uma reedição ampliada, Sell apresenta também colocações atuais a respeito do posicionamento do poder público com relação aos homossexuais, destacando investimentos em eventos destinados a esse público, mas também fazendo a ressalva de que boa parte da difícil realidade vivida no momento da condução das entrevistas ainda persiste na atualidade. Ademais, traz colocações acerca da AIDS, já que seu advento no Brasil se deu posteriormente à publicação da primeira edição deste livro. Sobre esse tema, a autora afirma que, apesar de não ser mais possível “associar AIDS com homossexualismo, o estigma, porque de fato é uma marca, permaneceu” (p. 22).

O livro é dividido em duas partes, que, por sua vez, são subdividas em três e cinco capítulos, respectivamente. Na primeira parte, em seu primeiro capítulo, alguns conceitos são discutidos, tais como a formação da identidade, que se dá no meio social,2 visto que esse é anterior ao próprio indivíduo, isto é, há elementos inerentes ao ser humano, mas “a natureza é modelada pelos valores e padrões da cultura” (p. 30). Dessa forma, vemos, no segundo capítulo, que é exatamente no confronto entre o indivíduo e os valores tradicionais de seu grupo social que as divergências e os conflitos surgem. Tendo em vista que vivemos em uma sociedade que, em grande parte, ainda tem a heterossexualidade como único modo legítimo de vivenciar a sexualidade, encontramos aí o cerne da rejeição à homossexualidade, pois é vista como desviante e, portanto, inaceitável. Essa problemática é revelada, no terceiro capítulo, em quinze entrevistas, que foram conduzidas com muito respeito, o que permitiu que os entrevistados falassem de forma aberta sobre suas experiências de vida. Essas entrevistas demonstraram que a homossexualidade é vivida de formas diversas, apesar de várias questões serem compartilhadas por entrevistados que tinham histórias de vida bem diferentes. Além disso, podemos observar a atualidade de várias das questões discutidas nas entrevistas, o que demonstra que muitas preocupações, dificuldades e valores daquela década ainda persistem em nossa sociedade.

Na segunda parte do livro, Sell discute pontos importantes dos relatos, entrelaçandoos com uma discussão teórica leve, porém consistente. No primeiro capítulo, a autora destaca algo que realmente é uma constante nas entrevistas: o fato de a identidade ser formada “na relação do Eu com o Outro” (p. 181), visto que muitos dos entrevistados falaram de suas experiências e opiniões a partir de uma contraposição com a heterossexualidade. Os comportamentos foram descritos como desviantes do esperado pela sociedade, o que causou muita angústia ao se perceberem ‘diferentes’, gerando, ainda, culpa e vergonha pela noção subsequente de anormalidade. Vários entrevistados reforçaram a importância de se aceitarem para que os outros também pudessem aceitá-los. Além disso, a autora levanta a possibilidade de grupos discriminados se unirem para formar uma força maior que suas atitudes individuais,3 já que “a diversidade da natureza humana é maior do que as regras que ela criou” (p. 194). No segundo capítulo, o ocultamento da orientação sexual é apresentado, através das entrevistas, como um elemento fundamental na dinâmica do homossexual com a família e o grupo social, visto que o homossexual, em geral, deixa, no máximo, que desconfiem de sua orientação sexual sem que precise confirmá-la. Nessa reedição, Sell acrescenta que esse ocultamento foi drasticamente reforçado com a disseminação do vírus HIV, que ainda não tinha surgido quando as entrevistas foram feitas. Além disso, atualizando sua publicação, comenta a maior visibilidade do homossexual na TV, mas destaca que nem sempre a maneira como foram representados anteriormente contribuiu para o esclarecimento e a educação da população, e que, apesar de terem sido criados vários grupos de defesa do homossexual, a violência ainda é uma triste realidade a ser combatida. Acrescenta, ainda, que a internet aumentou a possibilidade de encontros e informação, ao mesmo tempo que também criou novos perigos. Por fim, enfatiza que, atualmente, o público gay representa uma fatia do mercado muito valiosa e exigente, e que eles, a partir de uma atuação organizada, também têm exercido justas pressões junto ao poder público para terem seus direitos reconhecidos e defendidos, inclusive o direito referente à união civil, um tema com “forte implicação política na conquista de cidadania por uma parcela significativa da população brasileira, que se reconhece como homossexual”.4 Tal organização é demonstrada pelo fato de que “associações e grupos ativistas se multiplicam pelo País. Atualmente, há cerca de 140 grupos espalhados por todo o território nacional”.5 Contudo, mesmo não tendo sido o foco da autora, também acredito ser importante registrar que essa luta por políticas públicas, apesar de ser muito legítima e dar visibilidade a uma parcela da sociedade organizada, também revela uma incompetência do próprio Poder Legislativo em tratar da questão.

Ainda na segunda parte, em seu terceiro capítulo, há o foco na dinâmica das relações sexuais entre heterossexuais e homossexuais, bem como desses entre si, discutindo-se as diferentes nuances e configurações que tais contatos podem assumir, dentre as quais foi destacada a bissexualidade. Ademais, problematiza-se a divisão entre ativos e passivos como uma reprodução da conhecida separação entre dominador (mais masculino) e dominado (mais feminino). Dessa forma, vê-se que essa divisão de papéis demonstra “a interligação da vida sexual com o contexto cultural e toda a influência sociopolítica da relação entre duas pessoas” (p. 223). No quarto capítulo, Sell afirma que nas entrevistas, independentemente do tipo de relação que era estabelecida, o amor estava “presente como uma possibilidade de paz, de suporte, de satisfação pessoal” (p. 228), apesar dos frequentes desencontros causados, em especial, pela intolerância com essa forma de relacionar-se com o Outro. No último capítulo, em suas considerações finais, mesmo as experiências femininas não constando deste livro, pelo fato da pouca disponibilidade para serem entrevistadas, a autora tece comentários comparativos com a vivência homossexual masculina a partir de apenas três entrevistas com mulheres.

Concluindo, destaco a relevância pública desta obra, visto que “conhecer sobre homossexualidade é conhecer sobre o comportamento heterossexual, pois ambas as formas se encontram ao tentarem se distinguir” (p. 244) e apresentam-se em diversas gradações, evitando-se, assim, o dualismo ‘homossexual e heterossexual’. Contudo, também apresento ressalva à afirmação da autora de que nos grupos de ‘iguais’ não haveria a necessidade de “contínua defesa da identidade” (p. 38), porque há várias identidades homossexuais que precisam, sim, de reafirmação constante mesmo nesses ambientes, tais como a postura estereotipada do masculino (ativo) e do feminino (passivo). A autora encerra sua obra, revisada e ampliada depois de 20 anos de sua publicação, reafirmando a necessidade de um mundo mais justo, com oportunidades de livre expressão do amor e da sexualidade para todos, visto que, mesmo depois de conquistarem um espaço maior de visibilidade e respeito, os homossexuais ainda hoje enfrentam demonstrações de violência e intolerância. Por fim, cabe ressaltar, ainda, que essa mudança, muito mais do que através de leis, mesmo sendo elas essenciais, deve ser promovida por meio da educação e da reavaliação de nossos conceitos e atitudes diante do ser humano – independentemente da especificidade de sua conduta sexual.

Notas

1 Teresa DE LAURETIS, 1991.

2 Mara Coelho de Souza LAGO, 1999.

3 Luiz Fernando Neves CÓRDOVA, 2006.

4 Miriam Pillar GROSSI, 2003, p. 263.

5 CONSELHO NACIONAL DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO, 2004, p. 15.

Referências

CONSELHO NACIONAL DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO. Brasil sem homofobia: Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB e Promoção da Cidadania Homossexual. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.         [ Links ]

CÓRDOVA, Luiz Fernando Neves. Trajetórias de homossexuais na ilha de Santa Catarina: temporalidades e espaços. 2006. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.         [ Links ]

DE LAURETIS, Teresa. “Queer Theory: Lesbian and Gay Sexualities.” Differences: A Journal of Feminist Cultural Studies, Durham: Duke University Press, v. 3, n. 2, p. iii-xviii, 1991.         [ Links ]

GROSSI, Miram Pillar. “Gênero e parentesco: famílias gays e lésbicas no Brasil”. Cadernos Pagu, Campinas: Unicamp, n. 21, p. 261-280, 2003.         [ Links ]

LAGO, Mara Coelho de Souza. “Identidade: a fragmentação do conceito”. In: SILVA, Alcione Leite da; LAGO, Mara Coelho de Souza; RAMOS, Tânia Regina Oliveira (Org.) Falas de gênero: teoria, análises e leituras. Florianópolis: Editora Mulheres, 1999. p. 119-129.         [ Links ]

Fábio Alexandre Silva Bezerra – Universidade Federal de Santa Catarina.

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Homossexualidade e adoção – UZIEL (REF)

UZIEL, Anna Paula. Homossexualidade e adoção. Rio de Janeiro: Garamond, 2007. 224 p. Resenha de: HERRERA, Florencia. Develando prejuicios: ¿Por qué los hombres homosexuales son padres de segunda categoría? Revista Estudos Feministas v.18 n.1 Florianópolis Jan./Apr. 2010.

Tener hijos, en nuestra cultura, es considerado como algo esencial para la realización personal y para la sobrevivencia de la sociedad. Se espera que las parejas, tarde o temprano, se conviertan en padres. Sin embargo, al desear hijos, las personas y parejas homosexuales no se acercan, sino que se alejan de las expectativas sociales. Homosexualidad y parentalidad son vistos como antagónicos e incompatibles por la sociedad. A pesar de ello, no es un hecho nuevo el que gays y lesbianas sean madres y padres, ya sea a raíz de relaciones heterosexuales y, más recientemente, mediante la adopción y las nuevas tecnologías reproductivas.

En su libro Homosexualidad y adopción Anna Paula Uziel, doctora en antropología social y psicóloga social del Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da cuenta de las ideas preconcebidas, los mitos y los miedos que surgen cuando se habla de adopción por parte de homosexuales en el Brasil de hoy. Su análisis le permite interpelar los discursos clásicos sobre la familia para volver a preguntar ¿Qué significa ser padre? ¿Sobre qué base se puede decidir quién será un buen padre? ¿Qué y quiénes constituyen una familia?

Uziel combina dos temas que por sí solos plantean importantes desafíos a las formas tradicionales de hacer familia. Por un lado la adopción, que permite una filiación sin vínculo biológico, es decir, desafía el núcleo de nuestras ideas de lo que es el parentesco.1 Aquí el parentesco se construye mediante el lazo legal y se mantiene a través de los cuidados cotidianos. Históricamente la adopción ha pretendido mantener la ficción de la familia nuclear tradicional creando una representación de una pareja coherente con el modelo biológico básico.2 Por otro lado, la homosexualidad, que hace imposible mantener esta ficción, ya que cuestiona la centralidad del sexo procreativo y la diferencia de sexo como base de la familia.

El libro se divide en dos partes. En la primera, la autora presenta una discusión de los desafíos que plantean los nuevos arreglos familiares. Para esto revisa los elementos que pueden ser un aporte al análisis de los temas centrales del libro – Homosexualidad y adopción – presentes en las familias monoparentales, las familias pluriparentales y las familias recompuestas. Aquí Uziel concluye que sexualidad y parentalidad son esferas distintas de la vida y que las funciones parentales no implican el ejercicio de la sexualidad.

En la segunda parte del libro, Uziel se centra en los elementos que entran en juego en la adopción por parte de personas homosexuales. Para ello se basa en entrevistas realizadas a técnicos y operadores que trabajan en los procesos de adopción y en los documentos de 8 procesos de adopción donde el solicitante es homosexual. Notablemente 6 de estos procesos fueron favorables en su resultado final para los solicitantes. Esto da cuenta de un avance hacia el reconocimiento del derecho de las personas homosexuales a tener hijos.

Uziel realiza un análisis rico y profundo de los discursos y posiciones de psicólogos, asistentes sociales, promotores, defensores públicos y jueces. Creo que es un acierto dar cuenta de las narrativas de estos actores ya que en su actuar cotidiano y en las interpretaciones que hacen de la legislación, ellos están tomando decisiones respecto a quiénes pueden y quiénes no pueden convertirse en padres y por lo tanto, están definiendo qué significa ser un buen padre hoy en Brasil.

La autora analiza no sólo lo explícito en las palabras de sus entrevistados, sino que lee entrelíneas e interpreta también los silencios. De esta forma logra ir más allá del discurso políticamente correcto que le presentan los técnicos y operadores. En un primer nivel éstos son abiertos y tolerantes, pero al observar con más cuidado Uziel devela cómo en las narrativas de estos profesionales surgen los clásicos prejuicios, miedos y mitos asociados con la homosexualidad. Un ejemplo de ello es la recurrente asociación de homosexualidad con promiscuidad.

Resulta provocador el foco del libro en la homoparentalidad masculina. Ya por sí sola la paternidad de un hombre, sin una mujer a su lado, resulta controversial. La crianza de los hijos está tradicionalmente asociada a lo femenino. Es curioso como los técnicos resaltan características femeninas y maternales de los adoptantes homosexuales para argumentar su idoneidad como padres. De alguna manera, a sus ojos, la orientación sexual de estos candidatos a padres los acerca a la figura maternal y, por lo tanto, los hace más capaces de asumir la paternidad. Sería interesante poder comparar qué pasa con las solicitudes de mujeres lesbianas para adoptar. ¿Está el tema de su sexualidad igualmente presente en los procesos de adopción? ¿Son menos cuestionadas al ser mujeres?

Es revelador que técnicos y operadores tiendan a cuestionar más la homoparentalidad en pareja que la paternidad individual de hombres homosexuales. El sentido común indica que es menos difícil criar un hijo entre dos y que para el niño es mejor tener dos personas que lo quieran, lo guíen y lo protejan. Sin embargo, la sexualidad, que puede ser invisibilizada en el caso de adoptantes individuales, pasa a ocupar un lugar central cuando se trata de una pareja de personas del mismo sexo. Se desprende de los discursos de los entrevistados y del análisis de los procesos que la sexualidad homosexual sigue siendo considerada algo sucio, desviado y con un alto potencial de contaminar a las personas que están cerca de ella, especialmente a los niños.

A lo largo de las páginas del libro de Uziel hay una pregunta que persiste ¿Cuál es la pertinencia de hablar de sexualidad cuando se trata de parentalidad? De acuerdo con los resultados de su investigación el tema de la sexualidad surge sólo cuando el que solicita la adopción es homosexual. La autora se pregunta ¿influye la orientación sexual en la capacidad de criar niños? O ¿existe una manera de ser padre diferente si se es homosexual o heterosexual? ¿Está relacionado el ejercicio de la parentalidad con la sexualidad? ¿Tiene sentido hablar de homoparentalidad? Creo que la autora toca aquí un tema clave para los estudios de familia y homosexualidad.

Un argumento para esgrimir que la homosexualidad y la parentalidad están relacionadas es que es en la familia y son los padres los que transmiten modelos de género y también sexuales a sus hijos. Los principales referentes de género y de relaciones de pareja que los niños tienen son entregados por sus padres. Sin embargo, aún sosteniendo la pertinencia de hablar de homoparentalidad cabe preguntarse ¿por qué el modelo de pareja homosexual es un mal modelo para los niños? Lo que está detrás es la idea de que la homosexualidad es algo desviado, negativo y que debe ser evitado. Al parecer, pesar de los avances respecto a la tolerancia a la diversidad sexual en Brasil, no se ha logrado construir una imagen positiva del ser homosexual. Esto está claramente reflejado en el análisis de los procesos y las entrevistas realizadas por Uziel.

Los padres homosexuales pueden cumplir todas las funciones tradicionalmente atribuidas a la parentalidad (socialización, cuidados, entrega de una identidad, protección, afectividad, etc.) Y, como señala Uziel, en muchos sentidos una pareja homosexual que cría un hijo no se distancia demasiado de la familia nuclear tradicional. En ambos casos la pareja conyugal es la misma que la pareja parental (entendida esta última como los padres que crían al niño).3

Uziel aborda lúcidamente un tema trascendental tanto para los estudios de familia como para nuestras sociedades. El reconocimiento legal y judicial de los vínculos entre padres homosexuales y sus hijos es vital para alcanzar el reconocimiento social. Hequembourg y Farrell4 señalan que a los padres y madres de mujeres lesbianas que no han adoptado legalmente a sus hijos no biológicos les es más difícil sentirse abuelos ya que sienten que el vínculo con sus nietos es más precario. No se debe olvidar que las familias constituidas por personas homosexuales se inscriben en contextos más amplios de familia extensa (abuelos, tíos y primos), instituciones escolares, instituciones de salud, etc. La plena aceptación por parte de estos contextos es vital para el desarrollo sano y feliz de los niños adoptados por personas homosexuales.

Creo que Uziel acierta al comparar la homoparentalidad con el divorcio, un cambio ahora asimilado pero que en su momento causó mucho revuelo y sin duda es una transformación importante en las formas que puede tomar la familia. El libro Homosexualidad y adopción es un gran aporte que nos ayuda a comprender las resistencias que encuentran las nuevas formas de construir familia.

Notas

1 David SCHNEIDER, 1980.

2 Anne CADORET, 2003.

3 CADORET, 2003; y Florencia HERRERA, 2009.

4 Amy HEQUEMBOURG y Michael FARREL, 1999.

Referencias

CADORET, Anne. Padres como los demás: homosexualidad y parentesco. Barcelona: Gedisa, 2003.         [ Links ]

HEQUEMBOURG, Amy; FARRELL, Michael. “Lesbian Motherhood: Negotiating Marginal-mainstream Identities.” Gender and Society, v. 13, n. 4, p. 540-557, 1999.         [ Links ]

HERRERA, Florencia. “Tradition and Transgression: Lesbian Motherhood in Chile.” Sexuality Research & Social Policy: Journal of NSRC, University of California Press, v. 6, n. 2, p. 35-51, 2009. ISSN 1553-6610.         [ Links ]

SCHNEIDER, David. American Kinship: A Cultural Account Second Edition. London: The University of Chicago Press, 1980.         [ Links ]

WEEKS, Jeffrey; HEAPHY, Brian; CATHERINE, Donovan. Same Sex Intimacies: Families of Choice and Other Life Experiments. London: Routledge, 2001.         [ Links ]

WESTON, Kath. Families We Choose: Lesbians, Gays, Kinship. New York: Columbia University Press, 1991.         [ Links ]

Florencia Herrera – Universidad Diego Portales, Chile.

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