Roundtable Review do livro “Juca Paranhos: o Barão do Rio Branco”, de Luis Cláudio Villafañe Gomes Santos | Meridiano 47 | 2019

O periódico Meridiano 47 (Journal of Global Studies) foi um dos primeiros periódicos científicos completamente digitais na área de humanas no Brasil. Criada em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Relações Internacionais – IBRI, Meridiano 47 complementava a missão editorial da sua irmã mais velha, a consolidada Revista Brasileira de Política Internacional, estabelecida em 1958. Nos seus anos iniciais, a publicação funcionou como um boletim para a divulgação de peças de opinião, publicando também resenhas de livros e artigos de resenhas.

A revista fez parte de uma geração de experimentos editoriais digitais que floresceram no projeto RelNet (Rede Brasileira de Relações Internacionais), um grande projeto de divulgação científica estabelecido na Universidade de Brasília em 1998, nos primórdios da internet no Brasil. Meridiano 47 é a sobrevivente de uma geração de experimentos de publicação científica auspiciosa, pensada para veiculação exclusivamente on line e em RelNet, lançada anos antes da multiplicação de revista que foi facilitada e impulsionada pelo modelo de publicação do acesso aberto. Faziam parte desse conjunto de experimentos editoriais nascidos no contexto do RelNet a Revista Cena Internacional e o Boletim Via Mundi, ambas editadas no então Departamento de Relações Internacionais da UnB, e já extintas. Leia Mais

11 de setembro de 2001: os Estados Unidos, o terrorismo e a globalização | Meridiano 47 | 2011

O segundo semestre de 2011 trouxe importante efeméride para a política internacional: em setembro, registrou-se o primeiro decênio dos atentados terroristas de fundamentalistas islâmicos a duas cidades dos Estados Unidos: Nova York, centro financeiro, e Washington, sede política.

O ataque simbolizou o fim da crença da inviolabilidade do território norte-americano. Durante quase duzentos anos, a parte continental do país permaneceu preservada de investidas de caráter ideológico – a última havia sido na Guerra de 1812 com a Grã-Bretanha. Outrossim, ele significou viabilizar a execução da denominada guerra preemptiva, isto é, a do ataque amparado na possibilidade eventual de agressão de um adversário de médio porte, na melhor das hipóteses. A II Guerra do Golfo, iniciada em março de 2003, foi o primeiro caso – diante da suposta existência de armas de destruição em massa por parte da ditadura iraquiana e do possível emprego contra a população norte-americana, Washington, a despeito da ferrenha oposição da comunidade internacional, empreendeu o confronto, de escassos resultados positivos. Leia Mais

Mercosul: a trajetória em formação | Meridiano 47 | 2011

O primeiro semestre de 2011 trouxe importante efeméride para os países do Cone Sul: em março último, celebraram-se as duas primeiras décadas de existência de um portentoso projeto de integração regional, ainda que assinalado em seu início por caráter essencialmente econômico.

Após décadas de desconfiança entre si, marcada por eventos distintos ao longo do tempo como a Crise de 1929, a ascensão do populismo nos anos 30 e 40, o advento da Guerra Fria e, por último, a existência das ditaduras militares entre as décadas de 50 e 80, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai conseguiram firmar em 1991 a primeira institucionalização robusta de um arranjo diplomático que desaguaria no Mercado Comum do Sul (Mercosul). Leia Mais