Corpos femininos livres, escravizados ou submissos de diversos tempos e espaços/ Revista Brasileira de História & Ciências Sociais/2022

Ao longo da história, o corpo da mulher vem sendo alvo de inúmeros discursos e tratamentos dados pelas instituições religiosas, sanitárias e jurídico-políticas e pelas sociedades nas quais ela se insere, sendo que sobre ele incidiu/incide o olhar masculino e, também, o feminino. Livre ou escravizado, o corpo feminino sofreu/sofre políticas de alinhamento ao modelo civilizacional e à moral religiosa hegemônicos direcionados à contenção das sensações, dos desejos e das maneiras tradicionais de colocar-se no mundo físico e espiritual. Por outro lado, muitas mulheres têm seus corpos marcados por processos étnicos de construção de seus corpos a partir de práticas culturais específicas, que, na maioria das vezes, implicam em submissão revestida de violência e invisibilidade. A resposta feminina a esses processos sociais tem sido múltipla e multifacetada, indo da acomodação à resistência, expressas nas mais variadas formas. O presente dossiê reúne estudos que, contemplando diversas espacialidades e temporalidades, versam sobre a construção social do corpo/corporeidade das mulheres, não descuidando da resposta dada por elas a esse fenômeno. Leia Mais

Espaços-tempos, saberes e vivências Kanhgág (Kaingang) | Revista Latino-Americana de História | 2021

Camila dos Santos e Silva com seu filho Kaingang
Camila dos Santos e Silva com seu filho – Povo Kaingang, do Paraná | Foto: Patrícia Carvalho

A Revista Latino-Americana de História (RLAH) vinculada ao corpo discente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos/RS), em seu número 26 (volume 10), com muita alegria apresenta edição dedicada ao povo Kanhgág. Desde a capa, dossiê, artigos e entrevistas, todos os materiais versam sobre aspectos da vida e pensamento kanhgág. Com exceção de um texto, submetido em 2020 e aprovado anteriormente à abertura da chamada para o dossiê, porém, inserido na proposta e contando com a aprovação do coordenador, a edição n.26 foi composta a partir da proposta: “Espaços-tempos, saberes e vivências Kaingang” coordenado pelo professor Kanhgág Dr. Bruno Ferreira, referência nas lutas e vitórias em relação à educação intercultural e diferenciada Kanhgág. Bruno é formador de outros formadores kanhgág e grande inspiração para quem almeja e age para a afirmação do direito à educação diferenciada.

Nesse sentido, acreditamos ser fundamental, para a realização de interculturalidades críticas, a ocupação de espaços acadêmicos por intelectuais indígenas para que, assim, possam trazer, divulgar e afirmar seus posicionamentos científicos. Portanto, é com esse objetivo que apresentamos a edição n. 26: Leia Mais