História, Teatro & Imagem | ArtCultura | 2011

Esta edição da ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte, serve, em parte, como um termômetro de diferentes frentes de pesquisa em que vêm atuando muitos dos nossos colegas que incursionam pelos domínios da história, sejam eles ou não historiadores de ofício. As referências acionadas são as mais diversas, compondo, portanto, um mosaico temático que expõe a carne viva da História, que oferecemos, com prazer, à degustação dos nossos leitores.

Se, nas revistas n. 11, 15 e 19, acolhemos três dossiês de caráter geral sobre História & Teatro, agora, ainda sob a organização de Kátia Rodrigues Paranhos, professora do Instituto de História da UFU e co-editora da ArtCultura, chegou a hora calibrar o foco de análise em torno da inter-relação entre História, Teatro & Imagem. Neste caso específico, o minidossiê aqui apresentado reúne três colaborações que revelam as relações viscerais mantidas entre teatro e cinema no fazer teatral e, assim, abrem espaço para revisitarmos questões que dizem respeito ao mundo das imagens e suas tecnologias.

Na seqüência, a antropóloga Santuza Cambraia Naves, docente da PUC-Rio e integrante do conselho consultivo da ArtCultura, aborda, na seção Palestra, as intricadas teias que enredam a prática da tradução à maneira do etnógrafo-escritor e do escritor-etnógrafo. Em Tradução, contamos com uma contribuição de Karen Offen, pesquisadora vinculada à Stanford University, de Palo Alto, EUA, que, ao discutir certas questões que envolvem os estudos referentes às relações de gênero, retoma tema de sua especialidade, com base em sua experiência de pesquisa sobre os feminismos europeus.

Como uma rosa-dos-ventos que gira em direções variadas, a seção Artigos exibe uma fatura pluritemática. Seu ponto de partida é a música popular brasileira na Argentina e o canto orfeônico no Brasil. Em seguida, história e imagens marcam, de novo, sua presença neste número, ao lado de aspectos diversificados ligados à criação artística, que vão do corpo-dispositivo a ficções cinematográficas imaginadas e documentadas, e enfocam as aproximações possíveis entre cinema e arquitetura. A literatura de extração popular, consubstanciada em Diário de despejo, é alvo de outro texto recebido dos EUA, que, de alguma maneira, mesmo que por fios tênues, se conecta com a cultura popular capturada nos botecos de uma cidade mineira. Por último, mais duas colaborações internacionais procedentes da Argentina e da Espanha se voltam para problemas que enfeixam cultura e política ao tratarem da produção cultural de duas organizações guerrilheiras no país vizinho e do panorama curatorial na Jamaica pós-colonial.

Chico Buarque, compositor, cantor, músico, letrista, poeta, escritor (é melhor parar por aqui…), dá o tom, direta e indiretamente, das duas resenhas que fecham esta edição. Uma, sobre um livro que toma emprestado o título de uma de suas canções vetadas pela ditadura militar para falar da resistência nos Estados Unidos a um regime que, ao contrário ao que se disse recentemente, nada teve de brando. Outra, sobre um livro que tematiza a vida e a obra de Chico, que, singelamente, afirmou, um dia, querer ser reconhecido pela posteridade apenas como um sambista…

Cheguem-se a nós e desfrutem a revista.


Organizadora

Kátia Rodrigues Paranhos – Professora do Instituto de História da UFU e co-editora da ArtCultura.


Referências desta apresentação

PARANHOS, Adalberto; PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v. 13, n. 23, p. 5-6, jul./dez. 2011. Acessar publicação original [DR]

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