Religiões, religiosidades e biografias: indivíduos e crenças / Revista Brasileira de História das Religiões / 2016

Caro leitor,

A Chamada Temática, aqui publicada, consiste em estabelecer a importância dos estudos biográficos para o estudo das religiões, religiosidades e crenças. Enfatizamos a importância em investigar a trajetória do sujeito concreto, inserido na história, com capacidade de influenciar o meio no qual vive ou viveu. A partir do estudo de biografia e contexto (LEVI, 1998), destacamos a singularidade dessas trajetórias, relacionando o individual com o contexto histórico. Este indivíduo é / foi alguém atuante, pertence a uma crença instituída que lhe dá / deu suporte e permite / permitiu seu discurso e sua prática como tradução do grupo ao qual pertence / pertencia. Quando o indivíduo fala a partir de sua adesão religiosa o faz utilizando códigos referenciais, morais, comportamentais do grupo em que é elemento participante. Utilizar a biografia como documento implica relacionar a história do indivíduo ao seu papel enquanto agente histórico, de intermediário entre as crenças instituídas pelo grupo, do qual participa, e as práticas na sociedade em que vive. Nossa proposta foi materializada nos sete artigos que compõem a Temática.

Maria Betania Albuquerque e Dannyel Teles de Castro analisam a trajetória de vida e os saberes construídos por Rosalina, uma curadora da ilha de Colares, no Pará e como ocorrem os processos de construção e transmissão desses saberes. As práticas de cura realizadas por Rosalina englobavam elementos de diversas tradições (umbanda, esoterismo, Nova Era) configurando um hibridismo religioso e um constante processo de bricolagem de seus saberes.

André Leonardo Chevitarese e Rodrigo Pereira abordam a trajetória de vida de Joãozinho da Gomeia, dirigente de uma casa de candomblé fluminense de origem interétnica Angola que funcionou entre a década de 1940 até 1971, no Rio de Janeiro.

A biografia de Jacobina Maurer, conhecida como a principal liderança do movimento Mucker, do Rio Grande do Sul é abordada por Haike Roselane Kleber da Silva.

Edilece Souza Couto analisa a trajetória de Dom Jerônimo Tomé da Silva, segundo arcebispo do período republicano na Bahia (1893-1924) no contexto das mudanças socioeconômicas e religiosas da primeira república.

Magno Francisco de Jesus Santos discute a trajetória polissêmica do arcebispo Dom Luciano José Cabral Duarte, a partir de seu envolvimento com os camponeses da região da Cotinguiba, em Sergipe nas ações de reforma agrária na década de 1960 e suas relações com o Governo Militar.

O artigo de Elisangela Oliveira Ferreira apresenta a trajetória do missionário negro, João de Deus Penitente, que pregou em uma vasta região das capitanias de Minas Gerais, Bahia e Sergipe, no século XVII. Sua motivação era ensinar a doutrina cristã aos seus “irmãos pretos” que, de acordo com ele, viviam pelo interior do Brasil desamparados da fé católica.

Wilton Carlos Lima da Silva Lima Silva, Rogério de Carvalho Veras analisam e estabelecem analogias entre biografias protestantes e discurso hagiográfico de longa tradição na literatura cristã, a partir de três biografias de protestantes brasileiros publicadas entre 1935-1950.

Finalizando a edição temos artigos livres e resenha.

Agradecemos a todos os autores que enviaram suas contribuições e desejamos boa leitura!

Solange Ramos de Andrade

Renata Siuda-Ambroziak

Organizadoras


ANDRADE, Solange Ramos de; SIUDA-AMBROZIAK, Renata. Apresentação. Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá, v.9, n.26, set. / dez., 2016. Acessar publicação original [DR]

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Vida e Morte nas Religiões e nas Religiosidades / Revista Brasileira de História das Religiões / 2014

Caro leitor, é com imensa satisfação que apresentamos a edição de número 18, ano de 2014, da Revista Brasileira de História das Religiões!

Iniciamos o ano, apresentamos um Dossiê sobre Vida e Morte nas Religiões e nas Religiosidades!

Os artigos que compõem o Dossiê são resultados de conferências e mesas-redondas apresentadas durante o III Simpósio do GT História das Religiões e das Religiosidades da Associação Nacional de História (GTHRR-ANPUH) – Regional Sul, realizado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), de 5 a 7 de novembro de 2013.

Vida e Morte nas Religiões e nas Religiosidades foi o tema desta edição do encontro, que oportunizou produtivas discussões, agregando significativas contribuições às nossas pesquisas e à nossa atuação docente.

O primeiro artigo, Viver e morrer entre irmãos: as irmandades e ordens terceiras de Salvador-BA, de Edilece Souza Couto, foi apresentado na conferência de encerramento do evento e trata da vivência religiosa dos católicos de Salvador nos séculos XVIII e XIX e como esta foi marcada pelas devoções leigas, em especial, as irmandades.

Versando sobre “Religião e Política: biografias, mitos e ritos”, têm-se o artigo O campo religioso sul rio-grandense e a politica de ressemantização da devoção Mariana escrito por Marta Rosa Borin. Ao estudar a devoção a Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças e como esta surgiu no Rio Grande do Sul a partir dos episódios político-militares de 1930, na cidade de Santa Maria, a autora analisa as estratégias do clero sul rio-grandense para consolidar essa devoção no Estado, bem como as motivações para a promoção desta invocação mariana à padroeira do Estado e dos operários.

O terceiro artigo, Vida, morte e ritos de iniciação nas crenças afro-brasileiras por meio de Nina Rodrigues, de Vanda Fortuna Serafim, aborda os “Ritos de Vida e Morte”, atentando as religiões afro-brasileiras por meio dos escritos de Nina Rodrigues. A atenção volta-se aos ritos iniciáticos e às práticas e ritos funerários afro-brasileiros.

O tema “Vida e Morte na Literatura e na História” conta com duas contribuições. A primeira delas, de Aline Dias da Silveira, intitula-se A Morte e a Iniciação Feminina nos Lais de Maria de França e analisa as representações do imaginário feminino sobre a morte na literatura medieval, especificamente, no a lai de Yonec de Maria de França (séc. XII), no qual é possível identificar uma estrutura narrativa mais antiga, de feições míticas. Salma Ferraz, por sua vez, trata da morte na teologia, na mitologia, entre os intelectuais, na arte tumular, na fotografia post mortem, na poesia e na literatura, no artigo A morte nas artes.

Por fim, apresentamos mais duas contribuições que se propõem a pensar “Espaços de Vida e Morte”. Em Prantear os mortos, celebrar a vida: repensando espaços, ritos e protagonistas na América colonial (séculos XVI e XVII), Eliane Cristina Deckmann Fleck, analisa as primeiras impressões que cronistas leigos e missionários formularam sobre as expressões de sensibilidade e de religiosidade dos indígenas Tupi-guarani, em especial, daquelas relacionadas ao festejar e aos lamentos fúnebres. Já Sylvio Fausto Gil Filho, em Conformação simbólica dos espaços da vida e da morte: uma aproximação teórica, a partir de uma aproximação teórica específica com a Filosofia das Formas Simbólicas de Ernst Cassirer (1874-1945), propõe a passagem da ontologia espacial imediata para uma epistemologia do espaço como modo de interpretação do mundo da cultura.

Há de destacar, neste Dossiê, o profícuo debate travado entre pesquisadores e professores das áreas de História, Literatura e Geografia, reiterando a proposta interdisciplinar do GT História das Religiões e Religiosidades –ANPUH. Na sessão Artigos Livres contamos, ainda, com mais quatro artigos inéditos!

O primeiro deles, O martírio no contexto da Companhia de Jesus: a parénese do padre Antônio Vieira, de Fernanda Santos, pretende mostrar como o padre Antônio Vieira consegue articular algumas concepções em sua sermonária, com a eloquência de seu raciocínio católico-cristão e a engenhosidade do seu discurso, sem deixar de ter em vista os objetivos e o ideário missionário e universalizante da Companhia de Jesus.

Ivana Guilherme Simili, em Memórias da dor e do luto: as indumentárias políticoreligiosas de Zuzu Angel, busca pensar as relações das mulheres com as roupas e com a moda política e religiosa por meio da trajetória da mãe e estilista Zuzu Angel. O enfoque privilegia como a cultura das mulheres, da moda e da religião foram apropriadas e significadas pela personagem, para simbolizar e expressar, por intermédio da costura e do bordado, a dor e o luto, em razão da morte do filho pela ditadura militar.

A terceira contribuição, Em nome do direito à vida: o aborto nos documentos pontifícios dos anos 1980, de Aline Roes Dalmolin, analisa as percepções sobre aborto em documentos oficiais católicos publicados nos anos 1980.

No último artigo desta edição, Mercado religioso e as denominações afro-brasileiras numa cidade catarinense, Gerson Machado apresenta reflexões sobre o processo de constituição do mercado religioso na Cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina, no período compreendido entre os anos 1980 e 2000.

Encerrando o quadro da Revista, contamos com uma resenha da obra de Tracey Rowland, de 2013, A fé de Ratzinger – a teologia do Papa Bento XVI, enviada por Edison Minami.

Além da estrutura tradicional, nesta edição, a RBHR apresenta os Anais do III Simpósio do GT História das Religiões e das Religiosidades da Associação Nacional de História (GTHRR-ANPUH) – Regional Sul. Os textos são resultados das discussões e apresentações de trabalhos nas três tardes do evento por meio dos Simpósios Temáticos.

Desejamos a todos uma boa leitura!

Vanda Fortuna Serafim

Solange Ramos de Andrade


ANDRADE, Solange Ramos de; SERAFIM, Vanda Fortuna. Apresentação. Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá, v.6, n.18, Jan., 2014. Acessar publicação original [DR]

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Memória e Narrativas nas Religiões e nas Religiosidades / Revista Brasileira de História das Religiões / 2013

Há cerca de dois anos, por ocasião do III Encontro do GT História das Religiões e das Religiosidades, que ocorreu em Florianópolis, surgiu a proposta de o IV Encontro se realizar na UNISINOS. O I, o II e o III encontros realizados em Maringá, Franca e Florianópolis trataram de temas como “Identidades Religiosas e História”, “Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas” e “Questões Teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades”. Já para o IV, o tema proposto foi “Memórias e narrativas nas religiões e religiosidades”.

O desafio lançado pela Coordenação do GT História das Religiões e das Religiosidades em outubro de 2010 foi aceito pelo Programa de Pós-Graduação em História da Unisinos, assim como pelos demais parceiros, que foram sendo agregados ao longo dos anos de 2011 e 2012.

Vale lembrar que em 2012, foram celebrados os 50 anos da realização do Concilio Vaticano II convocado em 1962, pelo Papa João XXIII, que representou uma atualização da Igreja Católica ao mundo moderno. Este evento teve suma importância na renovação da comunidade católica mundial e modificou a caminhada da mesma no Brasil. Dentre suas determinações destacam-se a legitimação do papel dos leigos na evangelização em áreas de difícil acesso e a substituição do latim pela língua vernácula tornaram a Igreja mais próxima do povo e mais atenta aos problemas sociais que a América Latina enfrentava nesse período. Em 2012, também foi comemorado o centenário da obra clássica de Emile Durkheim, “As Formas Elementares da Vida Religiosa”, livro que é um dos marcos fundadores dos estudos de Antropologia na Escola Francesa e das Ciências Sociais da religião.

Inserido neste contexto, o IV Encontro do GT ANPUH-Nacional História das Religiões e das Religiosidades, que ocorreu na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) de 07 a 09 de novembro de 2012, efetivamente, oportunizou aos pesquisadores e comunidade em geral um espaço de diálogo, aprendizado e troca de experiências e conhecimentos sobre as religiões e religiosidades, instigando-os a refletirem criticamente sobre as posturas de indivíduos e grupos religiosos em suas ações nos âmbitos religiosos, culturais, políticos e sociais. E ainda, sobre a importância de uma prática cidadã valorativa das diferenças sociais e políticas em nosso país para, desta forma, evidenciar a relevância de análises interdisciplinares sobre a temática das religiões e das religiosidades.

A quarta edição do GT História das Religiões e das Religiosidades – Memórias e Narrativas nas Religiões e Religiosidades reuniu pesquisadores de renome e jovens pesquisadores graduandos, pós-graduandos, mestres e doutores em História, Ciências Sociais, Filosofia, Teologia, Educação e Antropologia de várias regiões do Brasil (RS, SC, PR, SP, RJ, MG, BA, PE, PI, MA, AM e MS) e, pela primeira vez, de pesquisadores da Argentina, da Bolívia, do Uruguai e, inclusive, da Polônia, que, ao longo de três dias tiveram a oportunidade de compartilhar suas pesquisas, projetos de investigação e estudos mais consolidados.

Neste dossiê apresentamos 16 Artigos, 3 Comunicações e 1 Resenha, selecionados pelo Conselho Editorial da RBHR e que representam a importância dos encontros do GT e da publicação dos melhores trabalhos apresentados.

Boa Leitura!

Eliane Cristina Deckman Fleck

Solange Ramos de Andrade

Organizadoras do Dossiê

FLECK, Eliane Cristina Deckman; ANDRADE, Solange Ramos de. Editorial. Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá, v.5, n.15, Jan., 2013. Acessar publicação original [DR]

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Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades – II / Revista Brasileira de História das Religiões / 2012

A Revista Brasileira de História das Religiões tem a satisfação de publicar a segunda parte do Dossiê dedicado ao tema Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades. Este volume recolhe os trabalhos apresentados sob forma de conferencias ou mesas redondas, no III Encontro do GT Nacional de História das Religiões e das Religiosidades, ocorrido entre os dias 20 e 22 de outubro de 2010, na Universidade Federal de Santa Catarina. Como nas duas oportunidades anteriores, o evento reuniu pesquisadores altamente gabaritados e um público qualificado, com o comum interesse no estudo da História das Religiões e das Religiosidades.

Quanto à temática, “Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades”, tratou-se de uma escolha pertinente devido à necessidade encontrada por todos nós de uma reflexão mais sistemática sobre um assunto de capital importância para a pesquisa e ensino. Tratar de religiões e religiosidades é abrir-se a uma discussão extremamente complexa, na qual não faltarão opiniões divergentes, opções teóricas antagônicas e contribuições não redutíveis à pesquisa histórica. A diversidade é sempre bem vinda e o debate acadêmico, sempre necessário.

O presente Dossiê está composto de duas conferências e cinco mesas redondas, totalizando quiinze contribuições inéditas de pesquisadores reconhecidos por seus trabalhos em suas áreas de pesquisa.

Reproduzimos abaixo, o discurso de abertura do Encontro, proferido pelo Prof. Dr. Artur Cesar Isaia:

Saudamos a todos que participaram do III Encontro Nacional do GT História das Religiões e das Religiosidades, da ANPUH, que foi pensado tendo justamente vocês como parâmetro e como motivação principal. Esse Evento é de todos nós, ele existe em função de nós e sua razão de existir é justamente o atendimento às nossas demandas. Daí a temática desta edição “Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades”.

Este tema foi sugerido após discussões coletivas no II Encontro realizado em Franca, na UNESP. Assim como foi escolhida a UFSC e a cidade de Florianópolis como sede do evento quero dizer que essa escolha encheu de orgulho a comunidade acadêmica da UFSC, pelo carinho e pela confiança com que o nome de nossa Universidade foi lembrado. Quero dizer, igualmente, que trabalhamos muito para que as expectativas de vocês não ficassem aquém desta edição do Evento.

Sabemos bem da responsabilidade que é sediar este III Encontro do GT História das Religiões e das Religiosidades – ANPUH . Responsabilidade pela qualidade acadêmica dos associados ao GT História das Religiões da ANPUH. Responsabilidade pela qualidade acadêmica daqueles que mesmo não fazendo parte deste Grupo de Trabalho, com ele colaboram sempre, seja tomando parte ativa neste Evento, seja publicando na Revista Brasileira de História das Religiões, seja nas muitas maneiras informais de diálogo acadêmico que tanto acrescentam à nossa vivência profissional.

Este III Encontro Nacional de História das Religiões e das Religiosidades não poderia ter acontecido sem o concurso valioso do CNPq, da CAPES, da Fundação Cultural de Joinville, da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC. Desde já nosso reconhecimento muito especial a essas instituições e eu aqui faço este agradecimento em nome da Comissão Organizadora e, certamente, de todos os participantes deste Encontro.

Desejamos, a todos, uma boa leitura!

Artur Cesar Isaia

Solange Ramos de Andrade

Ivan A. Manoel

Organizadores do Dossiê

ANDRADE, Solange Ramos de; MANOEL, Ivan A.; ISAIA, Artur Cesar. Editorial. Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá, v.5, n.14, set., 2012. Acessar publicação original [DR]

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Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades – I / Revista Brasileira de História das Religiões / 2011

A Revista Brasileira de História das Religiões tem a satisfação de iniciar 2011 com um Dossiê dedicado ao tema Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades. Este volume recolhe alguns dos trabalhos apresentados no III Encontro do GT Nacional de História das Religiões e das Religiosidades, ocorrido entre os dias 20 e 22 de outubro de 2010, na Universidade Federal de Santa Catarina. Como nas duas oportunidades anteriores, o evento reuniu pesquisadores altamente gabaritados e um público qualificado, com o comum interesse no estudo da História das Religiões e das Religiosidades.

Quanto à temática, “Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades”, tratou-se de uma escolha pertinente devido à necessidade encontrada por todos nós de uma reflexão mais sistemática sobre um assunto de capital importância para a pesquisa e ensino. Tratar de religiões e religiosidades é abrir-se a uma discussão extremamente complexa, na qual não faltarão opiniões divergentes, opções teóricas antagônicas e contribuições não redutíveis à pesquisa histórica. A diversidade é sempre bem vinda e o debate acadêmico, sempre necessário.

O material aqui apresentado permite chegar a um público mais amplo uma parte do que foi o Encontro. Além dos textos inéditos dos coordenadores de Simpósios, contamos com duas resenhas. No link Publicações, estão os Anais do III Encontro, com textos completos de alguns dos trabalhos apresentados e enviados à Comissão Organizadora em tempo hábil.

O texto que abre este número da RBHR intitula-se Autobiografias Eclesiásticas: para além da representação de si, no qual Virgínia Albuquerque de Castro Buarque reconstitui as especificidades históricas e textuais da autobiografia eclesiástica católica, mediante sua contraposição a gêneros afins, como a hagiografia e a autobiografia laica.

No texto seguinte, Missionárias protestantes americanas (1870 – 1920): gênero, cultura, história, Eliane Moura da Silva trata as relações entre religião, cultura e papéis de gênero entre 1870 e 1920 tendo como objeto de estudo as missionárias protestantes americanas durante colonialismo e imperialismo.

Mario Teixeira de Sá Junior contribui em Fé cega justiça amolada. os discursos de controle sobre as práticas religiosas afrobrasileiras na República (1889 / 1950) ao abordar os mecanismos que a nascente república brasileira construiu para limitar a laicização do Estado brasileiro contido nas Constituições a partir de 1891, mais especificamente em seu artigo 11 parágrafo 2.

Patrícia Carla de Melo Martins em Padroado Régio no auge do Império brasileiro demonstra a importância do ensino jurídico para a legitimação do Padroado Régio brasileiro, entre as décadas de 1850 e 1870. A utilização da Filosofia Neotomista nas concepções de Direito Natural Positivo, nas Faculdades de Ciências Jurídicas, apresenta-se como hipótese.

O artigo Religiões afro-brasileiras e ética ecológica: ensaiando aproximações, de Antonio Giovanni Boaes e Rosalira dos Santos Oliveira, parte das conclusões de uma pesquisa realizada nas cidades de Recife e João Pessoa e analisa o modo como é percebida a relação entre a natureza e a religião na concepção dos adeptos de religiões afro-brasileiras, focalizando, particularmente, as diferentes formas de identificação entre as divindades e a natureza e a (possível) contribuição da cosmovisão religiosa afro-brasileira para a constituição de uma ética ecológica.

O sexto artigo é de Simone Becker, Entre a História e o Direito, entre humanos e inumanos: o que é que o discurso jurídico tem que só ele detém… e discute as “violências das representações” perpetradas pelos discursos jurídicos (sentenciais), cujas conseqüências extrapolam o contexto dos autos de um processo.

O trabalho de Salma Ferraz Santa Ceia profana analisar algumas paródias do quadro de Leonardo da Vinci, A Santa Ceia, conhecida em italiano como L’Ultima Cena ou Il Cenacolo, pintada em 1495-1497. Junto com o quadro Mona Lisa, Gioconda (1503-1507), também de Da Vinci, são uns dos quadros mais parodiados na estória da arte.

Em História ou Sociologia? A ética protestante e o ‘espírito’ do capitalismo em debate Carlos Eduardo Sell retoma as polêmicas e contextualiza o debate acerca do texto mais conhecido de Max Weber atentando a vinculação estabelecida por Weber entre determinadas formas de conduta religiosa e seus reflexos na esfera econômica já engendrava polêmicas logo após a publicação do livro deste pensador.

Contamos ainda com o trabalho de José Rodorval Ramalho, Igreja católica, moral econômica e modernidade, que procura analisar a hipótese de que a Igreja Católica vem aprimorando a sua análise do ambiente capitalista moderno de maneira progressiva, a partir da leitura do texto que comemorou 100 anos da Rerum Novarum, a encíclica Centesimus Annus, assinada pelo Papa João Paulo II.

Rodrigo Portella no artigo Reflexos no espelho: reflexão sobre as Ciência(s) da(s) Religião(ões) nos programas de pós-graduação brasileiros reflete sobre um pouco do debate que se trava nos meios acadêmicos a respeito da identidade acadêmica da(s) Ciência(s) da(s) Religião(ões), particularmente no ambiente da pós-graduação.

Deus é mais: a supremacia da fé evangélica na ótica dos Atletas de Cristo da autoria de Reinaldo Olécio Aguiar busca as raízes de uma interpretação religiosa do esporte e sua conseqüente compreensão da supremacia da “fé evangélica” em relação às outras ofertas simbólicas, provenientes de outras religiões.

Mauro Passos, no artigo Lá vem a Bandeira… os Reis e seus atores, faz um estudo das “Folias de Reis”, particularmente em duas cidades do interior de Minas Gerais. O autor utiliza os procedimentos metodológicos da história oral, através de um conjunto de depoimentos, considerando que a religiosidade faz parte da cultura das classes populares, seu estudo é um importante instrumento para a compreensão das raízes culturais e históricas do povo brasileiro.

Por fim, em Festa católico-carismática e pentecostal: consumo e estética na religiosidade contemporânea, Emerson Sena da Silveira, discute as relações entre religião, consumo e estética a partir de dois estudos de caso na cidade de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, Brasil. Reflete, ainda, sobre duas singulares manifestações festivas de importantes movimentos no campo religioso do Brasil: a renovação carismática católica e o pentecostalismo.

Esta edição da RBHR traz as resenhas de Daniel Lula Costa e Flávio Guadagnucci Palamin que tratam respectivamente das obras “Tolerância e intolerância nas manifestações religiosas” (2010) e “Identidades Religiosas” (2008) resultantes das conferências e mesas-redondas do I e II Encontro do GT Nacional de História das Religiões e das Religiosidades – ANPUH.

Boa leitura!!


ANDRADE, Solange Ramos de. Editorial. Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá, v.3, n.9, Jan., 2011. Acessar publicação original [DR]

Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas / Revista Brasileira de História das Religiões / 2009

Caro leitor,

Neste terceiro número, a RBHR apresenta o Dossiê Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas, resultante dos debates que nortearam o II Encontro Nacional do GT História das Religiões e das Religiosidades da ANPUH, organizado pelo GT Regional de São Paulo, na cidade de Franca, de 13 a 16 de outubro de 2008.

Visando consolidar as propostas do I Encontro, realizado em Maringá, PR, no mês de maio de 2007, o II Encontro manteve o mesmo fundamento e o mesmo formato já empregado: Palestras de abertura e encerramento, Mesas Redondas de caráter interdisciplinar, com a presença de pesquisadores e especialistas das diversas áreas do conhecimento e Simpósios Temáticos propostos por pesquisadores e especialistas em História das Religiões.

Composto por vinte contribuições inéditas, escritas pelos coordenadores dos Simpósios Temáticos e demais participantes, este Dossiê apresenta uma significativa parcela dos debates realizados pelas diversas instituições brasileiras acerca da tolerância e da intolerância, presentes nas diversas manifestações religiosas. Infelizmente, nem todos os expositores entregaram os seus trabalhos por escrito para a edição deste número.

No link Publicações, estão os Anais do II Encontro, com textos completos de alguns dos trabalhos apresentados e enviados à Comissão Organizadora em tempo hábil.

Este Editorial não poderia deixar de agradecer a hospitalidade e a competência da Comissão Organizadora da UNESP de Franca: os docentes, representados pelo Prof. Dr. Ivan A. Manoel, os discentes, representados por Juliano Alves Dias e, os assistentes administrativos, representados por Juliana A. de Paulo Damasceno.

Agradece, também, a todos os colaboradores deste número pela importância e qualidade dos textos enviados.

Boa Leitura!

Solange Ramos de Andrade

Editora


ANDRADE, Solange Ramos de. Editorial. Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá, v.1, n.3, Jan., 2009. Acessar publicação original [DR]

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Identidades Religiosas e História / Revista Brasileira de História das Religiões / 2008

Este primeiro número da Revista Brasileira de História das Religiões trata de um Dossiê dedicado ao tema Identidades Religiosas e História. Este volume recolhe os trabalhos apresentados no I Encontro do GT Nacional de História das Religiões e das Religiosidades, ocorrido entre os dias 7 e 10 de maio de 2007.

Este primeiro número da Revista Brasileira de História das Religiões trata de um Dossiê dedicado ao tema Identidades Religiosas e História. Este volume recolhe os trabalhos apresentados no I Encontro do GT Nacional de História das Religiões e das Religiosidades, ocorrido entre os dias 7 e 10 de maio de 2007.

“Identidades Religiosas” foi a escolha temática pluri e transdisciplinar para este evento, abrangendo um dos campos mais pesquisados no âmbito da História das Religiões e das Religiosidades atualmente e integrou as propostas das conferências, das mesas-redondas e dos simpósios temáticos, que discutiram questões relativas às mais variadas abordagens acerca das identidades religiosas desenvolvidas nos diversos campos do conhecimento: história, arqueologia, geografia, psicologia, filosofia, teologia, artes, sociologia e antropologia.

O material aqui apresentado, é claro, não expressa plenamente a riqueza das apresentações e dos debates, mas permite chegar a um público mais amplo uma parte do que foi o Encontro. Além dos textos dos coordenadores de Simpósios, escolhemos os textos mais representativos enviados pelos participantes do Encontro.

Desejamos que este primeiro passo fortaleça e efetive, ainda mais, a história das religiões como área de conhecimento. Boa leitura!

Solange Ramos de Andrade


ANDRADE, Solange Ramos de. [Identidades Religiosas e História]. Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá, v.1, n.1, maio, 2008. Acessar publicação original [DR]

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