A Campanha Abolicionista na Revista Ilustrada (1876-1888): Ângelo Agostini e a educação do povo | Mônica Vasconcelo

A obra é resultado da dissertação de mestrado defendida em 2017 no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá. No livro, Mônica Vasconcelo analisa as caricaturas de Ângelo Agostini (1843-1910) publicadas na Revista Illustrada (1876-1888), na província do Rio de Janeiro, com a temática da defesa do fim da escravidão. O objetivo dessa obra é compreender a totalidade social e histórica bem como as contradições presentes no discurso da escravidão. A ação política e educativa inerente ao próprio discurso e aos interesses da classe dominante sombreava a participação de Ângelo Agostini nos embates sobre a abolição do regime escravocrata.

Ângelo Agostini nasceu na província de Alessandria, na Itália, em 1843. Viveu sua infância e adolescência em Paris, onde aprendeu a arte do desenho litográfico. Em 1859, Agostini chega ao Brasil e, anos mais tarde, insere-se no debate político abolicionista. Fundou a Revista Illustrada em 1876 com o ideal de que o periódico servisse como uma publicação política, abolicionista e republicana, temas tratados de forma satírica e irônica. Leia Mais

Poeta do Lápis. Sátira e política na trajetória de Angelo Agostini no Brasil Imperial (1864-1888) | Marcelo BAlaban

Em 2010 completaram-se cem anos da morte do artista italiano Angelo Agostini, o caricaturista responsável por ilustrações em importantes periódicos que circularam no Brasil do século XIX, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na primeira cidade, seus desenhos foram veiculados em dois jornais, Diabo Coxo (1864-1865) e Cabrião (1865-1867).

Já na capital do Império, logo após sua chegada, em 1867, contribuiu em O Arlequim, transformado em A Vida Fluminense. Neste periódico se manteve até 1871, quando seus desenhos passaram a surgir em O Mosquito, do qual somente se retirou em 1875, para fundar, no ano seguinte, a Revista Illustrada considerada por muitos autores como o principal periódico ilustrado do Brasil no século XIX. Possivelmente até mesmo os pesquisadores que não têm interesse por jornais de ilustração já devem ter lido, em algum momento de suas pesquisas, a frase de Monteiro Lobato (1956, p.16) sobre a Revista: “Quadro típico de cor local era o do fazendeiro que chegava cansado da roça, apeava, entregava o cavalo a um negro, entrava, sentava-se na rede, pedia café à mulatinha e abria a Revista”. Leia Mais