Vila Rica em sátiras: produção e circulação de pasquins em Minas Gerais, 1732 – ROMEIRO (RBH)

O trabalho de interpretação documental é sempre um desafio para historiadores competentes, ainda mais quando envolve formas textuais e mídias peculiares. Adriana Romeiro está entre os mais talentosos pesquisadores dedicados à cultura política no Brasil da Época Moderna, com grande potencial de argumentação associado a uma bela escrita. Nesse livro que conta com a colaboração valorosa de Tiago C. P. dos Reis Miranda, a historiadora se lança ao estudo de peças de perfil satírico produzidas sobre o governo de Lourenço de Almeida na capitania de Minas Gerais, de 1721 a 1732. Leia Mais

De Satiricón a Hum®: risa, cultura y política en los años setenta | Mara Burkart

O golpe militar de março de 1976 inaugura um dos períodos mais violentos e repressivos da história argentina, consistindo em um dos temas centrais nos ciclos de produção e reflexão intelectuais sobre as experiências ditatoriais latino-americanas. De Satiricón a Hum®: risa, cultura y política en los años setenta, livro de Mara Burkart, publicado no ano de 2017, dedica-se justamente a abordar um tema relevante e ainda pouco visitado na produção historiográfica argentina envolvendo o período ditatorial: as relações entre imprensa gráfica de humor, cultura e política a partir da perspectiva de resistência cultural.

Com a queda da última ditadura militar argentina em 1983 e em meio ao clima de transição democrática, as análises produzidas no calor dos acontecimentos sobre o passado recente foram provenientes sobretudo dos campos da sociologia e da ciência política, tendo os historiadores se mantido inicialmente distantes desse processo. Somente em anos posteriores, devido ao processo de afirmação da ditadura militar como problema histórico e o desenvolvimento do campo e dos aportes trazidos pela história recente é que foi possível perceber um avanço mais consistente na produção que situa a ditadura militar como objeto de investigação e reflexão a partir de uma perspectiva histórica2. Leia Mais

Poeta do Lápis. Sátira e política na trajetória de Angelo Agostini no Brasil Imperial (1864-1888) | Marcelo BAlaban

Em 2010 completaram-se cem anos da morte do artista italiano Angelo Agostini, o caricaturista responsável por ilustrações em importantes periódicos que circularam no Brasil do século XIX, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na primeira cidade, seus desenhos foram veiculados em dois jornais, Diabo Coxo (1864-1865) e Cabrião (1865-1867).

Já na capital do Império, logo após sua chegada, em 1867, contribuiu em O Arlequim, transformado em A Vida Fluminense. Neste periódico se manteve até 1871, quando seus desenhos passaram a surgir em O Mosquito, do qual somente se retirou em 1875, para fundar, no ano seguinte, a Revista Illustrada considerada por muitos autores como o principal periódico ilustrado do Brasil no século XIX. Possivelmente até mesmo os pesquisadores que não têm interesse por jornais de ilustração já devem ter lido, em algum momento de suas pesquisas, a frase de Monteiro Lobato (1956, p.16) sobre a Revista: “Quadro típico de cor local era o do fazendeiro que chegava cansado da roça, apeava, entregava o cavalo a um negro, entrava, sentava-se na rede, pedia café à mulatinha e abria a Revista”. Leia Mais