Maria I: as perdas e as glórias da rainha que entrou para a história como “a louca” | Mary Del Priore

Quem nunca ouviu falar e/ou leu sobre Maria I, a rainha louca? A memória e a historiografia de modo geral tenderam, durante muitos anos, a classificar a rainha portuguesa como louca e dotada de um fanatismo religioso sem limites. Diversos escritos, muitas vezes como forma de atrair público leitor e/ou inseridos em contextos historiográficos comprometidos em construir uma legenda negativa da monarquia portuguesa, encobriram uma multiplicidade de elementos históricos sobre uma mulher que vivenciou, entre os séculos XVIII e XIX, um dos momentos mais turbulentos da história moderna: a ruína do absolutismo monárquico.

Diante de tais aspectos, a obra Maria I: as perdas e as glórias da rainha que entrou para a história como “a louca”, da historiadora Mary Del Priore, autora de outras obras sobre a história das mulheres, demonstra que era preciso se debruçar para além de uma simples assertiva de loucura dada à Maria I pela memória e pela historiografia. Dividido em nove capítulos, o livro procura apresentar a trajetória de rainha, desde seu nascimento em 1734, momento em que, segundo a autora, “[…] Portugal vivia uma época esplendorosa” (DEL PRIORE, 2019, p. 13), aos seus últimos dias na cidade do Rio de Janeiro, em 1816, quando a corte portuguesa se encontrava no exílio. O objetivo de Del Priore (2019) é, ao percorrer a trajetória de D. Maria, buscar respostas para uma mudança comportamental na rainha a partir da década de 1780, sem incorrer em explicações automáticas e/ou simplistas. Leia Mais

Não existe vitória sem sacrifício: da depressão severa à medalha olímpica, a trajetória de superação do mais vitorioso ginasta brasileiro. Diego Hypolito em depoimento a Fernanda Thedim | Diego Hypolito

Nascido em Santo André (SP), o vice-campeão olímpico, Diego Hypolito, contou a sua trajetória em depoimento a jornalista Fernanda Thedim, em cerca de seis encontros na casa do atleta no Rio de Janeiro. O livro intitulado Não existe vitória sem sacrifício: da depressão severa à medalha olímpica, lançado em novembro de 2019 pela editora Benvirá, é escrito em primeira pessoa e dividido em 11 capítulos, além do prefácio, apresentação, agradecimentos e quadro de medalhas (com linha do tempo). Sendo assim, nas próximas linhas será apresentada a resenha crítica da obra.

A jornalista Glenda Kozlowski, ao prefaciar a obra relembrou a primeira entrevista que realizou com o atleta, quando ele ainda era o “irmão da Daniele”, no ginásio do Flamengo em 1996. O menino agitado que a chamava de “tia” e “senhora” tirou a atenção da repórter e, mais tarde, tornou-se o Diego Hypolito – primeiro campeão mundial da história da ginástica artística brasileira. Leia Mais

Teerã/ Ramalá e Doha: memórias da política externa ativa e altiva | Celso Amorim

Após a publicação de Conversas com jovens diplomatas (2011) e Breves narrativas diplomáticas (2013), a Benvirá lançou, neste ano, o novo livro de Celso Amorim, Teerã, Ramalá e Doha: memórias da política externa ativa e altiva. O livro se divide em três partes, que se propõem a analisar três aspectos da política externa brasileira considerados centrais por Amorim durante a sua chancelaria no governo Lula: as negociações acerca do programa nuclear iraniano, que redundaram na proposta turco-brasileira que ficou conhecida como Declaração de Teerã; a aproximação do Oriente Médio, em especial do mundo árabe; e a participação do Brasil nas tratativas das Rodada Doha.

Fortemente baseado em notas do próprio ex-ministro à época dos acontecimentos narrados, o livro apresenta os “bastidores” de diversas ações da diplomacia brasileira e de alguns outros países, inclusive expondo o modus operandi das grandes potências. Por meio da detalhada narrativa, torna-se possível vislumbrar as motivações brasileiras nas três grandes iniciativas apresentadas, além das percepções dos outros negociadores e líderes sobre as posições e a inserção internacional do Brasil durante o governo Lula. Leia Mais