Ir para o conteúdo

Formação docente, Gênero e Sexualidade na (e para a) Formação Docente / Formação Docente / 2020.

A Revista Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores (RBPFP) – é uma publicação do Grupo de Trabalho Formação de Professores (GT8), da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) publicada em parceria da Autêntica Editora. Esta publicação refere-se ao segundo quadrimestre de 2020 – número 24, do volume 12 maio – agosto de 2020.

Este segundo número de 2020 apresenta uma discussão inédita nas páginas da RBPFP – trata-se do dossiê com um tema palpitante abrindo um debate sobre os temas de Gênero e Sexualidade na/para a Formação Docente. Organizado por duas pesquisadoras de renome internacional nos seus respectivos campos de estudos. Margareth Diniz (no campo da Psicanálise e Educação) nossa colega do GT8 e a Dra Ana Guil da Universidade de Sevilla (pesquisadora no campo dos Estudos de Gênero).

Os artigos referentes ao Dossiê que abrem este número conta com a colaboração de colegas da América Latina e Europa e serão apresentados oportunamente no artigo introdutório que contextualizam as temáticas (Gênero e Sexualidade) no campo da Formação Docente da autoria das pesquisadoras convidadas para coordenar o referido Dossiê.

Chamamos a atenção do leitor para este número porque ele traz para dentro do campo de pesquisa sobre a formação do professor, temas com pouca densidade nossos debates e nas pesquisas, os quais vêm recebendo ecos na área mãe – a Educação.

Não se pode dizer que está totalmente ausente, a exemplo disso que se pode indicar esforços aqui e ali da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. A questão de gênero na formação docente foi registrada em um importante livro produzido pelo grupo de Estudos da Faculdade de Educação da USP “Docência, memória e gênero” (1997), do qual participaram as professoras Denice Catani, Belmira Bueno e Cynthia Souza, que se constituiu em material de um mini curso oferecido pelo GT 08 responsável pela RBPFP.

Uma das temáticas entra pela segunda vez em pauta da RBPFP, a primeira veio com esforço da mesma pesquisadora que assina este dossiê, no vol.3, n4 de 2011. Que informava: A profusão de estudos sobre as bases do processo de feminização do magistério, suas implicações na representação social sobre essa categoria e em sua desvalorização no mercado das profissões, assim como as análises sobre a origem social e as discussões em torno do empobrecimento do/a professor/a, têm sido mais consideradas nas propostas oficiais destinadas a formar docentes.

Embora esses aspectos sejam extremamente relevantes, é necessário pensar a formação de professores/as considerando também as diferentes formas pelas quais homens, mulheres, negros, brancos, índios, heterossexuais, homossexuais e indivíduos formados em tradições religiosas diversas experenciam o mundo. Além desses fatores, sua experiência de vida e o modo como se integram e participam da sociedade têm profundas implicações nas formas de ser e agir dos/ as docentes, portanto não se pode desconsiderar as influências dos ambientes socioculturais em que circulam, os bens culturais a que tiveram e têm acesso, enfim, o capital cultural que podem mobilizar no exercício da docência (Diniz, el.al. 2011, p.17).

É importante considerar que ao falar de gênero estamos nos referindo à feminilidades e a masculinidades (sempre no plural) de acordo com Louro (2006) e a potencialidade do conceito talvez resida exatamente nesta noção, a de que se trata de uma construção cultural contínua, sempre inconclusa e relacional, atualmente bastante usual, permitindo-nos avançar das análises binaristas e polarizadoras entre homens e mulheres, buscando interrogar análises das pesquisas no campo da formação docente que, por vezes, reiteram posições hierarquizadoras, cuja polaridade masculina sai em vantagem.

Outro ponto que o dossiê destaca e a busca de inserção dessas categorias conceptuais tais como gênero e sexualidade, tendo em vista sua vertente relacional, pois, estas categorias de forma geral no campo da educação, e, em especial no campo da formação docente, ainda percebemos um ausência destes temas no campo, conforme demonstram as autoras em seu artigo de introdução ao dossiê. Em fim, esperamos que este dossiê, seja para o campo da pesquisa sobre a Formação de Professores (as) um tema provocador e quiçá, desperte jovens pesquisadores para estas temáticas.

Este número conta também com quatro artigos da demanda de submissão geral. Dois internacionais que vem da comunidade acadêmica de Língua Portuguesa. O primeiro da lavra de três colegas da Universidade de Aveiro em Portugal – Jane Machado, Ana Isabel Andrade e Rui Neves que trazem para o debate “Os planos curriculares de cursos em supervisão: um contributo para uma epistemologia da prática” e o segundo dos colegas das universidades de Licurgo e Rovuna em Moçambique. África, Geraldo Deixa e Rosalino Chicote que abordam sobre a formação inicial dos professores no artigo intitulado “A influência da indução de professores principiantes na qualidade de ensino no 1º grau do Ensino Básico em Moçambique”.

Na sequência se publica dois artigos nacionais também de demanda geral: um da região sul, de Suelen A.

Felicetti e Irinéa de Lourdes Batista, colegas de Universidade Estadual de Londrina (UEL), sobre a formação de professores para a educação inclusiva de alunos com deficiências. Um artigo de revisão na literatura. E por último, contamos com um artigo de professoras da Universidade Federal do Ceará sobre a “Docência na educação infantil: Diálogo entre Filosofia e Pscicomotricidade relacional” da lavra das professoras Rosalina R.A Morais; Silvana M.S.Morais e Ana M.M.C Frota.

Esperamos que este número que ora apresentamos da Formação Docente –Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores, seja relevante para o debate no campo, e possibilite a reflexão para os investigadores que atuam pesquisando sobre a Formação de Professores na América Latina.

Agradecemos atenção do leitor e o convidamos à leitura.

Referências

DINIZ, Margareth. A formação e a condição docente num contexto de complexidade e diversidade. In. Revista Brasileira de Pesquisa sobre a Formação de Professores. Belo Horizonte, v. 03, n. 04, p. 13-22, jan./jul. 2011.

REVISTA BRASILEIRA DE PESQUISA SOBRE FORMAÇÃODE PROFESSORES. volume 3., n.4. Belo Horizonte, 2011.

CATANI. D.B.; BUENO, B.O.; SOUSA, C.P.; SOUZA, MCCC. Docência, Memória e Gênero. Estudos sobre a formação. São Paulo. Ed. Escrituras, 1997.

José Rubens Lima Jardilino – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil.


JARDINLINO, José Rubens lima. Apresentação. Formação Docente. Belo Horizonte, v. 12, n. 24, p. 9-12, mai./ago. 2020. Acessar publicação original [IF]

Grupos de Pesquisa Sobre Formação de Professores no Brasil (II) / Formação Docente / 2019

Esse Dossiê reúne artigos de grupos de pesquisa sobre formação de professores, resultado do III Simpósio de Grupos de Pesquisa sobre Formação de Professores do Brasil, que ocorreu entre os dias 3 e 4 de outubro de 2016, na cidade de Guarulhos, evento vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. O III Simpósio de Grupos de Pesquisa sobre Formação de Professores do Brasil foi organizado pelos membros do Grupo de Trabalho (GT) 8 – Formação de Professores, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. O evento contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, da ANPEd e da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo – FAP Unifesp.

Os membros do GT 8 têm como principal preocupação oportunizar aos pesquisadores, de todo o Brasil, a apresentação de seus estudos e pesquisas para a comunidade científica, durante as reuniões nacionais, em uma perspectiva de ampliar o debate e socializar a produção de conhecimento do campo da educação e da formação de professores. Os relatórios emitidos pela coordenação do GT, tendo por base processos de avaliação ocorridos durante as reuniões nacionais da ANPEd, apontam de forma recorrente à necessidade de continuidade dos debates entre os inúmeros Grupos de Pesquisa do campo da Formação de Professores, para além do evento. Essa necessidade se firmou no propósito de acompanhar as tendências investigativas das pesquisas nacionais e internacionais, ampliando a compreensão sobre o campo.

Essa necessidade de contínuo debate e trocas de pesquisas resultou na organização dos Simpósios dos Grupos de Pesquisa sobre Formação de Professores, que já está na iminência de sua quarta edição. Destacase que a primeira edição do Simpósio dos Grupos de Pesquisa sobre Formação de Professores ocorreu em 2006, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC SP. A segunda edição, realizada em 2011, aconteceu na Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC PR, e, sua terceira edição, como mencionado anteriormente, ocorreu em 2016, no Teatro Adamastor, no centro da cidade de Guarulhos, local cedido pela Secretaria Municipal de Educação para a Universidade Federal de São Paulo.

Os pesquisadores do GT 8, ao pensarem na organização do Simpósio, desde sua origem em 2006, destacaram como finalidades deste evento: a) favorecer a interação e intercâmbio entre grupos de pesquisa brasileiros e estrangeiros/internacionais; b) contribuir para o debate consubstanciado sobre a pesquisa em formação de professores na constituição da área; c) analisar, junto aos grupos de pesquisa, o movimento em que se situa a investigação sobre a formação de professores, visando a compreensão do campo e as tendências investigativas; d) colaborar com a organização e constituição de redes de pesquisa sobre o campo e a articulação da pesquisa com a educação básica e superior, fortalecendo a formação de profissionais da educação; e) avaliar a contribuição social da pesquisa sobre formação de professores para a produção de conhecimento na área da educação e para o sistema educacional brasileiro; f) discutir formas de indução de debates orientadores para a formulação de políticas públicas referentes ao campo de formação de professores.

Por ser a formação de professores um campo de pesquisa relativamente novo (DINIZ-PEREIRA, 2013; ZEICHNER, 2009), essas finalidades se firmam naquilo que os estudos sobre o campo vêm apontando. Embora haja um avanço nas pesquisas que tem como foco este tema, ainda há muito que fazer para consolidá-lo. Sua maior fragilidade encontra-se nos processos de análise e interpretação dos dados, o que indica a necessidade de “aprofundamento teórico e metodológico” para “gerar um conhecimento mais abrangente e consistente” (ANDRÉ, 2010, p.180). Para os integrantes do GT 08 da ANPEd, uma saída para enfrentar esses desafios é conhecer a produção que tem sido desenvolvida sobre o campo e problematizá-la. Uma forma de efetivar essa demanda é a propositura de eventos como os simpósios e a manutenção da Revista Formação Docente.

A dimensão política da ideia de assegurar a interação entre os grupos de pesquisa durante os intervalos entre as reuniões nacionais da ANPEd se alicerça na intenção de manter acesa a discussão sobre os principais enfrentamentos impostos pela contemporaneidade à pós-graduação e pesquisa no Brasil e, especificamente, ao campo de formação de professores. A aposta é investir em uma rede de pesquisadores que, ao dar visibilidade ao conhecimento produzido, poderá colocá-lo a serviço da busca por uma educação escolar pública de qualidade.

Nessa direção, o público-alvo dos três Simpósios realizados (2006, 2011 e 2016), foram grupos de Pesquisa sobre Formação de Professores do Brasil; pesquisadores da área de Educação – Formação de Professores dos Programas de Pós-Graduação em Educação; mestrandos e doutorandos na área da Educação – Formação de Professores; alunos da graduação; e, professores da Educação Básica da Rede Pública da cidade em que ocorre o evento.

No III Simpósio de Grupos de Pesquisa sobre Formação de Professores do Brasil, que ocorreu em 2016, foram efetivadas 50 inscrições de grupos de pesquisa. Desse total, 47 compareceram ao evento e apresentaram suas pesquisas. Grupos de diversas regiões brasileiras marcaram presença, entre os quais, trinta e três da Região Sudeste; seis da Região Sul; cinco da Região Centro-Oeste; e três da Região Nordeste. Como resultado dessas apresentações dos grupos de pesquisas sobre formação de professores é que se pensou na organização deste Dossiê, de forma que contemplasse convite aos coordenadores dos grupos de pesquisa, seguindo os seguintes critérios, essenciais para a representativa de um periódico científico em Educação, segundo a avaliação da CAPES: trabalhos aprovados e apresentados no III Simpósio com representação das cinco diferentes regiões do Brasil; com inserção de pesquisadores estrangeiros; grupos/núcleos de pesquisa com um mínimo de cinco anos de experiência; pesquisas com financiamento; dados realmente articulados ao campo da formação de professores; grupo coordenado por doutores na área da educação e vinculados à pós-graduação Stricto Sensu.

Desse modo, após análise dos 47 trabalhos apresentados, de acordo com os critérios mencionados anteriormente, foram encaminhados 21 convites, por e-mail, para os coordenadores dos grupos de pesquisa que estiveram presentes em Guarulhos (Unifesp). A organização do Dossiê recebeu 18 aceites para (re)elaborar o artigo para publicação no periódico Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores Os artigos que compõem este Dossiê foram organizados por Região do Brasil: Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Essa amostra representa a presença quantitativa dos grupos de pesquisa no evento, indicando maior incidência de trabalhos das Regiões Sudeste e Sul, e uma menor participação de grupos de pesquisa das Regiões Centro-Oeste e Nordeste. Nenhum grupo da Região Norte se apresentou no evento. Essa configuração é condizente com o número de Programas de Pós-Graduação existentes nas diferentes regiões do Brasil.  Em seu conjunto, os artigos revelam a produção do conhecimento que vem sendo produzido no campo da formação de professores no Brasil, assim como configuram um retrato das tendências investigativas nesse campo. O que, para as organizadoras do Dossiê, de certo modo, provoca nos leitores pesquisadores a necessidade de enfrentamento dos desafios impostos.

Desejamos que a leitura dos artigos de alguns dos grupos de pesquisa sobre formação de professores amplie os conhecimentos sobre as pesquisas realizadas no Brasil, bem como, desperte o interesse para participar dos próximos Simpósios organizados pelos membros do GT 8 – Formação de Professores.

Márcia de Souza Hobold

Magali Aparecida Silvestre  


HOBOLD, Márcia de Souza; SILVESTRE, Magali Aparecida. [Apresentação]. Formação Docente. Belo Horizonte, v.10, n.19, p.9, jan./jul. 2019. Acessar publicação original [IF].

Questões Étnicas Raciais na formação do Professor / Formação Docente / 2019  

A Revista Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores (RBPFP) – é uma publicação do Grupo de Trabalho Formação de Professores (GT8), da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) publicada em parceria da Autêntica Editora. Esta publicação refere-se ao número 22, do volume 11 referente aperiodicidade de Setembro – Dezembro de 2019.

Para esse número que contamos com a publicação de um dossiê de pesquisas sobre as questões Étnicas Raciais na formação do Professor, organizado pelo Prof. Dr. Erisvaldo Pereira dos Santos, quem divide comigo a apresentação desta publicação. Desta forma os artigos que compõem esse número são reflexões de temáticas do referido dossiê e de artigos da demanda espontânea, oriundos de diversas da área da formação e do ensino.

A partir da promulgação da Lei Federal nº 10.639/2003, a qual alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394) para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” e da instituição das “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” pelo Conselho Nacional de Educação em 2004, nos Programas de Pós-Graduação em Educação no Brasil houve um incremento de projetos de pesquisa sobre as relações étnico-raciais e o problema do racismo no Brasil. O nosso dossiê sobre formação de professores e questões étnico-raciais traz cinco (5) trabalhos que são resultados de pesquisas realizadas em Programas de Pós-Graduação em Educação nos estados de Minas Gerais, Maranhão e Pernambuco. Essas pesquisas têm como objetivo principal oferecer aportes teóricos, críticos e pedagógicos para a formação de professores. Além disso, os trabalhos nos oferecem um nível de conhecimento sobre os limites e os desafios da implementação das questões étnico-raciais no currículo escolar.

O primeiro artigo discute a questão das relações étnico-raciais na educação infantil a partir do trabalho de pedagogas do Município de Governador Valadares em Minas Gerais. Trata-se de uma investigação desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto, sob a nossa orientação e no âmbito do Grupo de Pesquisa Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais. Os resultados da pesquisa aproximam-se de outras investigações sobre as relações étnico-raciais na Educação Infantil, remetendo para o campo de formação de professores alguns desafios relacionados às bases teóricas e também às práticas pedagógicas desenvolvidas.

O segundo artigo aborda a questão da formação docente e relações étnico-raciais, diante do desafio da implementação da Lei nº 10.639/2003 e do desenvolvimento de uma educação antirracista. Trata-se de um trabalho de pesquisa realizado sob a orientação do professor Dr. Antônio de Assis Cruz Nunes do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Ensino da Educação Básica da Universidade Federal do Maranhão, no âmbito do Grupo de Estudo e Pesquisa Investigações Pedagógicas Afro-brasileiras da Universidade Federal do Maranhão. A educação das relações étnico-raciais é compreendida em uma perspectiva intercultural. A educação antirracista é compreendida como um pilar para a equidade social que valorize o debate intercultural.

O Terceiro artigo aborda a temática da formação continuada para a diversidade étnico-racial discutindo suas repercussões nas práticas pedagógicas de professores da Rede Municipal de Educação do Município de Contagem em Minas Gerais. Trata-se de trabalho que teve como objetivo analisar as repercussões do curso “Grupo de Trabalho Educação para as Reações Étnico-Raciais”, coordenado pela professora Dra. Silvani dos Santos Valentimdo Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Os resultados obtidos evidenciaram uma rede de troca de informações, conhecimentos e experiências, oportunizando ressignificar saberes que resultaram em práticas pedagógicas antirracistas.

O quarto artigo também aborda a Lei nº 10.639/2003 e alguns percalços para sua implementação nas escolas da partir do atendimento voltado para o ensino das relações étnico-raciais no Maranhão. Trata-se de uma pesquisa orientada pela professora Dra. Vanja Maria Dominices Coutinho Fernandes do Programa de Pós- Graduação em Gestão do Ensino na Educação Básica da Universidade Federal do Maranhão. Os resultados demonstram que no Estado Maranhão, a ação de formação de professores mais significativa para a área das relações étnico-raciais vai se configurar em um curso de licenciatura em nível superior denominado de “Curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiro”, oferecido pela universidade supracitada, no qual se oferecem aportes legais, teóricos e metodológicos para superar os percalços e desafios da implementação da Lei supracitada.

O quinto é ultimo artigo deste dossiê aborda os caminhos para a desconstrução do racismo epistêmico no ambiente escolar a partir da Lei nº 10639/2003. Trata-se de uma pesquisa orientada pela professora Dra.

Denise Maria Botelho do Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Nos resultados da pesquisa, o trabalho interdisciplinar com bases nas discussões sobre colonialidade foi evidenciado como um meio importante para a desconstrução do racismo epistêmico e religioso no seio do ambiente escolar, demonstrando como para além do trabalho interdisciplinar, o racismo preciso ser estudando sob a perspectiva da interseccionalidade, pois existem múltiplos fatores que interferem e agravam o problema do racismo na sociedade.

Ao socializar os resultados dessas pesquisas, pretendemos contribuir para que a temática das relações étnico-raciais na formação docente e no ambiente escolar continue sendo investigada a partir de múltiplas abordagens teóricas e metodológicas, a fim de que o racismo seja enfrentado e combatido e a interculturalidade seja afirmada como um valor fundamental nos processos de formação humana para o bem viver na sociedade brasileira.

Os demais artigos, oriundos de demanda espontânea da revista compõem outro corpus de pesquisa e estudos de variadas abordagens no campo do Ensino e da Formação de Professores que enriquecem, sobremaneira, o debate sobre a formação do professor neste número que ora publicamos. A primeira pesquisa traz para nosso campo de investigação os resultados de uma pesquisa sobre a formação de professores na Colômbia para a Educação Básica. Dra. Marlén Rátiva-Valendia, apresenta os resultados de sua pesquisa sobre as Escolas Normais Superiores na Colômbia, que formam em cursos complementares, os professores para desempenhar a docência na transição da educação básica primaria para os estudos secundários. No que concerne ao sistema brasileiro – Fundamental II.

As pesquisas seguintes trazem temas novidosos para o campo da Formação de Professores. Trata-se de um debate pouco veiculado na área, a saber: a Formação de Professores para o trabalho com estudantes com altas capacidades/Superdotação. A pesquisa realizada pela Profa. Dra. Carina Rondini, especialista no campo da inclusão da Universidade Estadual Paulista – UNESP, Rico Claro, na qual busca compreender o desafio desta temática na formação professores.

O outro artigo da professora Geilsa Costa Santos Baptista e sua orientanda Laryssa Santos da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) BA, discute a Monitoria como espaço de formação inicial do docente.

O estudo no campo da Biologia tem com foco a questão da diversidade cultural. Tema bastante original para a formação de professores, inicial e continuada.

A reflexão é seguida por mais dois (2) artigos, fundamentados na perspectiva histórica e sociológica, sobre as problemáticas da carreira docente e suas implicações na vida profissional: As questões das políticas de avaliação da profissão e do trabalho docente e as de inserção no mundo sindical da profissão professor.

Nesse bloco, a primeira pesquisa realizada no locus da experiência portuguesa, os autores. Macedo, Paixão e Tomaz da Universidade de Aveiro, Portugal, analisam e identificam fatores inerentes ao processo de avaliação dos professores que influenciam o Desenvolvimento Profissional (DP) dos docentes em exercício, assim como apresentam as potencialidades deste tipo de avaliação docente para o DP do professor. O segundo texto, é uma pesquisa de cunho históriográfico da lavra do professor Carlos Bauer e seu orientando Luiz Paiva que estudam de maneira comparada a inserção sindical de professores no Argentina, Brasil, Colômbia e México. O artigo está estruturado a partir de depoimentos de docentes participantes da vida sindical e política das entidades sindicais. A análise da atividade sindical e política prioriza o período de implementação das contrarreformas neoliberais na educação durante a década de 1990.

Agradecemos atenção do leitor e o convidamos à leitura.

José Rubens Lima Jardilino – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil.

Erisvaldo Pereira dos Santos. Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Mariana, Minas Gerais – Brasil.


JARDILINO, José Rubens Lima; SANTOS, Erisvaldo Pereira dos. Apresentação. Formação de Professores. Belo Horizonte, v.11, n.22, p.9-12, set./dez. 2019. Acessar publicação original [IF].

Acessar dossiê

Reformulação dos Cursos de Licenciaturas no Brasil: Analises de algumas regiões / Formação Docente / 2019

A Revista Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores (RBPFP) é uma publicação do Grupo de Trabalho Formação de Professores (GT8), da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) publicada em parceria da Autêntica Editora. Esta publicação refere-se ao número 21, o segundo número do volume 11 que abrange a periodicidade de Maio-Agosto de 2019.

Este número apresenta artigos organizados em torno da discussão sobre as licenciaturas, portanto um número temático em que o foco incide sobre a reformulação dos cursos de licenciatura. A proposição deste Dossiê “Reformulação dos Cursos de Licenciatura” traz para o debate os encaminhamentos institucionais desencadeados pela Resolução Nº 2, de 1º de julho de 2015, que dispõem sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada.

Consideramos de fundamental importância divulgar as iniciativas das universidades sobre as propostas em andamento de modo reforçar a pertinência de investigações sobre essas diretrizes e a socialização das propostas em torno dos cursos de licenciaturas de modo a fomentar o diálogo.

Os cursos de licenciatura constituem-se a formação básica do professor, portanto sua importância na profissionalização dos professores. Os artigos reunidos favorecem essa compreensão pois apresentam as reformulações desencadeadas em diferentes estados brasileiros.

A seguir apresentamos os artigos que compõem esse número da revista. Um dossiê com análise de algumas regiões do país: O artigo Reformulação de cursos de licenciatura na Bahia: interesses e desafios subjacentes situa a discussão da formação no bojo das políticas educacionais, considerando um contexto do sistema capitalista neoliberal. Retrocede as políticas dos anos de 1990, em que se firmam os governos neoliberais.

Depois apresenta dados específicos da pesquisa realizada sobre reformulações naquele estado.

O segundo artigo Formação inicial de professores para a educação básica em uma universidade tecnológica apresenta a evolução do processo de organização para a reformulação dos cursos de licenciatura na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

A reformulação dos cursos de Pedagogia neste mesmo estado é abordada no artigo Os cursos de licenciaturas em pedagogias das universidades públicas do Estado do Paraná destacando que os projetos dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia das universidades públicas do Paraná pautam-se na formação do pedagogo, numa perspectiva de totalidade do trabalho pedagógico, prevendo a atuação nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental; Magistério para a Educação Infantil; Gestão Pedagógica na Educação Formal e não-formal bem como atuação nos Magistérios de Matérias Pedagógicas.

O curso de Pedagogia também é alvo da pesquisa relatada no artigo Desafios da formação docente: o curso de pedagogia da faculdade de formação de professores (FFP/UERJ) trata-se de uma investigação exploratória que tem como objetivo compartilhar reflexões acerca do processo de reformulação do curso de Pedagogia da Faculdade de Formação de Professores (FFP/UERJ) O exame de um curso de licenciatura no campo das artes é feito no artigo Formação do professor de dança: em análise o currículo do primeiro curso de licenciatura de Santa Catarina. O referido artigo discute a implantação do primeiro curso de dança na região sul, trazendo para o debate importantes elementos para a formação de professores no campo das artes (música, dança, teatro, artes visuais) para a educação básica. O artigo faz sua análise com base na legislação sobre o tema.

E artigo A formação docente na educação profissional e tecnológica no IFNMG estuda a formação do professor para esta modalidade de educação. Trata-se de pesquisa que analisou como acontece a formação dos professores que atuam como formadores nas diferentes modalidades e níveis de ensinoem especial no IFNMG/Campus Januária.

A definição da direção do estudante pelo o curso de licenciatura é tratada no artigo A Escolha pela licenciatura em cursos com Área Básica de Ingresso (ABI) apresenta um estudo em que a escolha é realizada pelos estudantes no decorrer do curso. A pesquisa está ambienta no curso de Ciências Biológicas do sul do país e investiga as motivações da escola dos alunos pela licenciatura.

Deste modo, o dossiê expressa contribuições importantes para os cursos de formação básica dos professores considerando que a reformulação é um esforço para que as finalidades dos cursos superem as dicotomias da organização curricular, bem como estabeleçam articulação entre a formação e a prática docente e elevem o estatuto da profissionalização docente.

O dossiê é seguido de dois artigos do fluxo de submissões de artigos à revista. Ambos estão dentro da temática geral do dossiê. O primeiro trata-se de um estudo, a partir de trajetórias de educadores, sobre a sua formação inicial no curso de pedagogia e a preparação para atuação no ensino multisseriado. O segundo artigo trás a discussão sobre a formação do professor de Educação Física, a partir de um conteúdo pouco veiculado no campo da formação, a saber, a análise das representações do professor por meio das imagens utilizadas nos websites de sete universidades brasileiras.

Com esse corpus de trabalhos originados de pesquisas sobre a formação de professores no Brasil – Licenciaturas – apresentamos ao público a produção do referido campo, desejando boa leitura e que esse material possa auxiliar, inspirar as pesquisas e reflexões vindouras ou em curso neste campo de pesquisa no Brasil.

José Rubens Lima Jardilino

Joana Paulin Romanowski


JADILINO, José Rubens Lima; ROMANOWSKI, Joana Paulin. Reformulação dos Cursos de Licenciaturas no Brasil: Analises de algumas regiões. Formação Docente. Belo Horizonte, v.11, n.21, p.9-10, mai./ago. 2019. Acessar publicação original [IF].

Grupos de Pesquisa sobre Formação de Professores no Brasil (I) / Formação Docente / 2018

Revista Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores (RBPFP) – é uma publicação do Grupo de Trabalho Formação de Professores (GT8), da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) publicada em parceria da Autêntica Editora. Esta publicação refere-se ao número 18, o primeiro número do volume 10 que abrange a periodicidade de janeiro-Julho de 2018.

O Conselho editorial executivo da revista tomou a decisão de publicar nos dois números de 2018, um dossiê divulgando um retrato/perfil dos grupos de pesquisa sobre Formação de Professores no Brasil, elaborados pelos grupos que participaram do III Simpósio de Grupos de Pesquisas nesse campo do conhecimento na área da Educação e Ensino, realizado em Guarulhos em Outubro de 2016 e no qual participaram 42 Grupos de Pesquisa. Desta forma os dois números do volume 10 retratam uma fotografia da pesquisa em grupos consolidados sobre a temática.

Pela lavra de experientes pesquisadores do campo, o núcleo duro de sustentação do GT 08 da Anped, os textos aqui veiculados indicam como os grupos vêm desenvolvendo suas pesquisas, tema e subtemas, o quadro teórico sob qual orientam suas pesquisas, a natureza da investigação, as contribuições para o campo da formação de professores e as perspectivas teórico-metodológicas. Esse volume demonstra o acumulo do conhecimento sobre a Formação de Professores e, em especial, revelam uma grande rede de pesquisa no país sobre esse campo de conhecimento.

Os números 18 e 19 que compõem o volume 10 comemoram os 10 anos de criação do periódico – Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre a Formação de Professores (RBPFP) publicada pelo GT 08 – Formação de Professores da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação em parceria com a Editora Autêntica.

Duas novidades aparecem a partir dos números do volume 10: a) os artigos sairão com o indicativo do DOI (Digital Object Identifier) fundamentais para a identificação dos artigos de acesso aberto; b) Mudança no layout da capa da revista. Decisão tomada pela comissão editorial para adequação as necessidades de edição no sistema SEER/OJS.

Agradecemos atenção do leitor e o convidamos a leitura da presente edição.

José Rubens Lima Jardilino


JARDILINO, José Robens Lima. Apresentação.  Revista Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores. Belo Horizonte, v.10, n.18, p.9, jan./jul. 2018. Acessar publicação original [IF]

Formação Docente

Formacao Docente Revista 1 Formação Docente

A Formação DocenteRevista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores (2009-), publicação digital sob a responsabilidade editorial do Grupo de Trabalho- GT “Formação de Professores” (GT08), da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), em coedição com a Editora Autêntica.

A criação do GT08 – inicialmente denominado “GT Licenciaturas” – teve como cenário o final da década de 1970, início de 1980, momento histórico em que os movimentos sociais se constituíram de forma mais vigorosa e alcançaram legitimidade para abrir novos canais de debates e de participação nas decisões do Estado autoritário. Nesta ocasião, uma crise se enveredava pelas Licenciaturas visto que estava em vigência um modelo de formação, sustentado na teoria tecnicista e atrelado ao chamado “currículo mínimo nacional”.

Nesse contexto, os educadores formaram uma frente de resistência ao modelo tecnicista de formação de professores e passaram a apresentar propostas de mudanças no modelo vigente. Tais ações impulsionaram a mobilização de alguns profissionais da educação que, durante o I Encontro Nacional de Reformulação dos Cursos de Preparação de Recursos Humanos para a Educação, em Belo Horizonte, em novembro de 1983, firmaram um acordo com membros da Diretoria da ANPEd para se organizar um GT que viesse a tratar das questões que afetavam a formação de educadores.

Lançada a proposta, o “GT Licenciaturas” se constituiu e, no ano seguinte, reuniu-se na 7ª Reunião Anual (RA) da ANPEd, em Brasília, no ano de 1984. Foram aprofundadas as discussões para elaborar propostas de formação para as licenciaturas e para o curso de Pedagogia com base nos princípios e orientações contidos no documento final do encontro nacional de Belo Horizonte e, em 1985, ocorreu, em São Paulo, a 8ª RA. Nesta, o GT estruturado de forma mais compatível com as recomendações da ANPEd, organizou uma sessão para análise de pesquisas sobre o assunto.
Em 1993, configurou-se uma nova identidade teórico-metodológica para o Grupo de Trabalho que passou a chamar-se GT08 “Formação de Professores”, delineando o ethos do renovado GT.
As primeiras ideias sobre a Revista “Formação Docente” surgiram no começo da década 2000, no entanto, foi na 30ª RA que se conferiu maior materialidade à ideia e, em 2008, por ocasião do XIV Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE), em Porto Alegre, pesquisadores do GT08 encaminharam decisões substantivas sobre a criação da Revista, tendo como seu primeiro editor o Prof. Dr. Júlio Emilio Diniz Pereira, da Universidade Federal de Minas Gerias, e membro do GT.

“Formação Docente”– Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores, é um canal de divulgação da produção e pesquisa no campo da Formação de Professores, em diálogo interdisciplinar com as contribuições de pesquisas realizadas pelas áreas correlatas que tratam da mesma temática. Visa, em especial, fomentar e facilitar o intercâmbio nacional e internacional do seu tema objeto. A Revista é dirigida ao público de professores, pesquisadores e estudantes das áreas de Educação e ciências afins.

É com imenso prazer que apresentamos, então, ao público interessado, a “Formação Docente” – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores e esperamos uma participação efetiva dos colegas pesquisadores para que este periódico possa contribuir para a melhoria da qualidade da produção acadêmica nesse campo e, por via de consequência, para a melhoria da própria formação de educadores em nosso país.

Comissão editorial e Coordenação do GT Formação de Professores – ANPED.

A “Formação Docente” – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores (RBPFP) a partir do volume 11 (2019) assume a periodicidade quadrimestral com Edições Regulares nos meses de abril, agosto e dezembro. No caso de Edições Especiais serão determinadas pela Comissão Editorial Executiva sob demanda, quando aprovadas, obedecerão aos mesmos critérios que regem sua política de avaliação em Edições Regulares.

Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores não cobra taxa de submissão e publicação para autores e oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público em geral, proporciona maior democratização mundial de acesso ao conhecimento.

ISSN 2176-4360

Acessar arquivos

Acessar dossiês

Acessar resenhas [Não publicou resenhas até 2020]

Role para cima