Fundação Rockefeller e o desenvolvimento da Saúde Global: contornos locais e circulações internacionais | História Debates e Tendências | 2021

Fundacao Rockefeller undação Rockefeller

De tempos em tempos, a historiografia passa por transformações que impactam o trabalho dos historiadores e conduzem reavaliações em termos de perspectivas teóricas, conceituais e metodológicas. Tratam-se das reconfigurações nos modos de produção de conhecimento, que alteram os diálogos entre os integrantes de um campoi e produzem novas relações com outras áreas do saber.

O dossiê que apresentamos nesta edição da revista História: Debates e Tendências discute o papel da Fundação Rockefeller na saúde, em uma perspectiva histórica – com a contribuição de pesquisadores de diferentes gerações dos estudos sobre a agência internacional –, e sob a lente de dois conceitos que se impõem como desafios na atualidade: Saúde Global e Circulação. Leia Mais

Gênese da Saúde Global: a Fundação Rockefeller no Caribe e na América Latina | Steven Palmer

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Steven Palmer | Foto: University of Windsor/DailyNews

PALMER Gense da Saude undação RockefellerIntrodução

Em 1927, Roquette-Pinto, o antropólogo e então Diretor do Museu Nacional, dedicou um capítulo de seu livro Seixos rolados: estudos brasileiros a Carl Friedrich Philipp von Martius, o pesquisador e taxonomista alemão que, no século XIX, se debruçou sobre a região da Amazônia no Brasil e publicou, na Revista do IHGB, diversos artigos e monografias acerca da natureza, doenças e raças encontradas em suas etnografias. Roquette-Pinto destaca alguns desses títulos encontrados na Revista do Instituto entre 1828-1844, tais como “Contribuições para a Ethnographia”, “A Natureza, as Doenças, a Medicina e os Remédios dos Primitivos Habitantes do Brasil”, guias sobre história, hábitos, usos e costumes regionais, e “um programma rigorosamente scientifico para quem desejasse escrever a historia desta nacionalidade [4]”. Celebrando as contribuições e a simpatia de von Martius pelo Brasil, o antropólogo brasileiro ressalta que “Falando aos descendentes de portuguezes escravocratas do meiado do seculo XIX, [von Martius] ousou dizer aos senhores que a historia patria havia de levar em conta o esforço dos seus captivos como elemento civilizador do paiz [5]”. Leia Mais