História e saberes médicos | SÆCULUM – Revista de História | 2014

Narrativas possíveis. Representações elaboradas por homens e mulheres, por sujeitos diversos sobre o saber médico e religioso, acerca de questões como saúde, doença, eugenia e higiene. Nesta perspectiva, esta edição da Sæculum apresenta o dossiê “História e Saberes Médicos”, que traz um conjunto de significativos debates históricos e historiográficos sobre corpo enfermo, corpo saudável, corpo médico, práticas religiosas da população e suas relações com discursos de cura.

No primeiro artigo, “Saúde e salvação: questões de fundo e três cosmovisões religiosas acerca da cura”, Marcelo Lopes revisitou uma temática bastante cara aos pesquisadores e demais estudiosos que se dedicam a investigar a História das Religiões a partir do viés da cura religiosa, recortando a concepção curativa na religião da Mesopotâmia, do antigo Egito e do extremo Oriente. Leia Mais

História e Saúde | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2012

 

Organizador

Iranilson Buriti de Oliveira – Professor Doutor da Unidade Acadêmica de História da UFCG. E-mail: [email protected]


Referências

[História e Saúde}. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Uberlândia, v.9, n.3, set/dez. 2012.

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Brasil República / Mnemosine Revista / 2011

Este dossiê objetiva colocar em discussão temas diversos sobre a República Brasileira. Para tanto, um conjunto de autores brasileiros debruçaram-se sobre este contexto histórico, lançando seus olhares, suas leituras, pondo em problematizações seus objetos de pesquisa. Com esta tônica, a historiadora Juçara Luzia Leite, da Universidade Federal do Espírito Santo, fez uma atenciosa leitura sobre a “república dos mangues”, estudando a situação do cotidiano das prostitutas que trabalharam na República do Mangue de 1954 a 1974, bem como a atuação policial no referido período e local. No artigo, “Mangue como República: Um Caso de Polícia no Rio de Janeiro”, a autora partiu das fichas policiais das prostitutas e tomou a questão das relações de poder como relações culturais, lendo essa área destinada exclusivamente à prática da prostituição que funcionava sob a orientação médica periódica.

O artigo seguinte – compondo histórias (re) inventando espaços: história, memória e identidade no memorial Jackson do Pandeiro – escrito por Lucivalna Ferreira Barros, Roberg Januário dos Santos e Iranilson Buriti, faz uma leitura de Jackson do Pandeiro a partir do seu memorial. Os autores partem de uma perspectiva historiográfica ancorada nos estudos da História Cultural, para analisarem a configuração imagético-discursiva da identidade Jacksoniana em Alagoa Grande / PB. Assim, buscam problematizar de que forma vem sendo gestado no município, em especial após a inauguração do Memorial Jackson do Pandeiro, em dezembro de 2008, a noção de identidade / pertencimento nos Alagoa-grandenses a partir de uma memória musical.

Joaquim de Melo, doutorando da UFSC, põe em discussão suas escritas sobre “Lima Barreto e os Subúrbios Traçados em Linhas Afetivas”, artigo no qual analisa a figura de Lima Barreto, uma intrigante personagem quixotesca da literatura, na Primeira República, considerado como “santo padroeiro” dos escritores rebeldes contemporâneos. Em seguida, Paloma Porto Silva, da UFMG, discute a “Higiene escolar, higiene da República: inspeção médica, ciência e infância – São Paulo (1917)”, colocando em suspeição as tecnologias e conhecimentos médicos sobre o corpo infantil a partir dos escritos do Dr. Vieira de Mello.

Janaina Cardoso de Mello e Rafael Santa Rosa Cerqueira escrevem o artigo intitulado “Do Passado ao Monumento: Proposta de Arqueologia Histórica do Cemitério dos Naufragos – SE”, elaborando um minucioso estudo acerca da relação entre passado, memória e esquecimento através de um trabalho de Arqueologia Histórica do Cemitério dos Náufragos em Aracaju, Sergipe. Os autores fizeram uma análise da cultura material oriunda de um momento trágico – os torpedeamentos aos navios brasileiros por um submarino alemão na costa sergipana vitimando 551 pessoas em 1942.

Intitulado “As Peripécias do Pavoroso Drama do Golgotha”: A procissão do encontro em Aracaju”, o artigo escrito por Magno Francisco de Jesus Santos, tem o objetivo de compreender a procissão do encontro na cidade de Aracaju nos primeiros decênios do século XX. Trata-se de uma leitura acerca das tradições atinentes ao período da Semana Santa na capital dos sergipanos. O autor analisa a referida procissão inserida no contexto do catolicismo da cidade, conspurcado por proeminentes transformações. A leitura desse catolicismo que se metamorfoseava diante dos olhos de novos atores do clero local teve como fonte programações, anúncios, notas e crônicas publicadas nos principais jornais de Aracaju, no período em foco. São textos que ilustram o cenário vivenciado pela população católica aracajuana em princípios do século XX.

Vanessa Marinho dar a ler, em seu artigo “Militância Negra e Expressão Estética no Recife (1980 – 2003), a relação entre a estética, enquanto forma de expressão do belo, e a expressão das identidades em militantes negros no Recife, a fim de demonstrar que a forma de utilização de imagens associadas a uma herança africana se configura como um instrumento de valorização das características do indivíduo afrodescendente – até hoje consideradas depreciativas por alguns. Neste sentido, Vanessa Marinho destaca que a cor da pele, as formas de usar o cabelo e o uso de indumentárias e acessórios associados a uma idéia de beleza negra se configuram como catalisadores deste processo de ressignificação da cultura negra.

O historiador da Universidade Estadual do Ceará, João Rameres Regis, brinda o leitor com o texto “O Integralismo em Limoeiro: memórias de sonho e de frustração”, no qual discute o papel da memória para a construção de representações do passado com base nas lembranças de ex-militantes do núcleo da Ação Integralista Brasileira, de Limoeiro do Norte, Ceará, e nos escritos dos memorialistas locais. Nesse sentido, a noção de cultura histórica permite compreender a interface entre o vivido e o lembrado, bem como os elementos que conferem certa representação do passado.

Iranilson Buriti de Oliveira

Campina Grande, Março de 2011.


OLIVEIRA, Iranilson Buriti de. Apresentação. Mnemosine Revista. Campina Grande, v.2, n.1, jan. / jun., 2011. Acessar publicação original [DR]

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