Memória, patrimônio cultural e processos educativos: diálogos e reflexões históricas | SÆCULUM – Revista de História | 2022

Inteligencia artificial sera usada para descobrir sitios arqueologicos ocultos Imagem Canaltech
Inteligência artificial será usada para descobrir sítios arqueológicos ocultos | Imagem: Canaltech

O patrimônio histórico-cultural caracteriza-se por suas múltiplas dimensões pedagógicas: educar pelo patrimônio, com o patrimônio, nas práticas educativas, na gestão formativa do uso público do patrimônio, nas concepções interdisciplinares e multidisciplinares, entre outras. Nesse sentido, esse dossiê dedica-se a organizar e aglutinar estudos e pesquisas sobre as interfaces entre história, patrimônio cultural e as práticas educativas na história ensinada.

São dimensões analíticas e metodológicas que apresentam o complexo enredo de narrar, lembrar, esquecer, difundir, preservar e questionar historicamente os percursos do patrimônio. Perpassam espaços educativos, caminham pelas praças, trilham ruas, adentram museus, sensibilizando-se pelas edificações de outrora, permitindo que as memórias e histórias, imiscuídas entre o material e a cultura intangível que também habita esses lugares, possam se tornar fontes históricas para/no Ensino de História. São reflexões críticas que têm diferentes basilares epistemológicos para dialogar sobre a natureza documental, imagética, oral, estética, formativa, educativa do patrimônio histórico-cultural que conforma relações de pertencimento entre os grupos e destes com as sociedades e as nações. Essa relação, sistêmica por essência, possibilita projetar meios/motivação/concepções para a educação para e com o patrimônio. Leia Mais

A escrita da história em disputa: os desafios do tempo presente para a prática da pesquisa e do ensino em História | SÆCULUM – Revista de História | 2021

Guia politicamente incorreto da historia do Brasil
Detalhe de capa de Guia politicamente incorreto da história do Brasil, de Leandro Narloch | Imagem: HH Magazine

Nos últimos anos, o(a) professor(a)1 de História no Brasil tem sido deslegitimado(a) e agredido(a) por pessoas ou grupos políticos/sociais que compartilham dos princípios do movimento “escola sem partido e sem ideologia de gênero”. Como se não bastasse toda a violência praticada contra os(as) docentes, acompanhamos nas redes sociais, no noticiário e nas conversas informais o processo de (des)validação da história ensinada, sob argumento de que professores(as) de história trazem versões comunistas e esquerdistas para a sala de aula e para o livro didático. Esses ataques ao fazer docente acendem o alerta da comunidade acadêmica, das associações cientificas, da sociedade civil organizada e dos sindicatos para a necessidade de um cuidado permanente que todos devem ter para com as instituições formativas e a importância do debate permanente sobre a liberdade de cátedra e o pluralismo de ideias no espaço educativo, e, ao mesmo tempo, devem ser lidos como um sinal para que professores(as), estudantes, pais e gestores(as) discutam sobre (in)verdade, fake fews, conhecimento científico e negacionismo. Leia Mais

Diretório dos Índios: políticas indígenas e indigenistas na América portuguesa | SÆCULUM – Revista de História | 2021

Diretorio dos Indios

O protagonismo dos povos indígenas no Brasil demorou a entrar na agenda da historiografia acerca da América Portuguesa, especialmente como indivíduos ou coletividades capazes de práticas políticas que poderiam decidir os seus destinos nos processos pós-contatos e diante da legislação indigenista. Incontáveis páginas foram escritas sobre o regime colonial nos trópicos sem que as suas agencias fossem mencionadas e até mesmo prevaleceram negações implícitas e explícitas sobre sua capacidade de ação, em estudos que tratam da política e da administração colonial portuguesa. As razões que procuram justificar operações historiográficas desse gênero têm sido de diferentes ordens. As mais frequentes são a alegação sobre a falta de fontes para inseri-los na historiografia, seu rápido e precoce “desaparecimento” das regiões conquistadas e colonizadas e a crença na desolação e na anomia dos indígenas, supostamente “incapacitados” de protagonismo histórico-social depois que foram conquistados e colonizados.

Não obstante, pesquisas históricas e antropológicas têm revisado esses argumentos. A publicação de guias e catálogos de fontes para a história indígena, como os organizados por John Monteiro na década de 1990 ou mais recentemente o dirigido por Juciene Ricarte Cardoso (2016), demostram que não é por falta de fontes que se explicará a ausência e/ou marginalização dos povos originários na tessitura da história colonial. Afinal, existem registros históricos importantes sobre as legislações indigenistas coloniais e muito material acerca das dinâmicas, contradições, práticas e vivências interétnicas na América Portuguesa [1]. Leia Mais

Diretório dos Índios: políticas indígenas e indigenistas na América portuguesa | SÆCULUM – Revista de História | 2021

O protagonismo dos povos indígenas no Brasil demorou a entrar na agenda da historiografia acerca da América Portuguesa, especialmente como indivíduos ou coletividades capazes de práticas políticas que poderiam decidir os seus destinos nos processos pós-contatos e diante da legislação indigenista. Incontáveis páginas foram escritas sobre o regime colonial nos trópicos sem que as suas agencias fossem mencionadas e até mesmo prevaleceram negações implícitas e explícitas sobre sua capacidade de ação, em estudos que tratam da política e da administração colonial portuguesa. As razões que procuram justificar operações historiográficas desse gênero têm sido de diferentes ordens. As mais frequentes são a alegação sobre a falta de fontes para inseri-los na historiografia, seu rápido e precoce “desaparecimento” das regiões conquistadas e colonizadas e a crença na desolação e na anomia dos indígenas, supostamente “incapacitados” de protagonismo histórico-social depois que foram conquistados e colonizados. Leia Mais

A Nova História (bio) política: sobre as capturas e as resistências  | SÆCULUM – Revista de História | 2020

Referências

[A Nova História (bio) política: sobre as capturas e as resistências]. SÆCULUM – Revista de História. João Pessoa, v.25, n.43, jul./dez.2020. Acessar dossiê [DR]

Mulheres, Gênero, Sertanidades  | SÆCULUM – Revista de História | 2019

Pretendemos, com este breve balanço apresentado na forma de ensaio, dar conta de apresentar um campo que começa a se consolidar, agregando pesquisas e trabalhos acadêmicos em torno da temática gênero e sertões. Mapeado inicialmente por esforços isolados e pontuais, o campo passa pela formação de uma rede que começa a atuar em conjunto, ganhando aos poucos espaço e reconhecimento, abrindo territórios intelectuais próprios. Entre competências científicas e afetos, as trocas e os compartilhamentos estão na base dessa proposta de pensar sertanidades com perspectivas outras, que buscam ir além da leitura e interpretação dos clássicos e da visibilidade dos “cabra-machos” e coronéis. Os sertões que aparecem são narrados na ótica das mulheres, das práticas sociais invisíveis, dos sujeitos antes considerados impossíveis, deslocados, seja nos termos de existências e vivências socialmente localizadas, mas, mais ainda, na visibilidade de suas histórias, trajetórias e memórias.

Se buscarmos nos embrenhar nos sertões da teoria, iremos perceber a necessidade da aproximação com outras noções que demarquem uma ausência ou um afastamento de uma historiografia preponderante, de mainstream, protagonizada por universidades localizadas em eixos historicamente privilegiados, como as regiões sudeste e sul do Brasil. Leia Mais

As ditaduras militares no Brasil e no Cone Sul: história, historiografia e memória  | SÆCULUM – Revista de História | 2018

“Um povo sem História não é gente, não pode ser gente, não tem como ser gente.” A frase, pronunciada por uma lavradora analfabeta e transcrita em nota da ANPUH-DF ao tratar da destruição recente do Museu Nacional3 , sintetiza a função social e o compromisso ético da História com as gerações atuais e futuras. A História, fruto da construção epistemológica do conhecimento na modernidade, encontra-se hoje envolvida numa trincheira em favor da democracia, da ciência, dos direitos humanos, do qual é caudatária. Dos diversos temas e objetos que são de interesse dos historiadores, aqueles dedicados à História recente, sobretudo, aos regimes ditatoriais do século XX vêm sendo alvo de negação considerados frutos do anti-intelectualismo emergente e de uma política do ódio que desconsidera o “Outro”, suas diferenças, direitos e pluralidades. Neste sentido, este número temático assumiu o compromisso de trazer a público, a partir dos cânones epistemológicos da pesquisa histórica, artigos dedicados às ditaduras no Cone Sul, considerando seus aspectos transnacionais e as especificidades das experiências nacionais. A pluralidade de temas, recortes, fundamentação teórica, fontes e metodologias reforçam os princípios da multicausalidade na construção da narrativa histórica, cujo rigor não está na exclusão de abordagens, mas na valorização de diferentes referenciais teórico-metodológicos, no domínio da historiografia e no uso de fontes. Leia Mais

História Cultural  | SÆCULUM – Revista de História | 2017

 

Organizadores

Carla Mary S. Oliveira – UFPB.

André Cabral Honor – Doutor em História pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor Adjunto do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília. E-Mail:  [email protected]


Referências

[História Cultural]. SÆCULUM – Revista de História. João Pessoa, n. 37, jul./ dez. 2017. Acessar dossiê [DR]

 

Oitocentos | SÆCULUM – Revista de História | 2015

O ano de 2015 tem sabor especial para a revista Sæculum, porque estamos justamente completando 20 anos de nosso periódico, cuja história foi permeada por percalços e muitas alegrias. A principal delas deve-se ao esforço coletivo de professores do Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba e dos professores vinculados ao Programa de Pós-Graduação História que também completa dez anos de existência.

Em meio a um clima de comemorações escolhemos uma nova organização editorial para a revista, em números temáticos que se alternarão com edições de artigos livres. Para a presente edição, o número temático tem por mote os Oitocentos, com o objetivo dar visibilidade aos esforços empreendidos pelos grupos de pesquisa Sociedade e Cultura no Nordeste e História da Educação no Nordeste Oitocentista, ambos alocados no PPGH da UFPB, assim como estimular o diálogo com os pesquisadores dedicados a esse período histórico em outros centros de pesquisa. Leia Mais

História e saberes médicos | SÆCULUM – Revista de História | 2014

Narrativas possíveis. Representações elaboradas por homens e mulheres, por sujeitos diversos sobre o saber médico e religioso, acerca de questões como saúde, doença, eugenia e higiene. Nesta perspectiva, esta edição da Sæculum apresenta o dossiê “História e Saberes Médicos”, que traz um conjunto de significativos debates históricos e historiográficos sobre corpo enfermo, corpo saudável, corpo médico, práticas religiosas da população e suas relações com discursos de cura.

No primeiro artigo, “Saúde e salvação: questões de fundo e três cosmovisões religiosas acerca da cura”, Marcelo Lopes revisitou uma temática bastante cara aos pesquisadores e demais estudiosos que se dedicam a investigar a História das Religiões a partir do viés da cura religiosa, recortando a concepção curativa na religião da Mesopotâmia, do antigo Egito e do extremo Oriente. Leia Mais

História e História das Religiões | SÆCULUM – Revista de História | 2014

O dossiê “História e História das Religiões” deste número 30 da Sæculum se compõe de dezoito artigos, duas entrevistas e duas resenhas, com foco em religiões e religiosidades. Ele resulta da articulação acadêmica do Grupo de Pesquisa Officium, dedicado aos Estudos Inquisitoriais e à História das Religiões e do Sagrado e que atua junto aos Programas de Pós-Graduação em História e em Ciências das Religiões da UFPB. Os artigos, que resumidamente apresentamos a seguir, são de autoria de pesquisadores com trabalhos acadêmicos de relevância em suas áreas de especialização.

Henrique Modanez de Sant’Anna abre o dossiê, discutindo a natureza do poder monárquico helenístico, destacando a importância do fato de que um rei possa emanar o poder de um “herói militar”, deixando clara a sua excelência. Há, de acordo com o pesquisador, um compartilhamento de expectativa entre os exércitos helenísticos e seus soberanos e a posição do governante se evidencia como “inventada”, fundamentando-se no “carisma”. Leia Mais

História e História Econômica  | SÆCULUM – Revista de História | 2013

O dossiê História e História Econômica, publicado neste número 29 da Sæculum, reúne um conjunto bastante amplo e diversificado da produção historiográfica atual neste campo. Como se poderá ver, as contribuições são muito variadas, desde a apresentação do método de georreferenciamento, proposto por Angelo Carrara e Rafael Laguardia, até o debate contemporâneo sobre o Estado de Bem Estar Social formulado por Matteo Troilo, passando por uma saudável questão em torno do método comparativo de dois clássicos da História Econômica proposta por Elio Flores.

Por outro lado, o leitor poderá encontrar algumas afinidades temáticas entre os artigos, representando, talvez, as tradições mais consolidadas da historiografia brasileira no campo da História Econômica. Os textos de Marina Candido e Filipa da Silva tratam do tráfico de escravos, tema que também é tangenciado no estudo de Natália Tammone sobre o comércio brasileiro com os Estados Unidos durante o século XIX. Um diálogo interessante também pode ser promovido entre os artigos de Laurent Saes e Rafael Marquese em torno da evolução dos sistemas escravistas americanos e do abolicionismo. O que, por sua vez, leva-nos ao problema da transição ao trabalho livre, acercado qual o estudo monográfico de Paulo Gonçalves sobre o transporte de imigrantes italianos no Atlântico e o artigo de Alexandre Saes e Fábio Castilhos sobre a produção de café e de mantimentos no Sul de Minas têm muito a acrescentar. Há ainda os trabalhos de História Agrária de Gustavo Pereira da Silva, também sobre o complexo cafeeiro, e o de André Corrêa sobre a pecuária em Caçapava, no Rio Grande do Sul, que ajudam a traçar um panorama mais amplo e complexo das estruturas agrárias do Brasil nos oitocentos. Leia Mais

História e História da Arte | SÆCULUM – Revista de História | 2013

Em 2013 a Sæculum completa 18 anos desde a publicação de seu primeiro número. Atingimos a maioridade, mas continuamos a buscar, com o frescor dos primeiros anos, a expansão das inúmeras possibilidades de discussão e debates nas searas de Clio.

Os eixos de interesse da pesquisa histórica no Brasil certamente não são os mesmos de 1995, quando saiu a primeira edição de nossa revista, e nem poderiam ser, haja vista a enorme expansão que houve no que diz respeito à pós-graduação de nossa área. Hoje existem programas de pós-graduação em História em todos os Estados brasileiros, e isso certamente trouxe uma mudança inexorável no leque de temas que se abriu para a investigação histórica em nosso país. Leia Mais

História e práticas cotidianas  | SÆCULUM – Revista de História | 2012

Algumas décadas se passaram desde que Fernand Braudel, em seu clássico Civilização Material, Economia e Capitalismo, afirmou a necessidade, por parte dos historiadores, do estudo das estruturas do cotidiano, aquilo que ele chamou de “os fatos miúdos que quase não deixam marca no tempo e no espaço”. Na confluência entre a História e a Antropologia, os fatos do cotidiano se caracterizam por sua repetição em longos períodos de tempo, bem como por sua relativa invisibilidade nos documentos. Representam, portanto, um grande desafio para os historiadores, acostumados à pesquisa dentro de períodos bem determinados e, geralmente, mais curtos do que a longue durée braudeliana.

No dossiê desta edição da Sæculum procuramos explorar as possibilidades de estudo das práticas cotidianas pela historiografia. Desde as técnicas alimentares e etílicas do Brasil colonial, passando pelos “fatos miúdos” da vida brasileira no século XIX, até as técnicas educacionais e sociais que visavam a “civilização” do povo brasileiro durante o século XX, ou o modo como a literatura pode dar ao historiador uma visada privilegiada sobre um determinado cotidiano. Desse modo, o dossiê é composto por catorze artigos, com autores provenientes de instituições as mais diversas e de formação também variada. Leia Mais

História e questão agrária / Sæculum / 2012

Saeculum – Revista de História, número 26, primeiro semestre de 2012, apresenta o Dossiê Temático “Questão Agrária”. São 19 artigos, 2 resenhas e 1 entrevista que tratam diretamente do tema. Essa é uma das poucas ocasiões em que a Saeculum, ao longo dos seus dezesseis anos de existência, publica um dossiê temático que ocupa todas as suas páginas, sem espaço para os que tratam de outros temas através do fluxo contínuo, o que se deveu ao significativo número de textos que foram encaminhados para apreciação.

Concluímos, diante desse fato, em primeiro lugar, que a Questão Agrária continua a ser discussão central no conjunto da obra dos historiadores brasileiros. Em que pese a incessante renovação historiográfica observada no país ao longo das últimas décadas; renovação essa marcada, entre outros aspectos, pela emergência de objetos e abordagens pouco investigados até então, e que contribuíram para a consolidação da área, especialmente no âmbito da pesquisa universitária, a Questão Agrária continua a ser fonte de preocupação constante por parte dos historiadores. Trata-se de uma questão que se enraíza na nossa história tão fortemente que é impossível deixar de refletir sobre ela. E que bom que os historiadores o estejam fazendo!

Os editores da Saeculum e os organizadores desse número consideram que tal fato seja extremamente relevante, uma vez que compartilham da perspectiva de que a História deve também ser um conhecimento que se desdobra sobre o mundo vivido, experienciado pelos homens, com o objetivo de nele agir, tal como nos ensinou Marc Bloch na sua Apologia. E se há questão central, ainda a resolver, na formação social brasileira, essa é a Questão Agrária.

E esse é o segundo motivo que julgamos explicar a grande ocorrência de artigos enviados para este dossiê da Saeculum: com os olhos no presente, os historiadores reafirmam a permanência do problema e a necessidade de reflexão sobre ele.

Nossa sociedade viu se encerrar a primeira década do século XXI sem que a reforma agrária, tão necessária para a solução dos problemas do campo brasileiro, fosse efetivamente realizada ou ao menos seriamente considerada como objetivo a se alcançar. Pelo contrário, assistimos nesse novo século a reprodução da grande propriedade, em escala cada vez mais ampliada, agora ocupada pelo agronegócio. Por outro lado, o século XXI também continua a reproduzir situações há muito conhecidas no campo, tais como os conflitos e a violência que resultam, por exemplo, no assassinato de lideranças e apoiadores da luta pela terra, na expulsão de moradores e pequenos proprietários e, por outro lado, na organização desses povos para resistir ao processo.

Os artigos que compõem o Dossiê abordam vários aspectos fundamentais da questão agrária no Brasil. Optamos por organizá-los em uma sequência cronológica até com o objetivo de explicitar ainda mais a permanência, através dos séculos, da questão na nossa história. Nesse amplo corte diacrônico, que se estende das origens européias da judicialização das relações agrárias até o debate historiográfico sobre o lugar da grande propriedade na nossa formação, passando por diferentes espaços, que vão da Amazônia ao extremo sul, dos litorais aos sertões, emergem inúmeros atores sociais: grandes e pequenos proprietários, grandes empresas e trabalhadores assalariados, agentes do Estado e da igreja, intelectuais, povos indígenas, escravos, homens pobres sem terra… Enfim, um amplo e significativo mosaico da sociedade brasileira gestada ao longo dos séculos.

Saeculum tem, assim, o prazer de apresentar uma amostra da variedade de reflexões contemporâneas dos historiadores brasileiros acerca da Questão Agrária. São, em grande número, resultados de trabalhos acadêmicos desenvolvidos junto a Programas de Pós-Graduação de todo o país ou de pesquisas vinculadas a diferentes instituições como centros de investigações ligados ou não a instituições de ensino superior. Pesquisas que palmilham documentos das mais variadas naturezas, fazendo-lhes perguntas novas e diversas, sobre um tema que continua se colocar como um desafio não apenas aos historiadores, mas para todo o povo brasileiro.

Para reforçar essa percepção, no processo de finalização desse número, nos chocou a notícia veiculada no último mês de outubro de 2012, acerca da situação desesperadora a que estão submetidos os Guarani-Kayowá no Mato Grosso do Sul, mas que não se trata de caso isolado e único, pois mostra a face da brutalidade de um desenvolvimento que se impõe pesadamente sobre as diferenças. Sobre isso, a nossa entrevistada, a Professora Rosa Godoy nos ensina a associar a prática científica à ação enquanto cidadãos, nos lembrando das múltiplas possibilidades do fazer histórico.

Os Organizadores


Organizadores. Editorial. Sæculum, João Pessoa, n.26, 2012. Acessar publicação original [DR]

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História e questão agrária  | SÆCULUM – Revista de História | 2012

Saeculum – Revista de História, número 26, primeiro semestre de 2012, apresenta o Dossiê Temático “Questão Agrária”. São 19 artigos, 2 resenhas e 1 entrevista que tratam diretamente do tema. Essa é uma das poucas ocasiões em que a Saeculum, ao longo dos seus dezesseis anos de existência, publica um dossiê temático que ocupa todas as suas páginas, sem espaço para os que tratam de outros temas através do fluxo contínuo, o que se deveu ao significativo número de textos que foram encaminhados para apreciação.

Concluímos, diante desse fato, em primeiro lugar, que a Questão Agrária continua a ser discussão central no conjunto da obra dos historiadores brasileiros. Em que pese a incessante renovação historiográfica observada no país ao longo das últimas décadas; renovação essa marcada, entre outros aspectos, pela emergência de objetos e abordagens pouco investigados até então, e que contribuíram para a consolidação da área, especialmente no âmbito da pesquisa universitária, a Questão Agrária continua a ser fonte de preocupação constante por parte dos historiadores. Trata-se de uma questão que se enraíza na nossa história tão fortemente que é impossível deixar de refletir sobre ela. E que bom que os historiadores o estejam fazendo! Leia Mais

História e Africanidades  | SÆCULUM – Revista de História | 2011

A revista Saeculum, com o dossiê “História e Africanidades”, traz à comunidade acadêmica e, esperamos, a um público não acadêmico, questões sobre a história e as populações negras, procurando reconhecer, valorizar e (re)significar as práticas culturais africanas no território brasileiro.

Os autores e as autoras dos estudos presentes nesse dossiê utilizam intensamente do diálogo da História com outras áreas do conhecimento – Antropologia, Pedagogia, Direito e Sociologia –, assim temos dez artigos de diferentes regiões do Brasil, que utilizaram de temas e abordagens diversas para evidenciar as características da escravidão no Brasil; biografias de intelectuais negros e ações pedagógicas do Movimento Negro na contemporaneidade. Do exterior temos um artigo sobre a catedral do Congo, um “lugar mítico” com uma memória, que contribuiu, na atualidade, para formação de identidades culturais. Leia Mais

História e Africanidades / Sæculum / 2011

A revista Saeculum, com o dossiê “História e Africanidades”, traz à comunidade acadêmica e, esperamos, a um público não acadêmico, questões sobre a história e as populações negras, procurando reconhecer, valorizar e (re)significar as práticas culturais africanas no território brasileiro.

Os autores e as autoras dos estudos presentes nesse dossiê utilizam intensamente do diálogo da História com outras áreas do conhecimento – Antropologia, Pedagogia, Direito e Sociologia –, assim temos dez artigos de diferentes regiões do Brasil, que utilizaram de temas e abordagens diversas para evidenciar as características da escravidão no Brasil; biografias de intelectuais negros e ações pedagógicas do Movimento Negro na contemporaneidade. Do exterior temos um artigo sobre a catedral do Congo, um “lugar mítico” com uma memória, que contribuiu, na atualidade, para formação de identidades culturais.

São duas as resenhas que compõem o presente dossiê, cujos livros são O Navio Negreiro, de autoria de Marcus Rediker, e Ações Afirmativas: a questão das cotas, organizado por Renato Ferreira, ambos foram publicados em 2011 e tratam de assuntos envolvendo as relações raciais do Brasil. O primeiro aborda o tráfico transatlântico que possibilitou a formação da sociedade brasileira, forjada com base na exploração da mão-de-obra de africanos escravizados e de seus descendentes. Uma história ainda presente na atualidade, uma vez que, o “passado escravista” não passou e retoma-se a questão da “herança escravista” como um dos elementos para se compreender as desigualdades raciais no Brasil. Sendo que ativistas da luta antirracista e seus aliados têm defendido as políticas de ações afirmativas no ensino superior como um dos caminhos para minimizar as assimetrias raciais. Desde então, no debate público muitas polêmicas foram evidenciadas e formaram movimentos favoráveis e contra as Ações Afirmativas, assim, a publicação do livro de Ferreira contribui ao trazer ao público visões jurídicas sobre o tema aludido, nos mostrando como o Brasil avançou na formalização de direitos, contudo, precisamos transformar os discursos legais favoráveis à igualdade social em oportunidades para que as pessoas negras possam superar as injustiças sociais / raciais.

Dando continuidade à discussão do tema das relações raciais brasileira, temos a entrevista com o professor José Jorge de Carvalho, da UnB, que aborda temas variados, como a religião afro-brasileira, o folclore, a mestiçagem na América Latina, o “racismo no ensino superior”, a intelectualidade negra e os movimentos políticos negros, destacando, assim, vários elementos que propiciam reflexões sobre a identidade brasileira e as injustiças sociais na contemporaneidade.

Finalizando, desejamos a todo(a)s uma boa leitura e reflexões sobre as relações raciais nesse início do século XXI e, ao contrário de muitos de nossos antepassados, não vamos ignorar ou negar a ideologia da democracia racial presente em nossa contemporaneidade. Vamos enfrentar esse debate, tão necessário para a ampliação da cidadania.

Os Editores


Editores. Editorial. Sæculum, João Pessoa, n.25, 2011. Acessar publicação original [DR]

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História e Memória | SÆCULUM – Revista de História | 2010

Prezados Leitores:

Discutir sobre História e Memória no âmbito do ofício dos historiadores tem constituído momentos recorrentes, e poderíamos sublinhar que eles estão presentes até mesmo nas espacialidades exteriores às academias (institucionais). As incursões nos meandros da memória estão instigando várias áreas dos saberes e o interesse das sociabilidades em geral. Há uma imensa curiosidade em desvendar os segredos que participam da lembrança e do esquecimento.

História e Memória estão imbricadas, uma e outra. São relacionais e estabelecem variadas possibilidades, da complementaridade à negação. Compartilham tessituras das nossas sensibilidades ao dizer das interfaces das nossas temporalidades e espacialidades plurais. Leia Mais

História e História da Educação | SÆCULUM – Revista de História | 2010

Prezados Leitores:

As pesquisas em História da Educação vêm ganhando espaço cada vez maior entre os chamados “historiadores de ofício”. Os estudos acerca das práticas educativas; dos processos educacionais; da história das instituições escolares; do papel das políticas de Estado voltadas para a Educação; da história das disciplinas escolares, dentre uma infinidade de temas, têm sido alvo de pesquisas por parte dos historiadores em diversas temporalidades.

Compartilhando das perspectivas teóricas e metodológicas do campo da História, como as filiações com a História Cultural; a História Social inglesa; a Micro História italiana e as linhagens da perspectiva marxista têm dado uma nova face para as pesquisas da História da Educação que passaram, nos últimos vinte anos, a ter maior visibilidade para além dos limites dos cursos de pedagogia e dos estudos relacionados às ideias do pensamento educacional. Nessa perspectiva, as novas abordagens e objetos vêm se constituindo como um espaço de reflexão importante para fortalecermos os ofícios de Clio, que desta feita passa a se interessar mais de perto pelos problemas relacionados com a educação na sua historicidade. Leia Mais

História e Teoria da História  | SÆCULUM – Revista de História | 2009

Prezada Leitora, Prezado Leitor:

No ensaio sobre o “conceito de história universal”, de 1831, Leopold von Ranke sustenta que a história se diferencia das demais ciências porque também é arte. Entretanto, o historiador alemão que forjou a história científica não chegou entre nós, historiadores do século XXI, como um sujeito envolvido e simpático às “artes historiográficas”. Pelo contrário, sua principal “representação” é a de historiador, metódico, oitocentista, positivista, historicizante. Os dois primeiros adjetivos são agradáveis; os dois últimos são xingamentos nos ofícios de Clio.

Sæculum 21, com o dossiê História e Teoria da História, apresenta oito ensaios que discutem desde a “história como tribunal do mundo”, a filosofia da história pós-moderna (uma provocação?), a historiografia como “suspeição do outro”, o diálogo dos Annalistes, questões para o historiador da arte, teorias da representação e ideologia, poder político e teoria social e a “cidade como objeto da historiografia”. Temos certeza de que o “velho” Ranke se agradaria de dar uma espiadela nos historiadores do século XXI, nessa Sæculum 21, lá dos seus recantos da Turíngia. Leia Mais

História e Literatura / Sæculum / 2009

No distante ano de 1966 Hayden White cutucou a comunidade de historiadores com afiada aziaga de crítico da cultura no seu espetacular ensaio, “O Fardo da História”, onde afirmava a seguinte tese: “avulta em toda parte um ressentimento motivado pelo que parece ser a má fé do historiador em reivindicar os privilégios tanto do artista quanto do cientista, ao mesmo tempo em que recusa submeter-se aos modelos críticos que atualmente vão sendo estabelecidos na arte ou na ciência”. Tratava-se, segundo o autor, de uma “tática fabiana”, análoga a dos operários vitorianos que queriam ardorosamente o socialismo, mas não abriam mão do capitalismo e do imperialismo.

Depois de um silêncio sepulcral em torno dos “ataques de literatice” às consagradas epistemologias historiográficas oitocentistas grandes reações surgiram para defender o campo do historiador. Entre nós, brasileiros e intelectualmente híbridos, tomamos a literatura sem as reverências canônicas e buscamos dessacralizá-la, atirando-a ao rés do chão: como testemunho histórico e como representação. Muitos de nós seguimos o manifesto-apresentação dos organizadores de A História Contada (Capítulos de história social da literatura no Brasil), já então no final da década de 1990 e, portanto, no ocaso do século em que a comunidade viva de historiadores nasceu.

Esse fardo, ainda deveremos carregar por muitas gerações e, por isso mesmo, Saeculum também tenta alfinetá-lo para derrubar alguns grãos epistemológicos em nossa seara. O dossiê, História e Literatura, como um dos últimos da primeira década do século novo, apresenta uma variedade de concepções e postulações que firma o pluralismo acadêmico da revista em definitivo.

São treze artigos de autores das várias universidades brasileiras e do exterior que discutem as relações, nem sempre amistosas, entre história e literatura. Mais uma resenha é apresentada sobre livro recente em torno da temática da “arte de inventar o passado”. Finalmente, brindamos o leitor de Saeculum com entrevista inédita realizada com um dos historiadores brasileiros mais reconhecidos em torno das fontes literárias: Sidney Chalhoub.

História e Literatura: nada de boa leitura! Excelente reflexão!

Os Editores.


Equipe Editorial. Editorial. Sæculum, João Pessoa, n.20, 2009. Acessar publicação original [DR]

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História e Literatura | SÆCULUM – Revista de História | 2009

Prezado (a) Leitor (a),

No distante ano de 1966 Hayden White cutucou a comunidade de historiadores com afiada aziaga de crítico da cultura no seu espetacular ensaio, “O Fardo da História”, onde afirmava a seguinte tese: “avulta em toda parte um ressentimento motivado pelo que parece ser a má fé do historiador em reivindicar os privilégios tanto do artista quanto do cientista, ao mesmo tempo em que recusa submeter-se aos modelos críticos que atualmente vão sendo estabelecidos na arte ou na ciência”. Tratava-se, segundo o autor, de uma “tática fabiana”, análoga a dos operários vitorianos que queriam ardorosamente o socialismo, mas não abriam mão do capitalismo e do imperialismo.

Depois de um silêncio sepulcral em torno dos “ataques de literatice” às consagradas epistemologias historiográficas oitocentistas grandes reações surgiram para defender o campo do historiador. Entre nós, brasileiros e intelectualmente híbridos, tomamos a literatura sem as reverências canônicas e buscamos dessacralizá-la, atirando-a ao rés do chão: como testemunho histórico e como representação. Muitos de nós seguimos o manifesto-apresentação dos organizadores de A História Contada (Capítulos de história social da literatura no Brasil), já então no final da década de 1990 e, portanto, no ocaso do século em que a comunidade viva de historiadores nasceu. Leia Mais

História e Iconografia | SÆCULUM – Revista de História | 2008

Prezado (a) Leitor(a),

Está em suas mãos o número 19, de Sæculum, a revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB. Nesse número, apresentamos o dossiê História e Iconografia que, numa das definições mais clássicas, significa “arte de representar por meio da imagem”. E. H. Gombrich se reporta à “representação pictórica” para nomear o seu mais famoso livro no duplo sentido de “arte e ilusão”. Irwing Panofsky foi um inovador no método iconológico que ultrapassa a simples imagem narrada dando um novo “significado às artes visuais”.

Seis artigos compõem o dossiê História e Iconografia, que estão assim estruturados: abrindo o volume, o de Thereza Baumann (Museu Nacional/UFRJ), discute as primeiras imagens européias sobre o Novo Mundo e seus habitantes; em seguida, o de Isis Pimentel de Castro (UFMG), analisa telas de Pedro Américo e Vitor Meireles; na seqüência, o de Maraliz de Castro Vieira Christo (UFJF), versa sobre a tela A Batalha de Campo Grande (1871), de Pedro Américo; logo após, o de Robson Xavier da Costa (UFPB) tem como foco a pintura Naïf, de artistas paraibanos contemporâneos; segue-se o artigo de Emerson Dionísio G. de Oliveira, que aponta para a representação iconográfica do mito bandeirante, na obra de Benedito Calixto; e, por fim, o de María Dolores Fuentes Bajo e María Dolores Pérez Murillo, apresenta a memória filmada da América Latina através de uma significativa filmografia. Leia Mais

História e Oralidades  |  SÆCULUM – Revista de História  | 2008

Prezado (a) Leitor(a),

Chegamos ao número 18, de Sæculum, revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB com o dossiê História e Oralidades. A importância dos depoimentos e das memórias nas discussões de história do tempo presente e os importantes aspectos subjetivos que demarcam e problematizam o papel do indivíduo na história, por si só justificam o presente dossiê.

Desafiando a supremacia do documento escrito, os documentos orais afirmaram sua legitimidade como fonte subjetiva, sempre atualizada pelas ressignificações inerentes aos trabalhos da memória, marca da seletividade, das escolhas individuais e, simultaneamente de dimensões coletivas. Entre as memórias e histórias, Mnemosine e Clio são as musas-guia da humanidade em sua viagem pelo reino de Cronos que, entre palavras e silêncios, delimita o tempo das gerações. Na busca de nossos mortos perseguimos os rastros de memórias inscritas em velhas cartas, depoimentos, fotografias de álbuns de família. Constituímo-nos, como seres históricos, também por suas biografias, nossas genealogias; também por suas memórias, nossa herança coletiva. E é a partir desses substratos que o historiador estrutura seu ofício buscando escapar aos grilhões da memória, libertando-se do absolutismo de seus excessos, de sua exacerbada subjetividade, aplicando a elas, sem desconsiderar a riqueza de seus conteúdos, outros padrões de inteligibilidade, o trabalho do método, a operação historiográfica. Leia Mais

História e Poder  |  SÆCULUM – Revista de História  | 2007

Prezado Leitor,

Está em suas mãos o número 17, de Sæculum, a revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB. Nesse número, apresentamos o dossiê História e Poder que, diante dos avanços teóricos e metodológicos da ciência por nós professada e “professorada”, ultrapassa a área da história política, tal qual haviam nos ensinado os antigos – mas não necessariamente velhos – compêndios escolares.

História e Poder implica afirmar que o animal político, aquele mesmo do paradigma aristotélico com sede de mandar na Pólis e aclamado pela Ágora, não foi ainda subsumido pelos culturalismos reinantes que insistem em proclamar a morte da política, o fim das ideologias e o apagamento da centralidade do poder. Ora, não se conhece nenhuma cultura histórica – da revolução neolítica à massificação das tevês digitais – onde o exercício do poder e a estruturação da sociedade tenham sido levados a cabo pelos cachorros ou pelos gatos. Aos homens e mulheres de nosso tempo o que nos pertencem, animais políticos e racionalizadores de cultura. Não há cultura que não seja complexamente racionalizada e politicamente orientada.

Nesse sentido, os artigos do dossiê História e Poder, de Sergio Alberto Feldman, Wellington Barbosa da Silva, Martinho Guedes dos Santos Neto, Jayme Fernandes Ribeiro, Damião de Lima e Paulo Giovani Antonino Nunes explicitam, a partir de variados pressupostos teóricos e de aportes documentais específicos, o estado da arte que relaciona a história com o próprio poder e seus derivados lancinantes como a política, o Estado, a governança, a autoridade, a dominação e as rupturas institucionais.

Mais quatro artigos compõem o número 17 de Sæculum, que enfocam a migração nordestina para a Amazônia, as ficções narrativas sobre o Nordeste no cinema e na televisão brasileiros, as memórias de uma mulher do cangaço e a nação republicana vista a partir dos romances de Nestor Duarte. São os artigos de Francivaldo Alves Nunes, Claudio Cardoso de Paiva, Gilvan de Melo Santos e Giselle Laguardia Valente, respectivamente.

Ainda compõem o dossiê duas resenhas de livros recentemente lançados pelo mercado editorial brasileiro, de autoria do cientista social André Botelho, do Programa de Sociologia e Antropologia da UFRJ, e dos historiadores Ângela de Castro Gomes e Jorge Ferreira, ambos do Programa de Pós-Graduação em História da UFF. As resenhas são assinadas por Diogo da Silva Roiz e por Regina Maria Rodrigues Behar.

Por fim, a expectativa de que a maioridade de Sæculum chega com o próximo número, esperamos que a leitura deste, não lhe seja um infortúnio, amigo leitor.


Organizadores

Equipe Editorial


Referências desta apresentação

Equipe Editorial. Editorial. SÆCULUM – Revista de História. João Pessoa, n.17, p.7, jul./ dez. 2007. Acessar publicação original [DR]

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História e Cultura Histórica  | SÆCULUM – Revista de História  | 2007

O I Seminário de História e Cultura Histórica, realizado no período de 24 a 26 de abril de 2007, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGH/ CCHLA/UFPB), teve como objetivo principal a reflexão historiográfica sobre a área de concentração do Programa. Para aglutinar as linhas de pesquisa (História Regional e Ensino de História e Saberes Históricos), a área História e Cultura Histórica foi pensada como a tradução do circuito de qualificação profissional necessária à operação histórica: formação teórico-metodológica, análise dos processos históricos com escalas definidas e os sentidos historiográficos dos conhecimentos históricos produzidos.

Assim, às reflexões dos historiadores do Programa, que vêm discutindo a Cultura Histórica nas linhas e nos grupos de pesquisa, se juntaram as contribuições de nossos convidados que participaram do seminário. O evento possibilitou a formatação do dossiê História e Cultura Histórica, que vem publicado no número 16 da revista Sæculum, nesse primeiro semestre de 2007. Esse número significa, para os que fazem a revista, mais um tijolo na firme construção dos alicerces historiográficos da pós-graduação em História no Estado da Paraíba e no fortalecimento da pesquisa histórica no Nordeste do Brasil. Leia Mais

Ensino de História e Saberes Históricos |  SÆCULUM – Revista de História  | 2006

Entregamos ao leitor o segundo número do ano de 2006, honrando nosso compromisso de organização de dois Dossiês: o primeiro, sobre História e Região, e este, sobre Ensino de História e Saberes Históricos. Dessa forma, as publicações da Sæculum neste ano contemplaram reflexões acerca das duas linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba cuja área de concentração é História e Cultura Histórica. Leia Mais

História e Região / Sæculum / 2006

O número da Sæculum – Revista de História que ora se apresenta à comunidade acadêmica traz, pela primeira vez em sua trajetória editorial, a incorporação do formato dossiê à sua estrutura. Neste número, o tema contemplado é “História e Região” que, não por coincidência, corresponde a uma das linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB, ao qual a revista Sæculum está vinculada. Nesta perspectiva, a Saeculum busca, através de artigos oriundos de pesquisadores dos mais diversos locais do país e com base na abordagem da questão regional a partir de diferentes matrizes conceituais e de distintos enfoques temporais e espaciais, contribuir para o amadurecimento da reflexão teórica e da análise empírica envolvidas na produção da nossa pós-graduação.

Os três primeiros artigos que compõem este dossiê versam sobre a questão regional no período colonial. No primeiro deles, Mozart Vergetti de Menezes busca discutir o mapeamento e as singularidades das jurisdições política, administrativas, judiciária, militar e eclesiástica na relação da Paraíba com as diversas capitanias do Norte do Brasil; em seguida, Carlos Leonardo Kelmer Mathias busca destacar a importância do sistema de concessão de mercê para a manutenção e reforço das relações de mando naquele período; pela análise dos dados sobre o comércio da cidade de São Paulo, Denise A. Soares de Moura no próximo artigo, aponta para a possibilidade de redefinição do recorte regional e a identificação de outras dinâmicas do comércio colonial e das relações de poder então vigentes. Os dois artigos que se seguem trazem temáticas relativas ao período imperial: a constituição e o perfil sócio-político da Sociedade Federal de Pernambuco no início do período regencial é o que nos apresenta Sílvia Carla Pereira de Brito Fonseca e a discussão de como a manufatura açucareira na Província de São Paulo voltou-se para o mercado interno e, acompanhando o desenvolvimento do complexo cafeeiro, originou a grande indústria do açúcar em solo paulista é o tema desenvolvido no trabalho de José Evando Vieira de Melo. Pesquisas centradas no período republicano emergem com os artigos de Maria da Conceição Francisca Pires, que discute o processo de modernização ocorrido na cidade de Vitória (ES) durante o governo Jerônimo Monteiro, de Geni Rosa Duarte que, ao analisar o abrasileiramento da produção musical no país, põe em relevo os embates ocorridos entre as concepções de nacional e de regional e de Elison Antonio Paim, que procura demonstrar como se constituiu, historicamente, o Oeste Catarinense, tomando-se por base o sonho de colonização e de progresso. Finalmente, no último artigo que compõe o dossiê “História e Região”, Flávio Lúcio R. Vieira procura analisar a trajetória histórica do conceito de região, pondo em relevo a abordagem da questão regional nordestina a partir dos anos 50.

Além do dossiê “História e Região”, este número da Sæculum – Revista de História traz três artigos centrados na discussão do processo de formação de identidades: no primeiro deles, Ana Beatriz Ribeiro Barros Silva discute a construção, pela historiografia paraibana, da imagem heróica de André Vidal de Negreiros e a importância desta construção para a formação da identidade local; no segundo trabalho, Isis Pimentel de Castro aborda o papel crucial desempenhado pela pintura histórica e seus principais representantes na formação da identidade nacional; por fim, Isabel Cristina Martins Guillen e Ivaldo Marciano de França Lima discutem a espetacularização dos maracatus-nação em Recife entre as décadas de 60 e 90 do século passado.

Assim, plena de multiplicidades e enfoques diferenciados, apresentamos ao leitor mais esta edição de Sæculum, com o desejo de que os artigos aqui presentes provoquem o debate e o diálogo entre historiadores, contribuindo para a construção de uma história possível.


Equipe Editorial. Editorial. Sæculum, João Pessoa, n.14, 2006. Acessar publicação original [DR]

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História e Região |  SÆCULUM – Revista de História | 2006

O número da Sæculum – Revista de História que ora se apresenta à comunidade acadêmica traz, pela primeira vez em sua trajetória editorial, a incorporação do formato dossiê à sua estrutura. Neste número, o tema contemplado é “História e Região” que, não por coincidência, corresponde a uma das linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB, ao qual a revista Sæculum está vinculada. Nesta perspectiva, a Saeculum busca, através de artigos oriundos de pesquisadores dos mais diversos locais do país e com base na abordagem da questão regional a partir de diferentes matrizes conceituais e de distintos enfoques temporais e espaciais, contribuir para o amadurecimento da reflexão teórica e da análise empírica envolvidas na produção da nossa pós-graduação. Leia Mais

Saeculum | UFPB | 1995

SAECULUM1

Sæculum – Revista de História (João Pessoa, 1995-) aceita para publicação propostas de dossiês temáticos e de artigos, resenhas e entrevistas para os dossiês com chamadas de trabalhos abertas, sendo os mesmos na área de História e que devem ser enviadas apenas eletronicamente, com redação em português, inglês, francês, italiano ou espanhol, e cujo(s) autor(es) seja(m) doutorando(a)(os)(as) ou portador(a)(es)(as) do título de doutor.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

ISSN 0104-8929 (Impresso)

ISSN 2317-6725 (Online)

Acessar resenhas [Coletar 1996-2007]

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