Agentes da diplomacia: trocas culturais e políticas entre os séculos XIII E XVIII /Fênix – Revista de História e Estudos Culturais/2022

Durante muito tempo a história diplomática ou ainda a história das Relações Internacionais era de maneira geral presa ao paradigma historicista do século XIX, o Estado era entendido como uma instituição inquestionável, não havendo espaço para contradições; também era assim o responsável pelas decisões no plano internacional, e havia pouco espaço para os indivíduos e atores sociais. Ao mesmo tempo, a história diplomática mais tradicional procurava encontrar grandes marcos temporais para explicar as Relações Internacionais, o estudo de tratados de paz e armistícios é a prova evidente da busca desses marcos. Leia Mais

Teoria da História | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2006

Os Irmaos Grimm Teorias da História
Cena de Os Irmãos Grimm – Filme de Terry Gilliam (2005) | Imagem: Boca do Inferno

Poucos campos da ciência histórica permanecem com fronteiras tão livres e francas quanto a teoria da história. Eu disse teoria da história? Alguns a lêem como historiografia, como debate historiográfico, outros tantos como metodologia. E isto se reflete na prática diária do ofício do historiador, quando, por vezes, a definição do que é teoria fica um tanto capenga. Em certo sentido, é evidente que cada historiador precisa, sem adiamentos ou postergações, pensar no que faz.

Mas não é curioso que algo que deveria ser um imperativo – pensar no que se faz – permaneça sendo algo indefinido, imaturo, precário? Ora, ninguém duvida, dentro da filosofia, da existência de uma área denominada epistemologia, ou de uma outra classificada como estética. Os filósofos, sistemáticos e hierárquicos por natureza de ofício, reconhecem-lhes as obras clássicas, permitindo o ultrapasse destas fronteiras, sabendo que recebem em suas casas uma nobre visita. E pouco mais do que isso. Leia Mais

História da saúde e das doenças: sujeitos/ saberes e práticas | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2021

Os anos de 2020 e 2021 marcaram profundamente a vida das pessoas de diferentes lugares do planeta. A pandemia de Sars-coV-2 (Covid-19) invadiu o espaço público, os corpos das pessoas e dizimou uma enorme parcela da população, especialmente a mais pobre.

A primeira grande pandemia do século XXI, embora precedida por outras manifestações epidêmicas como o Ebola e o H1N1, tomou proporções que só podem ser comparadas às da gripe “espanhola”, no início do século XX. Em 1918, a imprensa informava que o vapor Demerara, proveniente da cidade inglesa de Liverpool e que passou pelos portos do Recife, Salvador e Rio de Janeiro na primeira quinzena de setembro, registrou passageiros infectados a bordo, com cerca de cinco óbitos (SOUZA, 2009, p. 102). Era a chegada da doença ao Brasil. Leia Mais

Literatura e cultura italiana do século XX | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2021

Um dos objetivos do dossiê é propor um resgate crítico de um período específico do contexto cultural italiano do século XX, a saber, o período que vai da década de 1960 à década de 1980. Trata-se de um interesse de fundo que contribui para a articulação das diversas contribuições aqui reunidas, propostas de leituras das obras de autores como Leonardo Sciascia, J. Rodolfo Wilcock, Goffredo Parise, Vittorio Sereni, Primo Levi e Elena Ferrante.

Embora seja sempre controverso apontar períodos mais ou menos conturbados na história, posto que problemas amiúde permanecem latentes na aparente calmaria da continuidade, os textos do presente dossiê encobrem um período bastante tenso. Estudálos e lê-los hoje em dia, quando não estamos exatamente navegando em mares tranquilos, é bastante desafiador. É quase inevitável pensar na “fusão de horizontes”, de Hans-Georg Gadamer, embora estejamos todos mais propensos à confusão e os horizontes estejam muito nebulosos ou quase invisíveis. De qualquer maneira, fica o desafio de pensarmos em uma encruzilhada no espaço, formada por Brasil e Itália, e, sobretudo, no tempo, pois, assim como hoje é intenso o debate sobre “as novas faces do fascismo”, para usar a expressão de Enzo Traverso (TRAVERSO, 2019), nas décadas de 60 e 70, a atmosfera política estava pesada, tanto lá como cá. Leia Mais

Os destinos das democracias nas imagens | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2020

Com recuos e progressos, reconhecemos que a história da democracia é a história da inclusão de mais sujeitos, daí que o ideal seja a realização da universalidade concreta dos projetos de emancipação.

DUNKER, 2020, p. 117.

As democracias, em âmbito global, têm sido achacadas neste início do século XXI, especialmente nesta década que agora se encerra. Não que ela não tenha passado por crises anteriores. Uma questão que se coloque, talvez, é a que, tendo sido brutalmente alvejada anteriormente, nós, como coletividade, tivéssemos aprendido alguma lição e nos tornamos capazes de afastar outros ataques a ela. Esse foi um pensamento enganoso, caso tenha de fato existido. Não há que se falar em democracia ideal, mas em democracias possíveis, seus limites e os modos de ampliação de sua efetividade. Christian Dunker, no ensaio “Psicologia das massas digitais e análise do sujeito democrático”, citado acima e presente na obra Democracia em risco?, publicada pela Companhia das Letras em 2019, indica seu ponto ideal, expressado na inclusão e na emancipação.

Mas, as democracias contemporâneas têm estado, por vezes, “em vertigem”. Se tomarmos o modelo iluminista de democracia e tentarmos aplicá-lo na análise das atuais experiências é possível que haja larga inadequação. Qual será a elasticidade do conceito? É provável que seja aquela dada pela materialidade da experiência histórica da democracia ou pela capacidade de imaginá-la, o que nos leva ao seu aspecto inclusivo. Por isso, o presente dossiê trata das democracias, ou seja, das experiências sociais experimentadas, materializadas, utópicas e distópicas, de organização social e dos modos de convivência coletiva na contemporaneidade. A produção imagética e a leitura de imagens neste mesmo momento histórico têm sido estruturantes das sociedades, considerando sua existência nacional, fronteiriça, diaspórica e global. As imagens também têm sido utilizadas para forjar as democracias, em medida parecida de seu uso para ataca-las. O dito “uma imagem vale mais que mil palavras” tem sido apropriado em sua literalidade para usos políticos e representacionais, dotando-as de um valor, por vezes, excessivo, e, em outras, minando seu possível valor. As imagens participam, assim, das disputas da democracia, em cada experiência dela sobre a qual pudermos nos debruçar e observar. Leia Mais

Práticas e processos socioculturais na Amazônia | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2020

O dossiê “Práticas e processos socioculturais na Amazônia” é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Estudos Interdisciplinares em Cultura e Políticas Públicas da Universidade Federal do Amapá e do Grupo de Pesquisa em Comunicação e Cidade da Universidade Federal de Mato Grosso.

O objetivo da proposta foi apresentar resultados de investigação, no âmbito de programas de pós-graduação stricto sensu e de grupos de pesquisa, no país e no exterior, que se propõem a descrever, analisar e refletir sobre fenômenos, práticas e processos sociais que atravessam ou são atravessados pelo campo cultural. A proposta considera a apropriação de dispositivos e artefatos tecnológicos/comunicacionais, artísticos e literários em suas mais diversas linguagens para produção, circulação e reconhecimento de sentidos sobre e a partir da Amazônia. Leia Mais

História, literatura e religião | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2019

A reunião de um grupo de historiadores para discutir das relações entre literatura e religião, ou as múltiplas possibilidades envolvidas na presença referente da religião na literatura afirma-se como uma possibilidade importante para pensarmos o métier do historiador nos dias de hoje.

A história não se contenta mais com as divisões estanques do passado, nas quais a sociedade, a economia e as relações de poder ocupavam lugar proeminente, capazes de relativizar a importância das religiões/religiosidades enquanto motivações de pesquisa. A religião passa hoje por uma revisão qualitativa do seu papel na estrutura social, em oposição ao ranço objetivista e materialista do passado, o qual mesmo quando reconhecia o seu papel operativo na sociedade, a subordinava a critérios de validade, que muitas vezes a depreciavam ou a negavam simplesmente. Leia Mais

História e Humor | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2018

“Le bon historien (…) saura ce qu’il faut penser de toute cette mascarade. Non point qu’il la repousse par esprit de sérieux; il veut au contraire la pousser à l’extrême: il veut mettre en oeuvre un grand carnaval du temps, où les masques ne cesseront de revenir. (…) Car cette identité, bien faible pourtant, que nous essayons d’assurer et d’assembler sous un masque, n’est elle-même qu’une parodie.”

Michel FOUCAULT. “Nietzsche, la généalogie, l’histoire”. In BACHELARD, Suzanne et al. ‘Hommage à Jean-Hyppolite’. Paris: Presses Universitaires de France, 1971, p. 169-170.

No senso comum, inclusive acadêmico, não é difícil um pesquisador do humor ser encarado com estranheza, seu tema ser visto como menor, com mais expectativa de provocar risos do que reflexões sobre seu estudo. Tal percepção incorpora nos meios universitários os estereótipos que tendem a ver o fenômeno como ligado à dimensão do divertimento, do lúdico, da mera brincadeira, motivo pelo qual teriam menos relevância em relação a assuntos considerados mais sérios. 1 Essa ideia se esfumaça quando, sobretudo na vertiginosa velocidade da internet e redes sociais digitais, o riso e seu móvel começam a tocar problematicamente naqueles campos sensíveis da sociedade contemporânea e veicular preconceitos, exagerar estereótipos, ferir subjetividades, contrariar interesses dos poderosos ou dos historicamente oprimidos e, por tudo isso, motivar repulsas e censuras. Talvez seja nesses momentos extremos e polarizados que a suposta “neutralidade” do riso saia de cena e fique mais evidente como o humor pode ser mobilizado para grupos e indivíduos se afirmarem simbolicamente em calorosas disputas e conflitos. Porém, de modo menos evidente, além de brinquedo e/ou arma, o humor pode ser instrumento, um meio de conhecimento da realidade humana, já que é “um índice de como as sociedades se representam – e um índice mais significativo porque fortemente ligado às emoções”. 2 Leia Mais

Escola Sem Partido e formação humana | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2017

O projeto de lei 867/2015 foi apresentado à Câmara dos Deputados pelo deputado Izalci Lucas, do PSDB/DF, em 26/03/2015. Foi recebido pela Comissão de Educação do Congresso em 06/04/2015 e pela Comissão de Seguridade Social e Família em 09/05/2016, e atualmente aguarda parecer de Comissão Especial. Esse projeto de lei inclui, entre as diretrizes e bases da educação nacional, o chamado “Programa Escola Sem Partido.”1

No Senado Federal também tramita outro projeto de lei de mesmo teor: trata-se do projeto de lei 193/2016, apresentado ao Senado em 03/05/2016 pelo senador e pastor Magno Malta, do PR/ES. Esse projeto foi entregue em 03/06/2016 à Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, onde aguarda a relatoria do senador Cristovam Buarque. Com o mesmo objetivo do projeto da Câmara, ele altera as diretrizes e bases da educação nacional incluindo o chamado “Programa Escola Sem Partido.”2 Leia Mais

Cartas | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2015

“Meus escritos tratam de você, neles eu expunha as queixas que não podia fazer no seu peito”.

Franz Kafka, Carta ao Pai.

Do trecho da carta de Kafka insurgem alguns dilemas: ao procurar desvelar o íntimo, a introspecção, ao se acessar o privado empreendendo um mergulho naquilo que foi escrito um dia sem a pretensão de se tornar público, o historiador busca revelar algo novo ou fazer desaparecer o autor? Uma carta é um acerto de contas consigo e com o outro ou uma demonstração do apagamento do sujeito na escrita? Um texto íntimo, de alguém absorto em seu mundo subjetivo, carrega as angústias, dilemas, alegrias e medos ou é um documento inventariando pedaços de um sujeito que é construído com entulhos? Enfim, uma carta é uma revelação ou fuga de si?

O Dossiê Cartas, proposto pelos professores Dr. Francisco Alcides do Nascimento e Dr. Frederico Osanam Amorim Lima, tem como propósito refletir sobre estas e outras questões atinentes ao universo multifacetado da produção de si e do outro a partir das cartas. Trata-se, portanto, de dar visibilidade a um tipo de documento que mereceu destaque na historiografia só muito recentemente, sobretudo com a publicação de livros disponibilizando cartas de artistas, escritores, políticos, educadores, entre outros.

Ao dar evidência a este tipo de produção escrita, os organizadores esperam contemplar aspectos de uma História que mistura certa invasão no universo das subjetividades ao mesmo tempo em que celebra a possibilidade de entender o homem dentro de uma dimensão plural e, por vezes, contraditória. As cartas, neste sentido, oportunizam um deslocamento do olhar do historiador para a esfera privada, das emoções, dos olhares e sentidos que escapam à construção pública dos sujeitos.

Foi partindo destas questões que seis historiadores se debruçaram sobre o universo epistolar para produzir este Dossiê Cartas. São eles/elas: Ana Cristina Meneses de Sousa Brandim (UESPI), Audrey Maria Mendes de Freitas Tapety (PUC-SP), Durval Muniz de Albuquerque Jr. (UFRN), Francisco Alcides do Nascimento (UFPI), Frederico Osanam Amorim Lima (UFPI) e Yvone Dias Avelino (PUC-SP).

Esperamos que o Dossiê favoreça o desdobramento de discussões metodológicas, teóricas e revele novas fontes para os historiadores e pesquisadores dos relatos que são, por excelência, íntimos.

Boa leitura a todos.


Organizadores

Francisco Alcides do Nascimento – Doutor pela Universidade Federal de Pernambuco e pós-doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor Associado IV / Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da UFPI. E-mail: [email protected]

Frederico Osanam Amorim Lima – Professor Adjunto II da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Doutor em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). E-mail: [email protected]


Referências desta apresentação

NASCIMENTO, Francisco Alcides do; LIMA, Frederico Osanam Amorim. Apresentação. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Uberlândia, v.12, n.2, jul./dez. 2015. Acessar publicação original [DR]

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História e Literatura abordagens e diálogos/ Fênix – Revista de História e Estudos Culturais/2015

O dossiê História e Literatura abordagens e diálogos que tivemos o prazer de organizar, e a responsabilidade de apresentar aos leitores da Fênix – Revista de História e Estudos Culturais – reúne escritos de pesquisadores que atuam nas regiões norte e sudeste do Brasil e que tem realizado esforços em um campo muito debatido no interior do campo acadêmico, mas, relativamente ainda pouco praticado: a interlocução interdisciplinar. O elemento aglutinador dos trabalhos que ora apresentamos é a relação entre História e Literatura e os artigos revelam uma preocupação dos autores com os elementos estéticos do campo literário enquanto dispositivos mediadores de tal relação, o que, em última instância, revela os intrincados caminhos entre “realidade e ficção”. Contemporaneamente, a narrativa histórica como parte de um mundo imaginado não é uma concepção que cause estranheza à maioria dos historiadores. Um diálogo profícuo vem sendo realizado entre historiadores e especialistas em Literatura de diversas abordagens, o que tem ampliado a segurança dos primeiros para trabalhar com o material literário. Paralela e concomitantemente vários desses estudiosos do campo literário tem se deslocado de uma concepção de arte autonomizada em direção de uma concepção que re-considera que os fenômenos estéticos podem também serem historicizados. Leia Mais

História e Saúde | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2012

 

Organizador

Iranilson Buriti de Oliveira – Professor Doutor da Unidade Acadêmica de História da UFCG. E-mail: [email protected]


Referências

[História e Saúde}. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Uberlândia, v.9, n.3, set/dez. 2012.

Acessar dossiê [DR]

Histórias visuais: experiências de pesquisa entre História e Arte | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2012

Historiadores interessados em tratar temáticas da cultura por meio da visualidade artística, ou mesmo, historiadores da arte ciosos do status da história em suas pesquisas. Este dossiê poderia ter sido pensado como um diálogo entre historiadores e historiadores da arte, mas se conformou como algo além. Diálogos pressupõem campos de formação distintos, que se confrontam e estabelecem acordos, influências mútuas a partir de áreas estanques. Os resultados deste encontro demonstraram a natureza conjunta deste corpo de estudos entre a arte e a história, espaços intervalares entre a história e as artes visuais. Ontologicamente, história e arte estão imbricadas, embora suas preocupações íntimas possam acentuar especificidades em sua expressão formal, ou mesmo nas bases histórico-culturais que as compõem. As pesquisas apresentadas neste dossiê caminharam nos campos da visualidade, demarcação de amplo espectro, que atende às inquietações teórico-metodológicas dos que lidam com imagens sob a perspectiva cultural. Leia Mais

Tempo e História | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2011

Tempo. Continuidade, descontinuidade, instante, duração, acontecimento, estrutura, anacronismo. São tantos os temas e problemáticas suscitados pela ideia de tempo que não seria possível, entre historiadores, deixar de tratar de um tema tão vasto e, simultaneamente, tão instigante.

Embora os historiadores não sejam os únicos autorizados a problematizar o tempo, pode-se afirmar que, entre os vários instrumentos e noções utilizados em seu trabalho, o tempo é o responsável pelo tom próprio das inquietações de um historiador em suas incessantes investigações. Em outras palavras, a maneira pela qual o historiador entende o tempo está intimamente relacionada ao modo como ele realiza sua pesquisa e constrói sua própria textualidade. Leia Mais

O tapete… voador teorias do espetáculo e da recepção | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2010

Yoshi Oida (1933), ator japonês da arte do Noh, que integra, desde 1968, a companhia de Peter Brook, descreve as experiências na África da sua trupe, procurando a comunicação da arte teatral numa experiência radical. Improvisavam sobre um tapete real para pessoas de outra cultura e outra língua, e, principalmente, para aqueles que não possuíam nenhuma experiência prévia teatral, durante a época da preparação do espetáculo A Conferência dos Pássaros (1970). Cem dias de África.1 Nelas, entre outras coisas, estão preocupados em construir o “Teatro do Invisível–Tornado-Visível”, construir em cena o que, como ele descreve, está no espaço entre o dedo do ator que aponta a lua e a lua propriamente dita. Para ele esta é a principal tarefa de um artista de teatro, construir este espaço ausente.

Aqui nós vamos viajar também em um tapete, outro tapete, não para improvisar, mas para conhecer algumas reflexões sobre o teatro e perceber alguns dos espaços que existem entre o dedo e a lua. Leia Mais

Sandra Jatahy Pesavento: a historiadora e suas interlocuções (Segunda parte) | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2009

Com esta edição, o periódico Fênix – Revista de História e Estudos Culturais (Volume 6, Ano VI, Número 3 – Julho / Agosto / Setembro – 2009) dá continuidade à homenagem, iniciada no número anterior, à historiadora Sandra Jatahy Pesavento, falecida no início de 2009.

Estamos muito honrados, pois, neste número, Fênix – Revista de História e Estudos Culturais traz aos leitores a segunda parte do Dossiê intitulado “SANDRA JATAHY PESAVENTO: A HISTORIADORA E SUAS INTERLOCUÇÕES”, cuja organização ficou sob a responsabilidade das Profas. Dras. Nádia Maria Weber Santos (que também assina a Apresentação), Miriam de Souza Rossini e Maria Luiza Fillipozi Martini. Leia Mais

Sandra Jatahy Pesavento: a historiadora e suas interlocuções | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2009

Sandra Jatahy Pesavento foi uma mulher de desafios e inovadora. Inovadora no que pensou, no que fez, no que trouxe para o mundo da História neste espaço acadêmico do sul do país. E suas idéias atravessaram as fronteiras gaúchas, inspirando e ganhando interlocutores em vários circuitos acadêmicos nacionais e internacionais.

Em palestra proferida no Museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, em outubro de 1997 (quando ela mesma organizou a I Jornada de História Cultural, trazendo o historiador François Hartog, da École des Hautes Études em Sciences Sociales de Paris), a historiadora lançou a “pedra fundamental” do que seria o mote de sua vida profissional daí em diante: os pressupostos da História Cultural. Ela relacionou sete desafios e três impasses referentes a este novo campo historiográfico. Um destes desafios é a reafirmação da dúvida, enquanto princípio de todo o conhecimento, o que abre espaço para a incerteza, o desafio. É a História e suas várias interpretações; a possibilidade de contá-la sem antecipar a conclusão, a História como versão do que se passou, relativizando o contexto científico da mesma. Para Sandra Pesavento, a História Cultural veio firmar-se em uma nova postura epistemológica e em uma nova estratégia metodológica, apontando para um caminho de complexificação da História e refinamento da análise. Leia Mais

Sensibilidades à margem | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2009

 

Organizadora

Nádia Maria Weber Santos – Escola Superior de Teologia – EST. Mestre e Doutora em História (UFGRS). É Médica-psiquiatra e faz pesquisa na Escola Superior de Teologia/FAPERGS.


Referências desta apresentação

SANTOS, Nádia Maria Weber. Apresentação. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Uberlândia, v.6, n.1, jan./marc. 2009. Sem acesso ao original [DR]

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História cultural & multidisciplinaridade | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2007

A história cultural está na ordem do dia. Seu território é vasto, parecendo mesmo não ter limites. Louvada por uns, que a consideram o melhor quinhão da história para ser trabalhado – espécie de “crème de la crème” para o pesquisador –, é seriamente atacada por outros, que a acusam de “modismos”, de apresentar uma certa “inconsistência teórica” ou mesmo chegam a taxa-la com esta palavra que já virou insulto: “pós- moderno”…

A presença marcante dos estudos de história cultural entre os historiadores no Brasil se fez sentir nas duas últimas décadas, expressas na preocupação de seus pesquisadores com questões de natureza teórica e metodológica, bem como da renovação temática de seu campo de trabalho. Leia Mais

História da ciência | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2007

O presente dossiê foi concebido com o propósito de apresentar à comunidade brasileira de história, bem como aos interessados pela disciplina, um pouco do que atualmente se faz, em nosso país, no domínio da história da ciência. De modo algum, alimentou-se o objetivo de preparar um dossiê exaustivo e completo. A partir da escolha de certos temas, procuramos mostrar os assuntos, as perspectivas, tanto teóricas quanto metodológicas, que animam alguns dos profissionais que atuam nesse campo de investigação. As escolhas dos autores são deste editor. Já os temas abordados nos artigos foram escolhidos livremente por seus respectivos autores e, acreditamos, oferecem uma pequena mostra da diversidade de interesses intelectuais de nossa comunidade.

É antiga e ainda pouco conhecida a história da ciência em nosso país. Em parte, esse desconhecimento é causado por nossa ignorância sobre a história do Brasil. Mas ele também pode ser creditado ao fato de os trabalhos em história da ciência sofrerem (e muito) com a perspectiva (certamente ainda dominante entre nós) que aborda a ciência a partir de sua atual configuração universal, ou seja, a história da ciência preferencialmente investiga ou os resultados obtidos em cada uma das disciplinas científicas que constituem o cenário acadêmico de nossos dias, ou a constituição da própria ciência como disciplina autônoma ao longo dos séculos. Num país como o nosso, essa posição pode implicar conclusões equivocadas e mesmo prejudiciais, sendo talvez a mais notória aquela que defende que, durante o chamado período colonial, não teria existido ciência entre nós, como foi o caso de Fernando de Azevedo e seus colaboradores na obra seminal As Ciências no Brasil, editada pela primeira vez em 1955. Leia Mais

Estudos literários | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2007

Apresentar aos nossos leitores o Dossiê “Estudos Literários” é uma tarefa que nos deixa muito honrados e nos dá grande alegria, visto que se trata de um conjunto diversificado e instigante de artigos, que, com certeza, demonstrará como foram ampliados entre nós os horizontes de trabalho com a literatura. E acompanhar mais de perto essa ampliação interessa a muitos pesquisadores de diferentes áreas, mas, sobretudo, àqueles que trabalham com História.

Com efeito, recentemente, as relações existentes entre História e Literatura ganharam novos impulsos com o fortalecimento da chamada História Cultural. E isso também contribuiu para a modificação de algumas propostas de trabalho com a literatura. Atualmente, não há mais como conferir legitimidade a pesquisas históricas que, além de desconsiderar as questões estético-formais, buscam na literatura apenas uma confirmação de dados de realidade conhecidos, antecipadamente, por meio de documentos considerados mais “confiáveis”. Pelo contrário, o que vemos em nossos dias é a crescente valorização e centralidade das obras literárias, sobretudo entre os historiadores da Cultura. Leia Mais

Mundo romano | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2007

Tanto nos manuais escolares quanto em revistas de divulgação de temas históricos, filmes e programas de televisão, ressalta-se o quanto nossa sociedade ocidental parece ter algumas de suas origens no mundo romano. Enfatiza-se a origem latina de nossa língua, a inspiração latina de nossa legislação, a permanência de alguns costumes, muitos deles cristianizados ao longo dos tempos medievais. De qualquer forma, o mundo romano parece uma realidade tão longe e tão perto temporal e espacialmente falando.

O lançamento de uma coleção de DVDs, intitulada “Roma”, que abarca a primeira temporada de uma série exibida num canal de televisão a cabo, recolocou na ordem do dia os assuntos romanos. Mas a partir de um ponto de vista histórico, torna-se cada vez mais importante repensar os romanos, tomando-se como referência os documentos por eles produzidos e o que podemos repensar de suas ações a partir dos novos conceitos, temas e metodologias que têm sido divulgados pela chamada Nova História Cultural. Leia Mais

Teorias do espetáculo e da recepção | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2006

Os textos que fazem parte deste Dossiê da Fênix – Revista de História e Estudos Culturais são frutos das primeiras atividades do Grupo de Trabalho Teorias do Espetáculo e da Recepção, realizadas em 2006 no Rio de Janeiro, por ocasião do IV Congresso da ABRACE – Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas.

Durante as sessões de trabalho, percebemos que os variados e complexos caminhos de investigação trilhados abriam um leque interessante de propostas que não somente discutiam questões ligadas à Teoria e Recepção e do Espetáculo Teatral, mas mesclavam uma rica teia de preocupações na abordagem do espetáculo. Leia Mais

Cinema- História | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2006

Os artigos aqui reunidos, que compõem o dossiê Cinema-História da Fênix – Revista de História e Estudos Culturais, expressam com muita riqueza, diversidade e confluência o que são hoje os estudos em torno da História no Cinema e da História do Cinema.

São certamente o resultado do cruzamento de visões e, sobretudo de novas formas de apropriação do cinema como fonte, produto, como atividade e prática social pela disciplina histórica. São, em alguma medida, um espelho onde se projetam diferentes concepções e abordagens possíveis a partir de mudanças e ampliações no escopo dos Estudos de Cinema, da História Cultural e da Historiografia que, felizmente, tem convergido e ampliado a compreensão das inúmeras questões que aí se põem, como poderemos ver, pela diversidade dos textos aqui apresentados. Leia Mais

História Oral | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2005

O leitor encontrará, a seguir, estudos historiográficos de autores radicados em diversas localidades do país que trazem características locais, mas pontos comuns de interlocução: o trabalho com fontes orais e contribuições sobre o uso destas na pesquisa histórica. O convite à leitura destes textos é, portanto, um chamamento à reflexão acerca do imenso campo de possibilidades que temos hoje para a escrita da história.

O trabalho com os registros orais tem demonstrado uma riqueza sempre crescente, requerendo uma interlocução com outras disciplinas das ciências sociais e lançando luz sobre debates a respeito da própria produção das fontes, da relação pesquisador/pesquisado e do diálogo história/memória, o que, com freqüência, tem exigido remodelagens conceituais e redimensionamentos no escopo das pesquisas. Leia Mais

Fênix | UFU | 2004

Teorias da História

Fênix – Revista de História e Estudos Culturais (Uberlândia, 2004-) é uma publicação semestral, que objetiva a divulgação da produção nos campos das Ciências Humanas e Sociais, das Linguagens e das Artes, bem como do encontro entre as distintas áreas, na forma de artigos, traduções, resenhas, ensaios, entrevistas.

A revista é editada pelo Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura (NEHAC), da Universidade Federal de Uberlândia. A revista limita ao número de 40 (quarenta) artigos, distribuídos em seus dois números anuais.

Acesso livre

Periodicidade semestral

ISSN 1807-6971

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Chico Buarque & Vianinha: Arte e Política no Brasil Contemporâneo | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2004

O Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura (NEHAC), da Universidade Federal de Uberlândia, completou, em 2004, dez anos de existência. Ao longo desse período, o NEHAC fomentou pesquisas voltadas para o estudo das relações existentes entre História e Linguagens Artísticas, especialmente no que se refere às interlocuções com Teatro, Cinema, Literatura e Música. Nesse sentido, desenvolveu trabalhos ao nível de monografias de conclusão de curso, iniciação científica, mestrado que, integrados aos projetos dos professores Rosangela Patriota e Alcides Freire Ramos, têm contribuído tanto para a formação de profissionais da área de História, quanto com oportunas reflexões sobre o Brasil Contemporâneo sob o olhar da História Cultural.

As expectativas do NEHAC, porém, não se restringiram somente à produção de conhecimento. Pelo contrário, esse grupo de pesquisa participa ativamente de congressos científicos e desenvolve uma produção bibliográfica com o objetivo de tornar públicas essas investigações. Como resultado dessa empreitada, além de publicações especializadas, o Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura assina uma coluna semanal – NEHAC – no Caderno Revista, do jornal Correio, de Uberlândia, além de contribuir, quinzenalmente, no mesmo periódico, com a coluna de cinema intitulada Script Tease. Ambas podem ser acessadas pelo site http://www.jornalcorreio.com.br. Leia Mais