Histórias de vida de educadores/as sociais em pesquisa narrativa (auto)biográfica | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2020

A vida só é possível reinventada…

Cecília Meireles (2001)1

A proposição do presente Dossiê inscrevese em movimentos diversos. Quando iniciamos o processo de organização, a vida e seus desafios corriam em intensos acontecimentos na política, na educação e no cotidiano do trabalho de professores/as e educadores/as sociais. A etapa de sua finalização, entretanto, se colocou para nós em meio à perplexidade da maior crise humanitária já vista pelas últimas gerações da qual não sairemos ilesos, não sairemos os mesmos. O que fazemos, lemos, organizamos traz a marca do que nos atravessa e é assim que nos colocamos frente aos textos que aqui apresentamos e que tematizam a vida. A vida de mulheres e homens comuns, ordinários no dizer de Certeau2, alguns com grande referência entre nós como Anísio Teixeira, mas todos igualmente destacados educadores, na acepção de Abrahão (2001, 2018)3. Vidas autobio-grafadas que, no limite da luta pela (re) existência física, emocional, profissional nos fazem, ao menos, dois convites: o da permanente reinvenção da vida e de sua também permanente narrativa como caminho coletivo de reafirmação das lutas que nos movem. Leia Mais

Pesquisa (auto) biográfica em educação na Ásia | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2019

Le dossier présenté dans ce nouveau numéro de la Revista Brasileira de Pesquisa (Auto) biográfica accueille des textes de chercheurs (universitaires, docteurs ou doctorants) qui vivent, travaillent ou développent leurs recherches en Asie. Historiquement, du point de vue européen, l’Asie constitue un “ailleurs extrême”, une forme d’extériorité radicale. À la fin du xIxe   siècle, l’espace asiatique varie dans ses intitulés entre “Asie orientale” et “Extrême-Orient”. Le terme “Far East” fait son apparition dans l’Empire britannique, en faisant référence à l’Est lointain dont les contrées nécessitent de longs voyages pour y accéder. L’émergence d’un territoire “au plus loin” s’affirme durant cette période dans l’ensemble de l’Europe: “Les équivalents anglais Far East, allemand Ferner Osten, italien Estremo Oriente, espagnol et portugais Extremo Oriente semblent tous attestés de la même époque” (Détrie et Moura, 2001, p. 5)1. Ainsi, si du point de vue européen, en fonction de l’étirement de la distance, l’espace qui sépare les deux continents a dû, pour être pensable, être départagé entre le Proche, le Moyen, et l’Extrême-Orient (MOURA, 2001)2. Comment penser l’Asie lorsque l’on se situe au Brésil, spécialement à Salvador de Bahia, lieu d’édition et de parution de la revue qui contient ce numéro. L’Asie se trouve alors située à l’opposé du globe, le Japon semblant être la “diamètre géographique” du Brésil. Leia Mais

Pesquisa (Auto)biográfica em educação na Europa e América | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2018

Não há dúvida de que a pesquisa biográfica se tornou cada vez mais importante em todo o mundo, nas ciências educacionais e sociais, nos últimos 50 anos, e que os padrões metodológicos e teóricos deste campo de pesquisa foram consideravelmente consolidados. Não obstante, permanecem os preconceitos culturais sobre as abordagens particulares. Essas culturas de pesquisa com certa influência internacional – como a pesquisa (auto)biográfica de língua alemã, francesa e inglesa – que, em sua maioria, remontam a uma longa tradição de pesquisa, mantiveram seu próprio perfil.

E mesmo que as atividades de pesquisa cooperativa tenham se intensificado internacionalmente – como na pesquisa biográfica comparativa centrada no estudante, a longo prazo, entre o Reino Unido, Alemanha, Suécia, Espanha, Polônia e Irlanda, ou a pesquisa de migração centrada na biografia entre Alemanha, Itália, França e na Grécia – os perfis de pesquisa “clássicos” das três culturas de pesquisa mais influentes permanecem em vigor por algum tempo. Leia Mais

Migrações, pesquisa biográfica e (auto)biográfica | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2018

O tema das migrações humanas e os enfoques biográficos e (auto)biográficos revestem-se hoje à escala global de uma atualidade e pertinência incontestáveis. Vivemos no presente a era das migrações, caraterizada por deslocamentos maciços de migrantes econômicos e refugiados, escapando à miséria, conflitos armados, alterações climáticas, seca e seus impactos alimentares em várias zonas do globo. Simultaneamente, é notória uma generalização de presentificações biográficas por parte de pessoas comuns no espaço público, em função da acessibilidade a novos meios de comunicação, redes sociais, e a uma “condição biográfica” dos nossos tempos. Há também a democratização de expressões autobiográficas por parte de classes sociais e grupos diversificados que evidencia uma “tendência biográfica” (RENDERS, HAAN, HARMSMA, 2017)1 a requerer a atenção de leigos e analistas sociais. Leia Mais

Pesquisa (auto)biográfica em análise: entre diálogos epistemológicos e teórico-metodológicos | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2016

A pesquisa (auto)biográfica no campo educacional brasileiro vincula-se a uma rede de cooperação acadêmico-científica e internacional, contando, notadamente, com Laboratórios e Grupos de Pesquisa de países latino-americanos e europeus, que têm contribuído para significativos avanços no âmbito dos estudos (auto)biográficos. As diversas perspectivas de pesquisa e os modos próprios como os pesquisadores, situados histórico e espaço-temporalmente, a partir das apropriações epistemológicas e teórico-metodológicas do método (auto)biográfico, fazem emergir formas implicadas de produzir conhecimento. Trata-se de um movimento de pesquisa-ação-formação, que tem como centralidade os sujeitos, suas histórias individuais, coletivas, institucionais, de formação, de inserção social, de empoderamento, através das formas como acessam suas memórias, mediadas por experiências e narrativas sobre a vida, em suas múltiplas dimensões. Leia Mais