Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas – SANTANA et. al (RHH)

SANTANA, Bianca; ROSSINI, Carolina; PRETTO, Nelson de Luca (Org.). Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas. Salvador: Ed. UFBA; São Paulo: Casa da Cultura Digital, 2012. 246p. Resenha de: LEITE, Danilo Meira; LATAZA, José Amilton. Repensando a práxis educacional: breve olhar sobre os recursos educacionais abertos. Revista História Hoje, v. 3, nº 5, p. 323-327 – 2014.

Onze artigos curtos e cinco entrevistas de autores das mais variadas frentes e formações compõem o livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas, que se apresenta como uma espécie de manual para o uso de recursos educacionais abertos (REA) em uma educação básica de qualidade. A publicação está dividida em três partes – reflexões teóricas, experiências, e depoimentos e entrevistas – e está disponível online no link: www.livrorea.net.br/livro/home.html. Organizado por Bianca Santana, Carolina Rossini e Nelson de Luca Pretto, o livro parte do pressuposto de que o ensino básico, tanto quanto o superior, necessita de reformas. Essas reformas devem ultrapassar as concepções pedagógicas “tradicionais”, ou seja, devem promover uma reflexão aberta e integradora, atualizando a prática docente em conformidade com uma sociedade pós-moderna, em que as tecnologias modificam a interação entre as pessoas no tempo e no espaço e, consequentemente, o modus operandi do aprendizado. A educação aberta constitui elemento central da obra e se apresenta como um exercício de compreensão da liberdade da práxis educacional, como uma educação escolar para além dos muros e grades, na qual o consumidor-aluno se torne um produtor-cidadão.

Tel Amiel, no princípio de seu artigo “Educação aberta: configurando ambientes, práticas e recursos educacionais” – o primeiro do livro –, questiona (p.18): “o acesso à escola está crescendo, mas podemos dizer o mesmo do acesso à educação?”. Para Amiel, a configuração estrutural da escola não permite uma prática livre de ensino, o que o autor define como: Fomentar (ou ter à disposição) por meio de práticas, recursos e ambientes abertos, variadas configurações de ensino e aprendizagem, mesmo quando essas aparentam redundância, reconhecendo a pluralidade de contextos e as possibilidades educacionais para o aprendizado ao longo da vida. (p.18-19) Para Amiel (p.21), com as tecnologias de informação e comunicação (TIC), a relação ensino-aprendizagem poderia ocorrer de forma muito mais livre e ampla, pois há grande crescimento de oportunidades de aprendizado, o que não implica “sepultar as instituições que existem”, mas sim buscar a (des) construção e o acesso de maneira mais ampla possível a uma educação de qualidade para todos.

Carolina Rossini e Cristiana Gonzalez, coautoras do segundo artigo, intitulado “REA: o debate em política pública e as oportunidades para o mercado”, fazem uma breve apresentação de suas formas de olhar os REA, discutem as iniciativas e financiamentos governamentais, comparam o Brasil com outros países e introduzem o debate sobre modelos de negócios abertos em REA, como, por exemplo, os mercados editoriais. Segundo as autoras, o “centro do negócio das editoras é … o controle sobre o direito autoral dos livros” (p.46).

Esse controle ocorre por meio de contratos de cessão de direitos autorais, que não raramente lesam o direito dos autores (p.52). O caminho legal em prol da desarticulação desse monopólio é o tema do artigo.

No artigo intitulado “Educação aberta: histórico, práticas e o contexto dos recursos educacionais abertos”, Andreia Inamorato dos Santos parte do conceito de educação aberta, discutindo as definições desse conceito e o seu respectivo desenvolvimento e popularização na universidade (p.71). Destarte, a terminologia da área é seu tema e uma “webografia”, um dos elementos distintivos do artigo.

O quarto artigo do livro, “Professores-autores em rede”, escrito por Nelson de Luca Pretto, consiste num ensaio acerca do tipo de produção docente no Brasil e seu modus operandi a partir do advento das TIC. Nesse intuito, Pretto tece uma breve história do livro didático, estabelecendo um paralelo entre os livros didáticos tradicionais, os meios de comunicação e o uso dos REA voltados à prática educativa. Para o autor, a produção de conhecimentos deve partir de uma perspectiva multiculturalista que abarque com um olhar de alteridade o “outro” em rede.

O livro ainda traz uma seção especial, denominada “depoimento e experiência”. Nela, Bianca Santana inicia seu texto (p.133) com a questão da inserção dos materiais digitais (lousa digital e tablets, entre outros) em colégios da capital do estado de São Paulo, da rede privada e pública de ensino, no ano de 2012. Para a autora, o uso desses recursos é intrínseco à licença que esses materiais detêm, pois, se estão “sob a frase ‘todos os direitos reservados’, não podem ser utilizados para qualquer finalidade, nem gerar novos usos, ou ser remixados em novos produtos, ou ser distribuídos para ter seu acesso ampliado” (p.140).

Priscila Gonsales, no artigo “Aberturas e rupturas na formação dos professores”, defende a formação continuada dos professores da rede pública e privada de ensino no uso das TIC e assinala que a experiência de trabalhar por 10 anos no projeto Educared1 (2001-2010) foi muito importante para uma conscientização sobre o tema (p.143-144). Esse trabalho proporcionou a criação de outro projeto, voltado igualmente para a área educacional, o Educadigital, 2 que visa a capacitação dos educadores em REA, “pois são eles/as quem detêm o poder de transformação da sua prática em REA” (p.149).

Outro autor da coletânea de artigos, Rafael Reinehr, defende a educação enquanto autônoma, e o cidadão como um produtor de REA. Para o ativista político na área da cultura livre, cujo artigo é intitulado “Recursos educacionais abertos na aprendizagem informal e no autodidatismo”, a busca pelo conhecimento por vias não formais, “desescolarizadas”, libera o discente do sufocamento da criatividade que ocorre dentro dos muros da escola. Reinehr indica também repositórios digitais para busca e pesquisa de conteúdos e saberes, além de sites e demais veículos de informação disponíveis para o aprendizado de forma ampla e aberta (p.158-172). Conclui, com base em Eduardo Galeano, que as utopias são semelhantes às formulações REA, pois não devemos parar de sonhar em busca da educação cada vez melhor e de qualidade (p.175).

O artigo “Wikimedia Brasil e recursos educacionais abertos” apresenta a opinião de Heloisa Pait, Everton Z. Alvarenga e Raul C. Nascimento no intuito de difundir uma visão colaborativa e inclusiva de conhecimentos no Brasil (p.177). Pait (p.180) relembra sua experiência com a ferramenta Moodle, criada pelo australiano Martin Dougiamas, como uma forma de expansão do ensino.

Alvarenga propõe uma reflexão acerca da rede social Stoa, que envolve estudantes, professores, funcionários e ex-alunos da Universidade de São Paulo (USP), com o fim de promover a produção de REA e a cultura colaborativa.

Raul Nascimento busca, por meio da Wikimedia, aproximar o conhecimento daqueles que não detêm poder aquisitivo para compra de livros a fim de se enriquecer intelectualmente.

Como se pode notar, mais do que teóricos, os autores do trabalho atuam como ativistas da causa de uma educação mais aberta, bem como de uma internet (se não uma cultura) mais livre. O livro, que foi publicado em 2012, está disponível em formato aberto na rede. Desde seu lançamento, passa por mudanças constantes, implementadas à medida que seus leitores enviam recomendações aos autores por meio do site. Nesse espírito, o autor Tel Amiel, quando inquirido sobre a atualidade do tema e a posição do Brasil em relação aos demais países quanto à produção de REA, destaca: Eu não saberia comparar REA, porque o desenvolvimento tem sido rápido no mundo todo e é difícil saber o que acontece em todo lugar; o que eu diria é que, no Brasil, estamos começando a ter mais consciência do que é REA, e precisamos ainda, muito, de sensibilização sobre o tema. Recentemente finalizamos uma fase 1 de um mapa de iniciativas REA no ensino básico na América Latina (www.

mira.org.br). O que identificamos é que há ainda muito pouco que se enquadraria numa definição formal de REA. Precisamos construir mais espaços e recursos para o ensino básico, em português. No entanto, o que temos visto é que, quando apresentadas ao conceito, pessoas de todos os tipos de engajamento se interessam por algum aspecto de REA. Ao mesmo tempo é preciso continuar trabalhando na construção de esquemas de incentivo e políticas institucionais que valorizem REA (na ciência aberta, na produção de recursos abertos, nas chamadas de editais de agências de fomento etc.).3 Nesse ensejo, não será demais assinalar que a educação, assim como os poemas de Manoel de Barros, é feita de ideações.

Notas

1 Projeto de produção de conteúdo e troca de práticas educativas fomentado pela Fundação Telefônica: www.educared.org/global/educared/queeseducared_br.

2 “O IED é uma organização de direito privado sem fins lucrativos que tem como foco promover a integração da cultura digital aos diferentes espaços e ambientes educativos de caráter público, de forma a gerar novas oportunidades de aprendizagem para o desenvolvimento pleno do ser humano.” http://educadigital.org.br/site/?page_id=10.

3 E-mail em resposta aos autores da resenha, 10 maio 2014.

Danilo Meira Leite –  *Graduando em História, Universidade Estadual de Londrina (UEL), bolsista Pibic-CNPq. E-mail: [email protected].

José Amilton Latanza – Graduado em História, Universidade Estadual de Londrina (UEL), bolsista PDE/Paraná. jalcom@ seed.pr.br.

Do MEB à WEB: o rádio na educação – PRETTO; TOSTA (RF)

PRETTO, Nelson De Luca; TOSTA, Sandra Pereira (Org). Do MEB à WEB: o rádio na educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. 207p. Resenha de: CASTRO, Fernanda Carla. Revista FACED, Salvador, n.17, p.123-127, jan./jun. 2010.

“A rádio, como nunca antes, é muito mais que somente rádio”, afirma o pesquisador Guillermo Orozco Gómez (Universidade de Guadalajara), no prefácio do livro Do MEB à WEB: o rádio na educação. Organizado pelos pesquisadores Nelson De Luca Pretto e Sandra Pereira Tosta1, a publicação reúne pesquisas nacionais e internacionais que tratam do rádio e do seu potencial educativo. O livro discute o Movimento de Educação de Base (MEB), que na década de 1960 incorporou o rádio como um recurso educativo, a WEB, que impôs mudanças na maneira tradicional de se fazer Educação por meio desse veículo, que se tornou “muito mais que somente rádio”. Conforme destaca Gómez, hoje o rádio oferece uma “dinâmica de possibilidades inéditas para o intercâmbio informativo, a produção de conhecimento e a própria Educação”. Mas o grande desafio que deve ser buscado em todas as experiências radiofônicas educativas é “propiciar a interação real dos usuários da rádio com os próprios conteúdos para a expressão, transcendendo a mera recepção radiofônica”.

Segundo os organizadores, Do MEB à WEB surgiu “com o objetivo de contribuir com a discussão e práticas dos usos do nosso velho e bom companheiro rádio e de sua reinvenção digital, web rádio, na Educação”. Para isso foram convidados autores com experiências educativas diversificadas com o rádio no Brasil e em outros países. Os organizadores também destacam a necessidade de incorporar à publicação o debate sobre a adoção de softwares livres na rádio web, entendida por Pretto e Tosta como de importância estratégica para a Educação e a Cultura, por “contribuir com a emancipação do País em termos científicos e tecnológicos”.

O artigo que abre a publicação, O Rádio e a Educação: a experiência do MEB e as contribuições para a Educação popula, é de José Peixoto Filho – Universidade Federal Fluminense (UFF), que resgata o surgimento2 do MEB e como sua decisão de incorporar o rádio como meio e instrumento educativo e pedagógico contribuiu para a Educação popular e a alfabetização de adultos, entre 1961e 1966. Os programas de rádio do MEB em Goiás, destacados no artigo, embora censurados pelo contexto político da época, enquanto estiveram no ar, funcionaram com êxito na interação com o trabalhador do campo, extrapolando sua alfabetização e levando-o a uma atitude crítica diante da exploração e da dominação.

O pesquisador José Marques de Melo da Universidade de São Paulo (USP), em seu artigo, Mídia, Educação e Cultura Popular: notas sobre a revolução sem violência travada em Pernambuco no tempo de Arraes (1960-1964), discorre sobre um projeto que se entrelaça com o MEB. O pesquisador narra, do lugar de “observador participante”, como funcionou o Movimento de Cultura Popular (MCP), fundado em 1960, em Pernambuco, no governo de Miguel Arraes. Melo lembra que, desde sua fundação, o MCP, além da valorização de diversas manifestações culturais, buscou desenvolver nas comunidades do Nordeste, uma apreciação e uma leitura crítica dos meios de comunicação. O artigo faz um resgate documental das atuações do MCP, apresentando pontos de convergência e divergência com o MEB, e convidando os educadores da nova geração a revisarem criticamente tais projetos.

No terceiro artigo, Rádio web na Educação: possibilidades e desafios, os pesquisadores Nelson De Luca Pretto, Maria Helena Silveira Bonilla e Carla Sandeiro, partindo da experiência de implantação de uma rádio web na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (FACED/UFBA), chamam a atenção para perspectivas e dificuldades trazidas com a transposição do rádio para o ciberespaço. Com a rádio web abre-se um leque de novas possibilidades para atividades educacionais, demandando uma participação ativa de alunos, que passam de meros consumidores de informações a produtores de conteúdos. Por outro lado, o grande desafio é garantir o pleno uso desses novos recursos. Os pesquisadores denunciam que a pressão política dos grandes grupos empresariais das comunicações impede uma transformação da legislação que regulamenta as rádios comunitárias, restringindo sua apropriação pela comunidade e pelo campo educacional: “com a população pobre distante da possibilidade de uso efetivo desses recursos, o discurso torna-se vazio”.

Cicília M. Krohling Peruzzo (USP) dá continuidade ao debate lançado pelos pesquisadores da UFBA no estudo, “Rádios livres e comunitárias, legislação e educomunicação”, no qual esclarece em que se convergem e em que se diferenciam os dois tipos de rádio no Brasil, e enumera os benefícios trazidos às comunidades que se envolvem na produção radiofônica. Aprendendo as técnicas e linguagens e mesmo os mecanismos de manipulação a que podem estar sujeitos, os envolvidos “melhoram a autoestima e um possível interesse em crescer e colaborar para que mudanças sociais ocorram”. Mas, novamente, as comunidades têm que lutar contra as limitações impostas ao direito de exercitar a comunicação e as políticas “favoráveis aos grandes grupos de mídia e ao mercado das comunicações do ponto de vista prioritário do negócio”.

O quinto artigo, A rádio comunitária na construção da cidadania e da identidade, traz a pesquisa desenvolvida por Lílian Mourão Bahia da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), sobre o papel das rádios comunitárias União, de Belo Horizonte, e Inter- FM, de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Partindo da noção de esfera pública de Jurgen Habermas, a pesquisadora ouviu líderes comunitários, agentes, trabalhadores e dirigentes dos veículos e concluiu que as experiências, mesmo que de maneira embrionária e descontínua, reconfiguraram a esfera pública midiática, formando e consolidando identidades locais e abrindo espaço para o exercício da cidadania.

Mauro José Sá Rego Costa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), discorre, no artigo Para criar o site Radioforum, em busca de um rádio inventivo, sobre as motivações que o levaram, juntamente a um grupo de radioartistas, produtores e teóricos do rádio, a formatar, na internet, um espaço de discussão e experimentação. Os envolvidos no projeto dão seus depoimentos e mostram com quais gêneros radiofônicos irão trabalhar, buscando devolver a inventividade às ondas do rádio.

Em Rádio como política pública: uma experiência paradigmática em educomunicação, Ismar de Oliveira Soares (USP) apresenta aos leitores o projeto3 que, a partir de 2001, levou o rádio a 455 escolas da rede municipal de São Paulo, envolvendo cerca de 11 mil pessoas. Com uma proposta de produção colaborativa, envolvendo democraticamente educadores e educandos, Soares acredita que a grande ousadia da Educom.rádio foi sua implantação “em uma rede formal de ensino, regida por normas que atravessam gerações de educadores e que garantem a tradicional verticalidade do processo de ensino”.

Das escolas de São Paulo, o rádio chega às de Belo Horizonte, por meio de Fábio Martins da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que registra algumas experiências radiofônicas educativas na capital mineira, não sem antes evocar a figura de Roquette- Pinto e sua crença no rádio “como veículo capaz de provocar mudanças na mentalidade popular”. No artigo intitulado O rádio dos meninos, o pesquisador discute os conceitos de “educomunicação” e “educomídia”, além de dar voz a alguns dos alunos envolvidos em um dos projetos radiofônicos de Minas Gerais.

Dos alunos a discussão salta para os moradores de uma favela de Belo Horizonte, principais ouvintes de Ana Paula Bossler (FaE/UFMG) e sua proposta de falar sobre ciência no rádio. Em Divulgação Científica na Rádio Favela FM4:percursos discursivos e a ciência na ausência da imagem, a pesquisadora discute os desafios do projeto e descreve a rotina de produção do programa Ciência na Favela. Bossler apresenta ainda considerações acerca dos programas com finalidade educativa na mídia.

No décimo capítulo, Nelson De Luca Pretto, Maria Helena Silveira Bonilla, Fabrício Santana, Bruno Gonsalves, Mônica de Sá Dantas Paz e Hilberto Mello retomam a discussão sobre os softwares livres. Em Soluções em software livre para rádio web, os pesquisadores da UFBA apresentam indicações de como usar e instalar rádios web com software livre em projetos educacionais e comunitários.

As experiências de Espanha e Portugal estão no artigo A rádio universitária como modalidade educativa audiovisual em contexto digital. No estudo, os pesquisadores Marcelo Mendonça Teixeira (Universidade do Minho), Juan José Perona Páez, da Universidade Autonoma de Barcelona (UAB) e Mariana Gonçalves Daher Teixeira (Universidade do Minho) analisam e comparam as rádios universitárias mais significativas dos dois países, concluindo que o caráter alternativo das emissoras possibilita a veiculação de temáticas dificilmente encontradas em outras rádios, “como a problemática da exclusão social; a popularização da ciência e o conhecimento; assim como a música, o cinema, a literatura e arte”.

Quem encerra a publicação é Maria Luz Barbeito Veloso (UAB), que também traz uma experiência da Espanha. Em Publiradio.net: desenho, desenvolvimento e avaliação de materiais didáticos on-line para a formação em comunicação, Veloso apresenta uma plataforma on-line que permitiu aos alunos de publicidade da UAB gerar seus próprios produtos publicitários radiofônicos e acabou por se transformar em uma web rádio educativa.

Acredita-se que Do MEB à WEB, ao reunir todos esses estudos, pode iluminar não só outras pesquisas sobre o rádio em seu papel educativo, como todas as comunidades envolvidas com esse veículo que, em tempos de Internet, abre um extenso campo de experimentação.

Notas

1 Nelson De Luca Pretto é doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e professor associado da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Sandra Pereira Tosta é doutora em Antropologia Social pela USP. Professora da PUC Minas; coordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação e Culturas (Educ); pesquisadora do CNPq.

2 O MEB foi instituído em março de 1961, por meio de um convênio entre a Presidência da República e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante o governo Jânio Quadros.

3 O projeto Educom.rádio surgiu em 2001, numa parceria entre a Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo e o Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da USP. Em 2005 e 2006, o projeto foi levado a escolas do ensino médio do Centro-Oeste do Brasil, incluindo aldeias indígenas e comunidades quilombolas.

4 Criada em 1981, por iniciativa dos moradores de uma comunidade do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, a Rádio Favela foi legalizada em 1996 e condecorada duas vezes pela ONU por suas ações a favor da cidadania e do combate à violência.

Fernanda Carla Castro – E-mail: [email protected]

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