História da República Romana | Henrique Modanez Sant’Anna

Ao analisar a obra The Cambridge Ancient History: The Last Age of the Roman Republic, 146–43 B.C. (BOWMAN; CHAMPLIN; LINTOTT, 1992), uma das obras mais influentes sobre o período, e que lida apenas com os acontecimentos da segunda metade do período da República Romana (509 a.C. – 31 ou 27 a.C.), fica claro a qualquer leitor bem informado que ele estará diante de uma cadeia quase interminável de acontecimentos importantes que não só serão importantes para a compreensão do mundo romano, mas também para todas as reinterpretações históricas decorrentes destes eventos. Afinal, este período abrange acontecimentos diversos e muito complexos, como as guerras entre Roma e Cartago pela hegemonia mediterrânica, os processos de lutas sociais pela aquisição da cidadania pelas populações da Itália, a questão agrária defendida pelos irmãos Graco, a revolta de Espártaco, a expansão do Império romano e a consequente corrupção nos tribunais para controlar o envio de magistrados que iriam extorquir as províncias, Pompeu e os piratas no Oriente, César e a Gália no Ocidente, os triunviratos e, por fim, as guerras civis entre César e Pompeu, mas também aquelas que tiveram lugar com Otávio e Antônio, entre eles, mas também contra Brutus e Cássio, além da guerra contra o filho de Pompeu. Isso somente para enumerar alguns dos acontecimentos que possivelmente serão lembrados por qualquer curioso sobre o período que venha a ter contato com esse imenso compêndio. Leia Mais

Estado e sociedade no Alto Império Romano: um estudo das obras de Sêneca | Fábio Faversani

Como estudar a Roma Antiga, através de um único modelo teórico, no intuito de compreender o funcionamento desta civilização que, embora tenha experimentado três formas distintas de governo (a saber, a Monarquia, a República e o Império) e de ter englobado em seu interior identidades tão diversas, conseguiu existir como uma unidade política por tanto tempo? Afinal, basta apenas o olhar de um bom curioso atentar para esta cronologia e perceber que do ano 709 a.C. até 476 d.C., datas que reconhecidamente marcam a fundação de Roma e o fim do Império ocidental, compreendem um espaço de treze séculos e este tempo todo não pode ser algo uniforme. Sobre isso, é preciso dizer que todos esses longos anos também podem ser vistos através das mais diversas óticas, porque compreendem acontecimentos dos mais diversos. Ou seja, ao falarmos da história da Roma antiga, podemos fazer isso através do estudo de reis, imperadores, oligarquias, lutas e questões sociais, escravidão, reformas agrárias, literatura, religião, rumores, eleições, casamento, família e etc. Sendo assim, o que fica desta reflexão inicial é que os modelos de análise empregados – embora necessários ao historiador – todos são arbitrários e não conseguem dar cabo aos mais diversos aspectos desta grande civilização. Leia Mais