Historia secreta de Chile | Jorge Baradit

Hace muchos tiempo, y con muy poca frecuencia en el mercado editorial, suceden fenómenos como este. Historia secreta de Chile (2015) de Jorge Baradit (1969) se publica por primera vez en julio del año recién pasado y ya para octubre del mismo alcanza su sexta edición. Un llamado best-seller dentro de la industria de las letras criolla que además ostenta con orgullo la etiqueta de literatura de no ficción; géneros provenientes o cercanos a la biografía (autorizadas o no), la autobiografía, las memorias, las novelas históricas, etc. en las que el lector descubren antecedentes poco familiares de personajes provienen de la (a veces) sagrada cuna del abolengo histórico chileno. Con Historia secreta de Chile de Baradit continuamos por la senda de lo transgenérico/transmedial donde los caminos historiográficos trazados conviven con hechos y acontecimientos recogidos por el autor de aquellos anales ciertamente apócrifos de nuestra historia, adyacentes a los patrones inalterables de lo “oficial”, pero relegados al gabinete de los chismes.

Baradit ya se antepuso en algunas de sus obras previas a esta marginalidad de la anécdota y, en cambio, ha tomado ventaja de este descuido de la academia o de los eruditos y ha forjado una ruta propia en el que el “lado B” de la historia nacional (como se reza en la solapa del libro) es el protagonista. En sus seis obras previas Ygdrasil (2005); Trinidad (2007); Synco (2008); Kalfukura. El corazón de la tierra (2009); Policía del karma (2011) y Lluscuma (2012), este diseñador gráfico y escritor, ha construido historias donde sus personajes, algunos seres reales y otros ficticios, deambulan por lugares/espacios antes desatendidos y ahora convertidos en imágenes concretas. Baradit ha optado por explorar nuevos soportes visuales, aproximándose a la novela gráfica; la ilustración; el libro-objeto y el cómic. Al mismo tiempo, las bandas sonoras (soundtracks); las piezas audiovisuales y los documentales falsos (mockumentaries), las páginas Web le ofrecen otras formas de expresión que encajan perfectamente con su proyecto literario-visual o visual-literario. La combinación de estos diferentes elementos y formas de procesamiento de los recursos literarios y artísticos implica la imbricación de géneros y discursos que de manera transmedial/transmodal enriquecen la experiencia de lectura y, al mismo tiempo, brinda al autor el recurso de una alternativa dinámica para configurar su obra. El caso que se analiza a continuación, irrumpe en el cuestionamiento de las verdades absolutas e intocables; las mismas teclas que Baradit toca anteriormente en Synco, que pasa a constituir el episodio de clausura de Historia Secreta de Chile. Leia Mais

La internacional justicialista. Auge y ocaso de los sueños imperiales de Perón | Loris Zanatta

Libros sobre América Latina en su totalidad – y por tanto, en su extensa complejidad, hay pocos. Después de las monumentales obras de Jorge Abelardo Ramos, Historia de la Nación Latinoamericana, o Luís Vitale, Historia General de América Latina (por citar dos de las más representativas de este género) la producción histórica y científica–social se abocó a otros temas. Historia reciente, imaginarios sociales o transiciones democráticas coparon una agenda de investigación que recelaba de las totalidades y que buscaba nuevos métodos y conceptos para desarrollar una nueva agenda investigativa.

En este contexto disciplinar, La Internacional Justicialista de Loris Zanatta, profesor de Historia de América Latina en la Universidad de Bologna, Italia, y comentarista habitual de periódicos como La Nación, Argentina, viene a reactualizar un modo de hacer historia y ciencia social. Actualiza cierta épica propia de los meta – relatos, pero con un estilo llano y directo que hace muy simple la lectura y asimilación de conceptos, temas, fechas, nombres, países y toda la gama y diversidad que hacen del periodo que va desde 1946 hasta 1955, de una enorme complejidad histórica. Claro que a pesar de dicha complejidad, el libro puede presentar interés para un público no especializado en el área. Leia Mais

Mujeres en la sociedad argentina. Una historia de cinco siglos – BARRANCOS (REF)

BARRANCOS, Dora. Mujeres en la sociedad argentina. Una historia de cinco siglos. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 2007. 351 p. Resenha de: VÁZQUEZ, María Laura Osta. Uma síntese da história das mulheres na Argentina. Revista Estudos Feministas v.17 n.3 Florianópolis Sept./Dec. 2009.

Dora Barrancos viveu a experiência do exílio no Brasil, durante a ditadura militar argentina (entre os anos de 1976 e 1983), onde teve contato com o movimento feminista e com o campo da história pela primera vez. No ano de 1985 fez o mestrado em Educação na Universidade Federal de Minas Gerais. Desde 1986, Barrancos é investigadora do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas – CONICET. Em 1993 fez o doutorado em Ciências Humanas, na área de História, na Universidade Estadual de Campinas. é professora em várias universidades argentinas e diretora do Instituto Interdisciplinar de Estudos de Gênero – IIEG, da Faculdade de Filosofia e Letras, da Universidade de Buenos Aires. Como historiadora, Dora Barrancos dedica-se a estudar a agência feminina e o feminismo na Argentina.1

“Mujeres em la sociedad argentina” faz parte da coletânea História Argentina, dirigida pelo historiador José Carlos Chiaramonte. Essa coletânea busca chegar a um público que exceda ao universitário, mas que o compreenda. As obras são sínteses que “prescindirão da erudição comum dos trabalhos profissionais” (p. 351). é importante esclarecer isso, já que a obra utiliza informações oriundas de textos já publicados, sem dar as referências e sem problematizá-los. Além disso, ao final do livro há um guia bibliográfico para cada capítulo, realmente uma historiografia das mulheres argentinas. As fontes são constituídas de livros, capítulos de livros e artigos pertencentes aos anos 1980, 1990 e 2000.

A autora faz uma síntese substanciosa da história das mulheres argentinas durante cinco séculos. Historiograficamente, poderíamos localizá-la na linha da história das mulheres, já que toda a obra está destinada a visualizar o agir feminino. “Este libro es uma contribución para repensar los acontecimientos de nuestro pasado a la luz de los aportes, mas viejos y más nuevos, del trayecto ya efectuado por la historia de las mujeres” (p. 13). Seu propósito não é problematizar o caminho historiográfico feito pela história das mulheres, mas continuar os passos de visualização da mulher na história.

Durante toda a obra, vários tópicos vinculados às mulheres se vislumbram transversalmente: vida cotidiana (lugar das mulheres no núcleo familiar e na sociedade), legislação, trabalho, educação, direitos políticos e sexualidade. Em cada capítulo a autora tenta contextualizar temporalmente cada aspecto mencionado da vida das mulheres.

A obra, composta de sete capítulos, começa a partir da vida das mulheres indígenas nos séculos XVI e XVII, nas distintas comunidades pertencentes às atuais regiões argentinas. Comunidades incas, guaranis, mapuches e mocovíes deixam entrever timidamente alguns espaços de participação feminina, principalmente, no papel destinado a conectar o mundano com o sagrado. Muitas mulheres portadoras de papéis ritualistas ou fetichistas tiveram lugares destacados naquelas comunidades. Entretanto, a autora destaca que dificilmente poderiam influenciar nas decisões de poder. Ilustra, também, as vivências das primeiras espanholas que chegaram, algumas delas destacaram-se por sua valentia, capazes de estar à frente de batalha e dirigir expedições durante muitos meses.

No Capítulo 2 a obra fala sobre a vida das mulheres durante a época colonial e sua participação na vida política da revolução. Assinala a autora que foi nesse período que se começou a exaltar a maternidade como um valor primordial. As mulheres que não seguiram os valores esperados foram duramente julgadas pela sociedade e, muitas vezes, encarceradas em conventos de freiras para serem disciplinadas. São “mujeres movilizadas, convencidas de sus actos políticos mas alla de las influencias de padres y maridos” (p. 83), afirma Barrancos.

O Capítulo 3 está temporalmente localizado na segunda metade do século XIX, desenvolvendo também os mesmos tópicos: vida cotidiana, política, direitos, trabalho, educação e sexualidade. Apresenta o refinamento dos costumes das mulheres da classe alta argentina, influenciada pela imigração europeia e impregnada da experiência da industrialização, das revoltas dos proletários e das primeiras feministas. A autora dá destaque para o projeto educativo proposto por Sarmiento, no qual as mulheres teriam um lugar primordial como educadora e como beneficiária da educação. Com o impulso da educação para ambos os sexos, surgiram também as primeiras universitárias. No ano de 1885 foi formada a primeira farmacêutica.

O Capítulo 4 reproduz o despertar feminista, anarquista e socialista na Argentina da primeira metade do século XX. Socialismo e feminismo, anarquismo e feminismo, esses entrecruzamentos se produziram, muitas vezes, na hora de apresentar projetos de lei vinculados à proteção infantil e das mulheres no trabalho. São dessa época, também, os primeiros projetos de lei relativos ao voto das mulheres (1919, apresentado pelo deputado Radical Rogelio Araya) e ao divórcio (1902). No caso do anarquismo e do feminismo, sua vinculação se deu mais quanto aos princípios antipatriarcais e a favor da liberdade dos corpos das mulheres para controlar a gravidez. Nesse período surgiram os primeiros congressos de feministas a favor da igualdade dos direitos civis e políticos. Terão importante atuação na luta pelo voto feminino a uruguaia radicada na argentina Maria Abella de Ramirez e a italiana Julieta Lanteri.

O Capítulo 5 descreve os passos dados pelo peronismo em relação às mulheres, que tiveram pela primeira vez a participação política no governo e uma entrada massiva no mundo laboral. Entretanto, destaca a autora que os valores peronistas relacionados às mulheres eram muito conservadores e paradoxais. Barrancos assinala claramente a contradição de Eva Perón, que, por um lado, reivindicava que o lugar das mulheres era no lar, junto a seus filhos e marido, e, por outro, solicitava apoio político para difundir o peronismo, enviando-as pelo interior da Argentina e afastando-as de suas famílias. O peronismo foi muito contraditório em relação às mulheres, devido ao poder que a Igreja Católica exerceu. Assim, por um lado, pulularam as associações femininas: em 1947 aprovaram o voto para as mulheres e foi reformulado o Código Civil. Entretanto, o projeto de divórcio foi rejeitado. A imagem das mulheres refletida em Eva Perón era a de esposa submetida à autoridade do homem e a de mãe por excelência.

Nos últimos capítulos, Barrancos localiza o feminismo da segunda onda na Argentina, no meio das revoluções de esquerda e da posterior ditadura militar. A década de 1960 marcou o começo da feminização das universidades, principalmente nas faculdades de Filosofia, História, Letras, Sociologia, Educação, Psicologia, Odontologia, Química e Farmácia, mas mostra como essa feminização se deu somente nas matrículas, já que o corpo de professores seguiu sendo até a década dos 1990, em sua maioria, masculino. Os costumes e os valores tiveram certa liberalização, as jovens sentiram mais liberdade em seus relacionamentos e saídas noturnas. O corpo feminino encontrou maior mobilidade, foi mais exibido pelo surgimento da minissaia e das novas danças e protegido da gravidez pelas pílulas. Porém, tanto o governo militar quanto as facções de esquerda limitaram seu uso por meio de políticas populacionistas. Em 1968 foi aprovada uma reforma no Código Civil que estabeleceria que nenhum dos cônjuges poderia administrar os bens do outro, estabelecendo-se, assim, a administração separada de bens dentro do casamento. Outra reforma importante do Código foi o estabelecimento do divórcio por mútuo consentimento. O feminismo da segunda onda esteve refletido em numerosas agrupações, como o Movimento de Libertação das Mulheres – MLM, o Centro de Investigação e Conexões sobre a Comunicação Homem- Mulher – CIC, a União Feminista Argentina – UFA, o Movimento de Libertação Feminina – MLF, a Associação pela Libertação da Mulher Argentina – ALMA, o Movimento Feminista Popular – MOFEP, o Centro de Estudos Sociais da Mulher – CESMA, entre outras. Com respeito às mulheres na guerrilha, a autora descreve seu perfil: em sua maioria eram menores de 30 anos e pertencentes a setores urbanos. Os Montoneros tinham um código moral estrito que estabelecia sanções para aqueles que fossem infiéis a seu cônjuge.2

Barrancos expõe que as violações das mulheres produzidas durante a ditadura militar, as condições de parto que viveram na cadeia e os sequestros dos recém-nascidos aumentaram a vitimização das mulheres. Afirma que, para elas, foram “infligidos repertórios mais amplos de suplício” (p. 253) do que para os homens. As mulheres, segundo Barrancos, sofreram mais do que os homens. Baseia essas afirmações nas obras das autoras argentinas Pilar Calveiro – Política y violência. Una aproximación a la guerrilla de los años 70 (2005) – e Ana Longoni – La figura del traidor en los relatos acerca de los sobrevivientes de la represión (2007). No Colóquio Internacional Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul, realizado em maio de 2009, em Florianópolis, foi questionada em várias oportunidades essa ideia de “vitimização” das mulheres na tortura militar. Ver as mulheres torturadas como frágeis, débeis e vítimas em contraposição com a visão do torturador, visto como viril, forte e homem, apenas aumenta a divisão polarizada entre o feminino e o masculino, em vez de contribuir para uma análise menos tendenciosa. Pressupor que as mulheres sofreram mais na tortura pode esconder a experiência masculina.

A autora se pergunta “que hubiera pasado si la sensibilidad de las mujeres – su aguzado auscultamiento de la realidad y su cuota de sensatez acerca de los caminos de la política – hubieran tenido mas voz y mas poder em las organizaciones armadas” e responde “Tal vez muchos errores y horrores hubieran podido haberse evitado” (p. 255). Nessa frase e durante toda a obra, a autora nos revela sua concepção, por vezes, essencialista com respeito às mulheres. Parte da ideia de que existe um ser feminino “sensível”, com maior capacidade de visualizar a realidade e mais paixão e que foi mais vítima das torturas.3 O termo “gênero” é utilizado pela autora muitas vezes, mas sempre em substituição ao termo “sexo”. Como o título da obra diz, Dora Barrancos fez uma grande síntese da história das mulheres, partindo de uma ideia de mulheres definida por seus genitais.

A autora descreve o surgimento das Mães da Praza de Maio e das Avós, reafirmando sua legitimidade como protagonistas na busca da memória dos familiares perdidos: “Só as mães, nenhum outro intermediário, podiam levar de modo conseqüente e infatigável o rito de pedir, reclamar, inquirir a forças incomensuravelmente potentes […]” (p. 268, tradução nossa). A respeito dessa legitimidade pelos vínculos de sangue, Elizabeth Jelin questiona se os familiares seriam os únicos agentes capazes de procurar a memória perdida, já que isso limita a sua construção: “Es como si en la esfera publica del debate, la participación no fuese igualitária sino estratificada de acuerdo a la exposición pública del lazo familiar”.4

Dora Barrancos, no correr de sua obra, critica a desigualdade com que a historiografia tem trabalhado os homens em relação às mulheres como objeto de estudo. Segundo ela, sua obra procurou reduzir essa desigualdade, tornando visíveis as mulheres. Porém, ao não problematizar a diferenciação sexual e conceber os homens e as mulheres como seres essencialmente diferentes, com caracteres diferenciados na forma de ser, o que faz é continuar a desigualdade e o contraste que critica. Torna visíveis as mulheres, mas de forma dicotômica com respeito aos homens.

Notas

1 MUJERES Y GéNERO EM AMéRICA LATINA, 2009.
2 Sobre as mulheres na guerrilha armada a partir de uma perspectiva de gênero, ver Cristina Scheibe WOLFF, 2007, p. 19-38.
3 Com respeito a essas caracterizações das mulheres, ver p. 254-255 e p. 329.
4 Elizabeth JELIN, 2007, p. 45.

Referências

JELIN, Elizabeth. “Víctimas, famliares y ciudadanos-as. Las luchas por la legitimidad de la palabra”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 29, p. 37-60, jul./dez. 2007.         [ Links ]

MUJERES Y GÉNERO EM AMÉRICA LATINA. Dora Barrancos: biografía. Fragmentos de una biografia. Disponível em: http://www.lai.fuberlin.de/es/e-learning/projekte/frauen_konzepte/projektseiten/frauenbereich/barrancos/index.html. Acesso em: 23 jun. 2009.         [ Links ]

WOLFF, Cristina Scheibe. “Feminismo e configurações de gênero na guerrilha: perspectivas comparativas no Cone Sul, 1968-1985”. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 27, n. 54, p. 19-38, 2007.         [ Links ]

María Laura Osta Vázquez – Universidade Federal de Santa Catarina.

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Mercaderes, empresarios y capitalistas (Chile, siglo XIX) | Gabriel Salazar Vergara

Mercaderes, empresarios y capitalistas es el libro más abarcador de Gabriel Salazar referido al siglo XIX chileno.

En este libro confluyen los resultados de 37 años de investigación y de estudio, cuyos productos anteriores más importantes fueron: Labradores, peones y proletarios (1985), Historia de la acumulación capitalista en Chile (2003) y Construcción de Estado en Chile (1760-1860). Democracia de los “pueblos”. Militarismo ciudadano. Golpismo oligárquico (2005). Leia Mais

Política o destino: cuestiones estratégicas en tiempos de crisis – DEL PERCIO (FU)

DEL PERCIO, E. Política o destino: cuestiones estratégicas en tiempos de crisis. Buenos Aires, Editorial Sudamericana, 2009. Resenha de: COLOMBO, Agustín. Filosofia Unisinos, São Leopoldo, v.10, n.1, p.116-117, jan./abr., 2009.

En esta oportunidad el profesor Del Percio con su ya característico estilo “indisciplinario” de abordaje nos acerca sus reflexiones sobre los temas que hace tiempo frecuenta en sus análisis. Pero esta vez haciendo especial hincapié en la política. Así Política o destino permite al lector servirse de reflexiones que abarcan temas como la inseguridad hasta la educación pasando por cuestionamientos relacionados con la preservación del medio ambiente, la sociología de las finanzas, como prefi ere denominarla el propio Del Percio, la corrupción y la estética femenina, entre otros.

Pero lo que claramente nos ofrece Política o destino es un planteo que semánticamente no permite la disyunción. De esta manera, el planteo de Del Percio se presenta como optimistamente político.

Como dice el autor en El pensamiento audaz como etapa superior del pensamiento crítico, el primer artículo que compone este libro: “[…] esta crisis que afecta al mundo nos brinda una excelente oportunidad para que la política vuelva por sus fueros con la clara consciencia de que no hay un destino marcado” (Del Percio, 2009, p.23). A su vez, corresponde destacar que Política o destino es un libro escrito desde el mundo académico para el mundo político, según el propio Del Percio.

En ese mismo capítulo el profesor Del Percio plantea el problema de la exacerbación del pensamiento crítico como un fi n en sí mismo. Así expone la necesidad de “marchar hacia un pensamiento audaz como etapa superior del pensamiento crítico” (Del Percio, 2009, p.17

En Seguridad sustentable e inclusión social, Del Percio vuelve a manifestar su optimismo político, considerando justamente a la política como praxis que otorgue las herramientas que permitan tratar de solucionar los temas vinculados con la criminalidad. En este sentido, el profesor Del Percio realiza un abordaje relacionado con la inseguridad como problema vinculado con la inequidad y la desigualdad social. En este capítulo el lector podrá encontrar también un especial tratamiento del problema de la delincuencia vinculado a la “droga”.

En Ética y prevención de la corrupción ensaya un análisis del fenómeno de la corrupción considerando especialmente distintos contextos socioculturales y económico-políticos. Asimismo, ofrece una tipología contemplando distintas manifestaciones de este fenómeno.

En otro de los capítulos que forman parte de Política o destino, intitulado Tributo a la Calidad Institucional, el profesor Del Percio trata de buscar respuestas frente a la aparente carencia de estudios científicos que exploren la potencialidad de la vigencia efectiva que puede tener la normativa tributaria en un medio social determinado. Asimismo, el autor ensaya respuestas contemplando la actualidad de la sociedad de consumo.

Frente a la problemática relacionada con el cuidado del medio ambiente, Del Percio analiza la constitución de la subjetividad, frente a la consumación de la Modernidad a la que estamos asistiendo según el autor, remontándose hasta sus orígenes y plantea la necesidad de “redescubrir al ser como una incontenible fuerza relacional oculta por el ente” (Del Percio, 2009, p.244). Desarrolla así en El Logos del Oikos la noción de “Metafísica de la relación”.

En Pero aún los niños vienen y preguntan, Del Percio aborda tal vez el problema al que ha dedicado la mayoría de sus refl exiones: La Educación. Allí manifi esta la necesidad de concebir a la educación como una praxis liberadora y fundamentalmente trata de diferenciar esta última de la Socialización. En este capítulo y en concordancia con lo que plantea en el capítulo anterior, el autor propone “[…] reformular tanto los contenidos de las asignaturas como el modo de enseñanza de las mismas en función de la relación como categoría fundante” (Del Percio, 2009, p.281).

El libro finalmente está compuesto por un Apéndice que incluye dos trabajos intitulados Del escote a la minifalda y ¿Reemplazan las organizaciones sociales a los partidos políticos?

Fiel a los planteos que acompañan a su autor, Política o Destino está impregnado de las motivaciones que siempre inquietaron a Del Percio: Forjar un pensamiento latinoamericanamente situado.

Agustín Colombo – Instituto de Altos Estudios Sociales Universidad Nacional de San Martín. Campus Migueletes. E-mail: [email protected]

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[DR]

Con las riendas del poder. La derecha chilena en el siglo XX | Sofia Correa

Con variadas y sorprendentes afirmaciones se van a encontrar los ciudadanos interesados en leer el reciente libro de la historiadora Sofia Correa Con las Riendas del Poder, dedicado a estudiar la derecha chilena durante el siglo XX. Con un estilo excesivamente narrativo, la autora va construyendo la historia de la forma de “hacer política” de dicho sector político de la sociedad chilena.

Antes de iniciar el comentario crítico a la principal tesis expuesta en el libro, un breve apunte sobre el estilo utilizado por Sofia Correa. La narrativa historiográfica es una forma perfectamente válida de presentar los resultados de una investigación histórica destinada a tratar científicamente alguna problemática histórica, política o social que se desea conocer, comprender o analizar críticamente. La producción historiográfica es, desde hace ya bastante tiempo, el resultado de investigaciones científicas que tienen como objetivo explicar diferentes dimensiones del pasado histórico. En ello radica la diferencia entre la simple crónica histórica y el análisis científico de la historia. La historia para que alcance esa condición debe apuntar, por consecuencia, a explicar y no solo narrar. Para tal efecto, requiere de un método y/o de un modelo analítico. El libro de Sofía Correa carece de ambos. Leia Mais