Jesuítas e Modernidade | Antíteses | 2021

Além da missionação, aspecto que, por muito tempo, mais atenção recebeu da historiografia – para exaltar as atividades dos religiosos, numa primeira vertente, e para rever os resultados dos encontros e tensões culturais entre eles e os “nativos” ou povos originários, num outro movimento –, os jesuítas se envolveram em discussões teológicas, com a manutenção de fazendas, de hospitais e de enfermarias, com a investigação e utilização da natureza, com o sistema escravista (sua justificação e sua participação), com a sistematização de línguas até então desconhecidas dos europeus, com a instrução formal, básica e universitária (de indígenas, de colonos e de reinóis), com a política em seus mais diferentes níveis – vide, por exemplo, as querelas com Marquês de Pombal que desencadearam na expulsão desses religiosos dos domínios lusos –, enfim, com uma gama ampla de camadas que envolviam o cotidiano moderno, muito além da atribuição primeva de zelar pelas almas. É sobre essa múltipla atuação da Companhia de Jesus, uma das ordens religiosas mais presentes – senão a mais – no Brasil ao longo do chamado período colonial, nas então colônias da Coroa espanhola na América e em diversos territórios à leste, como em Macau e Goa, além da própria Península Ibérica, que os estudos aqui reunidos se debruçam. Leia Mais

Oratorianos y jesuitas. Una distante cercanía/Historia y Grafía/2018

El expediente que se abre en las páginas siguientes está conformado por ocho artículos sobre los oratorianos de la ciudad de México, de Puebla y de San Miguel, los cuales fueron propuestos por Rafael Castañeda a esta revista como un todo ya armado. Aceptamos la coordinación del mismo ante el mérito que tienen por su calidad académica, pero sobre todo por abordar un tema que cuenta con pocos estudios, al menos para el caso mexicano. Además, debemos señalar que, en el caso de la historiografía nacional, con frecuencia se conoce a los oratorianos más por sus vínculos con la extinta Compañía de Jesús, de la cual heredaron algunos de sus templos desde el siglo XVIII. Tanto la congregación por sí misma como la compleja relación con los ignacianos merecen una revisión historiográfica; por ello decidimos aumentar el número de contribuciones. Es así que los seis primeros artículos del expediente están dedicados a la Nueva España, y los otros dos contemplan la relación entre los oratorianos y los jesuitas en el espacio de la matriz cultural europea propuestos por nosotros. Leia Mais

Los jesuitas entre la historia intelectual y la historia de las prácticas en el mundo iberoamericano. Debates pasados, implicaciones contemporáneas/Historia y Grafía/2017

La Compañía de Jesús, quizá más que ninguna otra orden religiosa, tuvo un rol activo en la conformación de la sociedad moderna. Ya fuera por la concepción del Estado que contribuyó a delinear, ya fuera por la orientación que tomaron sus métodos de misión desde el Paraguay hasta la China, los jesuitas intervinieron en los principales debates y políticas que marcaron los siglos XVII y XVIII, proyectando algunas de sus polémicas a los siglos XIX, XX y XXI. De manera particular en los últimos años se ha generado una preocupación creciente por el papel que los miembros de la Orden tuvieron en diferentes áreas del conocimiento –en especial las ciencias y las artes–, en la creación de sistemas morales y jurídicos que marcaron la transición del Antiguo Régimen a la época moderna y en la contribución a historiografías eclesiásticas y nacionales.1 El diálogo de la historiografía de la Orden con la historiografía laica, los encuentros conmemorativos y las publicaciones periódicas especializadas, han jugado un rol fundamental en este crecimiento de la producción y en el interés académicos en torno de la Compañía. Aunque esta situación ha beneficiado al campo de estudios ampliamente reconocible como “jesuitología”, también tendió a generar una falsa idea de aislamiento de la Orden de su contexto más general. La supuesta excepcionalidad de la Compañía tal vez se funde en la existencia concreta de un enorme legado documental –disperso por el mundo– que supera en cantidad al de cualquier otra orden religiosa. Esto tendió a sobredimensionar la singularidad de los jesuitas en la reconstrucción histórica del proceso de expansión global del cristianismo. Puede decirse que la misma autoimagen de la Compañía de Jesús se construyó –y se sigue construyendo– a partir de este legado escriturario, muy regulado desde el principio y en constante crecimiento. Es lícito afirmar, junto a otros autores, que la historia de la Compañía de Jesús es en buena medida la historia de su relación con la escritura.2 Leia Mais

Presença jesuítica nas Américas portuguesa e espanhola / História e Cultura / 2014

A revista História e Cultura, atenta às pesquisas e ao debate acadêmico desenvolvido na História e em áreas afins, traz neste número um dossiê voltado ao estudo da presença jesuítica nas Américas portuguesa e espanhola.

As pesquisas acerca das ações desenvolvidas pelos missionários desta Ordem vêm ganhando destaque crescente entre a pluralidade de temáticas de estudos no Brasil e no exterior. Dessa forma, essas investigações reúnem problemáticas, metodologias, discussões historiográficas e estudos de caso ímpares que demonstram as especificidades dessas áreas de pesquisa. Considerando essas características, o dossiê se apresenta como um espaço de reflexão dos temas que abordam o recorte cronológico e espacial inerente à instalação dos inacianos em zonas distintas dos centros de poder dos impérios português e espanhol.

O tema “Presença jesuítica nas Américas portuguesa e espanhola” determina o fio condutor da abordagem dos trabalhos de pesquisa contemplados neste dossiê. A ideia de presença se apresenta a partir da compreensão da organização dessa Ordem, fundamentada em seus textos fundadores, isto é, os Exercícios Espirituais, propostos por Inácio de Loyola, e as Constituições da Companhia de Jesus. A presença jesuítica em outros espaços, orientada por uma forma específica de ser, se faria presente entre conversos, gentios e infiéis. Desta maneira, este dossiê pretende contribuir para o entendimento das ações propostas por estes religiosos em consonância com os projetos português e espanhol de expansão de seus respectivos domínios coloniais.

Os trabalhos aqui apresentados – artigos que abordam a temática elencada para este número e uma resenha de livro – foram, gentilmente, analisados pela comissão de pareceristas, conforme sua relevância historiográfica e sua pertinência acadêmica. Desta maneira, agradecemos aos professores que se dispuseram a empreender tal tarefa, contribuindo, igualmente, para a realização deste dossiê.

Nosso objetivo não é somente possibilitar o debate intelectual acerca do tema, mas também fortalecer uma rede de pesquisadores preocupados com a produção historiográfica elaborada no Brasil e no exterior. Dessa forma, organizamos este dossiê em duas partes: artigos e resenha.

Os vinte textos que compõem o dossiê abordam uma pluralidade de discussões historiográficas sobre a presença jesuíticas nas Américas portuguesa e espanhola. Passível de percepção, os textos aqui selecionados compreendem a perspectiva de diferentes olhares sobre a chamada história Moderna e a importância dos estudos acerca das práticas desenvolvidas por estes missionários em diferentes áreas, na medida em que concentram intelectuais de diversas tendências acadêmicas em uma mesma obra, incluindo professores e alunos de pós-graduação de universidades brasileiras e estrangeiras. Nossa intenção foi exatamente essa: a de apresentar diferentes percepções e entendimentos de História, mais propriamente no campo dos estudos relativos à Companhia de Jesus e sua presença em dois lócus específicos.

De acordo com nossa proposta, informamos que os trabalhos que compreendem o presente dossiê foram elaborados por professores doutores de diferentes instituições públicas e privadas brasileiras, doutorandos, mestrandos e graduandos vinculados a instituições também nacionais, bem como investigadores ligados a instituições estrangeiras. Nesse sentido, cabe destacarmos que recebemos contribuições de pesquisadores vinculados às seguintes instituições brasileiras, a saber: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS); Universidade de São Paulo (USP); Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Universidade de Passo Fundo (UPF); Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Federal do Pará (UFPA); Universidade Federal de Uberlândia (UFU); Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRGN); Instituto Federal de Educação do Maranhão (IFE-MA); Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); (Universidade Federal do Paraná (UFPR); Universidade São Judas Tadeu (USJT-SP); Universidade Salgado Oliveira (USO-RJ)). Do exterior, recebemos contribuições da Universidade de Sevilha (US-Espanha), Universidade de Évora (EU-Portugal) e da Universidade de Buenos Aires (UBA-Argentina).

Agradecemos em nome de todos os membros do Conselho Editorial o constante apoio do Conselho do Programa de Pós-graduação em História no qual está locada a História e Cultura.

Desejamos a todos uma boa leitura!

Ana Raquel da Cunha Martins Portugal – Professora doutora. Docente do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Campus de Franca. E-mail: [email protected]

Fábio Eduardo Cressoni – Doutor em História pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Campus de Franca. E-mail: [email protected]

Organizadores do dossiê


PORTUGAL, Ana Raquel da Cunha Martins; CRESSONI, Fábio Eduardo. Apresentação. História e Cultura. Franca, v.3, n.2, 2014. Acessar publicação original [DR]

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