Inimigos da esperança; publicar/ perecer e o eclipse da erudição | Lindsay Waters

Este breve livro – ou breve ensaio – escrito pelo editor da Harvard University Press dá conta, em boa medida de argumentos, sobre o malestar que se espalha entre intelectuais estadunidenses e que, por conseqüências históricas, deve aportar no Brasil. A indisposição que motiva o livro é o frenesi da produção acadêmica que cresceu na mesma proporção em que se mantém(ve) desconhecida. Se quisermos, não consumida.

De um locus privilegiado, Waters realiza uma releitura do fenômeno da hiperprodutividade editorial que só fez crescer desde a segunda metade do século XX. Tal fenômeno decorreu das exigências adotadas pelas instituições universitárias e, principalmente, das agências de fomento que passaram a adotar o princípio da produção quantitativa como mote para mensurar a atuação dos profissionais vinculados à elabração do saber. Leia Mais

Inimigos da esperança; publicar/ perecer e o eclipse da erudição | Lindsay Waters

Este breve livro – ou breve ensaio – escrito pelo editor da Harvard University Press dá conta, em boa medida de argumentos, sobre o malestar que se espalha entre intelectuais estadunidenses e que, por conseqüências históricas, deve aportar no Brasil. A indisposição que motiva o livro é o frenesi da produção acadêmica que cresceu na mesma proporção em que se mantém(ve) desconhecida. Se quisermos, não consumida.

De um locus privilegiado, Waters realiza uma releitura do fenômeno da hiperprodutividade editorial que só fez crescer desde a segunda metade do século XX. Tal fenômeno decorreu das exigências adotadas pelas instituições universitárias e, principalmente, das agências de fomento que passaram a adotar o princípio da produção quantitativa como mote para mensurar a atuação dos profissionais vinculados à elabração do saber. Leia Mais

O que é história Cultural? | Peter Burke

O historiador Peter Burke é uma daquelas “figurinhas carimbadas” nas reflexões teóricas e historiográficas contemporâneas. Sua presença na academia brasileira é marcante e pode ser lembrada pela importância de sua produção intelectual quanto por sua freqüência em eventos acadêmicos no Brasil.

Interessa aqui recordar que os diversos trabalhos de Burke traduzidos para a língua portuguesa brasileira se constituem, via de regra, em sucessos editoriais. Neste “O que é História Cultural?”, aparecido na Inglaterra em 2004, Peter Burke trabalha para elaborar um texto de natureza introdutória a discussões já bem postas na historiografia brasileira: a história cultural, suas características e práticas. Leia Mais

Velhos Amigos | Ecléa Bosi

Ouvir o que os velhos têm a dizer sobre o passado raramente é experimentado e entendido como uma atividade aprazível. Identificar a poesia e a beleza contidas no conteúdo das narrativas memoriais é, ainda mais, uma tarefa de difícil realização. A exceção fica por conta dos interessados em estudar a memória, a oralidade, a narratividade e outros temas que vicejam nos campos acadêmicos, cultivados por pesquisadores, intelectuais e similares. Desde a modernidade que a memória parece relegada ao plano dos estudos, se descolando da característica de atividade construtiva do cotidiano humano.

Mas a professora Ecléa Bosi, ao conceber e escrever Velhos Amigos, não se deteve nessas questões, felizmente! Velhos Amigos tem ares de reencontro com narradores do ontem e do hoje, exibindo as fímbrias da teia que estabelecem os elos entre passado e presente. Esse texto estabelece o retorno a Memória e Sociedade; lembranças de velhos, tese de livre-docência da autora, publicada em 1973. Na apresentação do trabalho – originalmente a argüição a tese –, Marilena Chauí, a certa altura, escreveu que “o pensamento compartilhado. Outrora, a filosofia o nomeava: diálogo” (p. XXI). Ao terminar a leitura de Velhos amigos, recordei dessa afirmação esclarecedora. Fui conferi-la e criei a impressão de que Ecléa Bosi constrói essa interlocução de forma saborosa no livro em tela. Leia Mais

Velhos Amigos | Ecléa Bosi

Ouvir o que os velhos têm a dizer sobre o passado raramente é experimentado e entendido como uma atividade aprazível. Identificar a poesia e a beleza contidas no conteúdo das narrativas memoriais é, ainda mais, uma tarefa de difícil realização. A exceção fica por conta dos interessados em estudar a memória, a oralidade, a narratividade e outros temas que vicejam nos campos acadêmicos, cultivados por pesquisadores, intelectuais e similares. Desde a modernidade que a memória parece relegada ao plano dos estudos, se descolando da característica de atividade construtiva do cotidiano humano.

Mas a professora Ecléa Bosi, ao conceber e escrever Velhos Amigos, não se deteve nessas questões, felizmente! Velhos Amigos tem ares de reencontro com narradores do ontem e do hoje, exibindo as fímbrias da teia que estabelecem os elos entre passado e presente. Esse texto estabelece o retorno a Memória e Sociedade; lembranças de velhos, tese de livre-docência da autora, publicada em 1973. Na apresentação do trabalho – originalmente a argüição a tese –, Marilena Chauí, a certa altura, escreveu que “o pensamento compartilhado. Outrora, a filosofia o nomeava: diálogo” (p. XXI). Ao terminar a leitura de Velhos amigos, recordei dessa afirmação esclarecedora. Fui conferi-la e criei a impressão de que Ecléa Bosi constrói essa interlocução de forma saborosa no livro em tela. Leia Mais