Direitos Humanos, História e Memória (1968-2018) / Estudos Ibero-Americanos / 2019

Este primeiro número de 2019 traz o dossiê “Direitos Humanos, Memória e História (1968-2018)”, organizado pelos professores Bruno Groppo (Centre d’Histoire Sociale du XXe Siécle Université Paris I, França) e Tatyana de Amaral Maia (PUCRS). Os materiais nele reunidos revelam a multiplicidade de temas referentes aos direitos humanos e, sobretudo, a sua importância para o exercício da cidadania em regimes democráticos. A própria ideia de direitos humanos surge em associação à compreensão da democracia como regime que garante ao indivíduo plena participação na vida política, reconhecendo o pluralismo de ideias e os direitos de associação e de organização. O dossiê é composto por nove artigos e uma entrevista. Este número também publica na sua Seção Livre três artigos e duas resenhas. Todos os artigos foram submetidos à avaliação no sistema duplo cego.

Os artigos publicados no dossiê trazem as recentes experiências de violação aos direitos humanos, especialmente, durante as ditaduras do Cone Sul, além de discutir as formas com que os Estados democráticos têm lidado com esse passado sensível. Não obstante, também propõem uma reflexão crítica sobre os limites desses mesmos Estados em garantir plenamente o cumprimento dos direitos humanos, tal como definido em suas respectivas Constituições.

A emergência dos regimes democráticos no Cone Sul, a partir dos anos de 1980, não garantiu automaticamente a adoção de uma agenda política voltada para os direitos humanos. Ao contrário, tais países ainda são marcados por graves violações de direitos humanos. A democracia e os direitos subjacentes a ela dependem de uma contínua ação política. Afinal, como propõe Lyan Hunt,

Os direitos humanos só se tornam significativos quando ganham conteúdo político. Não são os direitos de humanos num estado de natureza: são os direitos de humanos em sociedade. Não são apenas direitos humanos em oposição aos direitos divinos, ou direitos humanos em oposição aos direitos animais: são os direitos de humanos vis-à-vis uns aos outros. São, portanto, direitos garantidos no mundo político secular (mesmo que sejam chamados “sagrados”), e são direitos que requerem uma participação ativa daqueles que os detêm (HUNT, 2009, p. 19).

O artigo que abre o dossiê, “Más allá de organizaciones históricas, las figuras emblemáticas y las prácticas reconocidas. Elementos para repensar al movimiento de derechos humanos en la Argentina”, de Emílio Crenzel, traz uma instigante e inédita questão ao debate acerca dos direitos humanos na Argentina, qual seja, a ação de múltiplos atores na construção de uma cultura política de defesa de direitos humanos no país pós-redemocratização. Crenzel demonstra como é fundamental considerarmos o papel dos pequenos grupos organizados, das associações de bairro e dos sindicatos na conformação de uma ação política em busca de justiça e memória acerca das graves violações de direitos humanos cometidas pela última ditadura argentina (1976-1983). A ampla rede que se formou em busca de informações sobre os desaparecimentos forçados também exigiu a punição dos responsáveis pelas violações cometidas, fomentando o engajamento de vários segmentos da sociedade em torno dos direitos humanos. Neste sentido, a construção de uma cultura política positiva em defesa dos direitos humanos dependeu sobremaneira do papel ativo da sociedade organizada em prol desses direitos.

Em seguida, “Uma história social da expertise em direitos humanos: trajetórias transnacionais dos profissionais do direito na Argentina”, de Virgínia Vecchioli, demonstra a importância das redes transnacionais na consolidação de uma expertise acerca dos direitos humanos, que envolveu a intensa participação de advogados e agentes do Estado na configuração de um campo jurídico dedicado ao tema, tornando-se referência nas ações de Justiça de Transição de vários outros países. A ação engajada de advogados e movimentos de direitos humanos promoveu o desenvolvimento de um conhecimento específico sobre o tema, tornando-se fundamentais para a consolidação da cultural política em defesa dos direitos humanos, tal como se observa hoje na Argentina.

O terceiro artigo, “História de violações dos direitos humanos na era Pinochet: sequestros, desaparecimentos forçados e autoritarismo”, das autoras Anna Flavia Arruda Lanna Barreto e Natália Silva Teixeira Rodrigues de Oliveira, analisa o caso de desaparecimento de mulheres e crianças durante a ditadura de Pinochet, no Chile, a partir de dois acervos: o Fundo Clamor e o Arquivos do Terror. A partir desses acervos, as autoras demonstram a participação do Brasil em casos de violação dos direitos humanos praticados pelo regime ditatorial chileno, assim como reforçam as pesquisas sobre as conexões repressivas existentes entre os países do Cone Sul.

O quarto artigo, “Defensa de DDHH en Chile en el contexto transnacional del movimiento de defensa de los derechos humanos, 1973-1990”, de Nancy Nicholls, propõe compreender a construção de uma cultura de direitos humanos alicerçada nas redes de defesa das vítimas do regime Pinochet criada logo após o golpe que destituiu o governo de Allende e que estabeleceu diversas estratégias de ação para proteger as vítimas da ditadura chilena. Tais redes atravessaram as fronteiras nacionais e se constituíram através de um aprendizado prático sobre como atuar diante das ações repressivas empreendidas pelo governo de Pinochet. Para Nicholls, essas redes forjaram um legado para as novas gerações sobre como se organizarem e a relevância das conexões internacionais, tornando-se um importante elemento na configuração de uma cultura de direitos humanos no Chile.

O quinto artigo, “No capítulo dos direitos humanos: Direito, Política e História na Coluna do Castelo (1969- 1973)”, de Lúcia Grinberg, se propõe a investigar a atuação engajada do jornalista Carlos Castello Branco na denúncia de violações de direitos humanos cometidas pelo regime ditatorial brasileiro entre os anos de 1969 e 1973. A autora demonstra as estratégias do jornalista através da análise da sua coluna no Jornal do Brasil, sugerindo que o tema dos direitos humanos atravessava diversas matrizes políticas, favorecendo a construção de laços de solidariedade entre jornalistas, intelectuais e políticos com diferentes posicionamentos ideológicos, porém, engajados na resistência à ditadura.

O sexto artigo, “A democracia em questão: com a fala, as mulheres militantes de esquerda durante a ditadura militar nos anos de 1964 a 1985”, de autoria de Mateus Gamba Torres e Eloísa Pereira Barroso, busca através da história oral compreender o papel das mulheres na resistência à ditadura civilmilitar brasileira, considerando às questões de gênero referentes ao engajamento feminino na luta armada. Os autores têm o cuidado de analisar a ressignificação da participação dessas mulheres na militância ao longo do tempo, investigando como a construção das memórias acerca dessa participação também responde às demandas do tempo presente sobre o passado vivido.

O sétimo artigo, de Caroline Bauer, “Presenças da ditadura e esperanças na Constituição: as demandas da população sobre a prática da tortura”, busca compreender através do projeto “Diga Gente”, como a população, às vésperas da votação da Constituição de 1988, se posicionou diante da tortura. O artigo estabelece, portanto, um diálogo, com a experiência trazida por Crenzel. Se Crenzel demonstra o papel fundamental de diversos grupos na construção de uma cultura política em torno dos direitos humanos através da busca por justiça e pelo direito à memória, Bauer, por sua vez, analisa como no Brasil, a construção da cidadania através da participação popular ocorreu a partir de visões múltiplas sobre o tema. Neste sentido, ao dar voz a esses anônimos, Bauer demonstra a existência de narrativas concorrentes acerca de como lidar com os legados do regime autoritário.

Os dois últimos artigos tratam de temas recentes e de violações de direitos humanos cometidos durante o regime democrático brasileiro. Em “Percepções sobre a violência no processo de estruturação do MST no Nordeste brasileiro (1985-1995)”, Rose Elke Debiasi se dedica ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no período imediato à redemocratização no Nordeste, considerando as especificidades que marcam aquela região. A presença de lideranças sulistas do MST no Nordeste, na tentativa de manter a organicidade do movimento, foi marcado pela inexperiência dos primeiros imigrantes que passaram a conviver com regras de funcionamento distintas das experimentadas no Sul. Para a autora, a violência estrutural que marca a vida campesina no Nordeste, onde a presença de pistoleiros e jagunços faz parte do cotidiano do camponês, amplia os desafios de organização de um movimento social no campo.

O nono e último artigo deste dossiê, retrata um caso recente de violência política que chocou o País e mobilizou diversos organismos de direitos humanos nacionais e internacionais: o assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, que foi amplamente coberto pela imprensa nacional e estrangeira. Em “O corpo que se manifesta na imagem”, Dúnya Pinto Azevedo propõe analisar as imagens produzidas pela imprensa alternativa, através da análise das fotografias produzidas pela Mídia Ninja, que circularam amplamente pela internet. As imagens retratam os protestos ocorridos contra o assassinato da vereadora e que exigiam a identificação dos responsáveis pelo crime e a promoção da justiça. O caso, que até o início deste ano de 2019 continua sem solução, se tornou paradigmático da permanência da impunidade e das violações de direitos humanos que ocorrem diariamente no Brasil.

Para finalizar o dossiê, publicamos a entrevista realizada com o professor Carlos Artur Gallo sobre o seu livro recém-publicado: Um acerto de contas com o passado: crimes da ditadura, leis de impunidade e decisões das Supremas Cortes no Brasil e na Argentina.

Ainda incluímos neste número, três artigos na Seção Livre e duas resenhas. O primeiro da Seção Livre, “La Calidad de la democracia em Honduras, 2014-2018: sistema político, sociedade civil e instituições em perspectiva”, de Carlos Federico Ávila e Carlos Ugo Joo, é dedicado à análise da qualidade do regime democrático, compreendendo as crises políticas recentes e as limitações da democracia hondurenha, incluindo os desgastes no campo político que levam o descrédito da população acerca das formas de exercício da democracia representativa.

O segundo artigo, “¿Pertenece a Chile?”. Civilización y desierto, rentismo y subordinación: la formación del território nacional em el extremo sur del Perú (Tarapacá, 1827-1877)” de Luis Castro Castro e Inmaculada Simón Ruiz, dedicado à construção do território nacional e as múltiplas ações e estratégias na conquista e colonização do extremo Sul do país. A integração do território nacional peruano, conforme propõe os autores, foi realização de forma assimétrica, estabelecendo uma relação de subordinação da região ao governo Central.

O último artigo publicado neste número é “Administração de diretórios partidários e ação política de elites provinciais no Brasil do Segundo Reinado: a implantação do Centro Liberal e suas implicações no funcionamento do Partido Liberal na Província do Paraná (1868-1889)”, de Sandro Gomes, que propõe analisar as relações entre o Partido Liberal na província do Paraná e o diretório nacional, revelando a manutenção da sua relativa autonomia frente ao diretório nacional.

Ao final do número, duas resenhas fecham a edição. A primeira, de Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos, sobre o livro de Jorge Nállim dedicado ao antiperonismo. E a segunda, de Cláudia Castello, sobre o recente livro publicado por Alexandre Valentim acerca da crise do Império português.

Tal como já é usual na revista, reunimos pesquisadores de diferentes IES nacionais e estrangeiras no intuito de divulgar pesquisas inéditas e de elevado nível acadêmico acerca do mundo ibero-americano. Esperamos que tais artigos contribuam com os diversos campos das Ciências Humanas dedicados à IberoAmérica e instiguem novas pesquisas.

Referência

HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos. Uma História. Trad. Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Tatyana de Amaral Maia – Editora da Revista Estudos Ibero-Americanos. Professora da Escola de Humanidades e do PPGH / PUCRS. Pós-Doutorado em História pela Universidade do Porto. Doutorado em História / UERJ. E-mail: [email protected]  https: / / orcid.org / 0000-0002-1558-2192

Luciana Murari – Editora executiva da Revista Estudos Ibero-Americanos. Professora da Escola de Humanidades e do PPGH / PUCRS. Pós-Doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Doutorado em História Social USP, 2002. E-mail: [email protected]  https: / / orcid.org / 0000-0003-1517-1016


MAIA, Tatyana de Amaral; MURARI, Luciana. Editorial. Estudos Ibero-Americanos. Porto Alegre, v. 45, n. 1, jan. / abr., 2019. Acessar publicação original [DR]

Acessar dossiê

As ditaduras militares no Brasil e no Cone Sul: história, historiografia e memória  | SÆCULUM – Revista de História | 2018

“Um povo sem História não é gente, não pode ser gente, não tem como ser gente.” A frase, pronunciada por uma lavradora analfabeta e transcrita em nota da ANPUH-DF ao tratar da destruição recente do Museu Nacional3 , sintetiza a função social e o compromisso ético da História com as gerações atuais e futuras. A História, fruto da construção epistemológica do conhecimento na modernidade, encontra-se hoje envolvida numa trincheira em favor da democracia, da ciência, dos direitos humanos, do qual é caudatária. Dos diversos temas e objetos que são de interesse dos historiadores, aqueles dedicados à História recente, sobretudo, aos regimes ditatoriais do século XX vêm sendo alvo de negação considerados frutos do anti-intelectualismo emergente e de uma política do ódio que desconsidera o “Outro”, suas diferenças, direitos e pluralidades. Neste sentido, este número temático assumiu o compromisso de trazer a público, a partir dos cânones epistemológicos da pesquisa histórica, artigos dedicados às ditaduras no Cone Sul, considerando seus aspectos transnacionais e as especificidades das experiências nacionais. A pluralidade de temas, recortes, fundamentação teórica, fontes e metodologias reforçam os princípios da multicausalidade na construção da narrativa histórica, cujo rigor não está na exclusão de abordagens, mas na valorização de diferentes referenciais teórico-metodológicos, no domínio da historiografia e no uso de fontes. Leia Mais

História e gênero / Oficina do Historiador / 2017

Gênero como campo de pesquisa histórica

O estudo de gênero como categoria analítica oferece aos estudos históricos novas perspectivas de análise. A emergência de novos objetos e fontes da História Social da Cultura possibilitou a incorporação dos debates acerca das questões de gênero no interior do campo historiográfico. Soma-se a isso, a própria mobilização de grupos socialmente marginalizados na busca de seus direitos civis e do reconhecimento diante de suas diferenças de gênero. A explosão de movimentos sociais no final dos anos de 1980 para além da rígida categoria de “classe” favoreceu o aparecimento de múltiplas identidades e a construção de novas bandeiras de luta no interior das sociedades pós-modernas. A categoria gênero é entendida aqui a partir de uma perspectiva interdisciplinar, que caracteriza a História-Ciência desde o surgimento da escola dos Annales, mas também incorporando a multiplicidade de sujeitos coletivos que integram o debate. Como diria uma das mais importantes historiadoras sobre o assunto, Joan Scott, o gênero tem dois significados inter-relacionados “o gênero é um elemento constitutivo de relações sociais baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos” (SCOTT, 1986, p. 86) [1], assim como, também é definido pela historiadora como “uma forma primária de dar significado às relações de poder” (SCOTT, 1986, p. 86). O gênero, neste sentido, é estritamente ligado as relações de poder e as relações sociais dispostas em sociedade.

As lacunas da representação da diversidade nos espaços de disputa de poder em regimes democráticos, por exemplo, indicam um perfil próprio de indivíduos que ocupam esses espaços. Dentro das democracias liberais, em sua maioria, esse papel é reservado para indivíduos masculinos. A dificuldade enfrentada no campo político por pessoas à margem desse processo é fundamental para a compreensão de sua baixa presença nos cargos do governo. A desigualdade de gênero revela a impossibilidade de concretização de políticas públicas realmente democráticas e com forte característica de pluralidade.

Deste modo, a produção do dossiê está vinculada com a apreensão quanto aos rumos da política brasileira, marcada pelo afastamento da primeira mulher eleita presidenta do país e pelos inúmeros retrocessos de conquistas obtidas pelos movimentos sociais, sobretudo a recente retirada pelo Ministério da Educação (MEC) do documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dos termos como “gênero” e “orientação sexual”.

Em síntese, o gênero na história proporciona a incorporação da crítica de sujeitos históricos marginalizados nas dinâmicas sociais, culturais e políticas dentro da produção historiográfica. Este é justamente a razão de ser do dossiê História e Gênero organizado pela Equipe Editorial da Revista Oficina do Historiador. Reunindo diversos artigos sobre a temática, com o intuito da ampliação do campo da história utilizando o gênero como um dispositivo de análise nas pesquisas históricas contemporâneas.

Em “Sobre penteados e cabelos africanos: visões eurocêntricas nas páginas da Eu sei tudo (1917-1929)”, Ana Carolina Carvalho Guimarães foca a sua pesquisa na análise de textos e imagens relativa às mulheres africanas, publicadas na Revista Eu Sei Tudo entre os anos de 1971 e 1929. Buscando analisar a partir dos periódicos da revista sua difusão de representações e estereótipos da cultura e das mulheres africanas.

Por sua vez, Antonio Alves Bezerra em “Reflexões acerca do cotidiano de mulheres trabalhadoras rurais “boias frias” na cultura canavieira do interior paulista”, apresenta um artigo fundado em história oral sobre as experiências de lutas vivenciadas por mulheres trabalhadoras rurais que atuaram na cultura canavieira no Oeste paulista no início do século XXI.

No artigo “Antônio, Bento e Domingos: paternidade na elite farroupilha (1835-1845)”, Carla Adriana da Silva Barbosa situa a figura paterna como representante da segurança corporal e simbólica das famílias da elite farroupilha no contexto histórico, de 1835 a 1845, período marcado por guerras e pela soberania da figura masculina.

Carmem Silvia da Fonseca Kummer Liblik, no artigo “História de vida e profissional da historiadora brasileira Laura de Melo e Souza: intersecções entre memória e biografia”, analisa a vida da historiadora Laura de Melo e Souza revelando detalhes de sua trajetória de vida e profissional.

Em “Mulheres, investigação de paternidade e justiça: cotidiano e provas (Belém, 1920- 1940)”, Ipojucan Dias Campos analisa mulheres e seus filhos adultos no início do século XX, na cidade de Belém, e seus esforços jurídicos para provar a paternidade de seus filhos. Seu cotidiano marcado por lutas de mulheres e suas famílias percebidas como “espúrias” pela sociedade.

Kety Carla De March, no artigo “Corpos subjugados: estupro como problemática histórica” discorre sua pesquisa na análise de processos criminais de estupro instaurados na comarca de Curitiba, Estado do Paraná, ao longo da década de 1950, analisando os discursos sobre a violência sexual e sua relação sobre os padrões de masculinidade e feminilidade no contexto histórico estabelecido.

A entrevista concedida pela Professora Doutora Claudia Schemes à Revista Oficina do Historiador, publicada nessa edição, é fundamental para a proposta do dossiê História e Gênero. Seus trabalhos são marcados pelas temáticas de gênero, envelhecimento, identidade e moda. Suas reflexões compreendem a importância dos estudos de gênero no campo historiográfico a partir da importância de uma visão mais ampla para as análises históricas atuais.

Desejamos que esse dossiê permita ampliar o horizonte de produções em torno da temática de gênero dentro do campo da história. Área com vasto campo para o desenvolvimento, o dossiê contribui para novos debates e novas reflexões abrindo espaço para a reunião de novas pesquisas sobre o assunto.

Nota

1. Ver texto completo em SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul. / dez. 1995, pp. 71-99.

Cristiano Enrique de Brum – Doutorando em História do Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS.

Julia Tainá Monticeli Rocha – Mestranda em História do Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS.

Henrique Perin – Mestrando em História do Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS.

Tatyana de Amaral Maia – Professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS, Pós-Doutorado em História na Universidade do Porto, Doutora em História / UERJ.


BRUM, Cristiano Enrique de; ROCHA, Julia Tainá Monticeli; PERIN, Henrique; MAIA, Tatyana de Amaral. Apresentação. Oficina do Historiador. Porto Alegre, v. 10, n. 1, jan. / jun., 2017. Acessar publicação original [DR]

Acessar dossiê