A Vulva é uma Ferida Aberta e Outros Ensaios | Gloria Anzaldúa

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Gloria Anzaldúa | Imagem: American-Statesman

O ato de falar e de escrever é marcado por relações de poder e atravessado por modelos epistemológicos que tentam suprimir línguas e formas de existir (Conceição EVARISTO, 2021). Questiona-se: quem ousa falar tem o poder de se fazer ouvir? É da complexidade que envolve essa pergunta que sugerimos a leitura de Gloria Anzaldúa. A autora, ao produzir teorias sobre a sua existência nas fronteiras, dá cores e tons a sua linguagem insubmissa que desafiou os olhos do homem branco. A tradução do livro de Gloria Anzaldúa, A Vulva é uma Ferida Aberta e Outros Ensaios, foi lançada no Brasil em 2021, pela editora A Bolha.

O livro reúne seis ensaios e um poema produzidos em momentos distintos da sua carreira. Neles se encontra uma amálgama de discussões sobre as questões de mestiçagem, fronteira, raça, gênero, sexualidade, classe, saúde, espiritualidade, escrita e linguagem, que são questões centrais em sua obra. Cláudia de Lima Costa e Eliana Ávila (2021), tradutoras da obra de Gloria Anzaldúa no Brasil, assinam o prefácio do livro e destacam a importância da autora para o surgimento da discussão sobre diferenças – sexual, étnica e pós-colonial – no bojo feminismo norte-americano. Já o posfácio é um ensaio de AnaLouise Keanting (2021), professora na Texas Women’s University, em estudos de mulheres, e é a atual depositária do Gloria Anzaldúa Literary Trust. Nesse texto encontramos uma importante reflexão sobre as teorias mais recentes de Gloria Anzaldúa, pós-Borderlands/La Frontera, tornando a leitura de A Vulva é uma Ferida Aberta e Outros Ensaios ainda mais instigante. Leia Mais

E foi a assim que eu e a escuridão ficamos amigas | Emicida

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Emicida (Leandro Roque de Oliveira) | Imagem: Divulgação

E se um livro pudesse acalantar o coração de uma criança que tem medo do escuro? E se esse livro contasse uma história em formato de poema e não só convencesse os pequenos que o receio é comum e que até os adultos o sentem em certos momentos, mas também os encantasse com os versos rimados a cada virar de página? É dessa forma que Leandro Roque de Oliveira, o Emicida, rapper, cantor, letrista, compositor e autor da obra “E foi assim que eu e a escuridão ficamos amigas” brinca com a imaginação e conta uma bela história em forma de poesia.

Emicida é muito assertivo com a escolha do tema do seu livro: o medo e este, relacionado ao escuro, é uma vivência muito comum na infância. Debater este assunto em um livro infantil em formato de poesia é uma sacada muito positiva do autor. Para deixar a história ainda mais convincente, o livro de Emicida conta com belíssimas ilustrações de Aldo Fabrini que fogem do comum e trazem traços bastante originais dando ainda mais vivacidade aos momentos que se intercalam entre o medo e a coragem. Leia Mais

Mala Siembra | Rafael Rubio Barrientos

La Editorial de la Universidad de Valparaíso, recientemente renovada bajo la dirección de Cristián Warnken, ha incluido entre sus primeros títulos de la Colección de Poesía la edición de Mala Siembra, cuarto poemario de Rafael Rubio (Santiago, 1975), uno de los poetas más sobresalientes de la Generación de los Noventa que, como es sabido, es también hijo y nieto de grandes poetas nuestros: Armando y Alberto Rubio. Su producción literaria comenzó con Arbolando (1998), continuó con Madrugador tardío (2000), Luz Rabiosa (2007) y prosiguió con Caudal (2010). Este último correspondió a una muestra antológica de 32 poemas, además de uno final inédito del que se transcribió en dicha publicación un pulcro manuscrito. Se trata de Queja:

“¡Señor, cómo nos zumba la miseria!

Hay luz, pero no alcanza para el año.

Apenas queda gallo en el granero y no hay gallina para el pobre gallo.

¿Solo para los muertos es la tierra?…” Leia Mais

Para subir al Jomalú | Helio Gallardo Martínez

Helio Gallardo (1943), profesor de Filosofía, titulado en el Instituto Pedagógico de la Universidad de Chile y avecindado desde 1973 en San José (Costa Rica), ha ejercido en la Universidad del citado lugar (UCR) y en la Universidad Nacional Autónoma de Costa Rica (UNA) una brillante actividad académica, reconocida por sus investigaciones sobre la realidad social y política popular en Latinoamérica. Destaca entre sus textos la publicación 500 años: Fenomenología del mestizo. Violencia y resistencia (1993) y numerosos artículos editados en la página electrónica Pensar América latina. Su producción poética no ha sido menor: Adquisición de un automóvil (2001), Para subir al Jomalú (2002), All ¿Together? Now (2007).

La segunda versión del texto poético Para subir al Jomalú (2012) era necesaria, según el decir de su autor, porque “requería volver habitar Santiago para vivir el Jomalú. El Santiago finalmente requerido entrega la historia de Antonio Ramón y su barrio Viel. El solo testimonio de Antonio Ramón justifica el Libro”. Nos preguntamos qué significado tiene la evocación real o imaginaria del Hotel Jomalú en la extensión de su abrazo protector las veinticuatro horas del día para acoger sin restricciones a miserables alcohólicos, traficantes, prostitutas y vagabundos del Norte y el Sur. Leia Mais