A Vulva é uma Ferida Aberta e Outros Ensaios | Gloria Anzaldúa

Gloria Anzaldua Imagem American Statesman 1
Gloria Anzaldúa | Imagem: American-Statesman

O ato de falar e de escrever é marcado por relações de poder e atravessado por modelos epistemológicos que tentam suprimir línguas e formas de existir (Conceição EVARISTO, 2021). Questiona-se: quem ousa falar tem o poder de se fazer ouvir? É da complexidade que envolve essa pergunta que sugerimos a leitura de Gloria Anzaldúa. A autora, ao produzir teorias sobre a sua existência nas fronteiras, dá cores e tons a sua linguagem insubmissa que desafiou os olhos do homem branco. A tradução do livro de Gloria Anzaldúa, A Vulva é uma Ferida Aberta e Outros Ensaios, foi lançada no Brasil em 2021, pela editora A Bolha.

O livro reúne seis ensaios e um poema produzidos em momentos distintos da sua carreira. Neles se encontra uma amálgama de discussões sobre as questões de mestiçagem, fronteira, raça, gênero, sexualidade, classe, saúde, espiritualidade, escrita e linguagem, que são questões centrais em sua obra. Cláudia de Lima Costa e Eliana Ávila (2021), tradutoras da obra de Gloria Anzaldúa no Brasil, assinam o prefácio do livro e destacam a importância da autora para o surgimento da discussão sobre diferenças – sexual, étnica e pós-colonial – no bojo feminismo norte-americano. Já o posfácio é um ensaio de AnaLouise Keanting (2021), professora na Texas Women’s University, em estudos de mulheres, e é a atual depositária do Gloria Anzaldúa Literary Trust. Nesse texto encontramos uma importante reflexão sobre as teorias mais recentes de Gloria Anzaldúa, pós-Borderlands/La Frontera, tornando a leitura de A Vulva é uma Ferida Aberta e Outros Ensaios ainda mais instigante. Leia Mais

Work in hand: script, print, and writing, 1690-1840 | Aileen Douglas

Aileen Douglas
Jackie Lynam (esquerda), Emma Donoghue e Aillen Dougas (direita) em Dublin, 2016 | Foto: Trinity College Dublin

Situado na confluência dos estudos de História Cultural, Literatura, Educação e Comunicação, Work in hand é uma série temática de estudos de caso assinada por Aileen Douglas, professora da Universidade de Dublin, na Irlanda, especializada em literatura inglesa do século XVIII. Neste livro, Douglas examina diversas instâncias da sobrevivência das práticas manuscritas ao longo do período de 1690 a 1840 no Império Britânico – uma época em que historicamente já prevaleciam a tipografia e o livro impresso. Este recorte tão específico do objeto pode dar a impressão de que se trata de uma obra de interesse único para historiadores ou especialistas em literatura inglesa daquele período, porém a autora constrói ao longo de sete capítulos um amplo painel da transformação de práticas literárias e comunicacionais que não só delineia o fundamento de muitos procedimentos ainda em voga mas também ajuda a compreender os alicerces de alguns postulados educacionais, informacionais e textuais que ocasionalmente ressurgem até mesmo no meio acadêmico. Leia Mais

Giotto e os oradores: as observações dos humanistas italianos sobre pintura e a descoberta da composição pictórica (1350- 1450) | Michael Baxandall

Dos materiais de que o historiador dispõe para realizar uma pesquisa no universo do dito “Renascimento”, não se pode deixar de levar em conta a quantidade massiva dos discursos, sejam eles verbais ou visuais, cujos usos e consumo atendiam a critérios que hoje desconhecemos. Um indício dessas diferentes correspondências é a evidência com que, hoje, os pintores e autores do período sejam considerados gênios criativos e originais, termos impensáveis nas práticas em que se inseriam ao menos até o século XVIII. Em seu lugar havia técnicas retóricas e dispositivos artísticos muito regrados que então regiam a produção dos discursos. Nessa perspectiva, as artes da escrita e da pintura estavam amparadas na tópica horaciana do ut pictura poesis, que propunha uma relação de homologia dos procedimentos retóricos ordenadores de decoro e conveniência em relação às partes internas do discurso.

É considerando as relações entre as artes e as práticas letradas que o livro Giotto e os oradores estabelece um problema de fundo que envolve as relações de homologia estabelecidas historicamente entre a pintura e a escrita nos séculos XIV e XV. Por mais que tenha sido publicado em 1971, o livro do historiador da arte Michael Baxandall, por meio de uma escrita clara e ao mesmo tempo aguda, apresenta argumentos que mantêm rendimento, capazes de mobilizar o entendimento e, em consequência, o estudo de tais assuntos. Uma prova disso é a sua recente tradução para o português. Leia Mais

O Belo Perigo | Michel Foucalt

Uma pergunta sempre me intrigou ao tratar de Foucault em qualquer ocasião que eu tivesse a oportunidade: como rotular um autor como este dentro de caixas de conhecimento tão fechadas em si? Do que eu deveria chamar Michel Foucault? Historiador? Filósofo? Pensador?

Esta não é uma questão das mais fundamentais, mas é uma dessas questões que intriga alguém que mergulha sem medo na obra, na vida e no estilo de um determinado autor. Fica, inegavelmente, a curiosidade. Leia Mais

A escrita da repressão e da subversão | Vivien Ishaq, Endrico P. Franco e Teresa E. Sousa

O livro “A escrita da repressão e da subversão” reúne uma coletânea das palavras e expressões, seus significados e sentidos, mais usadas durante a ditadura militar (1964-1985), tanto por agentes da repressão, quanto por militantes de esquerda considerados subversivos. Para a redação do glossário, foram usados como fontes diversos acervos e documentos do período do regime que estão sob custódia do Arquivo Nacional.

A historiadora Vivien Ishaq, juntamente com Pablo Endrigo Franco e Tereza Eleutério de Sousa, pesquisadores do Arquivo Nacional, se debruçaram especialmente sobre o acervo do Serviço Nacional de Informações (SNI). A escolha segue uma lógica importante. O órgão coordenava toda a atividade de informação e espionagem do regime e recebia compulsoriamente dados de órgãos municipais, estaduais e federais do Poder Executivo, tendo então uma abrangência nacional. Além do enorme volume de documentos reunidos. Além do SNI, também foram usados documentos do Conselho de Segurança Nacional (CSN); do Serviço Secreto da Aeronáutica (Cisa); da Divisão de Inteligência da Polícia Federal, entre outros. Todos esses acervos são compostos por diferentes documentos: fichas pessoais dos militantes da esquerda, análises da conjuntura nacional e internacional, relatórios secretos de informação e contrainformação, entre outros. Além dos documentos citados, os pesquisadores também buscaram fotografias para ilustrar os verbetes nos acervos do jornal Correio da Manhã e da Agência Nacional. Leia Mais

The Shallows: what the internet is doing to our brains – CARR (EPEC)

CARR, Nicholas. The Shallows: what the internet is doing to our brains. [sn]: W. W. Norton & Company, 2010. 276p. Resenha de: CALDEIRA, Pedro Zany. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v.12, n.03, p.157-158, set./dez. 2010.

O livro de Nicholas Carr The Shallows (Os superficiais, numa tradução rápida do título original) é uma das grandes provocações deste ano sobre o modo como os computadores e sobretudo a internet influenciam a nossa vida e como, no limite, afetam fisiologicamente o funcionamento do nosso cérebro. E que provocação! O ponto de partida deste livro é a evolução da experiência de leitura e acesso à informação escrita nas últimas décadas por parte do próprio autor e de três outras pessoas (com relatos na primeira pessoa). Se na época pré-internet o processo de leitura destas quatro pessoas se baseava no livro e no modo sequencial como a informação é lida no suporte escrito tradicional, nesta época da internet omnipresente o processo de leitura transformou-se radicalmente, pois estas pessoas começaram a ter muita dificuldade em ler livros tradicionais e os seus processos de leitura passaram a basear-se na própria forma como a internet apresenta informação: muito fragmentada e sempre ligada a outros pedaços de informação.

Os relatos iniciais tornam-se ainda mais interessantes quando algumas destas pessoas confessam que abandonaram completamente a leitura de livros. E a questão que o autor coloca e à qual pretende responder é: por que este abandono? E as respostas que encontra são sustentadas em pesquisa científica nas mais diversas áreas das neurociências (e este é mesmo o ponto forte do livro, pois o autor leu e entrevistou muitos dos autores mais proeminentes desta área científica) e deveras surpreendentes. E apontam todas para o mesmo “culpado”: a internet.

O formato tradicional de apresentação de informação escrita, o livro, obriga a um processo extensivo de leitura sequencial, de um certo recolhimento e isolamento e com a existência de momentos de reflexão, enquanto o formato actual de apresentação de informação escrita mais usual, a internet, obriga a um processo de leitura em saltos rápidos entre pedaços de informação, com a procura de palavras-chave que deem coerência ao significado que está rapidamente a ser extraído pelo leitor e que pode ser ou é sistematicamente interrompido por outras tarefas que concorrem pela sua atenção: um mail que entra na caixa de correio e que é imediatamente respondido, um torpedo que chega ao celular e que é lido (e muitas vezes respondido), enquanto a televisão continua a debitar imagens e sons… E, assim, a leitura deixou de ser um processo de digestão lento, com a possibilidade de absorção dos seus elementos nutritivos mais importantes, para um processo de digestão rápida, com uma meta-absorção de factos muitas vezes pitorescos, romanescos, mas… muitas vezes irrelevantes.

Já em 1882 Friedrich Nietzsche tinha percebido que a ferramenta usada para escrever tem impacto na forma de escrita. Com crescentes dificuldades de visão, Nietzsche comprou uma máquina – uma Bola de Escrita Malling-Hanse – que lhe permitiu continuar a escrever. Quando dominou o uso desta ferramenta, Nietzsche permitia-se escrever de olhos fechados, usando apenas as pontas dos dedos. Mas a máquina teve um efeito subtil no seu trabalho, pois o seu estilo de escrita tornou-se ainda mais telegráfico: deixou de usar argumentos e passou a fazer aforismos, passou dos pensamentos elaborados para os jogos de palavras.

Se esta descrição do processo de leitura actual (especialmente dos processos de leitura online) coincide com muitas das nossas experiências de leitura (superficiais, anedóticas, com interrupções sistemáticas e sem conduzir a grande reflexão), e que no mínimo nos deverá fazer questionar sobre o impacto da internet nas nossas vidas, torna-se mais preocupante quando o autor procura perceber melhor por que quando enveredamos por processos de leitura deste tipo dificilmente conseguimos voltar a processos mais tradicionais. E a resposta reside na forma como os processos actuais de leitura transformaram os nossos cérebros, passando de processadores por excelência de informação sequencial a processadores de informação multissensorial, fragmentada e ligada entre si.

E de quanto tempo é que a internet necessita para transformar os nossos cérebros? Segundo a pesquisa mais actual, muito pouco: dias, horas ou mesmo minutos. E quais as consequências? Não são somente em relação à leitura, pois também ocorrem em relação à escrita (a microescrita, típica das mensagens instantâneas) e, certamente, em relação à capacidade de analisar fenómenos complexos… Mas sobre isso prefiro deixar à exploração de quem ficou suficientemente curioso para ler este livro.

Nicholas Carr escreve sobre as implicações da tecnologia em âmbito social, econômico e dos negócios. É membro da comissão editorial de Enciclopédia Britânica e foi editor executivo da Harvard Business Review e consultor sênior na Mercer Management Consulting. Este livro vem na sequência do ensaio “Is Google Making Us Stupid?”, publicado no número de verão (julho/agosto) de 2008 da Atlantic Monthly.

Pedro Zany CaldeiraDoutor em Gestão da Informação pela Universidade Nova de Lisboa (UNL) Instituto Superior de Educação e Ciências – Lisboa. E-mail: [email protected]

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a cultura della plebs romana – HORSFALL (RBH)

HORSFALL, Nicholas. La cultura della plebs romana. Barcelona: PPU, 1996. Resenha de: FUNARI, Pedro Paulo A. Revista Brasileira de História, São Paulo, v.18 n. 36, 1998. PPU, 1996. Resenha de:

Nicholas Horsfall debruçou-se sobre o tema da cultura da plebe romana, a convite da Academia Americana em Roma, em 1995, e este livro, publicado em italiano pela Universidade de Barcelona, representa o resultado final, após a sua apresentação em diversas universidades (Oxford, Roma, Barcelona, entre outras). Horsfall já era bastante conhecido por sua reflexão sobre a importância da escrita no mundo romano, não tanto em termos estatísticos, pois que não podemos sabê-lo com qualquer grau de certeza, mas como um estado d’alma (state of mind)1. Neste livro, Horsfall estuda, de maneira geral e articulada, as artes e linguagens da plebe romana, em especial a partir da tradição literária, não temendo apresentar seus argumentos contra mundum, para citar suas palavras2. O autor, ainda que se refira à plebe no título do livro, esclarece que prefere tratar daquilo que define como “cultura popular”, já que as fontes antigas referem-se à plebsplebecularustici, entre outros termos, para designar essa cultura não-erudita. Como estudioso da literatura greco-latina, Horsfall concentra sua atenção nas fontes literárias e não se preocupa com o fato de mesclar, para um mesmo argumento, documentos separados por meio milênio, como admite, logo ao início3.

Horsfall aproveita-se da riqueza da língua italiana para referir-se ao povo, objeto de sua pesquisa, utilizando-se de termos como “popolano”4, “svantaggiati”5, “popolo minuto”6. O autor começa por lembrar a existência de uma cultura oral de longa duração, radicada na memória e fundada na música, cujos versos, cantáveis e de cunho político, podiam transforma-se em instrumento político potente e duradouro, podendo servir tanto de apoio como de crítica7. Em seguida, passa a tratar da cultura formal e reafirma que “no mundo romano a capacidade de ler, escrever e contar não dependia, necessariamente, de uma formação escolar”8, ainda que não saibamos como se processaria esse aprendizado popular. De maneira muito perspicaz, propõe que o conhecimento de lugares-comuns filosóficos, atestados nos grafites e na boca dos libertos, no Satyricon, poderiam provir das alusões filosóficas presentes no mimo, um gênero teatral popularesco9. Ainda nessa linha, discute o papel dos circulatores, organizadores de círculos, entendido circulus como um círculo de ouvintes ao redor de um organizador (“intrattenitore”), cuja função consistia em cantar ou ler poesias, trechos de livros, atuando como lector (leitor ou leitor dramático). Um escólio esclarece que “ao meio dia, eles declamam poesia ligeira10.

O autor ressalta que as manifestações coletivas populares, como cantos, slogans, insultos rítmicos (vaias) e aclamações, não devem ser interpretados como mero resultado da manipulação por parte da aristocracia. Neste sentido, denuncia o “coro uníssono de desprezo” pela cultura popular romana11. Segundo o modelo dominante, a grande maioria – vítima das necessidades econômicas, da prepotência aristocrática e da instrumentalização política – estaria condenada ao analfabetismo e à ignorância, depauperada intelectual e culturalmente. Horsfall discorda radicalmente deste esquema e prefere propor um modelo bipolar (pace Ginsburg): “há bons motivos para aceitar a existência de uma outra cultura `paralela’, popular, também essa rica e vigorosa, à sua maneira, fundada não sobre os textos literários, mas sobre a música, as canções, o teatro, a memória, os jogos”12. Ainda contra a corrente, característica, aliás, marcante do livro, o autor não concorda com a interpretação canônica (E.G. Walsh), segundo a qual Petrônio, no Satyricon, apresenta os libertos como dignos de desprezo, mas, ao contrário, os libertos aparentam amar seu modo de falar, assim como demonstram usar com entusiasmo e com criatividade sua língua. Não se consideravam ignorantes, no plano lingüístico, mas criativos13.

Horsfall, embora ressalte a especificidade da cultura popular, lembra que havia gostos partilhados com a elite e que esta, em particular, não deixava de se deleitar com certos entretenimentos populares; para tanto, lembra que Andreotti, ao viajar de avião com a seleção italiana, não deixava de …jogar baralho com os jogadores! Ademais, os próprios autores eruditos podiam escrever obras que se destinassem, segundo as palavras dos próprios autores, ao povo. Assim, Cícero (Pro Murena 61) lembra que “homens do mais baixo nível econômico (homines infima fortuna), sem esperança de qualquer atividade política (nulla spe rerum gerendarum), artesãos (ofices), gostam da História”. Também Plínio, o Velho menciona que seus trinta e sete volumes da História Natural haviam sido escritos para o “povo humilde (humili vulgo)… para a massa de camponeses e artesãos (agricolarum, opificum turbaepra)14. Para a elite, no entanto, o povo, normalmente, era descrito como composto de imperiti, indocti, stultiinsipientes (grosso modo, ignorantes das regras eruditas), viés que predomina, em grande parte, na historiografia moderna sobre o tema. Horsfall não hesita em incluir-se, pois, em uma interpretação minoritária da cultura popular romana que se recusa a aceitar os juízos da elite como parâmetro. Dessa posição decorre uma conclusão de caráter tanto cultural quanto político. Culturalmente, não se deveria julgar a cultura popular como inferior ou como mera imitação degenerativa daquela erudita, pois, antes de mais nada, era diversa, rica a seu modo. Em seguida, se o povo era autônomo em sua cultura, não se poderia admitir que fosse pura e simplesmente manipulado politicamente, espectador passivo do pão e do circo, ou que se concebesse sempre como agregado, dependente do compadrio, como os modelos dominantes nos tentam fazer crer. Horsfall, ainda que se limite às artes e às linguagens representadas na tradição literária, deixando de lado as inscrições, a cultura material e as representações em geral, não deixa de demonstrar que uma leitura menos subserviente e mais crítica das fontes antigas pode nos relevar uma cultura original e criativa. Não fossem outros os méritos da obra, só esta independência intelectual do autor já recomendaria a sua leitura.

Notas

1 Cf. “Statistics or state of mind?”. In Journal of Roman Archaeology. Supplementary series nº 03, pp. 59-76.

2 HORSFALL, Nicholas. La cultura della plebsromana. Barcelona, PPV, 1996, p. 68.

Idem, p. 13, (così mi sembra già di sentire qualche brontolio sul mio modo apparentemente disinvolto di usare testimonianze separate da mezzo milenio di tempo).

Idem.

5 Idem, p. 27.

6 Idem, p. 51.

7 Idem, p. 19.

8 Idem, p. 21.

9 Idem, p. 25.

10 Idem, p. 134, (meridie levia carmina dicunt, Schol Persio1).

11 Idem, pp. 33-34.

12 Idem, p. 34.

13 Idem, p. 38.

14 PLINIO (o Velho). Naturales Quaestiones. Paris, “Les Belles Lettres”, s/d, ef. 06.

Pedro Paulo A Funari – Universidade Estadual de Campinas

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