Intimações do desumano | Edson Lopes Cardoso

Edson Lopes Cardoso é uma das pessoas-bússolas quando pensamos em ativismo político, intelectualidade e movimento negro brasileiro contemporâneo. E digo isso não como mero protocolo, digo com o sentimento de quem nasceu exatos quarenta anos depois dele e encontrou caminhos em comum alicerçados com ideias e reflexões sobre as armadilhas da violência estrutural sofisticada que é o racismo. Como mulher negra, também nascida na Bahia (em Berimbau – Conceição do Jacuípe), formada em jornalismo (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), que enveredou por espaços acadêmicos e por Brasília, é inspirador acessar obras literárias e também trajetórias de pessoas negras que contribuíram com estratégias a favor de uma coletividade que teve historicamente os direitos negados. Com sua percepção apurada, Edson Cardoso continua sinalizando às máscaras que ainda seguem ativadas na sociedade brasileira. E com sua experiência de vida e combate, trança pensamentos com as gerações que o antecedeu e com as posteriores, com o compromisso de amplificar a dignidade das vidas negras. Leia Mais

Entre a tinta e o papel. Memórias de leituras e escritas femininas na Bahia (1870-1920) – BARREIROS LEITE (CP)

BARREIROS LEITE, Márcia Maria da Silva. Entre a tinta e o papel. Memórias de leituras e escritas femininas na Bahia (1870-1920). Salvador, Quarteto, 2005. Resenha de: COSTA, Suely Gomes. Um encontro com Hans-Georg Gadamer e com muitas mulheres. Cadernos Pagu, Campinas, n. 32, Jan./Jun 2009.

O livro em pauta, originalmente tese de doutorado em História (PUC-São Paulo), sob orientação da historiadora Maria Odila Leite da Silva Dias, situa, oportunamente, revisões historiográficas abertas pelos debates contemporâneos sobre o tempo histórico, o discurso e a representação do e sobre o passado, a narrativa e a linguagem do historiador; enfim, sobre tudo aquilo que tem agitado os métodos da história. De especial interesse para a história das mulheres e das relações de gênero, o texto move-se “entre certezas e inquietude”, como observa Chartier (2002), quanto às tentativas intelectuais que “colocam no centro de seu método as relações que mantêm os discursos e as práticas sociais”. Ao trazer experiências femininas na cultura letrada da Bahia, entre 1870 e 1920, o livro associa a inquietude sobre a produção do conhecimento no âmbito das ciências humanas a certezas sobre a oportunidade de perseverar na crítica aos grandes modelos explicativos, que ainda rondam a produção da história das mulheres. A autora enfrenta, sem temor, os conhecidos desafios do ofício do historiador, por entender que “o passado sempre é o olhar do presente”; para desocultá-lo, apóia-se no senso histórico, modo de refinar sua sensibilidade de pesquisadora, tomando o passado “a partir do próprio contexto em que ele emerge”, como lhe sugere Gadamer (1998:18).

Voltada, em particular, para questões relativas à história das mulheres e aos estudos de gênero, a autora se afasta das construções genéricas, da noção de sujeito universal e, assim, localiza singularidades históricas pouco conhecidas. Isso porque escolhe um método de análise que, tanto é “capaz de pensar a complexidade do problema da consciência histórica, quanto também de desenvolver e instigar um pensamento mais plural, com vista à interpretação de passados múltiplos” (18) – grifo da autora. O livro prova, à farta, o quanto determinados canônes, ainda presentes numa certa história das mulheres, insistem numa presumida “condição feminina”, assentada em sistemáticas oposições de homens e mulheres e no forte legado da noção universal e abstrata de patriarcalismo (Piscitelli, 2004; Costa, 2004). Desmonta, pois, imagens correntes sobre mulheres brasileiras de todos os tempos, representadas como figuras esmaecidas e fugidias, submissas, de imprecisos contornos intelectuais, predestinadas a prendas domésticas, a habilidades para “artes menores” e para o trato da intimidade pensada sem qualquer sinal político, ou quando, diante de algumas outras, portadoras de idéias próprias, “pessoas de opinião” ou, transgressoras de certas “regras sociais”, as pensa como mitos. Como parte dos mesmos cânones ou reforçando-os, acumulam-se representações em relação ao inexorável poder dos homens sobre as mulheres. Em perspectivas como essas, é comum que veleidades intelectuais femininas sejam vistas como inexoravelmente submetidas a impedimentos ou desencorajamentos postos pelos homens. Ao contrário disso, o livro sugere, nas situações estudadas, relações de cumplicidade de homens e mulheres, que também favorecem uma considerável circulação de livros, periódicos e cartas, redes de bibliotecas privadas e públicas. Tais referências sobre acessos das mulheres à leitura e à vida intelectual ampliam as dimensões políticas do cotidiano familiar e expõem complexidades culturais pouco pensadas; a abordagem desse cotidiano se reconstrói e confirma a relevância de pesquisas voltadas para a história regional, recorte espacial que dá visibilidade a configurações singulares da presença de mulheres intelectuais na vida social. Lidando com maestria com uma enorme quantidade de fontes, a autora faz emergir a leitura e a escrita de mulheres intelectuais de Salvador, das cidades do recôncavo e do sertão baiano, e oferece ao seu leitor muito das sensibilidades, matéria plural ainda tão invisível, com que se tecem sociabilidades de cada tempo e lugar.

Na “Introdução” do livro, a autora faz uma cuidadosa exposição de caminhos percorridos de pesquisa: para as questões historiográficas enfrentadas, releva seu encontro com Gadamer e com mulheres baianas intelectuais, das quais se ocupa. Distingue o perfil dessas mulheres: “senhoras e senhorinhas da elite, educadas e instruídas dentro de modelos de letramento e socialização de códigos de cultura vigentes”. Não só: apresenta-nos mulheres, cujas experiências intelectuais “produziram e registraram uma memória coletiva acerca das relações entre os sexos no contexto em estudo”. Cuida bem para afastá-las do risco de serem enquadradas como mitos ou exceções, e as exibe em carne e osso, através de uma infinidade de registros – biografias, memórias, escritos literários, cartas, fotografias e periódicos.

Seguem-se quatro capítulos. A autora os agrupa em duas partes. Na primeira (Capítulo 1 – “História da leitura e leitoras baianas: práticas culturais e perfis femininos”; Capítulo 2 – “Os espaços e as experiências de leitura feminina: a aventura do livro”), os “atos de ler” estão nos espaços da casa, tomados como lugares de sociabilidades intelectuais, nem sempre visíveis nos estudos sobre brasileiras letradas. Além de recorrer às memórias de Anna Ribeiro de Góes Bittencourt, autora de Longos Serões do Campo, numa narrativa familiar, o texto examina escritos literários de cunho autobiográfico de Anna Teófila Autran, desvendando muito das relações da vida íntima com a pública, quando associa as práticas de leituras à circulação de livros, disponíveis em academias, institutos, grêmios, gabinetes, associações, bibliotecas, livrarias e escolas. Localiza a intensificação da vida literária da Bahia que, numa conjuntura de auge, entre 1850 e 1870, conta com o aparecimento de aproximadamente cinqüenta revistas e periódicos literários e científicos. Romances, artigos de jornais, livros de memórias, poesias, escritos por mulheres – fontes vistas em sua dimensão pública, marcam a presença feminina no mundo das letras, um lugar, em geral, pensado como estritamente masculino. Nessa parte, ao apoiar-se ainda nas experiências de cultura letrada de outras mulheres, traz à baila muito das sociabilidades intelectuais. Remete, assim, a algo destacado por R. Gontijo (2005:260) sobre a existência de uma sociabilidade peculiar a esse meio, “reconhecido como polimórfico e polifônico”, indagando “de que modo o meio intelectual produz sua especificidade?” (251), com base em preocupações de Trebitsch (1992). Imagens emblemáticas de auto-representações como intelectuais estão nas fotografias de mulheres, em posição de leitura ou com um livro nas mãos. Essas mesmas imagens se associadas a reproduções de algumas capas de livros e de textos publicados, estimulam a pensar as sociabilidades intelectuais femininas, naquela dupla acepção referida por Sirinelli (2003): “a de rede organizacional e a de microclima” de tantas surpresas. Isso está presente, também, na segunda parte do livro (Capítulo 3 – “O fazer literário das baianas: práticas de escrita” e Capítulo 4 – “A imprensa e as mulheres baianas: periodismo e redes de solidariedade”). Aqui, memórias, escritos biográficos, correspondência de mulheres, preservados, em grande parte, em arquivos privados, além de produções literárias e jornais e revistas, ajudam a ampliar o cenário dessas sociabilidades intelectuais; discursos e práticas sociais de homens e mulheres sugerem a dinâmica social em que se move o processo de tomada de consciência de gênero na segunda metade do século XIX e que deixa, ainda, como marca, caminhos específicos de lutas femininas por educação e cidadania. Trata-se de uma leitura que estimula e faz pensar novas iniciativas de pesquisa em direção a áreas ainda tão encobertas da história das mulheres.

Referências

CHARTIER, R. À beira da falésia. A história entre certezas e inquietude. Porto Alegre, Ed. Universidade/UFRGS, 2002 [Trad.: Patrícia. C. Ramos]         [ Links ].

COSTA, Suely G. Movimentos feministas, feminismos. Estudos Feministas, vol 12 /Especial, Florianópolis, CFH/CCE/UFSC, 2004, pp.23-36.         [ Links ]

GADAMER, Hans-Georg. Problemas Epistemológicos das Ciências Humanas. In FRUCHON, Pierre. (org.) O problema da consciência histórica. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1998.         [ Links ]

GONTIJO, R. História, cultura, política e sociabilidade intelectual. In: SOIHET, R., BICALHO, Maria Fernanda B., GOUVÊA, Maria de Fátima S. Culturas políticas: ensaios de história cultural, história política e ensino de história. Rio de Janeiro, Mauad, 2005.         [ Links ]

PISCITELLI, Adriana. Reflexões em torno do gênero e feminismo. In: COSTA, Claudia Lima e SCHMIDT, Simone Pereira. (orgs.) Poéticas e políticas feministas. Florianópolis, 2004.         [ Links ]

RAMOS, Alcides Freire; PATRIOTA, Rosangela e PESAVENTO, Sandra Jatahy. Imagens da História: objetos da História Cultural. São Paulo, Editora Hucitec, 2008.         [ Links ]

SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In: RÉMOND, R. Por uma história política. 2ª ed. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2003 [Trad.: Dora Rocha]         [ Links ].

TREBITSCH, Michel. Avant-propos: la chapelle, le clan et le microcosme. Les Cahiers de l’Instintut d’Histoire du Temps Présent – Sociabilités intellectuelle, nº 20, Paris, Centre National de la Recherche Scientifique, mars, 1992.         [ Links ]

COSTA, Suely Gomes.- Doutora em História, Professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais e de História da Universidade Federal Fluminense, Campus do Gragoatá. [email protected].

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A idéia de Europa – uma perspectiva histórica / Maria M. Ribeiro

Os estudos europeus tomaram um impulso notável nos últimos vinte anos. Se a construção da integração européia é objeto, há cerca de cinqüenta anos, de análises econômicas, políticas e comerciais, a perspectiva histórica e historiográfica ganhou espaço após a queda do Muro de Berlim.

Com efeito, a superação da fratura bipolar característica da Guerra Fria trouxe conseqüências interessantes para a reflexão acerca da Europa. A Europa ocidental esteve inserida numa lógica de opção atlântica e ocidental cujo fundamento foi a oposição entre democracia e socialismo, com seus desdobramentos econômicos e militares. As longas tradições européias — matrizes do mundo, pode-se dizer em risco de exagero — estiveram em surdina enquanto os “grandes” (Estados Unidos e União Soviética) polarizavam a atenção de todos, em manobras táticas de constante adiamento do apocalipse.

A modificação da correlação de forças na década de 1990 provocou uma intensificação do interesse pela história e pela cultura européias como fatores de identificação, coesão e estruturação da unidade política supra-nacional que se formava desde meados dos anos 1950: a União Européia. A realização da unidade européia evoluiu, na consideração das ciências sociais, de um exercício comercial e estratégico, reservado aos governos e aos juristas, para um elemento crucial de auto-afirmação e de personalidade política historicamente relevante.

Autores favoráveis (eurotimistas) como desfavoráveis (euro-céticos) aos processos de integração européia passaram a se contrapor, em particular no plano político-institucional — sobretudo por causa da crise que esses processos acarretaram na concepção e na prática dos estado-nação. As alianças comerciais e políticas, assim como o lento processamento de uma longa história de rivalidades e contraposições intra-européias, trouxeram um ritmo vagaroso ao progresso da integração européia, mas não a impediram nem a fizeram regredir. A análise histórica dos fatores que concorrem para essa construção tem conduzido à produção crescente de pesquisas e estudos historiográficos que se debruçam sobre três pontos de reflexão: a idéia de Europa, a identidade européia e os processos efetivos da construção institucional da unidade européia pós-1945.

Nesse contexto reflexivo destacam-se, no espaço de língua portuguesa, as obras da professora Maria Manuela Tavares Ribeiro, da Faculdade de Letras e do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), da Universidade de Coimbra. Grande animadora dos estudos europeus em Portugal, Ribeiro co-organiza, com diversas outras universidades européias (Siena, Salamanca, Atenas, Granada, Swansea, Cracóvia, Estrasburgo, Hannover) um respeitado curso de Master in European Studies, centrado no processo da construção européia. Maria Manuela Ribeiro publicou, em 2003, A idéia de Europa — uma perspectiva histórica (Coimbra: Quarteto, 2003, 972- 8717-84-9, 190 p.).’ Dotado de meridiana clareza, A idéia de Europa — uma perspectiva histórica é um notável guia reflexivo do itinerário percorrido pela concepção de “Europa”, para além de sua mera fixação geográfica, no campo do pensamento e da cultura. Em seis capítulos, divididos em duas partes, a autora conduz o leitor pela emergência da idéia de Europa (parte I), por sua evolução e crise (parte I I , caps. 1-11) e por suas transformações recentes (parte I I , caps. III-V).

A reflexão é instigante e não mascara as crises por que passou o Velho Continente, destacando, contudo, a persistência salutar da perspectiva utópica da construção européia, que afinal vem-se realizando desde meados dos anos 1950 — resultado da consciência coletiva tanto dos conflitos quanto da necessidade de os superar de uma vez por todas.

O olhar analítico da autora se projeta à Antigüidade e à formação do espaço político e cultural helênico para localizar as raízes virtuais da idéia de Europa como topos físico e mental. Se os séculos que se sucederam até o século 20 mostraram a fragilidade dos processos de homogeneização e liderança entre os europeus — soberanos e Estados — a referência a um denominador comum é constante. O conflito entre as interpretações do patrimônio cultural europeu e a concorrência — amiúde violenta — pela hegemonia no Velho Continente são examinados com pertinência e lucidez, indicando a contradição entre o humanismo valorativo e a rudeza dos embates por preeminência entre os contraentes europeus.

Sob o elegante título de “A primavera da Europa”, Maria Manuela Tavares Ribeiro alinha as grandes tradições que emergiram da longa história de rivalidades em que os europeus estiveram mergulhados, por centenas de anos, afastando-se uns dos outros ao optarem (ou serem forçados a optar) por crenças excludentes, nações estranhas, estados combatentes. O trauma do horror, chegado a seu clímax com 2a Guerra Mundial, e a experiência também traumática de viver no clima da Guerra Fria, conduziram não apenas a uma espécie de “exame de consciência” das lideranças políticas e sociais, mas igualmente ao renascimento do pensamento comum, à “primavera” de expectativa e de esperança, ao menos para os próprios europeus. Um preço ainda está por ser pago — ou está a ser pago: a crise da identidade, por tanto tempo ancorada na exclusão do outro (mesmo se co-europeu), e a tentação umbilical de pensar agora somente em si (uma sorte de egoísmo político que, de francês ou alemão, inglês ou italiano, passaria a “europeu” — ainda refém da mesma lógica de estranhamento prático contraposta às boas palavras teóricas). A exposição de Maria Manuela Tavares Ribeiro representa uma demonstração sólida do interesse que há em praticar a reflexão historiográfica para equacionar os fatores da experiência do tempo que marcam a consciência e a cultura histórica.

A reflexão de fundo é acompanhada por um plano pormenorizado de um curso sobre a idéia de Europa (p. 83-96) e por duas vastas bibliografias: uma sistematizada de acordo com o plano de curso (p. 97-138) e outra, geral, sobre a Europa em geral (p. 139-177). Dois índices (onomástico e remissivo) completam o trabalho, de grande utilidade para o leitor. Este livro de Maria Manuela Tavares Ribeiro é um grande instrumento de trabalho para o estudioso dos temas europeus na contemporaneidade, compondo a acuidade da reflexão sobre o complexo tema da noção de Europa e da identidade européia, como questão subjetiva e coletiva, com a limpidez didática em que está lavrado o texto. Um elemento adicional merece destaque: a autora não negligencia de apontar os desafios que ainda esperam a União Européia (entrementes tomada pela Europa como um todo…) no plano político como no cultural e individual. Com efeito, a redefinição da identidade de si, dos cidadãos, e a da Europa — como unidade política — , requerem complexo processo de reorganização mental, por parte das pessoas e dos dirigentes. A contribuição historiográfica de uma reflexão desta qualidade indica como a questão européia já não mais pode ser tratada apenas como um item da agenda interestatal ou intergovernamental, como foi o caso durante os seus primeiros quarenta anos e como a evolução recente das negociações em torno de uma constituição para a Europa demonstrou. O formalismo ainda eivado de um nacionalismo tardio tende a ser superado, mesmo se o processo tenha de ser lento e gradual, desde que seja constante.

Outros trabalhos organizados por Maria Manuela Tavares Ribeiro merecem aqui menção, para a melhor ilustração do leitor. Lembre-se em primeiro lugar a coleção “Estudos sobre a Europa” (de que o volume comentado acima é o terceiro), cujos dois primeiros volumes reúnem estudos relevantes para conhecer a diversidade da reflexão na Europa e sobre ela: Olhares sobre a Europa (vol. 1, 2002) e Identidade Européia e Mulriculturalismo (vol. 2, 2002). Iniciada em 2001, esta coleção é publicada pela Editora Quarteto, de Coimbra. Importa ainda recomendar à leitura do interessado a revista Estudos do Século XX (ISSN 1645-3530), fundada pelo CEIS20 em 2001, que tem Maria Manuela Tavares Ribeiro na direção, como coordenadora. O primeiro número da revista está dedicado ás “Estéticas do Século” (2001) e o segundo, organizado por Maria Manuela Tavares Ribeiro, tem por eixo “Europa-Utopia — Europa-Realidade” (2002), confrontando nesse binômio a dialética que move os europeus, apesar deles mesmos.

Essas publicações, e a qualidade das reflexões que veiculam, mostram ao leitor a amplitude do interesse que a Europa suscita entre os historiadores e o cosmopolitismo crescente da academia portuguesa, na qual se destacam o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20) e a produção científica e pedagógica de Maria Manuela Tavares Ribeiro.

Estevão de Rezende MARTINS – Universidade de Brasília.


RIBEIRO, Maria Manuela. A idéia de Europa uma perspectiva histórica. Coimbra: Quarteto, 2003. 190p. Resenha de: MARTINS, Estevão C. de Rezende. Europa: uma idéia em mutação? Textos de História, Brasília, v.10, n.1/2, p.221-224, 2002. Acessar publicação original. [IF]