Revista IHGB. Rio de Janeiro, a. 183, n. 490, set./dez., 2022

SUMÁRIO

SUMMARY

  • Carta ao Leitor 13

I – ARTIGOS

ARTICLES

  • O cientista-administrador: a atuação de José Reis na administração pública durante a década de 1940 segundo a imprensa 17
  • The administrator-scientist: José Reis’ Role in Public Administration During the 1940s According to the Press
  • Danilo Magalhães
  • Luisa Massarani
  • San Tiago Dantas e Guerreiro Ramos: Duas recepções do pensamento católico no Brasil na década de 1930 55
  • San Tiago Dantas and Guerreiro Ramos: Two receptions of the catholic thought in Brazil in the 1930s
  • Alan Caldas
  • Renato Ferreira Ribeiro
  • Direito Comparado: Reflexões Metodológicas e Comparações no Direito Constitucional 81
  • Comparative Law: Methodological Reflections and Comparisons in Constitutional Law
  • Ilton Norberto Robl Filho
  • Atalá Correia
  • Limites das Capacidades de Atuação Nacional em Matéria Ambiental 105
  • The Limits of National Competences in Environmental Matters
  • Marcelo D. Varella
  • Revistas Jurídicas Iberoamericanas (C. 1830-1950) notas para um projeto de pesquisa 139
  • Iberoamerican Law Reviews (ca. 1830-1950) notes for a research project
  • Carlos Petit
  • Sobre tempos e afetos: uma reflexão política da melancolia 177
  • On times and Affects: a Political Reflection on Melancholy
  • Roan Costa Cordeiro
  • Angela Couto Machado Fonseca
  • Everton Luís da Silva
  • A Organização Jurídica da Economia durante a Ditadura Militar (1964-1985) 199
  • The Legal Organisation of the Economy during the Military Dictatorship (1964-1985)
  • Gilberto Bercovici
  • O Massacre de Greensboro: nazistas, comunistas e ku klux klan nos Estados Unidos da América (1979) – parte I 243
  • The Greensboro Massacre: the american nazi party, the communist worker’s party and the ku klux klan in the United States of America (1979) – part I
  • Mayara de Carvalho Siqueira
  • Júlia Oliveira Muinhos
  • Justiça restaurativa de transição: estudo de caso da Comissão da Verdade e Reconciliação de Greensboro, EUA (2004-2005) – parte II 273
  • Restorative and transitional justice: a case study of the Greensboro truth and Reconciliation Commission(2004-2005) – part II
  • Mayara de Carvalho Siqueira
  • Júlia Oliveira Muinhos

II – DOCUMENTOS

DOCUMENTS

  • Santos Dumont na mira da polícia de Paris 321
  • Santos Dumont under surveillance by the Parisian police
  • Rafael Cardoso
  • Colaboradores Pareceristas 335
  • Normas de publicação 337

Guide for the authors 339

  • Chamada de Artigos para o Dossiê “Oliveira Vianna e o Direito” 341

A aclamação de D. João VI – o rei e o reino / Revista do IHGB / 2008

Em 2018, comemoraram-se os 200 anos da Aclamação de D. João VI ao trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Constituiu-se um fato inédito no processo histórico do Brasil, que, para além de seu caráter simbólico, demonstrou a diferença entre o mundo colonial que começava a ruir e uma nova feição política e econômica que o Reino tomava. Serviu ainda para reforçar a ascendência do Rio de Janeiro sobre o restante do país, assim como o peso político da parte brasileira no interior do império português. Tais questões orientaram as discussões que repensaram tal evento, por meio de um Seminário, realizado pelo IHGB e intitulado A Aclamação de D. João VI no Rio de Janeiro: o Rei e o Reino. Não só se buscou celebrar a data, por meio da discussão proposta por especialistas e por estudiosos do Brasil e de Portugal, mas se pretendeu construir uma memória do acontecimento que trouxesse novas contribuições à historiografia do processo. Investigar práticas políticas e rituais cívicos significa abrir um leque de possibilidades para se debater as relações da História com seu passado, além de vislumbrar as articulações simbólicas do poder, da sociedade e da cultura na formação do Estado Brasileiro e de suas repercussões até os dias atuais.

Por conseguinte, os artigos aqui apresentados compõem um dossiê das reflexões aprofundadas e ampliadas do Seminário. Não se constituem como uma simples comemoração, sem significado para a memória do acontecimento histórico, mas como um balanço dessa memória histórica.

O dossiê é iniciado por texto original de Arno Wehling, que propõe uma análise do horizonte de expectativas no Brasil, entre sua elevação a Reino Unido em 1815 e os acontecimentos que levaram à sua ruptura com Portugal, em 1822, demonstrando ainda o papel da Aclamação de D. João ao longo desse processo. Em seguida, Lucia Guimarães elabora um balanço crítico sobre o reinado americano de D. João VI, procurando identificar suas principais vertentes interpretativas, apontando confrontos e convergências.

Na abordagem da história renovada do político, seguem as contribuições de Lucia Bastos Pereira das Neves e de Maria de Lourdes Viana Lyra. No primeiro trabalho, política e cultura se entrelaçam para se apreender as tensões que se estabeleceram entre as duas partes do Império, desdobramentos da aclamação realizada nas terras do Reino americano. No segundo texto, a autora volta sua atenção para demonstrar o Rei, como defensor do Reino luso, e, depois, como mentor do Reino Unido luso-brasileiro por ele criado. Realça, assim, o alcance da proposta da aclamação do soberano na parte americana do Império como estratégia em defesa da própria unidade da Coroa.

Sem abandonar o viés político, mas acrescido de uma perspectiva da história cultural, cujo principal objetivo é identificar o modo como, em diferentes lugares e momentos, uma determinada realidade social é constituída, pensada, dada a ler, nas palavras de Roger Chartier, encontramos os trabalhos de Ana Carolina Galante Delmas e de Maria Pace Chiavari. No primeiro texto, Ana Carolina volta-se para a prática do oferecimento de dedicatórias impressas em um Brasil do início dos oitocentos. Naquele momento, as dedicatórias representavam práticas de homenagem, tornando-se símbolo das relações políticas, apoiadas na hierarquia social vigente, e das trocas efetuadas em busca por poder e por influência. Demonstra ainda que a época da aclamação de um soberano, algo inédito nas Américas, foi espaço de consagração para tais homenagens. Maria Pace Chiavari propõe uma análise do papel das arquiteturas efêmeras, especialmente, aquelas projetadas pelos franceses, segundo cânones neoclássicos, como um cenário alegórico que contribuiu para colocar em evidência a cidade do Rio de Janeiro, transformada em capital do Reino. A aclamação de D. João VI foi ainda momento fundamental para essa perspectiva, quando o poder soberano soube explorar o festejo real como forma de reforçar o poder da Coroa.

As hierarquias sociais e práticas de condecorações e de mercês também se fizeram presentes por meio de dois artigos: um, de Camila Borges da Silva, sobre as ordens honoríficas e a sociedade, analisando a nobilitação de negociantes na Corte joanina que direcionavam parte de seu capital econômico com o objetivo de galgar um lugar social e de prestígio naquela sociedade de feição do Antigo Regime; o outro, de António Miguel Trigueiros, examina a criação da Real Ordem da Torre e Espada (1808-1834), que foi criada com o objetivo de ser uma Ordem Honorífica e Militar luso-Brasileira, que perdurou mesmo após o processo de independência do Brasil.

Na parte destinada às Comunicações, em que se divulgam trabalhos expostos nas sessões da CEPHAS / IHGB, a sócia emérita Cybelle de Ipanema traz uma curiosa informação sobre João Manso Pereira, personagem que viveu entre o século XVIII e XIX e que fabricou louça afamada com material da Ilha do Governador, pequeno território do município do Rio de Janeiro.

A seção Documentos apresenta a transcrição de um texto manuscrito com a biografia do médico-botânico Joaquim Monteiro Caminhoá. Tal estudo foi localizado na Coleção Claudio Ganns, guardada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), sem indicação de autoria. Nesse documento, encontra-se uma análise sobre a trajetória do cientista que atuou no Império do Brasil. Ele ainda participou ativamente de diversas instituições e sociedades científicas oitocentistas, bem como publicou inúmeros artigos e livros no campo da medicina e da botânica.

Finalizando esse número, há a resenha de Marize Malta – De volta para o futuro… Outras notícias e outros modos de atualizar a Missão Artística Francesa – sobre o livro de Patricia D. Telles, O Cavaleiro Brito e o Conde da Barca: dois diplomatas portugueses e a missão francesa de 1816, publicado em Portugal em 2017. Fugindo de uma história oficial, segundo a resenhista, a autora busca personagens, entendendo-os como peças de um mosaico de relações, e documentos inéditos que trazem novo olhar não só sobre os conhecimentos de intelectuais e de cientistas europeus, mas também sobre os elementos que propiciaram a negociação para a remessa de artistas e de artífices franceses para o Rio de Janeiro.

Aproveitem!

Lucia Maria Bastos P. Neves – Diretora da Revista.


NEVES, Lucia Maria Bastos P. Carta ao leitor. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, v.180, n.479, p.9-11, jan./abr., 2019. Acesso apenas pelo link original [DR].

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IHGB: 180 anos / Revista do IHGB / 2018

Este número da Revista propõe, em especial, uma homenagem aos 180 anos de fundação do IHGB. Considerado por seu primeiro presidente, o Visconde de São Leopoldo, como um representante das ideias da Ilustração, o que significava associá-lo à civilização, à ciência, à filosofia da história e à polidez, o Instituto aparece, nas palavras de seu atual presidente Arno Wehling, como símbolo intelectual dos novos tempos da independência. E, passados quase 200 anos, os valores que marcaram sua fundação permanecem. O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro continua em sua missão de produzir conhecimentos mantendo a guarda de uma “casa da memória” constituída não só de acervos, mas que pensa e interpreta o Brasil; uma instituição de preservação do patrimônio cultural do país, fiel aos valores de sua fundação, mas que se mantém aberta às novidades, a fim de compreender o presente para informar o julgamento sobre a realidade com as quais está por vir. Daí resulta um de seus principais objetivos: combinar história e memória.

Nessa direção, os três primeiros textos deste número voltam-se para o próprio IHGB. Sem constituírem artigos de louvação, referem-se à importância desta instituição enquanto centro de conhecimento. O primeiro, de Isadora Tavares Maleval, pretende destacar o tratamento que seus integrantes deram a alguns acontecimentos do seu tempo, ou seja, o Segundo Reinado, usando números da R.IHGB como fontes. Beatriz Piva Momesso, por sua vez, examina os resultados e as possibilidades da escrita da História Política do Segundo Reinado a partir do arquivo do Senador Nabuco de Araújo (1813-1878), doado ao IHGB em 2001. Por fim, Arno Wehling, em texto curto, destinado a marcar os 180 anos, salienta o papel de Pedro II na história do IHGB.

Em seguida, Antonio Celso Alves Pereira discute a situação política e militar de Portugal no início do reinado de D. João IV, tomando como fonte principal o Sermão de Santo Antônio, que Antônio Vieira pregou em Lisboa, na Igreja das Chagas, em 1642. Os últimos três textos da seção “Artigos e ensaios” tratam de temática da atualidade, embora situados em distintas conjunturas históricas. Érica Sarmiento discute a historiografia e a utilização de fontes para a temática da imigração, relacionada, em particular, ao associativismo, a partir da análise comparada da imigração galega ocorrida em duas cidades receptoras de fluxos migratórios ibéricos no período da Grande Imigração (1880-1930), Rio de Janeiro e Buenos Aires. Luís Fernando Cardoso e Cardoso, Petrônio Medeiros Lima Filho e Flávio Leonel Abreu da Silveira evidenciam as memórias de resistência do grupo quilombola de Bacabal (localizado no município de Salvaterra, na ilha do Marajó, PA), que vive há mais de três séculos em território reivindicado por particulares. Para tal, analisam as táticas criadas por essa população para manter-se diante do poder político e econômico exercido por fazendeiros e pelo agronegócio representado por empresas nacionais e internacionais. Por fim, o estudo de Bruno Rotta Almeida parte de propostas do século XVIII, a fim de ressaltar o debate em torno da humanização da prisão e mostrar, em seguida, o surgimento dessa discussão no Brasil e o desenvolvimento das práticas punitivas durante o século XIX, como também o papel insuficiente exercido nos séculos XX e XXI pelos instrumentos normativos nacionais e internacionais de proteção à dignidade humana.

Na seção “Comunicações”, há o trabalho do filólogo e membro da Academia Brasileira de Letras Evanildo Bechara sobre Antônio de Moraes Silva, o grande dicionarista brasileiro na virada do século XVIII para o XIX.

Na parte “Documentos”, encontra-se o trabalho da professora e sócia honorária do IHGB, Vera Lucia Cabana de Queiroz Andrade, que, utilizando a riqueza dos arquivos da instituição, propõe interpretar o legado cultural da Viscondessa de Cavalcanti, representado pelos estudos históricos que realizou, com destaque para a contribuição que deu à numismática.

Para finalizar o número, a resenha de Marcia Maria Cruz trata do livro Contribuições para a história do IHGB: entrevistas concedidas a Rogério Faria Tavares, que reúne 36 entrevistas de 36 sócios do IHGB, contando sua vida e sua obra e que hoje integram o acervo do projeto “Memória dos sócios”. Trabalho de fôlego, mais que apropriado para celebrar os 180 anos de uma instituição, que se afirma como Casa da Memória.

Aproveitem!

Lucia Maria Bastos P. Neves – Diretora da Revista.


NEVES, Lucia Maria Bastos P. Carta ao leitor. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, v.179, n.478, p.11-13, set./dez., 2018. Acesso apenas pelo link original [DR].

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Revolução Pernambucana de 1817 / Revista do IHGB / 2017

É tradição estabelecida do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro revisitar eventos e personagens do passado em datas como centenários, sesquicentenários e bicentenários. Em 2017, comemoraram-se os 200 anos da Revolta de Pernambuco, fazendo com que o acontecimento merecesse um olhar especial por meio do Seminário – “Revolução Pernambucana de 1817” –, que, nos dias 5 e 6 de abril de 2017, reuniu especialistas de diversas áreas, vindos inclusive da antiga capitania de Duarte Coelho. Ainda tendendo a ser encarado, nos dias que correm, por visões divergentes, o movimento sempre foi objeto de grandes polêmicas entre historiadores, juristas e outros estudiosos. Na realidade, estes podem mesmo considerá-lo segundo uma ampla gama de perspectivas, que se estendem desde um dos momentos fundadores da História nacional, precursor da Independência de 1822 – a versão dominante, às vezes ufanista –, até um olhar crítico, cético talvez em demasia, que o reduz a uma explosão local, manifestação de autonomia da província, insatisfeita com a política adotada pelo governo de D. João no Rio de Janeiro.

Assim sendo, este último número de 2017 da Revista centrou-se, portanto, na organização de um dossiê sobre Pernambuco em 1817, cujos artigos foram fruto das reflexões e discussões que ocorreram ao longo daquele evento. Proposto com o objetivo de repensar o acontecimento histórico, em busca de novas interpretações e do estabelecimento de relações entre a historiografia e a memória do evento, o Seminário possibilitou o amadurecimento de trabalhos diversos, que, ampliados e aprofundados, constituem o núcleo central desta publicação. Em seu conjunto, a despeito de também comemorar os 200 anos de Pernambuco 1817, os autores dos artigos aqui incluídos realizaram não só um balanço geral da memória que o acontecimento deixou na historiografia, mas procuraram igualmente avaliar o potencial desse passado para discutir o presente e averiguar, ainda, as ligações simbólicas do poder, da sociedade e da economia na formação do futuro Império do Brasil.

O dossiê contou com 11 artigos. Abre-se com uma discussão jurídica sobre a conceituação da Lei Orgânica da Revolução Pernambucana de 1817, e segue com o debate sobre a dialética entre tradição e inovação no discurso político presente neste processo histórico. Mais adiante, busca inserir o movimento de 1817 no contexto do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, passando, em seguida, para uma discussão historiográfica sobre o “fazer-se (de 1817) uma revolução”. Encontram-se também presentes análises sobre o ideário liberal na revolta, as relações de 1817 com as ideias de Simon Bolívar, as tentativas diplomáticas que o movimento encetou e ainda as configurações espaciais que este tomou na vila do Recife. Se as conclusões podem se mostrar diversas, numa leitura final, apesar da variedade dos temas, o conjunto permite não só exumar homens, heróis e correntes de pensamento bem conhecidas, como ampliar ainda mais um corpus, hoje na ordem do dia dos trabalhos historiográficos, de fenômenos relacionados à difusão e à recepção de ideias. Como resultado, são novos olhares sobre a Revolta Pernambucana de 1817, que buscam, no fundo, como se espera, a forma como homens de determinada época pensavam sua própria vida.

Este número, contudo, não se limita ao dossiê. Completam-no dois artigos inéditos, que se ligam pela análise da cultura material, em épocas distintas. No século XVIII, o primeiro diz respeito a retábulos atribuídos a Aleijadinho, enquanto, no século XIX, o segundo trata das moradas do Conde da Barca no Rio de Janeiro.

Na seção de comunicações, contempla-se novamente o século XIX com mais dois estudos: um sobre as ideias políticas do Visconde do Uruguai e a construção do Estado no Império; o outro acerca da imigração, o ensino agrícola e o projeto da Província do Rio Sapucaí.

A seção de Documentos traz a transcrição de manuscrito fundamental para os estudos sobre feitiçaria na América portuguesa do século XVIII. Ecoando a célebre publicação de 1978 que J. R. Amaral Lapa fez da visita da Inquisição ao Pará entre 1763 e 1769, constitui-se de devassa criminal com o propósito de investigar o delito de feitiçaria cometido por indígenas na primeira metade daquele século, mas no outro extremo da América portuguesa, ou seja, na Ouvidoria de Paranaguá. Para melhor situar o documento, um texto introdutório curto, mas aprofundado, apresenta as principais características arquivísticas do documento, explicando algumas particularidades da feitiçaria e categorias jurídicas encontradas na fonte. Diante de seu ineditismo e originalidade, torna-se desnecessário enfatizar sua relevância.

Completa a Revista uma resenha a respeito dos modos sobre escravizar gente e governar escravos entre Brasil e Angola, séculos XVII-XIX. Como o resenhista afirma, a partir da visão de Sergio Buarque de Holanda, uma das funções sociais do historiador consiste “em exorcizar os fantasmas do passado”. Entre aqueles que ainda rodam e assombram o Brasil, até os dias de hoje, encontra-se sem dúvida a experiência histórica da escravidão.

Aproveitem!

Lucia Maria Bastos P. Neves – Diretora da Revista.

 


NEVES, Lucia Maria Bastos P. Carta ao leitor. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, v.78, n.475, p.11-13, set./dez., 2017. Acesso apenas pelo link original [DR].

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1759-2009: duzentos e cinquenta anos da expulsão dos jesuítas das Américas / Revista do IHGB / 2009

Em 2009 realizamos, no IHGB, vários cursos, seminários e encontros sob a coordenação da professora doutora Mary Del Priore. Dois encontros foram selecionados, pela presidência e comissão da Revista, para serem publicados: o Seminário França- Brasil cujos textos se encontram na revista 444, no prelo, e o Curso 1759-2009, duzentos e cinquenta anos da expulsão dos jesuítas das Américas, realizado entre 4 e 8 de maio de 2009.

Os textos dos palestrantes do Curso sobre os jesuítas formaram um expressivo dossiê organizado pelas professoras Marcia Amantino e Eliane Cristina Deckmann Fleck. A Direção da Revista publica integralmente os textos recebidos, após o julgamento dos pareceristas, para evitar um comprometimento acadêmico embora alguns tenham um número de páginas que ultrapassa normas da própria Revista. Isso significou o corte de artigos diversos que haviam nos chegado em 2009 mas estamos confiantes que, nesse caso, os meios justificam os fins: ter um dossiê expressivo, fechado e de muito bom nível.

Inicialmente temos o trabalho síntese do professor Francisco José Calazans Falcon intitulado Pombal e a Companhia de Jesus. Seguem-se:

Renato Pereira Brandão estudando A Companhia, Gusmão e Pombal do Tratado de MAdri; Maria Cristina Bohn Martins com o estudo José Cardiel, trajetória de viagem; Maria Luisa Nabinger com Capuchinhos e Jesuítas: emissários do poder político europeu (século XVI-XVII); Eliane Cristina Deckman Fleck com A expulsão da Companhia de Jesus do Brasil na visão de um escritor romântico e nacionalista do século XIX; Beatriz Helena Domingues com Antonio Vieira entre o púlpito e a tribuna: algumas reflexões sobre O Sermão do Bom Ladrão e o Papel Forte; Magno Moraes Mello sobre Retórica e persuasão na arte barroca: a pintura do teto da nave da igreja do Seminário Jesuítico em Santarém; Marcia Amantino com A expulsão dos jesuítas da Capitania do Rio de Janeiro e o confisco de seus bens; Luiz Fernando Medeiros Rodrigues com A Recuperação econômica da Amazônia e a expulsão dos jesuítas do Grão-Pará e Maranhão.

Na sessão Inéditos dentre vários artigos recebidos, lidos e aprovados incluímos apenas dois. O trabalho de José Luis Cardoso, da Universidade de Lisboa intitulado A Transferência da Corte para o Brasil, 200 anos depois. Balanço Comemorativo e Historiográfico e o de Teresa Cristina de Novaes Marques da Universidade de Brasília intitulado Famílias e conspiradores em Pernambuco, 1817. Na sessão Comunicações apresentamos o trabalho de Frederico Lustosa da Costa (et alii) 1808-2008 Por uma nova história da administração pública brasileira e o trabalho de Vasco Mariz Um grande personagem do século XVII Salvador Corrêa de Sá e Benevides.

Miridan Britto Falci – Sócia titular – Diretora da Revista Pós-Doutora em História – Professora Adjunto da UFRJ.


FALCI, Miridan Britto. Apresentação. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, v.170, n.4443, p.9-10, abr./jun., 2009. Acesso apenas pelo link origina [DR].

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História e Esporte / Revista do IHGB / 2008

A segunda revista do ano de 2008 apresenta um formato que idealizamos, há 8 anos, quando chegamos, por convite do Sr. Presidente do IHGB, à direção da mesma a saber: a seção de dossiê, nesse caso abordando estudos variados sobre a História e Esporte, fruto de um curso planejado por Mary Del Priore e Vitor Andrade de Melo, a de discursos, a que agasalha as comunicações e a de documentos inéditos. Não fizemos, neste número, por espaço, a seção de resenhas.

O Dossiê desta revista 439 dedica-se a trabalhos especiais sobre História e Esporte, tema dos mais abordados pela moderna historiografia, que privilegia a múltipla observação, apresentando os seguintes artigos: O que é Sport Tensões na definição do campo esportivo na cidade do Rio de Janeiro do século XIX de Victor Andrade de Melo; Futebol e política, nações em jogo de Maurício Drumond, Esportes na natureza e urbanização uma conexão de significados de Cleber Augusto Gonçalves Dias, Primórdios do futebol na Cidade do Rio de Janeiro de Giomar Mascarenhas, A História da bicicleta e do ciclismo de André Maia Schetino, Futebol e racismo no Brasil de Ricardo Pinto dos Santos e finalmente Esporte na Grécia Antiga de Fábio de Souza Lessa.

Os trabalhos foram selecionados por Mary Del Priore e foram fruto de um curso oferecido no IHGB com a participação de uma grande equipe do IFCS / UFRJ / Programa de Pós-graduação em História Comparada, sendo conduzido por professores daquela instituição.

Apresenta na seção Discursos e Conferências o discurso de posse e a saudação ao sócio que recentemente nos chegou, a saber, professor Ondemar Ferreira Dias Junior, arqueólogo e grande historiador aposentado por Cybelle de Ipanema.

Incorpora como Comunicações nove expressivos trabalhos. Essa seção tem por finalidade apresentar pequenos estudos ou palestras apresentadas na Cephas mas, neste número, juntamos trabalhos de fôlego aos pequenas estudos e palestras e que foram deslocados para esta seção em função do dossiê.

Cinco estudos são de professores ou pesquisadores de diversas instituições e quatro são de sócios do IHGB. De produção exógena temos: o estudo sobre Santos Simões e o Patrimônio Histórico e Artístico Brasileiro da doutoranda Maria Eduarda Magalhães Marques, da PUC-Rio, o ensaio de Ângela / Domingues sobre O Brasil nos relatos dos viajantes ingleses do século XVIII, A mobilização e os Voluntários da Pátria no Maranhão do historiador piauiense Jony Santana de Araujo, o estudo da Contribuição do naturalista José Bonifácio de Andrada e Silva de Alex Varela e o ensaio sobre a Questão indígena em 1808 do historiador Marco Morel. Os quatro outros estudos são de nossos membros: Arno Wehling com o Absolutismo e Regalismo: a alegação jurídica do bispo Azeredo Coutinho, Associativismo científico no Brasil Imperial e a Sociedade Palestra Scientífica de Melquíades Pinto Paiva, o estudo sobre o Centenário de Luiz Viana Filho de Edivaldo Boaventura e finalmente o excelente trabalho da sócia arqueóloga Maria da Conceição Beltrão sobre Ruínas do Convento de São Boaventura Vila de Santo Antonio de Sá.

Apresentamos como Documentos a contribuição de Rafael Chamboulevron sobre o Regimento enviado para Gomes Freire, governador do Maranhão.

Temos assim dezesseis longos trabalhos dos quais somente quatro foram realizados por nossos sócios cumprindo a observação da CAPES de que a Revista não deverá ser endógena.

Distanciados das atividades especificamente acadêmicas como são os Programas de História, nosso Instituto e consequentemente nossa Revista, cumpre sua missão e objetivos: apresentar ao público em geral, historiadores, sociólogos e cientistas políticos, as contribuições mais recentes da produção dentro dessas áreas.

Miridan Britto Falci – Sócia titular – Diretora da Revista.


FALCI, Miridan Britto. Apresentação. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, v. 169, n.439, p.7-8, abr./jun., 2008. Acesso apenas pelo link original[DR].

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Povos e culturas: da globalização do século XVI, á a globalização do século XXI, as Américas como lugar / Revista do IHGB / 2006

Luitgarde Oliveira Cavalcante Barros

Liudmila Ókuneva


BARROS, Luitgarde Oliveira Cavalcante; ÓKUNEVA, Liudmila. Povos e Culturas: da globalidade do século XVI à globalização do século XXI, as Américas como lugar. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, v.167, n.433, p.9-10, out./dez., 2006.

Acesso apenas pelo link original [DR].

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IHGB | IHGB | 1839

Revista do Instituto Brasileiro IHGB

Circulando regularmente desde 1839, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Rio de Janeiro, 1839) é uma das mais longevas publicações especializadas do mundo ocidental. Destina-se a divulgar a produção do corpo social do Instituto, bem como contribuições de historiadores, geógrafos, antropólogos, sociólogos, arquitetos, etnólogos, arqueólogos, museólogos e documentalistas de um modo geral.

Periodicidade trimestral.

Acesso livre

ISSN 0101 – 4366 (Impresso)

ISSN 2526-1347 (Online)

Acesse resenhas [Coletar 1960-2000]

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