Independência Africana: Como a África Contemporânea redefiniu o mundo | Tukufu Zuberi

Tukufu Zuberi Independência Africana
Tukufu Zuberi | Imagem: IMDb

No passado as potências coloniais ocidentais saquearam a África,

enviando carregamentos de marfim, ouro, borracha, sal e, é claro,

pessoas escravizadas. Hoje, a África continua sendo uma cornucópia de riqueza.” (ZUBERI, 2021, p. 130)

A epígrafe deste texto fornece um pequeno vislumbre do pensamento dinâmico e rico em informações históricas com o qual o professor Tukufu Zuberi conduz os leitores de seu mais recente livro, “Independência Africana: Como a África Contemporânea redefiniu o mundo”. O livro apresenta um relato cheio de detalhes, do ponto de vista histórico, do chamado processo de independência africana. A pesquisa do professor Zuberi é baseada em relatos orais, entrevistas com líderes africanos e participantes deste movimento, que alcançou diferentes países em meados do século XX. A narrativa em questão é sensível e ilustrada com várias imagens. Essa riqueza de fontes históricas utilizadas pelo autor (relatos, entrevistas, bibliografias, fotos) também contribui para um importante debate atual: reforça a perspectiva metodológica dos trabalhos que tratam da História e que separam a escrita da História de narrativas ficcionais ou de opiniões somente. Leia Mais

Jinga de Angola: A rainha guerreira da África | Linda M. Heywood

Muito se fala sobre a Rainha Jinga1: os adjetivos utilizados para mencioná-la não lhe poupam as características marcadamente de poder e ousadia. “Jinga de Angola: A rainha guerreira da África”, recente trabalho da historiadora Linda Heywood, lançado em língua inglesa no de 2018 e publicado no Brasil em 2019, não foge a esta regra. Dividida em sete partes, que acompanham cronologicamente a vida de Jinga, e com um posfácio assinado por Luís Felipe de Alencastro, a obra ressalta a perspectiva da liderança feminina e astúcia da rainha africana que é conhecida por muitos e cuja atuação histórica é relembrada em cantos de congado e cantos populares pelo Brasil.

Jinga Mbande Gambole, Ana de Sousa, Ngola Kiluanje e Ngola Jinga Ngombe e Nga — estes são todos os nomes adotados por Jinga em diferentes circunstâncias, de sua longa vida, na qual testemunhou e vivenciou ativamente, mudanças profundas, de origem externas, mas também internas. Essa adoção de diferentes nomes revelavam a busca por identidade e também apontavam para sua destreza, em circular por mundos e culturas diferentes e ainda assim, registrar sua marca e presença. Leia Mais

Cativos do Reino: A circulação de escravos entre Portugal e Brasil, séculos 18 e 19 | Renato Pinto Venâncio

A obra “Cativos do Reino: A circulação de escravos entre Portugal e Brasil, séculos 18 e 19”, de autoria do professor doutor Renato Pinto Venâncio, foi lançada em 2012 pela editora Alameda. Ao longo de oito capítulos, o autor leva os seus leitores a repensar a escravidão sob uma vertente diferenciada. A perspectiva que se tem é a da movimentação e circulação de escravos. Entendida como um fenômeno referente à transferência de cativos de uma região a outra, em áreas externas ao continente africano, esta circulação envolvia também fatores essencialmente humanos, como o trânsito de valores e as ideias.

Logo no primeiro capítulo Venâncio traça um dos itinerários que irá percorrer em suas reflexões: as rotas de circulação de cativos no interior do império português, especialmente nas Minas Gerais colonial. As Minas foram um lugar de intensa circulação de pessoas e mercadorias pós-descoberta do ouro, lugar em que senhores, acompanhados por seus escravos, vindos de partes distantes do império luso, fixaram residência e buscaram enriquecimento sob influência da quimera aurífera. Leia Mais