Genealogias possíveis: arquivo, exibição e circulação | MODOS. Revista de História da Arte | 2017

O terceiro Encontro do Grupo MODOs, realizado na Universidade Estadual de Campinas em setembro de 2016 com apoio do FAEPEX e do Museu de Artes Visuais da Unicamp, teve como tema Genealogias possíveis: arquivo, exibição e circulação. O evento buscava, como o dossiê aqui presente, refletir sobre as possibilidades de construir outras filiações, estabelecer afinidades antes impensadas e nem sempre legitimadas pela história da arte. Aos convidados presentes no evento juntaram-se outros pesquisadores, que atenderam nossa chamada pública, para compor o dossiê homônimo. Buscamos, com este primeiro dossiê da revista debater outros sentidos metodológicos em circulação, considerados como desafios que exigem diferentes abordagens conceituais e, ao mesmo tempo, uma atenta reflexão sobre as especificidades da história da(s) arte(s). Campos de poder em disputa, referências cruzadas, sistemas e conceitos em trânsito, sistematizações em xeque, alianças institucionais inusitadas, apropriações e ressignificações diversas ampliaram o campo da história da arte tradicional e tornou-se urgente (re)discutir suas bases conceituais e matéria constitutiva. Nesse cenário, o dossiê busca debater uma de suas mais importantes táticas: a constituição de genealogias. Leia Mais

História e Teoria da História  | SÆCULUM – Revista de História | 2009

Prezada Leitora, Prezado Leitor:

No ensaio sobre o “conceito de história universal”, de 1831, Leopold von Ranke sustenta que a história se diferencia das demais ciências porque também é arte. Entretanto, o historiador alemão que forjou a história científica não chegou entre nós, historiadores do século XXI, como um sujeito envolvido e simpático às “artes historiográficas”. Pelo contrário, sua principal “representação” é a de historiador, metódico, oitocentista, positivista, historicizante. Os dois primeiros adjetivos são agradáveis; os dois últimos são xingamentos nos ofícios de Clio.

Sæculum 21, com o dossiê História e Teoria da História, apresenta oito ensaios que discutem desde a “história como tribunal do mundo”, a filosofia da história pós-moderna (uma provocação?), a historiografia como “suspeição do outro”, o diálogo dos Annalistes, questões para o historiador da arte, teorias da representação e ideologia, poder político e teoria social e a “cidade como objeto da historiografia”. Temos certeza de que o “velho” Ranke se agradaria de dar uma espiadela nos historiadores do século XXI, nessa Sæculum 21, lá dos seus recantos da Turíngia. Leia Mais

História e Literatura | SÆCULUM – Revista de História | 2009

Prezado (a) Leitor (a),

No distante ano de 1966 Hayden White cutucou a comunidade de historiadores com afiada aziaga de crítico da cultura no seu espetacular ensaio, “O Fardo da História”, onde afirmava a seguinte tese: “avulta em toda parte um ressentimento motivado pelo que parece ser a má fé do historiador em reivindicar os privilégios tanto do artista quanto do cientista, ao mesmo tempo em que recusa submeter-se aos modelos críticos que atualmente vão sendo estabelecidos na arte ou na ciência”. Tratava-se, segundo o autor, de uma “tática fabiana”, análoga a dos operários vitorianos que queriam ardorosamente o socialismo, mas não abriam mão do capitalismo e do imperialismo.

Depois de um silêncio sepulcral em torno dos “ataques de literatice” às consagradas epistemologias historiográficas oitocentistas grandes reações surgiram para defender o campo do historiador. Entre nós, brasileiros e intelectualmente híbridos, tomamos a literatura sem as reverências canônicas e buscamos dessacralizá-la, atirando-a ao rés do chão: como testemunho histórico e como representação. Muitos de nós seguimos o manifesto-apresentação dos organizadores de A História Contada (Capítulos de história social da literatura no Brasil), já então no final da década de 1990 e, portanto, no ocaso do século em que a comunidade viva de historiadores nasceu. Leia Mais

História e Iconografia | SÆCULUM – Revista de História | 2008

Prezado (a) Leitor(a),

Está em suas mãos o número 19, de Sæculum, a revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB. Nesse número, apresentamos o dossiê História e Iconografia que, numa das definições mais clássicas, significa “arte de representar por meio da imagem”. E. H. Gombrich se reporta à “representação pictórica” para nomear o seu mais famoso livro no duplo sentido de “arte e ilusão”. Irwing Panofsky foi um inovador no método iconológico que ultrapassa a simples imagem narrada dando um novo “significado às artes visuais”.

Seis artigos compõem o dossiê História e Iconografia, que estão assim estruturados: abrindo o volume, o de Thereza Baumann (Museu Nacional/UFRJ), discute as primeiras imagens européias sobre o Novo Mundo e seus habitantes; em seguida, o de Isis Pimentel de Castro (UFMG), analisa telas de Pedro Américo e Vitor Meireles; na seqüência, o de Maraliz de Castro Vieira Christo (UFJF), versa sobre a tela A Batalha de Campo Grande (1871), de Pedro Américo; logo após, o de Robson Xavier da Costa (UFPB) tem como foco a pintura Naïf, de artistas paraibanos contemporâneos; segue-se o artigo de Emerson Dionísio G. de Oliveira, que aponta para a representação iconográfica do mito bandeirante, na obra de Benedito Calixto; e, por fim, o de María Dolores Fuentes Bajo e María Dolores Pérez Murillo, apresenta a memória filmada da América Latina através de uma significativa filmografia. Leia Mais

História e Oralidades  |  SÆCULUM – Revista de História  | 2008

Prezado (a) Leitor(a),

Chegamos ao número 18, de Sæculum, revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB com o dossiê História e Oralidades. A importância dos depoimentos e das memórias nas discussões de história do tempo presente e os importantes aspectos subjetivos que demarcam e problematizam o papel do indivíduo na história, por si só justificam o presente dossiê.

Desafiando a supremacia do documento escrito, os documentos orais afirmaram sua legitimidade como fonte subjetiva, sempre atualizada pelas ressignificações inerentes aos trabalhos da memória, marca da seletividade, das escolhas individuais e, simultaneamente de dimensões coletivas. Entre as memórias e histórias, Mnemosine e Clio são as musas-guia da humanidade em sua viagem pelo reino de Cronos que, entre palavras e silêncios, delimita o tempo das gerações. Na busca de nossos mortos perseguimos os rastros de memórias inscritas em velhas cartas, depoimentos, fotografias de álbuns de família. Constituímo-nos, como seres históricos, também por suas biografias, nossas genealogias; também por suas memórias, nossa herança coletiva. E é a partir desses substratos que o historiador estrutura seu ofício buscando escapar aos grilhões da memória, libertando-se do absolutismo de seus excessos, de sua exacerbada subjetividade, aplicando a elas, sem desconsiderar a riqueza de seus conteúdos, outros padrões de inteligibilidade, o trabalho do método, a operação historiográfica. Leia Mais

História e Poder  |  SÆCULUM – Revista de História  | 2007

Prezado Leitor,

Está em suas mãos o número 17, de Sæculum, a revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB. Nesse número, apresentamos o dossiê História e Poder que, diante dos avanços teóricos e metodológicos da ciência por nós professada e “professorada”, ultrapassa a área da história política, tal qual haviam nos ensinado os antigos – mas não necessariamente velhos – compêndios escolares.

História e Poder implica afirmar que o animal político, aquele mesmo do paradigma aristotélico com sede de mandar na Pólis e aclamado pela Ágora, não foi ainda subsumido pelos culturalismos reinantes que insistem em proclamar a morte da política, o fim das ideologias e o apagamento da centralidade do poder. Ora, não se conhece nenhuma cultura histórica – da revolução neolítica à massificação das tevês digitais – onde o exercício do poder e a estruturação da sociedade tenham sido levados a cabo pelos cachorros ou pelos gatos. Aos homens e mulheres de nosso tempo o que nos pertencem, animais políticos e racionalizadores de cultura. Não há cultura que não seja complexamente racionalizada e politicamente orientada.

Nesse sentido, os artigos do dossiê História e Poder, de Sergio Alberto Feldman, Wellington Barbosa da Silva, Martinho Guedes dos Santos Neto, Jayme Fernandes Ribeiro, Damião de Lima e Paulo Giovani Antonino Nunes explicitam, a partir de variados pressupostos teóricos e de aportes documentais específicos, o estado da arte que relaciona a história com o próprio poder e seus derivados lancinantes como a política, o Estado, a governança, a autoridade, a dominação e as rupturas institucionais.

Mais quatro artigos compõem o número 17 de Sæculum, que enfocam a migração nordestina para a Amazônia, as ficções narrativas sobre o Nordeste no cinema e na televisão brasileiros, as memórias de uma mulher do cangaço e a nação republicana vista a partir dos romances de Nestor Duarte. São os artigos de Francivaldo Alves Nunes, Claudio Cardoso de Paiva, Gilvan de Melo Santos e Giselle Laguardia Valente, respectivamente.

Ainda compõem o dossiê duas resenhas de livros recentemente lançados pelo mercado editorial brasileiro, de autoria do cientista social André Botelho, do Programa de Sociologia e Antropologia da UFRJ, e dos historiadores Ângela de Castro Gomes e Jorge Ferreira, ambos do Programa de Pós-Graduação em História da UFF. As resenhas são assinadas por Diogo da Silva Roiz e por Regina Maria Rodrigues Behar.

Por fim, a expectativa de que a maioridade de Sæculum chega com o próximo número, esperamos que a leitura deste, não lhe seja um infortúnio, amigo leitor.


Organizadores

Equipe Editorial


Referências desta apresentação

Equipe Editorial. Editorial. SÆCULUM – Revista de História. João Pessoa, n.17, p.7, jul./ dez. 2007. Acessar publicação original [DR]

Acessar dossiê

História e Cultura Histórica  | SÆCULUM – Revista de História  | 2007

O I Seminário de História e Cultura Histórica, realizado no período de 24 a 26 de abril de 2007, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGH/ CCHLA/UFPB), teve como objetivo principal a reflexão historiográfica sobre a área de concentração do Programa. Para aglutinar as linhas de pesquisa (História Regional e Ensino de História e Saberes Históricos), a área História e Cultura Histórica foi pensada como a tradução do circuito de qualificação profissional necessária à operação histórica: formação teórico-metodológica, análise dos processos históricos com escalas definidas e os sentidos historiográficos dos conhecimentos históricos produzidos.

Assim, às reflexões dos historiadores do Programa, que vêm discutindo a Cultura Histórica nas linhas e nos grupos de pesquisa, se juntaram as contribuições de nossos convidados que participaram do seminário. O evento possibilitou a formatação do dossiê História e Cultura Histórica, que vem publicado no número 16 da revista Sæculum, nesse primeiro semestre de 2007. Esse número significa, para os que fazem a revista, mais um tijolo na firme construção dos alicerces historiográficos da pós-graduação em História no Estado da Paraíba e no fortalecimento da pesquisa histórica no Nordeste do Brasil. Leia Mais

Ensino de História e Saberes Históricos |  SÆCULUM – Revista de História  | 2006

Entregamos ao leitor o segundo número do ano de 2006, honrando nosso compromisso de organização de dois Dossiês: o primeiro, sobre História e Região, e este, sobre Ensino de História e Saberes Históricos. Dessa forma, as publicações da Sæculum neste ano contemplaram reflexões acerca das duas linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba cuja área de concentração é História e Cultura Histórica. Leia Mais

História e Região |  SÆCULUM – Revista de História | 2006

O número da Sæculum – Revista de História que ora se apresenta à comunidade acadêmica traz, pela primeira vez em sua trajetória editorial, a incorporação do formato dossiê à sua estrutura. Neste número, o tema contemplado é “História e Região” que, não por coincidência, corresponde a uma das linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB, ao qual a revista Sæculum está vinculada. Nesta perspectiva, a Saeculum busca, através de artigos oriundos de pesquisadores dos mais diversos locais do país e com base na abordagem da questão regional a partir de diferentes matrizes conceituais e de distintos enfoques temporais e espaciais, contribuir para o amadurecimento da reflexão teórica e da análise empírica envolvidas na produção da nossa pós-graduação. Leia Mais