O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930 | Lília Mouritz Schwarcz

Raça pertence àquela classe de conceitos que muitos gostariam que fosse definitivamente abandonado devido a sua generalidade, mas que, não com pouca freqüência, retoma ao centro das discussões. Sua longevidade impressiona: questões ligadas a raça eram centrais em debates acadêmicos do século XIX (e mesmo bem antes). Os debates persistem em uma época em que a ênfase volta-se para o seqüenciamento do genoma humano, um projeto que catalisa os interesses da biologia moderna.

Obviamente, o tópico ‘raça’ não se esgota no domínio das ciências biológicas, possivelmente daí derivando sua persistência e dos significados a ele associados através dos tempos. Não é nosso objetivo aqui aprofundar certas questões, mas é preciso mencionar que raça, em sua vertente biológica, social ou mais freqüentemente no intercruzamento de ambas, tem reiteradamente influenciado ideologias de perseguição e exclusão de segmentos sociais específicos em todo o mundo. Leia Mais

O médico e seu trabalho: limites da liberdade | Lilia Blima Schraiber

O debate sobre a medicina no Brasil tem estado quase sempre fundamentado na razão técnica que, baseando a ética profissional, se desdobra, com iguais doses de normatividade, tanto nos projetos neoliberais quanto nos mais diversos projetos estatizantes. Variando a ênfase, ora posta nas condições de trabalho dos médicos, ora nas condições para o consumo efetivo pelos pacientes, sempre se supõe que o objeto da discussão, o ato médico, consista em aplicações tecnológicas impessoais das ciências médicas, por referência às quais a historicidade, a sociedade e a individualidade só apareçam sob a forma de condicionantes externos, menos ou mais indesejáveis. Portanto, para além da ética profissional, os projetos políticos e ideológicos supõem sempre a instrumentalidade neutra da técnica como fundamento, pretendendo em todos os casos legitimar-se como decorrência imperativa de sua verdade absoluta.

O estudo de Lilia Blima Schraiber tem, entre outras qualidades, o mérito de contribuir para a possível mudança desse estado de coisas, ao se situar distante tanto de qualquer aversão ou compromisso apriorísticos por referência ao ideário liberal, quanto de toda fobia ou simpatia de princípio e sem reservas por um suposto igualitarismo e uma pretensa racionalidade que seriam inerentes às ações estatais. Leia Mais

História Ciências Saúde Manguinhos | FOC | 1994

Historia Ciencia Saude1 Saúde

História, Ciências, Saúde – Manguinhos (Rio de Janeiro, 1994-) é uma publicação trimestral da Casa de Oswaldo Cruz , uma divisão da Fundação Oswaldo Cruz dedicada à pesquisa, ensino e comunicação da história da ciência e da saúde, que também gerencia e preserva patrimônio cultural e memória da Fundação.

História, Ciências, Saúde – Manguinhos foi lançado em julho de 1994 e, desde 1998, também está disponível na versão digital. Em 2000, a revista passou a fazer parte do portal SciELO. Os artigos são aceitos em português, espanhol e inglês através de envio online. Nenhuma taxa é cobrada. Desde 2006, alguns artigos aceitos para publicação em português e espanhol foram traduzidos para o inglês e publicados no e-journal. Além de quatro edições regulares, a revista publica uma a duas edições especiais a cada ano, nos formatos impresso e digital.

História, Ciências, Saúde – Manguinhos apresenta artigos que exploram a produção de conhecimentos e práticas nas ciências da vida e saúde a partir de uma perspectiva histórica, abrangendo as diversas dimensões sociais, políticas e culturais dos campos. A revista também publica artigos sobre comunicação científica e preservação e gestão do patrimônio cultural no campo da ciência e da saúde.

Periodicidade trimestral.

Acesso livre.

ISSN 0104-5970 (Impresso)

ISSN 1678-4758 (Online)

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