The Political Portrait: Leadership/Image and Power | Luciano Cheles e Alessandro Giacone

Luciano Cheles e Alessandro Giacone Image and Power
Luciano Cheles e Alessandro Giacone, 2018 | Foto: L’Italie en direct 

Il ritratto, esordiscono i curatori, ha sempre giocato un ruolo importante nella comunicazione politica, conferendo al leader una sorta di ubiquità. In questo senso, è certamente sorprendente che i contributi storiografici su questa sorta di immagini siano piuttosto limitati e, spesso, inseriti nel contesto più ampio della propaganda visuale, o come ausilio alla propaganda tout-court. Se è vero, infatti, che molti ritratti di leader sono ben impressi nelle nostre coscienze collettive, e in certi casi addirittura divenuti delle icone pop (tra gli esempi più recenti, i poster di Obama realizzati da Shepard Fairey), le loro analisi in prospettiva storica sono, tuttora, limitate1.

The political portrait Image and PowerIl volume, curato da Luciano Cheles, già professore di italianistica all’Università di Poitiers, e Alessandro Giacone, professore associato di Scienze Politiche all’Università di Bologna, vuole contribuire a colmare questa lacuna, raccogliendo un numero, consistente, di contributi focalizzati su questa specifica forma di propaganda visuale. Contributi che, pur con un certo sbilanciamento verso alcuni contesti, forniscono un’ampia panoramica, sia dal punto di vista della distribuzione cronologica e geografica, sia dell’interdisciplinarietà degli approcci. Uno dei punti di maggiore interesse del volume è la netta prevalenza di casi di studio riguardanti democrazie, soprattutto nelle loro fasi di transizione e trasformazione. Il ritratto del leader, questa una delle idee che sembra accompagnare l’intero volume, riflette non solo l’immagine del politico, ma anche il contesto del paese in oggetto. Leia Mais

Navegando com o sucesso: lições de liderança, trabalho em equipe e capacidade de superar desafios – SCHÜRMANN (MB-P)

SCHÜRMANN, Vilfredo. Navegando com o sucesso: lições de liderança, trabalho em equipe e capacidade de superar desafios. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. 153p. Resenha de: SORENZUTTI, Patrícia Simon. A arte de velejar e o exercício da liderança. Marinha do Brasil/Proleitura, 2016/2017.

A temática da liderança perpassa a literatura desde o início do século XX e sua complexidade e aplicabilidade apresentam desafios após mais de um século de pesquisas.

É possível identificarmos que o conceito de liderança é diferenciado conforme cada autor que o desenvolve e aqui repousa a particularidade do livro “Navegando com o sucesso”.

Nele, o autor Vilfredo Schürmann faz um paralelo entre os desafios de velejar e o exercício da liderança demonstrando, na prática cotidiana a bordo do veleiro Aysso, como conduziu sua tripulação (equipe) numa desafiadora jornada marítima.

Ao longo das 153 páginas que compõem o livro, Schürmann narra de forma entusiasmada as duas circunavegações que realizou com sua família e demais tripulantes: a primeira que durou de 1984 até 1994 abrangendo 44 países; e a segunda, denominada Magalhães Global Adventure, que alcançou 19 países nos anos de 1997 até 2000, reeditando a rota do português Fernão de Magalhães. A tônica da narrativa perpassa uma analogia do veleiro, como uma empresa repleta de desafios e o mar bravio, como o mundo empresarial moderno, dinâmico e mutante. Ao descrever sua jornada marítima, Schürmann expõe como conduziu sua tripulação diante dos desafios impostos pela vida no mar e exerceu sua liderança, com maestria, equilibrando dois fatores apontados pelo autor como fundamentais: a capacidade de planejamento e a gestão das pessoas a bordo.

Ao seguirmos a narrativa do autor, empresário e economista com vasta experiência administrativa e gerencial, é possível identificarmos como ele transforma um sonho em projeto (o desejo de velejar pelos mares ao redor do planeta), seleciona uma boa equipe de trabalho (sua tripulação), executa cada fase do planejamento com organização, disciplina, treinamento e, principalmente, envolve toda a tripulação do Aysso em cada etapa (tanto os componentes da equipe de apoio logístico em terra quanto os membros a bordo do veleiro). Tais aspectos nos indicam como o planejamento, a supervisão e o monitoramento do trabalho, vinculados ao comprometimento da equipe, são fundamentais para o sucesso de qualquer trabalho.

O autor apresenta em seus relatos os desafios enfrentados em diversas áreas: econômica, logística, estrutural, mudanças da equipe e riscos como de morte, de acidente ou de ataques de piratas em determinados oceanos. Para todos os desafios a resposta engloba a identificação do risco, a tomada de decisão para resolver a situação, o bom treinamento dos tripulantes para lidar com o problema e, principalmente, a responsabilidade de todos a bordo. Dessa forma, Schürmann demonstra com sua experiência que o bom líder não é, necessariamente, o melhor ou o mais competente mas, sim, aquele que sabe muito bem, e estrategicamente, qual o seu papel e o de cada um na engrenagem do processo. Além disso, sua capacidade de comunicação clara e assertiva fica evidente em vários episódios descritos no livro.

Nesse sentido, os exemplos práticos do exercício da liderança apresentados por Vilfredo Schürmann, a bordo do veleiro Aysso, consistem numa abordagem precisa, entusiasmada e detalhada de atitudes concisas e coerentes por parte de um comandante, tendo como foco central o comprometimento da tripulação com todas as decisões tomadas.

Tais exemplos práticos, elencados no decorrer de sua obra, indicam uma proximidade de sua liderança a abordagens, entendidas conceitualmente, como democráticas (como definido pelo teórico Kurt Lewin), flexíveis e democráticas (tal como propõem Blake e Maouton na Teoria do Grid Gerencial) ou o quanto o líder consegue influenciar os liderados, como nos ensina a Teoria do Modelo de Participação do Líder, de Vroom e Yetton. Cabe ressaltar que outras aproximações teóricas são possíveis, pois um dos aspectos centrais da apresentação apaixonada de Schürmann sobre sua arte de transformar o sonho de velejar num projeto de vida autossustentável é o seu comprometimento, como líder, com as pessoas e com os processos.

Patrícia Simon Lorenzutti – CT (T) Marinha do Brasil

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Navegando com o sucesso: lições de liderança, trabalho em equipe e capacidade de superar desafios – SCHÜRMANN (MB-P)

 

SCHÜRMANN, Vilfredo. Navegando com o sucesso: lições de liderança, trabalho em equipe e capacidade de superar desafios. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. 153p. Resenha de: ANGELATS, Thaís de Souza Carvalho. Marinha do Brasil/Proleitura, 2016/2017.

Vilfredo Schürmann, em seu livro Navegando com o Sucesso, traça um paralelo entre os desafios impostos pela navegação oceânica a bordo de um veleiro e os desafios encontrados na gestão de uma empresa. As semelhanças são traduzidas em metáforas com ensinamentos sobre o papel do capitão em relação à sua tripulação, a importância das relações interpessoais, a tranquilidade na tomada de decisões e no gerenciamento dos riscos, e o maior segredo para transformar sonhos em realidade: o planejamento.

Nos capítulos iniciais, Schürmann relata o início do sonho de ser a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo, em um veleiro, com filhos pequenos a bordo. Para transformar a aventura em uma realidade, a família Schürmann planejou cada passo, desde a mudança para uma vila de pescadores para aprenderem sobre o mar, até a compra do primeiro veleiro e aulas de vela. Então, eles definiram que em dez anos suspenderiam para a primeira viagem de volta ao mundo.

Nos anos seguintes, compraram um veleiro maior, participaram de regatas no Brasil e no exterior, frequentaram aulas de navegação astronômica, leram livros sobre viagens transoceânicas e sobre os desafios das famílias que vivem em veleiros. Vilfredo Schürmann destaca que, durante todo o tempo, a gestão financeira foi fundamental, especialmente para uma viagem que, inicialmente estava prevista para durar três anos e terminou dez anos depois.

Em família, eles se tornaram empreendedores e, com as diversas atividades desempenhadas por todos, conseguiram equilibrar o orçamento e tornar a viagem autossustentável. Uma das melhores decisões foi começar a filmar as viagens, com o intuito de vender as imagens para canais de televisão interessados. Assim, a aventura deles ficou conhecida por todo o país.

Nos capítulos posteriores, o autor discorre sobre diversos aspectos relacionados à seleção da tripulação, relacionamento interpessoal, trabalho em equipe e liderança. Schürmann ressalta que, em um veleiro, os principais desafios não são as tempestades, mas sim o relacionamento entre as pessoas, em razão do espaço reduzido e do isolamento em travessias oceânicas. Destaca também que, em situações de conflito, cabe ao líder conduzir o diálogo para não afetar as relações interpessoais.

O autor segue fazendo o paralelo entre as tempestades enfrentadas em alto-mar e as turbulências de um mercado incerto, no qual as empresas estão inseridas. Só alcançarão o topo e permanecerão nele os que souberem se integrar à equipe e, assim, como em um veleiro em que o trabalho de um tripulante depende diretamente do trabalho do outro, nas equipes de sucesso não há lugar para egos inflados e atitudes que não sejam de colaboração. Para Schürmann, um líder precisa ter competência e capacidade de comunicação, além de ser ético e dinâmico. E, acima de tudo, um líder tem que saber trabalhar em equipe.

Nos capítulos finais, o autor destaca a importância das pessoas e departamentos se verem como parte do todo, não como células estanques, independentes. Em sua liderança, as inovações e iniciativas pessoais eram constantemente incentivadas para que cada um pudesse trabalhar explorando todo o seu potencial e o dos seus companheiros. O comprometimento com os objetivos do projeto sempre foi muito estimulado e recompensado por Vilfredo Schürmann, o líder da equipe.

Esse reconhecimento foi fundamental para motivar a tripulação, estimulando o crescimento individual e do grupo.

Em Navegando com o sucesso, portanto, Vilfredo Schürmann descreve que a bordo de um veleiro, o relacionamento entre as pessoas e os diferentes cenários são os principais desafios enfrentados. Para ter sucesso, um líder precisa se conhecer muito bem e aprender a entender o outro. Cabe ao capitão do barco, o comandante, a responsabilidade de conduzir os diálogos, analisar com a tripulação os meios para superarem as adversidades, mantendo-se sempre os objetivos alinhados e definidos. Por meio do sucesso de suas expedições, aprendeu que “não se pode mudar a direção dos ventos, mas se pode regular as velas para viver um sonho e realizar a felicidade”.

Thaís de Souza Carvalho Angelats – 1º. Tenente da Marinha do Brasil

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Este barco lambem é seu: Práticas inovadoras de gestão que levaram o USS Benfold a ser o melhor navio de guerra da Marinha americana – ABRASHOFF (MB-P)

ABRASHOFF, D. Michael. Este barco lambem é seu: Práticas inovadoras de gestão que levaram o USS Benfold a ser o melhor navio de guerra da Marinha americana. Tradução de Henrique A. R. Monteiro. São Paulo: Editora Cultrix, 2006. 200p. Resenha de: CORDEIRO, Vinícius Matheus de Oliveira. A liderança como ferramenta para a vitória. Marinha do Brasil/Proleitura, 2016/2017.

A obra de D. Michael Abrashoff, oficial da Marinha Americana que comandou o contratorpedeiro USS “Benfold” de 1997 a 1999, mostra como aspectos de liderança e gestão são fundamentais para o sucesso da missão de uma organização e das pessoas que a compõem. Estando em um dos ambientes organizacionais mais complexos existentes, como um Navio de guerra pronto para ser utilizado em combate, o autor explica através de exemplos reais como foi possível vencer tal complexidade através da sua influência e liderança sobre os militares do navio, e como transformou cada pessoa de bordo em um profissional eficaz, comprometido e satisfeito.

O livro é organizado em doze capítulos, mais o prefácio, introdução, epílogo e agradecimentos. Bem didáticos, os capítulos se sucedem com um padrão cronológico muito ordenado de quando um profissional assume um cargo de chefia ou comando de um grupo de pessoas. Ele apresenta os aspectos da liderança desde o primeiro contato com os liderados e o seu desenvolvimento perante a organização e ao pessoal, mostrando um caminho o qual afirma ser uma receita para o sucesso do conjunto.

O primeiro aspecto que o leitor precisa se situar ao iniciar a leitura da obra é a sua opinião quanto ao conceito do que é ser líder em uma organização. O livro logo no início coloca seu leitor em um papel de “servidor”, em vez de “servido”, característica essa muito comum em organizações seja militar ou civil, no ordenamento da relação “lider-liderados” A primeira característica de liderança descrita na obra é a de que o papel do chefe não é somente se preocupar com o resultado do trabalho das pessoas, e sim se preocupar de como estão as pessoas perante o trabalho. O desafio de tomar cada pessoa da organização o mais comprometida possível com os objetivos da instituição é o verdadeiro papel do comandante ou chefe de uma partição de trabalho. Agindo desta forma e obtendo êxito ele torna-se um líder, e o sucesso e a vitória da organização nada mais é do que uma consequência Este comprometimento é descrito no livro através da frase: “Este barco também é seu”.

O exemplo e a preocupação constantes com os subordinados são as maiores características de um líder, segundo o autor. Conseguir enxergar a organização através dos olhos do funcionário do último nível hierárquico permite uma visão total dos cantos e arestas as quais são invisíveis por uma visão superior, gerando um amplo conhecimento dos problemas existentes e ações corretivas imediatas, tendo um efeito moral positivo sobre os liderados de maneira exponencial. A confiança nas pessoas, aliada a responsabilidade delegada e ao incremento da qualidade de vida e satisfação no trabalho são os ingredientes que geram uma felicidade coletiva. A aposta do autor, correta, visto os resultados alcançados durante o seu comando daquele Navio, e a de que se cada subordinado estiver feliz, entusiasmado, satisfeito, qualificado e confiante no seu comandante, o navio automaticamente não somente cumprirá a sua missão pura e simples, mas a cumprirá de forma excepcional e acima de todas as expectativas, gerando satisfações próprias do Navio e dos seus superiores hierárquicos. Isso ele conseguiu preocupando-se desde o nível de adestramento do marinheiro mais moderno do seu navio ao padrão dos gêneros alimentícios que eram comprados.

A liderança não visa o sucesso individual do líder. Ela é o meio pelo qual o líder influencia seus subordinados para que estes se comprometam ao máximo no cumprimento da missão organizacional, seja de um navio de guerra ou de uma empresa civil. A liderança preocupa-se com a realização individual de cada pessoa do sistema, sendo o auge deste processo a satisfação plena dos subordinados em trabalharem naquele local. Tendo-se atingido este estágio, através de ações de liderança e devida justiça, a vitória e o sucesso são certos e tangíveis. Assim, esta obra é recomendada para todos que exerçam cargos de comando militar ou chefias de repartições civis. A liderança não é o fim, e sim o meio para o cumprimento de qualquer missão.

Vinícius Matheus de Oliveira Cordeiro – Capitão Tenente da Marinha do Brasil

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O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança – HUNTER (MB-P)

HUNTER, James C. O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2004. Resenha de:  ALMEIDA, Carlos Roberto Heckert de. A Arte de Liderar Pessoas. Marinha do Brasil/Proleitura, 2016/2017.

Um dos maiores desafios do convívio em grupo, em lidar com pessoas, consubstancia-se na Arte de Liderar. Nesse contexto, o autor James C. Hunter, em sua obra “O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança” aborda, de maneira didática e ilustrativa, as várias maneiras de melhorar a capacidade de se exercer a liderança, destacando nuances que contribuem, inclusive, para o aprimoramento do convívio dos indivíduos uns com os outros.

O Autor narra a história de John Daily, homem bem sucedido na vida pessoal e nos negócios, mas que, com o decorrer do tempo, se torna nervoso, preocupado e egocêntrico, o que passa a gerar problemas no âmbito do seu trabalho e da sua família, com sua esposa e filhos. Após solicitação do pastor da sua igreja, e da própria esposa, decide frequentar um retiro espiritual de sete dias, cujo tema seria a essência da liderança e onde, inclusive, poderia encontrar Leonardo Hoffman, um renomado executivo, de grande sucesso no passado mas que há muito tinha optado pela reclusão.

Nessa jornada, John passa a cumprir horários, acordar cedo e a ter aulas todos os dias com mais cinco pessoas, de diversos setores da sociedade: Um pregador; um sargento do exército; uma diretora de escola pública; uma treinadora de time de basquete; e uma enfermeira. Nos encontros, as aulas são ministradas pelo irmão Simeão – nome dado a Leonardo Hoffman no mosteiro – que incentiva a discussão e compartilha seus conhecimentos e experiências adquiridas ao longo da sua vida profissional e de retiro.

A didática utilizada pelo autor se mostra muito dinâmica, à medida que atribuiu aos personagens, muito diferentes entre si, frases de efeito que facilitam a compreensão e o aprendizado. Logo na primeira reunião, são suscitadas pelos personagens as qualidades de um bom líder, sendo a liderança conceituada como “habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum”. Outro importante assunto abordado, que muito contribui para a compreensão da influência na liderança, é a diferença entre poder e autoridade, sendo o primeiro “a faculdade de forçar alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força”, e o segundo a “habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa da sua influência pessoal”, sendo esta a mais ideal e duradoura, pois não pode ser comprada e diz respeito a quem se é como pessoa, ao respeito que se adquire.

Em seguida, os participantes do encontro são influenciados a repensar a maneira como tratam as pessoas, uma vez que os sentimentos de respeito devem ser demonstrados por meio de ações, tanto no trabalho, quanto na vida pessoal, até porque se deve ter em mente a importância de se tratar as outras pessoas da mesma maneira como se gostaria de ser tratado.

O Autor suscita, ainda, a necessidade de se identificar e mudar paradigmas, de repensar “verdades”, pois o progresso contínuo se mostra fundamental, tanto para pessoas como as organizações, uma vez que ficar preso a paradigmas ultrapassados pode nos deixar paralisados. Apesar de reconhecer a dificuldade das pessoas em aceitarem as mudanças, de citar velhos e novos paradigmas, o Autor não menciona mecanismos eficazes para a condução de tais alterações de comportamento, mas tão somente exemplos.

Em outro tópico, os participantes do retiro, mais uma vez sob a condução do irmão Simeão, são compelidos a refletir sobre a importância dos sentimentos nos relacionamentos e na liderança. Inicialmente, foi ventilado entre os personagens que, eventualmente, não se pode controlar o sentimento em relação a determinadas pessoas mas, mesmo assim, esses sentimentos não podem ter o condão de induzir a um tratamento desumano, descortês ou injusto. O amor, segundo o Autor, numa ligação direta com a liderança, manifesta-se por meio da paciência, bondade, humildade, respeito, generosidade, perdão, honestidade e confiança.

Assim, apesar de toda a magnitude e complexidade que permeia a relação entre as pessoas, o Autor, ao trazer à baila o tema liderança por meio de uma história, onde os personagens em seus diálogos utilizam, amplamente, citações de outros estudiosos, exemplos e parábolas, faz com que o tema seja abordado de forma clara e inteligível. O incentivo a se pensar as próprias verdades, a estar aberto a novos rumos, a introduzir bons sentimentos nas relações e se policiar com relação aos maus, faz com que a leitura se torne prazerosa e estimulante, com ensinamentos que fazem com que o leitor reflita sobre suas ações e comportamentos, tanto no trabalho como no convívio no lar e na sociedade.

Carlos Roberto Heckert de Almeida – CT (AA) Marinha do Brasil

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O Talento para Liderar | Joseph Nye Junior

As relações internacionais contemporâneas parecem estar diante de uma profunda crise de liderança. O receio do sistema financeiro global sobre a maior economia do mundo não conseguir honrar as dívidas parecia inimaginável, até que um embate político no Congresso norte-americano, quanto ao aumento do teto da dívida, quase o concretizou. No velho continente, soou o alarme financeiro indicando a urgência de lidar com as dívidas soberanas insuportáveis de diversos países da zona do euro, tratadas consecutivamente com medidas paliativas pelas comissões europeias. A recente reunião da COP-15, na África do Sul, reforçou mais uma vez o compromisso dos países em, no futuro, lidar seriamente com as questões do aquecimento global e do crescimento sustentável. Enquanto isso, a opinião pública mundial assiste incrédula a paralisia do Conselho de Segurança da ONU ante aos frequentes massacres dos opositores do governo de Bashar-al-Assad na Síria. Em contraponto, no mundo da ficção, o cinema britânico trouxe à tona a história de Margaret Thatcher e relembra uma das maiores lideranças do século XX, em A Dama de Ferro.

A política mundial tem sido marcada com frequência por impasses políticos e pela imobilidade. A ausência de forças capazes de mobilizar recursos e gerar resultados, assim como a indisposição em assumir os custos políticos de escolhas impopulares, têm construído um cenário de crescente desilusão em relação aos governos e políticos. Em momentos de crise como os atuais, a descrença nas instituições e nas lideranças converte-se em um obstáculo adicional à construção de meios e objetivos relativamente consensuais, necessários para a superação dos desafios políticos. Simultaneamente, são momentos como esses que constituem uma oportunidade para liderar. Sob o pano de fundo de uma sensação generalizada de urgência (dos problemas) e de inação (dos estadistas), foi lançada a edição brasileira do livro “O Talento para Liderar”, de Joseph Nye Jr, ressaltando a importância de um nível de análise muitas vezes subestimado. Leia Mais