História do Esporte e Comunicação: para além da imprensa e da mídia como fontes | Recorde | 2019

É com imensa satisfação que apresentamos uma seleção de trabalhos envolvidos com temáticas relacionadas à História do Esporte e da Comunicação. A proposta de organizarmos o presente dossiê surgiu de nosso envolvimento em ambas as disciplinas e da percepção de que existem imensas lacunas e possibilidades na intersecção entre elas. Não obstante, a adesão de pesquisadores nos surpreendeu, tanto pela quantidade de submissões, quanto pelo atendimento a algumas das sugestões e provocações que fizemos na chamada de trabalhos.[3] Neste sentido, foi possível organizar um dossiê com temas diversificados, fato que reforça nossa perspectiva de que existe uma via em construção nos estudos do esporte para pesquisadores de diferentes áreas que dialogam com a História do Esporte e a Comunicação.

Isto posto, convidamos os leitores a apreciarem os artigos. Primeiramente, destacamos três trabalhos que abordam o evento Jogos Olímpicos e dois sobre os Jogos Paralímpicos. Elcio Cornelsen e Izidoro Blikstein escreveram “A utilização da mídia em estratégias de marketing político no contexto da Olímpiada de Berlin” buscando identificar a construção da imagem que a imprensa alemã estabelece no momento da realização do evento utilizando um arcabouço conceitual das áreas de Marketing Político, Mídia e Análise do Discurso. Intitulado “Olimpíadas Rio 2016: A (In) Sustentabilidade do nosso Legado”, o trabalho de Roberta Ferreira Brondani e José Carlos Marques apresenta uma crítica ao suposto legado olímpico a partir de uma comparação entre o que apresenta a página “Rio 2016” no Portal do Comitê Olímpico Internacional e o conteúdo de reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, dois anos após os jogos. O artigo “Os Jogos Olímpicos jamais foram modernos: um ensaio da antropologia simétrica ao longo da história olímpica”, de Carlos Roberto Gaspar Teixeira e Roberto Tietzmann, se utiliza da perspectiva teórica da antropologia simétrica para problematizar a questão da presença dos “não-humanos” nos Jogos Olímpicos, bem como questionar o caráter moderno desses eventos utilizando como referência conceitual a proposta de Bruno Latour em sua obra Jamais fomos modernos (1994).

No que concerne as Paralimpíadas, o artigo de Tatiane Hilgemberg apresenta o desenvolvimento histórico do evento paralímpico em diálogo com as transformações ocorridas nos jogos, no próprio esporte e nas representações da ideia de deficiência. A autora estabelece também um paralelo com estudos críticos da deficiência e apresenta dados de sua pesquisa sobre a cobertura das Paralimpíadas pelo diário O Globo. Em “Paralimpíadas Escolares (2006-2018): evidências em mídias digitais acerca do evento esportivo”, Giandra Anceski Bataglion e Janice Zarpellon Mazo abordam o tema a partir de uma perspectiva local, descrevendo detalhadamente as composições históricas para a organização das Paralímpiadas Escolares no Brasil e buscando identificar agentes importantes, bem como sua repercussão em mídias digitais.

Dois trabalhos que relacionam a Economia com temáticas histórico-comunicacionais não apenas trazem discussões importantes, mas apontam promissoras e pouco exploradas sendas de investigação. Anderson David Gomes dos Santos apresenta uma pesquisa sobre os direitos de transmissão em eventos esportivos no Brasil articulando o tema com um estudo sobre a legislação desportiva no país. Trata-se de uma abordagem inovadora no âmbito da discussão de políticas públicas e econômicas sobre esporte que faz parte de um trabalho comparativo mais amplo com outros países latino-americanos (Argentina e México).

O trabalho coletivo capitaneado por Ana Carolina Vimieiro parte de uma perspectiva histórica da economia política do futebol para analisar criticamente as transformações, contradições e conflitos na mais recente “onda” do processo de mercantilização do futebol no país. Para tanto, as autoras utilizam conceitos como neoliberalização, comodificação e hibridação e uma análise empírica de tradicionais aspectos da organização estrutural e das relações de poder na conformação do futebol brasileiro no século XXI.

Quatro trabalhos se voltam para países latino-americanos, utilizando diferentes fontes para debater aspectos relativos aos próprios países ou à relação com outras nações.

Andrés Morales apresenta aspectos de sua atual pesquisa de doutorado sobre a representação simbólica da final de 1950 no imaginário coletivo dos uruguaios. Trabalhando com o conceito de hibridação de Néstor Canclini para analisar o discurso em diversas fontes da imprensa do país, o autor aponta também a importância do rádio e os vínculos politicos presentes nos diferentes meios de comunicação. Uma reflexão sobre a hipótese de “Maracanização” da sociedade uruguaia e sua influência no próprio futebol do país complementam o artigo, que aponta novos caminhos de investigação sobre um tema paradigmático nos estudos que relacionam Copas do Mundo e identidade nacional tanto no Brasil quanto no Uruguai.

O artigo de Gastón Laborido apresenta uma contextualização histórica dos fatores que possibilitaram a introdução do futebol na cidade de Montevidéu e a entrada desse esporte nos veículos da imprensa no início do século XX. A hipótese de um processo de “criolização” do futebol uruguaio, que teria surgido a partir da formação de um estilo de jogo híbrido, marcado pela presença de imigrantes que se contrapunham à forma britânica de praticá-lo, é reforçada e analisada nos discursos dos periódicos citados.

A partir de uma perspectiva da Nova História Política, o artigo de Alvaro do Cabo aborda questões sobre a Copa do Mundo de futebol realizada na Espanha em 1982. A primeira parte do trabalho é uma contextualização da conjuntura histórica que possibilitou a realização do torneio no país europeu: a transição democrática após a longa ditadura franquista. O segundo item utiliza os periódicos argentinos Clarín e El Gráfico para analisar as expectativas em torno da participação da seleção argentina, então campeã do mundo, na Copa de 1982, em meio a um contexto político marcado pelo conflito bélico com a Inglaterra, conhecido como Guerra das Malvinas.

Leda Soares e Carlos Guilherme Vogel analisam a série de ficção Club de Cuervos, uma produção latino-americana ambientada no México. Além de uma interessante contextualização da propagação do espaço midiático ocupado pelos seriados televisivos nas últimas décadas, com uma nova dinâmica estética e moral a partir do aumento das televisões fechadas e os canais a cabo, os autores observam uma questões de gênero, preconceito e homofobia no enredo da série. Tendo como tema central o futebol, a série possibilita a discussão de representações sociais em um ambiente latino-americano masculinizado.

Os dois trabalhos que complementam este seleto dossiê versam sobre o futebol e os estudos das crônicas da imprensa. A pesquisa de Nei Jorge dos Santos Junior ressignifica a perspectiva crítica do cronista Lima Barreto sobre a prática do futebol no início do século XX. O olhar a partir de diversas fontes impressas demonstra que a crítica ao esporte se insere em um contexto de defesa e tensionamento mais amplo que enxerga o futebol como uma prática até então elitista e excludente inserida em um discurso preconceituoso sobre as classes menos favorecidas e o “ethos” suburbano. Antes de ser um inimigo do futebol, o literato suburbano seria um crítico das representações geradas pelo futebol amador e os ”sportsman”.

O trabalho de André Couto sobre os cronistas do Jornal dos Sports conjuga uma análise temática que problematiza as principais características do jornal no período estudado, destacando o direcionamento para questões clubísticas e denuncistas e desenvolvendo uma espécie de taxonomia sobre as especificidades dos articuladores. Trata-se de um modelo que pode servir aos estudos que relacionam cronistas esportivos e imprensa em função da tipologia proposta.

O dossiê se completa com uma entrevista realizada por Silvana Goellner com a jornalista Isabelly Morais, que marcou as transmissões sobre Copas do Mundo na televisão brasileira ao narrar a estreia da seleção brasileira no torneio realizado na Rússia em 2018. A conversa explora a trajetória profissional da narradora, desde o período em que cursou Comunicação Social/Jornalismo o trabalho como narradora de futebol no rádio e na televisão.

Agradecemos aos autores que submeteram trabalhos e ao precioso trabalho de avaliação realizado pelos pareceristas. Boa leitura!

Notas

3. A chamada encontra-se em https://historiadoesporte.wordpress.com/2018/09/14/revista-recorde-chamadapara-dossie-historia-do-esporte-e-comunicacao-para-alem-da-imprensa-e-da-midiacomo-fontes/ .

Rafael Fortes – Professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer da Universidade Federal de Minas Gerais. Doutor em Comunicação. E-mail: [email protected]

Álvaro do Cabo – Professor da Universidade Cândido Mendes. Doutor em História. E-mail: [email protected]


FORTES, Rafael; CABO, Álvaro do. Apresentação. Recorde, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, jan. / jun., 2019. Acessar publicação original [DR].

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Educação a Distância, Comunicação e Interculturalidade | Educação a Distância e Práticas Educativas Comunicacionais e Interculturais | 2016

O presente número dedicado à “Educação a Distância, Comunicação e Interculturalidade”, destaca a importância e atualidade desta temática no mundo globalizado e multi/intercultural contemporâneo, na sociedade da informação, na sociedade em rede, na sociedade digital atual, cujas fronteiras educacionais, culturais, sociais, comunicacionais, transnacionais e do conhecimento, tendem a diminuir em consequência do aumento do uso das tecnologias da informação e da comunicação, da internet, da EaD e da interculturalidade.

Estas realidades sociais, interculturais, tecnológicas e comunicacionais vêm reforçar a diversidade cultural, a interculturalidade e a transnacionalidade das sociedades, das organizações e da formação, promover novos recursos comunicacionais e tecnológicos nos processos de ensino-aprendizagem, incentivar a abertura de novos questionamentos e reflexão crítica sobre processos, práticas e métodos de diferenciação pedagógica na educação e na formação docente, mediados pelos artefactos digitais e pelas relações interculturais, exigindo recursos, políticas públicas, novas competências e formação adequada dos profissionais. Leia Mais

Comunicação e História: interfaces / Revista Brasileira de História da Mídia / 2013

Se, na Carta aos Leitores da edição passada, havia a aposta dos editores da RBHM de que o dossiê temático da 03 seria bastante fértil, então as próximas páginas desta Revista Brasileira de História da Mídia são a consolidação da expectativa havida. Em um de seus livros (O percurso do olhar), Marialva Barbosa (uma das editoras da RBHM) escreveu que a História, “ao tentar recuperar o passado e trazê-lo para o presente, cria uma espécie de terceiro tempo, entre o tempo cronológico e o tempo vivido – e o calendário funciona como matriz deste terceiro tempo. (…) Instaura-se a data inicial, ponto zero, considerada evento fundador que cruza o instante cosmológico e o presente vivido”.

Pois a RBHM que chega até você por agora opera com este terceiro tempo, ao promover debates coletivos ou reflexões individuais das interfaces entre Comunicação & História. Nove artigos compõem este espaço privilegiado da RBHM 03 – Aline Strelow nos aponta que é possível fazer uma certa história de um tempo que há pouco esteve aqui. Neste número, ela apresenta um panorama sobre a pesquisa em História do Jornalismo no Brasil entre 2000 e 2010. Já Fernanda Lima Lopes, Marcio de Souza Castilho, André Bonsanto Dias, Larissa Reale Cestari, Camila Barros e Rogério Almeida (estes dois últimos, escrevendo a quatro mãos) retrocederam um pouco mais e centraram forças na Ditadura Militar que assolou o País entre 1964 e 1985. Leia Mais

Comunicação, Modernidade e Arquitetura / Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade / 2012

Esta obra é mais do que um simples panorama de estudos com a temática Comunicação, Modernidade e Arquitetura que integra o número 8, jan. / jun. de 2012, da Cordis: Revista Eletrônica de História Social da Cidade. Trata-se de um demonstrativo da situação da História e da historiografia contemporâneas, tal como vem sendo feita por estudiosos advindos de diversos horizontes e que partilham um mesmo espírito de amor à pesquisa. Dela emana um ponto de partida que conduz, lado a lado, com a estruturação clássica do século XIX às inovações pertinentes à exploração das novas trilhas da história.

De fato, a História não está alheia às profundas mudanças que ocorrem em outras Ciências. Como dizia Jacques Le Goff, são os novos problemas e as novas abordagens que inovam e enriquecem os setores tradicionais da História.

Admitimos de sua leitura que, a partir da escolha de um objeto de estudo já se supõe uma interpretação interior e anterior, gerada pelo nosso interesse do presente. Observamos, assim, que não lidamos com dados puros, mas com uma fragmentação da nossa maneira de ver o universo. Sabemos também que a linguagem em que assinalamos e apontamos um dado será a própria linguagem com que o interpretaremos. Isso nos encaminha ao reconhecimento de que, desde o anseio de saber e de encontrar as formas de apreendê-lo, a nossa intenção de pesquisa reparte-se em duas direções diversas.

A primeira delas está ligada ao real, ao apreender o objeto, ao conhecimento e aos limites e definições do campo investigativo e do que desejamos explorar. A segunda delas revela o nosso tipo de resposta ligado à nossa contribuição, com base nos instrumentos e nos procedimentos a que recorremos para atingir os nossos fins.

Como fonte dessa escolha, cada autor endossa os meios de exploração próprios ao objeto de estudo escolhido. O estilo de cada um desses trabalhos, o seu discurso e os seus objetivos, resultaram na relação entre a sua própria identidade com a pesquisa, suas fontes escolhidas, e a força de vontade para a sua execução. Isso gera, como consequência, um fortalecimento de resultados refletidos no prazer dos resultados, frutos da exploração e da descoberta. Cada um deles, ao reler o produto de suas análises e reflexões pode voltar ao seu plano original, e mesmo sentir o aflorar de novas questões e incertezas. É que as investigações feitas por eles, despertam a curiosidade do historiador em cada um, deixando transparecer, no trabalho concluído, um passado discernível, seus esboços, modelos e versões precedentes até a versão final.

Nas leituras escolhidas para esses escritos, observa-se, ainda, a proximidade da palavra que lemos e, um conjunto de palavras que são precisas, e nos falam do que desejamos conhecer. Os artigos, num total de quinze, se mantêm em seus domínios próprios de interesse, mas em seu conjunto, testemunham o esforço feito pela manutenção da unidade temática.

Fabio Ares, no artigo intitulado Barrio de Montserrat: territorio tipográfico (1780 y 1871), analisou aspectos da imprensa na Argentina, mais especificamente na cidade de Buenos Aires. Patrícia Vargas Lopes de Araújo e Thiago Henrique Mota Silva, por meio do texto denominado Rústicos e civilizados: representações da sociedade, do espaço e do homem mineiro, problematizaram os escritos de José João Teixeira Coelho e de Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos.

Luiz Aloysio Mattos Rangel, em Entre livros e televisão: ambiguidades históricas em Fahrenheit 451, tratou das indeterminações históricas a partir da análise da obra de ficção científica Fahrenheit 451, do escritor norte-americano Ray Bradbury. Manuel Coelho Albuquerque, no escrito chamado História, arte e atitude educativa: tensões étnicas e políticas, preocupou-se com as concepções tradicionais a respeito dos indígenas e em como as artes, em geral, podem se alimentar de falsas concepções, como a inevitabilidade do desaparecimento desse povo.

Zélia Jesus de Lima, em Arte de rua na cidade de Salvador (BA): a imagem do negro articulada com a mídia, analisou o papel desempenhado pelos elementos visuais, operando no discurso da arte, focalizando pormenorizadamente a presença do negro baiano nos campos religioso e cultural. Leandro Patricio Silva, no artigo Conflitos entre o Leão e a Baiana em torno da sombrinha: o frevo duplicado e a afirmação da pernambucanidade (1979-1986), discutiu a afirmação da identidade pernambucana na primeira metade da década de 1980 por meio dos conflitos gerados no campo discursivo de Pernambuco em face da apropriação do frevo pelos baianos.

Jucélia Bispo dos Santos, através do escrito intitulado Espaços públicos e construção de discursos: o Pelourinho como expressão da baianidade, ateve-se em analisar alguns discursos que estiveram presentes no processo de restauração deste espaço citadino, ocorrido entre 1992-1993. Bárbara Maria Caldeira e Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti, coautoras do artigo História e Fotografia: do protótipo daguerreótipo ao papel de fonte visual no planejamento didático, problematizam a relação entre História e a Fotografia com o objetivo de discutir a importância da imagem como documento e fonte histórica representante do século XX e, portanto, facilitador do processo ensino-aprendizagem na construção e na identificação dos alunos como sujeitos históricos e culturais.

Elizangela Patrícia Moreira da Costa e Vanessa Fabíola Silva de Faria, no escrito intitulado Atitudes linguísticas de migrantes sulistas em Mato Grosso: um estudo em Sinop, verificaram as tendências nas atitudes linguísticas que migrantes sulistas manifestam em relação às variedades linguísticas mato-grossenses, e, ainda, se o falar sinopense apresenta características consideradas típicas do falar mato-grossense. George Araújo, no trabalho denominado Transformações urbanas, migração, imigração e “questão social” em Montevidéu entre fins do século XIX e começos do século XX, relacionou as transformações urbanas, a migração interna, a imigração e a questão social desta cidade, articulando-as com a história do movimento operário latino-americano em Montevidéu entre fins do século XIX e começos do século XX.

Maiara Juliana Gonçalves da Silva, no texto Natal sob o olhar do O Olofote: cenas urbanas na cidade em 1919, analisou as imagens textuais produzidas a respeito das cenas urbanas veiculadas no jornal literário-humorístico O Olofote. Cinthya Luarte Magdaleno, no artigo denominado Privatizar para modernizar: la dinámica agraria en la ciudad de México (1950-2010), mostrou como durante a urbanização e a modernização da cidade do México iniciou-se um processo paralelo de privatização das terras comunais.

Geraldo Barbosa Neto, em A história contada com pedra, areia e imagens: a representação do descobrimento português no litoral potiguar e o monumento do padrão de posse conservado na Fortaleza dos Reis Magos, em Natal (RN), intentou mostrar, por meio de uma análise do vestígio material de um padrão de pedra português e da construção de um cenário histórico para contextualizá-lo, como se criou uma representação do descobrimento do litoral potiguar. Almir Félix Batista de Oliveira, no trabalho intitulado O que se preservou em João Pessoa ou de quando a arte e a arquitetura definem o patrimônio cultural de uma cidade, ateve-se em mostrar como a arte e as formas arquitetônicas foram essenciais para a formatação do patrimônio preservado na cidade de João Pessoa, que é a capital do Estado da Paraíba.

E, finalizando o item Artigos, Henry Albert Yukio Nakashima, em estudo chamado Mesquita: entre a arte e o divino, analisou a relação das artes com as mesquitas, focalizando em especial a cidade de São Paulo, mais particularmente o caso da primeira mesquita a ser inaugurada na América Latina, que data do final da década de 1920 nesta urbe.

Já no item Pesquisas, há dois escritos. Paulo Victor Albertoni Lisboa e a sua orientadora de Iniciação Científica, Amnéris Maroni, no texto chamado O pensamento selvagem e a psicologia infantil: uma crítica à tradição ocidental, detiveram-se em analisar alguns elementos que acusam a fertilidade do diálogo especificamente no tratamento do pensamento selvagem e da psicologia infantil dos autores Claude Lévi-Strauss e Maurice Merleau-Ponty. Por fim, Priscilla Perrud Silva e a sua orientadora de graduação, Zueleide Casagrande de Paula, em A antiga estação ferroviária de Londrina (1946-1950): linguagem arquitetônica do Ecletismo, empreenderam ações para estudar as linguagens arquitetônicas mescladas em meio à plasticidade da Arquitetura Eclética que constitui o edifício que atualmente abriga o Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss.

Para concluir, acredito que, mesmo para quem queira pensar em termos de estruturas mais profundas, bem além dos efeitos que cercam toda a matéria verbal, aqui apreendida neste número da Revista Cordis, não se poderá deixar de verificar, sob qualquer pretexto, os momentos mais fortes de intensidade e evidência aqui dispostos com tanta integridade, anunciando a beleza da heterogeneidade dos escritos.

Fortaleza- CE, junho de 2012

Luciara Silveira de Aragão e Frota

Conselho Editorial


FROTA, Luciara Silveira de Aragão e. Apresentação. Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade, São Paulo, n. 8, jan. / jun., 2012. Acessar publicação original [DR]

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