Faces da Hidra Anarquista: linguagens utópicas e projetos políticos (1945-1970) | Cláudia Tolentino Gonçalves Felipe

O fim da Segunda Guerra Mundial abriu um período de reorganização e ressurgimento público do movimento libertário em âmbito global. Em vários países se pôde constatar esse reaparecimento, marcado, entre outras atividades, pela elaboração de projetos políticos de cunho anarquista, a reabertura ou criação de organizações, a circulação de periódicos, uma notável atividade editorial, a realização de conferências e congressos e mesmo o trânsito de pessoas, voluntário ou não, buscando reforçar os laços militantes dentro da perspectiva internacionalista do movimento. Leia Mais

Before the Flood: The Itaipu Dam and the Visibility of Rural Brazil | Jacob Blanc

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Jacob Blanc | Foto: Everipedia

BLANC Before the flood ItaipuO livro Before the Flood: The Itaipu Dam and the Visibility of Rural Brazil é sobre a visibilidade do Brasil rural a partir da experiência de grupos sociais que habitavam na região que seria inundada pelo lago de Itaipu (Oeste do Paraná). Nesta resenha, além de apresentar o livro, pretende-se apontar duas contribuições ao campo da História. Uma para a História do Paraná e outra para a área dos Latin American Studies, especialmente um possível novo campo de estudos históricos sobre a região da Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai).

Ao contrário do que a combinação do título (Before the Flood) e da imagem da capa (uma foto da usina de Itaipu) pode sugerir, o livro do historiador Jacob Blanc não é prioritariamente uma história do que há quase 50 anos era propagandeado como o “projeto do século” (Itaipu Binacional). Trata-se de uma história social centrada na narrativa de três grupos-chave (pequenos proprietários de terras, trabalhadores rurais sem a posse da terra e indígenas Avá-Guaranis) que lutaram contra o significado essencial da construção do reservatório de águas da usina: a perda do lugar onde habitavam. De acordo com o autor, cerca de 40 mil pessoas foram removidas para dar lugar ao maior lago artificial do mundo, com mais de 1300 quilômetros quadrados (p. 3; 122). Leia Mais

Os Barões do Charque e suas fortunas. Um estudo sobre as elites regionais brasileiras a partir de uma análise dos charqueadores de Pelotas (Rio Grande do Sul, século XIX) | Jonas Vargas

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Jonas Vargas | Imagem: Fronteiras do Tempo

VARGAS Os baroes Itaipu“As principais famílias charqueadoras do período escravista foram capazes de criar um mundo próprio e fizeram da cidade de Pelotas o seu palco particular. Neste cenário, o acesso às artes, à educação superior e à liderança política coube a elas e a algumas outras famílias da elite local” (Vargas, 2016, p.317) O cantor e compositor Vitor Ramil, certa feita, disse ter “convicção que o Rio Grande do Sul não estava à margem do centro do Brasil, mas sim no centro de uma outra história”. Ramil, que é pelotense, certamente formulou essa opinião tendo como inspiração a sua amada cidade natal, que a retrata de modo idealista, ou realista, como Satolep. Pois essa Pelotas centro de uma outra história é a encontrada no profundo trabalho escrito pelo historiador e professor do curso de História da UFPel, Jonas Vargas.

O livro “Os Barões do Charque e suas fortunas. Um estudo sobre as elites regionais brasileiras a partir de uma análise dos charqueadores de Pelotas (Rio Grande do Sul, século XIX)”, é uma adaptação da sua tese de doutoramento em História, defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2013. Nesta obra, Vargas faz um exaustivo estudo sobre a elite pelotense, e demonstra que Ramil está correto em sua reflexão estética: Pelotas é o centro de uma outra história. Leia Mais

As marcas da pantera: percursos de uma historiadora | Margareth Rago

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Margareth Rago | Imagem: Instituto CPFL

RAGO As marcas da pantera ItaipuAqueles e aquelas que se encontram no campo da história das mulheres e da filosofia da diferença, há muito esperavam por um livro que concentrasse a produção intelectual de Margareth Rago, uma das historiadoras feministas brasileiras mais expressivas na contemporaneidade. Finalmente sua imensa obra foi compilada no livro As Marcas da Pantera: percursos de uma historiadora (2021), uma coletânea de artigos publicados pela autora entre os anos de 1993 e 2020, que tratam sobre diferentes temáticas: teoria da história, gênero, feminismos, anarquismo, sexualidade, subjetividade, arte feminista, neoliberalismo, dentre outras.

Graduada em História pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a graduação em Filosofia, Rago é professora titular colaboradora do Departamento de História do IFCH da Universidade Estadual de Campinas, tendo sido professora-visitante do Connecticut College e da Columbia University, nos Estados Unidos. Publicou livros que trouxeram uma importante contribuição para inúmeros campos de estudos, dentre os quais podemos citar Do Cabaré ao Lar. A utopia da sociedade disciplinar (1985, 2014); Os Prazeres da Noite. Prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo, 1890–1930 (1991, 2008); Entre a História e a Liberdade: Luce Fabbri e o anarquismo contemporâneo (2001); e A aventura de contarse: feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade (2013). Leia Mais

As últimas testemunhas: crianças na Segunda Guerra Mundial | Svetlana Aleksiévitch

Introdução

A obra intitulada “As Últimas Testemunhas: crianças na Segunda Guerra Mundial” trata-se de um livro traduzido do russo em sua 1° edição no ano de 2018, pela editora Schwarcz S.A, São Paulo e publicado pela Companhia das Letras. A autora, Svetla Aleksivitch, jornalista, nasceu em 1948, na Ucrânia, dedicando a sua vida literária/profissional de forma única à observação, escuta e transcrição de relatos a respeito de momentos factuais da história. Momentos dos quais teve forte vínculo afetivo: após a desmobilização de seu pai do exército, a família retornou à sua cidade natal, na Bielorrússia. Aleksievich, estudou na Universidade de Minsk, entre 1967 e 1972. Por causa de sua crítica ao regime, viveu periodicamente no exterior. Em 2015, recebeu o prêmio Nobel de literatura, mesmo escrevendo originalmente em língua russa. Desde então, algumas de suas obras emblemáticas: “Vozes de Tchernóbil (2016)”, “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher (2016)”, “Fim do Homem Soviético (2016)” e o mais atual “Meninos de Zinco (2020)” passaram a ser traduzidas para diversas línguas, dentre elas o português (THE NOBEL PRIZE, 2015).

A obra em questão é o resultado de um trabalho com cerca de cem entrevistas realizadas entre os anos de 1978 e 2004. O que esses adultos tinham em comum? Sobreviventes, com memórias do horror da Segunda Guerra Mundial, afinal, eram “apenas crianças”. Particularmente, crianças são afetadas de maneiras diferentes na Guerra. Fisicamente: quando há falta de comida ou água. Psicologicamente: quando expostas a grandes cenas de horror da guerra, como bombardeios, brigas e deixar suas próprias casas. Emocionalmente: quando pode estar diretamente na guerra, como membro servindo, ou tendo outra ocupação nas forças (MOCHMANN, 2008). Leia Mais

Infâncias e juventudes no século XX: histórias latino-americanas | Silvia Maria F. Arend, Esmeralda B. B. de Moura e Susana Sosenski

O livro Infâncias e juventudes no século XX: histórias latino-americanas apresenta os resultados de investigações realizadas por integrantes do Grupo de Trabalho História da Infância e da Juventude, filiado à Associação Nacional de História – ANPUH-Nacional, e por historiadores membros da Red de Estudios de Historia de las Infâncias en América Latina – REHIAL (https://www.aacademica.org/rehial), criada em 2018. A obra é produto de reflexões que demonstram como os processos sociais relativos à infância, adolescência e juventude (para além do âmbito da escola) têm adquirido uma maior importância na historiografia da América Latina. Essa importância está certamente associada ao fato de que problemas de diferentes ordens relativos a essa parte da população latina ainda são grandes desafios a governos e sociedades que compõem o continente. É importante observar ainda que o livro é composto por capítulos redigidos nos idiomas português e espanhol.

As três organizadoras da obra – Silvia Maria Fávero Arend, docente da Universidade do Estado de Santa Catarina, Esmeralda B. B. de Moura, da Universidade de São Paulo (USP), e Susana Sosenski, que atua na Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) – têm produzido vários estudos na área das Ciências Humanas, especialmente no campo da História da Infância e da Juventude. Leia Mais

História Questões & Debates | UFPR/ANPUH-PR | 1980

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História – Questões & Debates (Curitiba, 1980-) é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (PPGHIS-UFPR) e da Associação Paranaense de História (APAH).

[Periodicidade semestral].

[Acesso livre].

ISSN 0100-6932 (Impresso)

ISSN 2447-8261 (Online)

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