Autoficção: da memória à ficção | Literatura, História e Memória | 2022

Silviano Santiago Imagem Estado de Minas
Silviano Santiago | Imagem: Estado de Minas

“A verdade não está explícita numa narrativa ficcional, está sempre implícita, recoberta pela capa da mentira, da ficção. No entanto, é a mentira, ou a ficção, que narra poeticamente a verdade ao leitor”1 .

Silviano Santiago

A formação deste dossiê, proposto com o objetivo de fomentar a produção crítica e o debate sobre o tema da autoficção como escrita de si, revela, na diversidade das abordagens e obras selecionadas pelo pesquisadores, que a “A palheta da autoficção é variada e é isso que constitui sua riqueza”2 . É, ainda, um caminho aberto a inovações dos autores tanto na ficção quanto na poesia e em outras manifestações da arte, em que “a narrativa de si é sempre modelagem, roteirização romanesca da própria vida”3 .

A apresentação de pesquisas e debates em eventos científicos da área de estudos da literatura e cultura indica que, como estratégia de escrita de si, o tema ainda está longe de ter sido esgotado, ao contrário, a pluralidade de soluções adotadas pelos narradores revela que o caminho está aberto tanto a inovações na ficção como na poesia e em outras artes e que, após mais de 30 anos do surgimento do termo, a definição de autoficção ainda constitui uma aventura teórica4 . Leia Mais

Feminismos e literaturas | Literatura, História e Memória | 2021

Fragmented Feminisms Imagem Sem autoria identificada
Fragmented Feminisms | Imagem: Sem autoria identificada

Quando elaboramos a chamada deste dossiê para a Revista de Literatura, História e Memória, decidimos propor o tema “Feminismos e literaturas” porque ambas as organizadoras estávamos envolvidas e muito entusiasmadas com nossas atuais pesquisas que se vinculam, de distintas formas, às diferentes vertentes das teorias feministas, aplicadas a distintos objetos de estudo. Ambas vínhamos de pesquisas que se relacionavam com outras áreas, mas há algum tempo vínhamos nos sentindo convocadas a direcionar nossos estudos às teorias feministas por variados motivos, sendo um dos mais potentes a procura por parte de nossos alunos e, especialmente, nossas alunas por estudar questões relacionadas a essa área que parecia ter pouco espaço de discussão nas instituições das quais fazíamos parte.

A resposta que obtivemos à chamada deste dossiê parece indicar que os estudos relacionados aos feminismos – neste caso, aqueles que têm como objeto de estudo textos literários – condiz à busca de nossas alunas e nossos alunos. Isso porque tivemos a grata surpresa de receber sessenta e oito submissões para compor um dossiê de quinze artigos, o que parece indicar que há grande produção sobre o tema e, talvez, pouco espaço para sua divulgação. Leia Mais

Literatura e interartes, desdobramentos estéticos e culturais: entrelaçamentos e reverberações da memória, da história, da sociedade e as identidades |  Literatura, História e Memória | 2020

As poéticas interartes oferecem profícuo terreno para evidenciar o encontro entre as diversas linguagens e expressões a partir de uma abordagem atenta aos diálogos até mesmo por meio dos possíveis conflitos oriundos dos entrelaçamentos que perpassam as fronteiras entre as expressões artísticas. Ainda assim, essas aproximações atrelam-se a questões universais que elevam a arte a potencialidades que se referem ao seu caráter, tanto criador quanto resistente às forças que se levantam contra os discursos conciliadores diante dos encontros paradoxais da própria existência.

Foram muitos os teóricos que se debruçaram sobre o dialogismo entre as manifestações artísticas que parecem sempre dispostas a propor métodos de ultrapassar as próprias fronteiras de expressão. Para citar alguns casos emblemáticos, podem ser retomadas, por exemplo, as contribuições de Paulo Emilio Salles Gomes. Entre suas incursões pelas veredas cinematográficas, sempre em consonância com a Literatura, erigiram-se muitas pontes a conduzir e corporificar caminhos de análise e leitura. Em Decio de Almeida Prado e Anatol Roselfeld, no Teatro, é possível perceber os olhares atentos para a formação de uma crítica realizada no país em diálogo com tendências originais de diversas culturas. Já Antonio Candido traz à tona as relações entre a Literatura, a História e a Sociologia, elevando os gêneros literários a suas possibilidades comparativas às demais expressões artísticas como manifestações da sociedade na dialética que permeia o local e o universal. Leia Mais

Manifestações de re-existência: a literatura em tempos de repressão | Literatura, História e Memória | 2020

“A América Latina está em chamas”, estampada em cartazes ou compartilhada pelas redes sociais, essa frase resumiu a soma de vários elementos que começaram a eclodir contemporaneamente no continente – a despossessão econômica gradativa das classes baixas e médias e a crescente concentração de renda nas mãos de um pequeno número de pessoas, o recrudescimento da violência policial contra comunidades periféricas e/ou manifestantes em protestos políticos, o enfraquecimento da democracia por meio de decisões judiciais e/ou criação de leis que contrariam explicitamente os princípios constitucionais, discursos políticos que incitam e/ou legitimam manifestações de ódio e violência social etc. Tal conjunto, não à toa, parece ecoar a dimensão espectral dos regimes totalitários que há algumas décadas assolaram o continente.

A literatura, sendo igualmente uma construção sócio-histórica, compartilha com a sociedade as condições materiais de existência; entretanto, visto ser também processo criativo, abandona a condição de ser meramente espelho social (CANDIDO, 2000) e se torna via de acesso para a compreensão, a denúncia e o rompimento de percepções automatizadas da realidade, torporizadas pelas reiteradas manifestações da violência social (GINZBURG, 2012) e dissimuladas por variados mecanismos ideológicos que negam a ferocidade nas relações com tantos “outros” intimidados, reprimidos, reificados e proscritos às margens (CHAUÍ, 2017). Além disso, a literatura também é um campo privilegiado para o surgimento de renovadas conformações estéticas, novas poieses a figurar, entre tantas relações, a articulação entre violência, repressão e sociedade. Leia Mais

Literatura e suas fronteiras: do local e do global | Literatura, História e Memória | 2019

A Revista de Literatura, História e Memória tem o prazer de abrir o seu vigésimo quinto número com as reflexões em torno da Literatura e suas fronteiras: do local e do global.

Para dar início às discussões, o texto “La (im)posibilidad del diálogo en la tierra de nadie: el problema de la frontera en Texas, de Carmen Boullosa”, de Claudia Macías, analisa as possibilidades e os limites do diálogo entre raças e culturas no romance de Boullosa a fim de mostrar como a obra questiona os fatos históricos a partir do problema da memória coletiva frente à memória manipulada proposto por Paul Ricoeur. Leia Mais

Literatura, História e Memória | UNIOESTE | 2005

Literatura Historia e Memoria

Revista de Literatura, História e Memória (Cascavel, 2005-), publicação semestral do Colegiado de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, recebe artigos e ensaios, de acordo com as normas da revista, para a composição de suas próximas edições. O projeto acolhe artigos originais e inéditos de interesse da comunidade científica.

A revista organiza-se a partir de um dossiê, conforme chamadas para publicação, e uma seção temática intitulada “Pesquisa em Letras no Contexto Latino-americano e Literatura, Ensino e Cultura”, contemplando as linhas de pesquisa da Graduação e da Pós-Graduação.

O periódico foi gestado nas temáticas e pesquisas divulgadas nas primeiras edições do Seminário Nacional de Literatura, História e Memória, evento permanente no calendário acadêmico das atividades científicas e culturais do Colegiado de Graduação em Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UNIOESTE – Campus de Cascavel.

Vinculado ao Grupo de Pesquisa “Confluências da Ficção, História e Memória na Literatura e nas Diversas Linguagens”, o projeto editorial pretende contribuir para o desenvolvimento acadêmico, motivando a participação de pesquisadores externos, de alunos e egressos em atividades de caráter científico, a fim de propiciar a reflexão sobre leituras que se propõem a desvendar o ser humano e suas representações em distintos campos do conhecimento.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

ISSN 1983-1498

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