Educação camponesa na América Latina: Práticas formativas, experiências pedagógicas e multisseriação/Abatirá – Revista de Ciências Humanas e Linguagens/2022

Apresentamos neste Dossiê um conjunto de textos cujas temáticas buscam aproximar o diálogo, a troca de experiências e reflexões sobre as diversas formas de como se tem materializado a educação para as populações camponeses no contexto da América Latina, buscando evidenciar políticas, projetos e experiências educacionais neste contexto. As discussões aqui apresentadas fortalecem a consolidação de uma pedagogia camponesa e subsidiam pesquisadores e educadores comprometidos com a educação das populações do campo. Leia Mais

Os saberes dos povos e a desconstrução: Religiosidade, Natureza e Cultura | Abatirá | 2021

Jacques Derrida writes Religiosidade
The intimacy of friendship, Jacques Derrida writes, lies in the sensation of recognizing oneself in the eyes of another | Foto: Denis Dailleux / Redux

Jacques Derrida foi um filósofo nascido na encruza, uma encruzilhada chamada Magrebe, entre norte e sul, entre ocidente e oriente. Derrida, um pied noir, como chamavam os franceses aos africanos do norte, um pé-preto, judeu-árabe, mas nem judeu nem árabe completamente, muito branco pra ser Africano, mas muito preto pra ser Europeu, ele vem desse lugar, se assenta nesse lugar e sustenta que só nesse lugar de cruzos se pode pensar. Desse estranho lugar nasce “essa estranha instituição chamada filosofia”: seja na encruzilhada que foi a Grécia Antiga, antes de ser pretensamente purificada pelos alemães do século XIX, seja na encruzilhada que foi o Egito, seja aqui nas nossas esquinas das Américas.

Quando esteve no Brasil para a última conferência que daria em vida, em agosto de 2004 4, Derrida nos pede que deixemos de lado certas picuinhas filosóficas, herdadas da Europa como “os grandes problemas da filosofia”, para pensarmos nossas questões. Acreditava ele que alguns de seus textos poderiam nos ajudar, não como “método” para ser aplicado, nem como modelo, mas, talvez, como inspiração para que cada um possa pensar suas questões desde e a partir de seu chão, que não é nenhuma espécie de fundamento, nem lugar determinado. Leia Mais

Branquitude e racismo estrutural na Universidade | Abatirá | 2021

Racismo estrutural quando o preconceito vira regra Religiosidade
Racismo estrutural: quando o preconceito vira regra | Imagem: Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará

A Revista Abatirá é uma publicação eletrônica do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias do Campo XVIII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e tem como escopo fomentar a produção científica para a construção do conhecimento no campo da Educação. Com o propósito de contribuir com o debate acadêmico sobre as várias dimensões da educação, este dossiê, volume 2, número 4, brinda os leitores com a publicação de estudos científicos inéditos sobre “Branquitude e racismo estrutural na Universidade”.

Antes da conceituação de branquitude, é importante entendermos o que é privilégio, termo que, de acordo com o dicionário Michaelis3, significa “direito, vantagem ou imunidades especiais gozadas por uma ou mais pessoas, em detrimento da maioria” ou, juridicamente, “posição de superioridade, amparada ou não por lei ou costumes, decorrente da distribuição desigual do poder político ou econômico”. Nessa perspectiva, Cardoso (2020, apud DRUMOND, 2021) diz que, na nossa cultura ocidental contemporânea, o termo parece não fazer sentido, já que prevalece o princípio da igualdade perante a lei, sendo o privilégio algo do passado, um período em que o privilégio era um direito, a depender do segmento social de nascimento de cada pessoa. Leia Mais

Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (Re)aproximações diaspóricas | Abatirá | 2021

Bandeira de Mocambique Religiosidade
Bandeira de Moçambique símbolo ícones de computador, bandeira, miscelânea, bandeira png | Imagem: GratisPGN

A vida é como a água, nunca esquece o seu caminho. A água vai para o céu, mas volta a cair na terra. Vai para o subterrâneo, mas volta à superfície. A vida é um eterno ir e voltar.

Paulina Chiziane (2002)

Estamos cansados de saber que nem na escola, nem nos livros onde mandam a gente estudar, não se fala da efetiva contribuição das classes populares, da mulher, do negro do índio na nossa formação histórica e cultural. Na verdade, o que se faz é folclorizar todos eles.

Lélia Gonzalez (1982, p. 3)

Iniciamos esse texto, num encontro afrodiaspórico entre duas mulheres negras, Paulina Chiziane, escritora moçambicana, e Lélia Gonzalez, intelectual brasileira, marcando que nossa ancestralidade diaspórica é uma mulher negra. Neste sentido, o dossiê Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (Re)aproximações diaspóricas tem como objetivo apresentar textos que enunciam práticas discursivas em políticas curriculares no Brasil e Moçambique, bem como, experiências educativas que nos possibilitem (re)aproximações diaspóricas exercitadas “nas culturas e movimentos de resistência e de transformação e outros processos políticos que não são visíveis em escala maior” (GILROY, 2012, p. 20). Leia Mais

Educação para as Relações Etnicorraciais: O ensino de ciências e suas tecnologias | Abatirá | 2021

Detalhe da Capa da Abatirá (v.2, n.3, 2021) |Imagem: Pedro Arão

A revista Abatirá nesta edição traz um dossiê duplo intitulado “Educação para a diferença”, que reuniu textos de grande valor intelectual e que carregam uma significativa simbologia de reversão do alterocídio e da destituição do homem branco em perspectiva cisheteropatriarcal deste lugar de sujeito universal.

No dossiê “Educação para as relações étnico-raciais: o ensino de ciências e suas tecnologias”, as professoras Afro-brasileiras Dra. Bárbara Carine Soares Pinheiro e Dra. Marta Regina dos Santos Nunes, juntamente com o professor Senegalês Dr. Mamour Sop Ndiaye apresentam um compilado de textos que desafiam o genocídio e a pilhagem epistêmicos nas ciências tidas socialmente como “exatas”. Foram selecionadas produções textuais que dialogam diretamente com o intuito desta edição da revista que ao divulgar a ciência africana, seja por meio do complexo educacional ou por outras vias, visando ressignificar a constituição subjetiva de pessoas negras marcada fortemente por uma memória de ausências: ausência de intelectualidade, de pioneirismo, de cientistas, de positivisação histórica, de produções científico-tecnológicas, de memórias afetivas acerca de si e dos seus. Leia Mais

Educação Escolar Indígena | Abatirá | 2020

A Revista Abatirá encerra o ano de 2020 brindando a comunidade e seus leitores com o generoso dossiê, intitulado “Educação escolar indígena no século XXI”: desafios, especificidades e perspectivas”. Trata-se de um número organizado por especialistas na temática educação indígena, contendo artigos que abordam as histórias, os desafios e os avanços de um tema tão caro e necessário, o qual precisa ganhar visibilidade nos espaços universitários, escolares e populares, especialmente nesse momento em que atravessamos uma conjuntura difícil, caracterizada pela crise generalizada e pelo avanço do autoritarismo e da política antiindigena orquestrada pelo Estado brasileiro.

No percurso de contato dos colonizadores portugueses e do Estado brasileiro com os povos originários, identificamos ações detratoras que promoveram e promovem o etnocídio, o epistemicídio e o desaparecimento de saberes, línguas e cosmologias. Políticas de Estado que prometiam salvar almas e que se diziam promotoras da civilização e da cidadania, por trás da ideia de progresso, vilipendiaram os povos originários com opressão e violência sistemáticas. Leia Mais

Ensino de História da África: possibilidades e estratégias | Abatirá | 2021

O poeta palestino Mourid Barghouti escreve que se você quer destituir uma pessoa,

o jeito mais simples é contar sua história, e começar com “em segundo lugar.

Chimamanda Adichie (2015)

A década de 1990 constituiu um marco importante no que concerne o ensino da História da África e da Cultura Afro-Brasileira nas escolas brasileiras da rede pública. Embora de forma relativamente não sistematizada, a contribuição dos africanistas brasileiros tem-se demonstrado, ao longo das últimas duas décadas, relevante no que concerne o ensino da história e cultura africanas nas escolas da rede pública (LIMA, 2017, p. 117-140). Paralelamente, a promulgação da Lei Federal 10639/2003 definiu novos caminhos, favorecendo reflexões mais articuladas e propostas pedagógicas e didáticas mais eficazes no âmbito do ensino da História da África. De acordo com Anderson R. Oliva (2007, p. 143-173), a aprovação da Lei incentivou, embora de forma desigual e fragmentada, iniciativas importantes em termos de ensino, pesquisa e extensão, tendo sido implementados, a partir dos primeiros anos do novo milênio, cursos de especialização e levadas a cabo ações de formação de professores, congressos e seminários, bem como publicações científicas. A Lei constituiu um ponto de viragem fundamental no ensino, embora de um modo geral se tenham privilegiado temáticas relacionadas com a história e cultura afro-brasileira, em detrimento do ensino da história africana. É nesta linha de reflexão que o autor sublinha o fato de intelectuais africanos terem apontado para a necessidade de uma “inversão de foco histórico de matriz eurocêntrica para um foco conduzido por uma matriz afrocêntrica” (OLIVA, 2009, p. 155). No entanto, cabe interrogar em que medida tais reflexões e produções têm correspondido aos objetivos fixados pela lei federal referenciada e como esse percurso tem sido traçado e quais os principais desafios? Leia Mais

Abatirá | UNEB | 2020

Abatira Religiosidade

Abaritá (Eunápolis, 2020) é uma publicação eletrônica do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias do Campus XVIII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e tem como escopo fomentar a produção científica para a construção do conhecimento no campo da Educação.

A revista ABATIRÁ é organizada através textos originais de diferentes perspectivas teórico-metodológicas, que contribuam para o debate acadêmico sobre as várias dimensões da educação: políticas públicas educacionais; trabalho docente e as práticas pedagógicas; produção e difusão do conhecimento nas diversas áreas dos currículos, nos diferentes níveis e modalidades de educação; processo de ensino e aprendizagem; contribuição de outras áreas do conhecimento no constructo de epistemologias, metodologias, currículos e inovações didáticas no campo da educação.

Busca a publicação de estudos científicos inéditos, de caráter teórico ou aplicado e de reconhecida qualidade acadêmica, produzidos por pesquisadoras(es) de universidades e instituições de pesquisa do Brasil e do exterior.

Periodicidade semestral.

Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.

ISSN  2675-6781

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