Fronteiras e diversidades culturais no século XXI: desafios para o reconhecimento no estado global | Tania Barros Maciel, Maria Inácia D’Ávila Neto e Regina Gloria Nunes Andrade

Em junho de 2011 foi realizado no Rio de Janeiro o Colóquio Internacional “Fronteiras e Diversidades Culturais no século XXI: desafios para o reconhecimento do Estado Global”, com a participação de convidados brasileiros e estrangeiros que durante dois dias discutiram um cenário que poderíamos classificar como ultra-contemporâneo. O resultado dessas discussões foi publicado no livro com mesmo título, organizado pelas também organizadoras do Colóquio: Tania Barros Maciel, Maria Inácia D’Ávila Neto, ambas do Programa de Estudos Interdisciplinares de Comunidades e Ecologia Social (EICOS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Regina Glória Nunes Andrade, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

No livro, em 19 capítulos, os autores refletem de maneira diversa e plural sobre as novas tessituras do mundo contemporâneo e os grandes dilemas produzidos num tempo que construiu “identidades globalizadas” como uma forma de arquitetar uma solidariedade apregoada aos quatro ventos como numa espécie de super slogan do mundo em que vivemos. Leia Mais

Dramaturgia do telejornalismo: a narrativa da informação em rede e nas emissoras de televisão de Juiz de Fora- MG | Iluska Coutinho

Uma CPI da corrupção, irregularidades no judiciário, o afundamento de uma plataforma de petróleo. Estes e outros cenários e personagens estão inseridos na “Dramaturgia do telejornalismo” título e conceito-chave da obra da pesquisadora Iluska Coutinho. No livro, a autora aponta para uma estrutura narrativa característica do drama nas notícias televisivas, favorecida por uma tendência intrínseca ao veículo, à sua forma de ordenamento das informações: a serialidade. Tendo como conceito base a concepção de “drama” proposta por Aristóteles, a autora observa, demarca e anuncia, por meio da análise dos telejornais de rede e regionais, uma distribuição de “papéis” e conseqüente categorização de personagens em vilões, mocinhos e heróis estereotipados, cuja frequência vai além das obras ficcionais.

De acordo com a pesquisa, na estruturação de notícias e reportagens ancoradas numa narrativa dramática, tanto em nível local quanto nacional, as ações se desenrolam na medida em que nos são dados a conhecer os personagens e ainda outros elementos daquela estória, tais como cenário, contextos, referências temporais. Tais fatores permitem observar fronteiras- se não demarcadas- ao menos próximas entre telejornalismo e show, com a conversão de tecnologia e tradição em estratégias comerciais ou editoriais que tentam posicionar cada edição no campo do “jornalismo”. Para Coutinho, embora diante das definições clássicas de jornalismo possa soar como heresia, não figura como algo forçoso o paralelo entre notícia e drama caracterizando uma “dramaturgia do telejornalismo brasileiro”. A convergência não apenas é possível como pode ser considerada um modelo hegemônico nos telenoticiários nacionais veiculados em rede, tanto os de caráter público quanto naqueles veiculados em televisões de âmbito privado. Leia Mais

História Cultural da Imprensa – Brasil 1800-1900 | Marialva Barbosa

Marialva Barbosa faz um passeio investigativo minucioso e criterioso, em sua obra “História Cultural da Imprensa – 1800-1900”(2010), partindo da chegada da família real em território nacional, que em fuga à eminente invasão de Napoleão de Portugal, inaugura no Brasil a imprensa, com mais de trezentos anos de atraso, já que Gutenberg criou a prensa de tipos móveis, em meados do século XV, na Mogúncia, Alemanha, sendo rapidamente expandida por toda Europa e chegando, inclusive, ao México poucos anos depois. (GIOVANINNI, 1987).

Com a fundação da Impressão Régia em terras brasileiras, é também criado o primeiro jornal oficial brasileiro “Gazeta do Rio”, em 10 de setembro de 1808, ressaltando que a imprensa no Brasil chega em meio à polêmica, uma vez que dois meses antes já circulava em terras brasileiras um jornal, clandestino e opositor à Coroa, produzido em Londres por Hipólito da Costa chamado Gazeta Braziliense. Leia Mais

(Des)medidos – A revolta dos quebra-quilos (1874- 1876) | María Verónia Secreto

Quebra-quilos – termo usado para designar revoltas que acometeram diversas localidades em oito províncias brasileiras (sete delas no Nordeste do país) nos anos de 1874 a 1876 – foi a última grande revolta do Período Imperial, e teve como protagonistas os pobres-livres das regiões rurais: sertanejos, criadores de gado, agricultores de subsistência. Apesar do nome pelo qual ficou conhecida, a resistência à introdução do sistema métrico era apenas um entre vários motivos das manifestações.

A autora identifica e evidencia as “camadas interpretativas” que recobriram o movimento dos quebra-quilos, desde os primeiros registros sobre ele. As autoridades provinciais e os letrados contemporâneos à revolta impingiram um colorido supersticioso e ignorante às manifestações, e creditaram-nas à influência de “agentes externos”; os historiadores regionais, muito concentrados em seus universos locais, deixaram de enxergar o movimento em sua magnitude completa. A autora indica ainda o erro recorrente e bastante comum, presente em trabalhos mais recentes, de se considerar tais manifestações como meros “espasmos” sociais, desarticulados de qualquer contexto mais profundo. Leia Mais

Poder e Trabalho – Experiências em História Comparada | Fábio de Souza Lessa

Em Poder e Trabalho, livro organizado pelo Prof. Dr. Fábio de Souza Lessa do Departamento de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), encontramos uma síntese das amplas possibilidades apresentadas aos estudos históricos pelo método comparativo: a análise de diversos acontecimentos e fenômenos históricos a partir da “perspectiva construtiva”, baseada na apresentação de um conjunto de problemas em comum.

Poder e Trabalho traz o que há de mais significativo no método comparativo: a possibilidade de termos uma temática eleita e esta ser desenvolvida, através do comparativismo, em diversos períodos históricos. A partir dos eixos Poder e Trabalho, professores, mestres e mestrandos do Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC) da UFRJ, elaboram reflexões acerca da temática central do livro, mas em períodos e espaços distintos, como África Antiga, Brasil Contemporâneo, Grécia antiga, Península Ibérica Medieval, dentre outros. Leia Mais