Os povos indígenas na história: agenciamentos, direitos e lutas/Cadernos de Pesquisa do CDHIS/2019

Embora o colonialismo tenha se esgotado formalmente na América a pelo menos dois séculos, a colonialidade, como a define Quijano1, persiste. Padrão de controle e classificação hierarquizante das populações, ela afeta todos os campos da vida social e reproduz, até hoje, relações de ser, pensar, fazer e poder que ainda são coloniais. A simples escolha semântica de América e Latina, ou de Novo Mundo, não só fortalece(u) a versão ocidental de nossa história e cultura, mas, ao silenciar outras tantas semânticas, exclui(u) também de um só golpe trabalhadores pobres, afrodescendentes e povos originários dos projetos de construção das nações dessa parte do mundo. Conduzidas por elites que, se não eram, queriam ou imaginavam ser europeias, as diferentes políticas de Estado, como por exemplo as indigenistas, sempre procuraram, de uma forma ou de outra, transformar essas populações em nacionais, sejam eles argentinos, peruanos, chilenos, mexicanos, brasileiros, bolivianos etc., ou o que quer que essas coisas representem. Como se não bastasse o fardo do peso histórico do genocídio, do etnocídio, da expulsão e da segregação cometidos contra os povos indígenas, sua face perversa e monstruosa se repete no atual momento político delicado pelo qual passa todo o continente, marcado não só pelo sucessivo retrocesso nos diretos sociais (transformados em serviços pelo ultra neoliberalismo de extrema direita que nos recoloniza), como no claro discurso de que essa parcela da população é prescindível, descartável; sina igualmente compartilhada por pobres e afrodescendentes. Leia Mais

O pensamento intelectual, a historiografia e o ensaísmo na produção intelectual brasileira e latino-americana (1870-1960)/Tempos Históricos/2019

O presente número da Revista Tempos Históricos, o periódico científico do Programa de Pós-Graduação e do Curso de Graduação em História da Unioeste, apresenta o seguinte dossiê: O pensamento intelectual, a historiografia e o ensaísmo na produção intelectual brasileira e latino-americana (1870-1960). Leia Mais

Questão Agrária e Povos da Terra /Tempos Históricos/2019

A Revista Tempos Históricos tem a grata satisfação em apresentar os resultados do Dossiê Questão Agrária e Povos da Terra, integrante desse volume e que contém 14 artigos aprovados pelo quadro dos pareceristas da revista. Antes de apresentá-los, brevemente, é oportuno indicar algumas reflexões acerca da questão agrária e os povos da terra, haja vista a própria receptividade que a chamada teve e a pertinência desses temas para a história e a historiografia. Leia Mais

A morte desvendada: percepções sobre o além do mundo antigo e medieval/Mythos – Revista de História Antiga e Medieval/2018

Eu luto pela vida: um trabalho real, que vale a pena. Não tenho nenhum desejo de morrer, mas já vivi tão perto da morte e de suas consequências que a vejo agora como algo natural. Todos nós devemos morrer um dia, mas a morte sempre virá cedo demais para o homem ou a mulher que tem uma intensa sede de viver. Cada minuto que passa tem um significado, uma profundidade maior do que qualquer outra coisa, mesmo que pareça comum e rotineiro. Cada rajada de vento, cada canto da cigarra, cada revoada de pombos é como um poema. – Marianella García Villas (El Salvador, 1980). Leia Mais

A instituição retórica e a sua longa duração/Cadernos de Pesquisa do CDHIS/2018

Na segunda metade do século XVIII, a literatura romântica suplantou a longeva instituição retórica. Por outras palavras, uma “arte nova” ancorada nos regimes de estética suprimiu os diferentes gêneros retórico-poéticos surgidos em tempos remotos. Não obstante, é recorrente (e problemática) a adoção indiscriminada do conceito de “literatura”, como se seus fundamentos fossem universais e/ou atemporais. O presente dossiê, multívio como o herói Odisseu, reuniu trabalhos sobre diferentes práticas letradas a partir de seus códigos linguísticos, concebendo-as como objetos tecnicamente arranjados e cuidadosamente articulados com base nos estilos e preceitos do gênero ao qual se afinam. Ater-se a esse universo significa considerar a historicidade das letras e, simultaneamente, da retórica que as organiza. Leia Mais

Trabalho rural e movimentos sociais no campo/Tempos Históricos/2018

A organização do dossiê Trabalho rural e movimentos sociais no campo para a revista Tempos Históricos ocorreu nesse tempo singular da recente história do Brasil. Um momento pululam notícias sobre os impactos da reforma trabalhistas para os trabalhadores rurais, com precarização das já precárias condições de trabalho no campo e, agora, o projeto de reforma da previdência, que pode tornar mais difícil ou, segundo alguns advogados especializados em direito previdenciário, impossível a aposentadoria para muitos trabalhadores rurais. Leia Mais

História social das propriedades/Tempos Históricos/2018

Não é nada fácil construir um dossiê, principalmente quando a temática ainda é muito pontual na historiografia brasileira. De fato, os estudos nacionais tendem a considerar o surgimento da propriedade como um dado, sublimando, muitas vezes, não somente os conflitos que a envolvem, como também o elemento-base da reflexão: a própria noção propriedade. Essa, queiramos ou não, é uma ficção jurídica, fundada e expressa como um contrato, sobre uma história da ocupação inventada. Leia Mais

História, Historiografia e Ensino de História/Cadernos de Pesquisa do CDHIS/2018

Em meio ao horror à vida são significações de Beatriz Sarlo, ao problematizar o modo como o nazismo administrou à morte de milhares de pessoas que eram conduzidas aos campos de concentração durante à segunda Guerra Mundial. Leia Mais

A perspectiva ficcional: representações literárias do passado/Cadernos de Pesquisa do CDHIS/2017

No dossiê desta edição dos Cadernos de Pesquisa do CDDHIS, revista do Centro de Documentação e Pesquisa de História da Universidade Federal de Uberlândia, o leitor terá contato com textos que tratam das fronteiras entre a narrativa histórica e a narrativa literária, partindo do princípio de que essa é questão fundamental para a delimitação da especificidade dos discursos ficcionais e historiográficos. Leia Mais

Revoluções, insurreições e resistências/Tempos Históricos/2017

O ano de 2017 foi um importante marco comemorativo da história mundial: a Revolução Soviética de 1917. Este fato foi relembrado mundo afora, acompanhado de lembranças sobre outros momentos importantes do movimento internacional dos trabalhadores. No caso brasileiro, a Greve de 1917, e vários outros momentos da luta da classe que se inspiraram de alguma forma na Revolução. Tivemos nesse ano uma profusão de publicações sobre aspectos distintos da Revolução: a experiência soviética; o papel das mulheres; a questão sexual; a produção revisionista, são apenas alguns deles. Noutros pontos do mundo, e especialmente na Europa, o discurso revisionista, que desde há décadas tem procurado, como se fizera já no período de entre guerras mundiais, demonizar a Revolução de Outubro e, por consequência, apresentar os processos revolucionários como “excrescências” da história, teve que se enfrentar com a renovação do interesse na investigação sobre os processos de participação política de massas e os novos movimentos sociais à luz das releituras empenhadas da revolução de 1917. Leia Mais

Experiência social e escrita da história: relações de poder na contemporaneidade/Tempos Históricos/2017

A construção do dossiê traz, nesse momento de inquietude histórica, um repertório de reflexões em que ganhou espaço questões tangenciadas por uma trama de mudanças e permanências na confrontação de valores, expressas no campo de forças da dinâmica social. Os artigos que compõem esse número não só reafirmam como determinadas problemáticas (significadas na experiência social) são pautadas na historiografia, mas indicam como os trabalhadores se colocaram, foram vistos nas relações em que se envolveram e avaliados na cena historiográfica. Leia Mais

História e cinema: representações do feminino e o jogo das alteridades/Cadernos de Pesquisa do CDHIS/2017

As discussões em torno da questão de gênero e suas representações se tornam especialmente importantes quando confrontadas com os dados cada vez mais alarmantes em relação ao aumento dos chamados crimes de ódio em nossa sociedade, que incluem o feminicídio e toda sorte de violência contra aqueles(as) não inscritos(as) na heteronormatividade. Leia Mais