Sandra Jatahy Pesavento: acervo, memórias e trajetórias de pesquisa / Revista do IHGRS / 2020

Sandra Jatahy Pesavento: acervo, memórias e trajetórias de pesquisa [1]

Em março de 2019 completaram-se os 10 anos do falecimento da Profa. Dra. Sandra Jatahy Pesavento (1946-2009), docente titular do Departamento de História da UFRGS e professora dos Programas de Pós-Graduação de História e do PROPUR da mesma instituição. Algumas homenagens foram feitas pela equipe que coordena o acervo da professora, abrigado no IHGRGS em Porto Alegre. Uma destas homenagens foi a IV Jornada Sandra Jatahy Pesavento que aconteceu em 8 de junho do ano passado, no Centro Histórico Cultural da Santa Casa de Misericórdia. Para ela, foram convidados alguns pesquisadores que tiveram forte interlocução com a historiadora Pesavento, seja pelo GT de História Cultural, seja pela orientação de pós-graduação. Naquele momento, surgiu a ideia de publicarmos os textos apresentados e, para isso, todos os participantes foram convidados a comporem este dossiê. Nem todos puderam aceitar, mas a maior parte, sim, enviou seu texto para nós.

A trajetória da professora / pesquisadora / historiadora, dedicada ao ensino de História e à pesquisa, resultou na projeção e no reconhecimento do inegável legado intelectual dos seus estudos nos campos da História Econômica e da História Cultural, atestando a importância da influência do seu pensamento na formação de gerações de historiadores / as e na produção historiográfica contemporânea. Sandra Pesavento fez doutorado em História Econômica na USP, seguindo formação na França na vertente da História Cultural, onde construiu uma trajetória acadêmica internacional relevante, contribuindo, sobretudo, para a formalização de acordos entre universidades francesas e a UFRGS, notadamente o acordo CAPES / COFECUB. Foi pesquisadora 1 A do CNPq desde o ano de 1996. Autora de uma vasta obra historiográfica, com aproximadamente 261 publicações (entre artigos publicados no Brasil e no exterior livros, entre individuais e coletivos e capítulos de livros), Pesavento foi uma das mais importantes historiadoras do século XX, no Brasil, cuja obra versa sobre variadas vertentes da historiografia.

Da História Econômica, com viés marxista, à História Cultural, sua extensa obra versa sobre as charqueadas gaúchas, sobre a Revolução Farroupilha, sobre a burguesia gaúcha e, também, sobre as questões do urbano, das imagens, das sensibilidades e da relação História-Literatura, estas últimas já sob o enfoque da História Cultural.

Por iniciativa da família Pesavento (esposo e filhos da historiadora), os escritos da historiadora gaúcha foram digitalizados integralmente e disponibilizados gratuitamente para a comunidade acadêmica e para a sociedade em geral. Atualmente estão alocados no site oficial do Instituto Histórico Geográfico, o qual guarda, também, seu acervo intelectual (biblioteca e material de 40 anos de pesquisa, incluindo também seus objetos, álbuns e diários de viagens). Existe, desde início de 2015, uma equipe de curadoria para o acervo, sob responsabilidade de uma historiadora (uma das organizadoras deste dossiê), que atua em diversas ações de preservação e divulgação deste arquivo pessoal tão importante para história da disciplina História de nosso estado.

Justificou-se, por este conjunto de fatores, a proposição de um Dossiê Temático na Revista do IHGRGS, focando os percursos da pesquisadora e o processo de construção dos seus objetos e metodologias de pesquisa singulares, através de seu acervo, de memórias de seus interlocutores / as e de trajetórias de pesquisas que se entrecruzam em diálogo com os seus estudos durante o período em que esteve ativamente produzindo no campo da História. A proposta emergiu desta reflexão frente à importância de sua produção, mas também frente ao momento que atravessamos no Brasil, onde se faz necessária a discussão sobre os espaços patrimoniais de guarda de documentos e o desenvolvimento de políticas públicas que auxiliem em sua salvaguarda e manutenção. Também devido à situação de pandemia que atravessamos, outras reflexões se fazem necessárias e são incorporadas em alguns textos.

O referido dossiê reúne, assim, trabalhos de pesquisadores / as, professores / as que tiveram uma significativa interlocução com a historiadora e ou com sua obra e acervo, buscando gerar e socializar novas abordagens através do seu legado, seu acervo e memórias desta pesquisadora. Compõem o dossiê: nove artigos (oito de convidados, incluindo os convidados da Jornada de 2019 e membros da equipe de curadoria do Acervo SJP, e um que veio pela chamada pública); uma entrevista com Jacques Leenhardt (professor francês de forte interlocução com a historiadora); duas resenhas de livros de Pesavento; um artigo da própria historiadora, sobre memória e patrimônio e publicado nos Cadernos LEPAARQ da UFPEL em 2008; um artigo intitulado “Conversando com Sandra”, de um colega historiador que teve uma influência da obra de Pesavento em sua trajetória acadêmica.

Também a publicação do conjunto de artigos, entrevistas e resenhas neste dossiê surge no período de comemoração do centenário do IHGRGS (agosto / setembro de 2020), o que é de grande relevância para a comunidade acadêmica e para a história do Instituto.

Desejamos uma ótima leitura a todos!

Nota

1. Esse dossiê é um dos produtos do projeto de pesquisa “O pensamento de Sandra Jatahy Pesavento e sua importância na historiografia brasileira: da história econômica à História Cultural – um estudo a partir do arquivo pessoal da historiadora”, em parceria do PPG em Performances Culturais da UFG (Universidade Federal de Goiás) com o IHGRGS, onde está depositado sob custódia o arquivo da historiadora. O projeto foi contemplado no edital ‘Chamada Universal MCTIC / CNPq n.º 28 / 2018’, portanto tem financiamento do CNPq.

Porto Alegre, 21 de julho de 2020

Hilda Jaqueline de Fraga – Doutora.

Nádia Maria Weber Santos – Doutora.

Organizadoras do Número Especial Dossiê Sandra Jatahy Pesavento


FRAGA, Hilda Jaqueline de; SANTOS, Nádia Maria Weber. Apresentação. Revista do IHGRS. Porto Alegre, n.158, 2020. Acessar publicação original [DR]

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Mito, arquétipo e arte nas Performances Culturais / Revista Mosaico / 2020

Neste momento, em que estamos escrevendo a apresentação de um dossiê temático que há muitos meses nos ocupa e a humanidade está passando por uma pandemia grave, de proporções inimagináveis a nós todos há pouco menos de um mês atrás, temos que valorizar mais ainda o humano que existe em todos nós, e que desde tempos imemoriais atua como uma força propulsora de ações e pensamentos que, de uma forma ou outra, representa nossas dinâmicas mais profundas. Embora muitas epidemias tenham existido durante o trânsito da humanidade na superfície terrestre, essa em especial nos atinge quando somos todos adeptos de tecnologias virtuais instantâneas e podemos tanto difundir mais rapidamente doenças, ideias e ajudas, como transitar nos mundos pessoais e coletivos ao mesmo tempo. De forma simbólica, o mundo se aproximou, mas também é certo que as ajudas humanitárias viajam mais rapidamente de um lugar a outro. Pensar hoje o mote desse dossiê é pensar na atualidade de alguns mitos, expressões de dinâmicas arquetípicas, e dar vazão a uma das áreas humanas que mais ‘salvam’ o nosso espírito neste momento: a arte. Obviamente que os textos do dossiê não tratam desta pandemia, mas deixamos aqui uma pista para o leitor: pense esta época como o descortinar de problemas escondidos para debaixo do tapete da humanidade e das nações e que não mais poderemos negar daqui por diante. Várias dinâmicas arquetípicas e assuntos coletivos estão em pauta, como a questão do meio ambiente, a pobreza, a ganância, a solidariedade, o binômio saúde-doença e, não menos importante, a questão do amor (por si, pelo outro, pelo coletivo…).

O dossiê “Mito, arquétipo e arte nas Performances Culturais”, coordenado pelos doutorandos Luana Lopes Xavier, Ivan Vieira e pela professora Dra. Nádia Maria Weber Santos, do PPG em Performances Culturais da UFG, congrega 13 breves ensaios (12 nacionais e um internacional), relacionados à temática. Foi pensado inicialmente a partir da disciplina homônima cursada por mestrandos e doutorandos do Programa Interdisciplinar citado, em 2018-2. Porém, o dossiê vai além, uma vez que seu mote interdisciplinar dialoga perfeitamente com inúmeras disciplinas, o que fica óbvio a partir dos artigos publicados, configurando-se, assim, num campo de pesquisa profícuo em que a disciplina História é muito próxima de nossas discussões.

A reflexão principal deste conjunto de textos passa por apresentar e interpretar os diversos sistemas simbólicos em que se inserem os processos imagéticos contidos nas Performances Culturais. Estes sistemas são nomeados como mitologias ocidentais e orientais, contos de fada, folclore, cosmogonias e mitologias religiosas, astrologias, alquimia e outros sistemas culturais da representação humana. Os ensaios apresentam e discutem alguns sistemas simbólicos, incluindo os símbolos universais, isto é, arquetípicos, relacionando-os às temáticas e aos objetos de pesquisa de seus autores. As discussões teóricas dos textos são direcionadas a autores das Performances Culturais bem como a teóricos estudados na disciplina e aprofundados nos artigos, como o filósofo neo-kantiano Ernst Cassirer, o pensador da psique, original e revolucionário no século XX, Carl Gustav Jung e alguns historiadores, como por exemplo, Roger Chartier. Alguns conceitos são explorados pelos autores na inter-relação com seus objetos de estudo, entre eles: sistemas simbólicos, imagens míticas, mitologema, arquétipos e símbolos arquetípicos. Partindo da indagação “como pensar as imagens arquetípicas na produção imagética contemporânea e qual a relação entre imagem, ação e Performance”, os ensaios, embora breves, percorrem o caminho da tentativa de interpretação de algumas destas imagens, correlacionando sempre psique individual e psique coletiva.

Seria profícuo, aqui, esclarecermos, mesmo que rapidamente, nossos motes conceituais. Por Arquétipos, entendemos, a partir da definição feita pela psicologia junguiana, os constituintes (juntamente com os instintos) do inconsciente coletivo. Aparecem de forma mais pura nos contos de fada, mitos, lendas e folclore. Etimologicamente, a palavra arquétipo origina-se no grego archḗ (ἀρχή) e significa início, origem e num sentido mais amplo também arcaico, primitivo, primordial, elementar; e týpos (τύπος), cujo sentidos são impressão ou marca. Arquétipo é, assim, uma marca primordial do humano, dentro do humano (e não fora, não metafísica, como o querem alguns críticos da teoria…). É, sim, a disposição estrutural básica para produzir uma certa narrativa mítica. Ele é, além de “pensamento elementar”, também fantasia e imagem poética elementar, uma emoção elementar, um impulso elementar dirigido a alguma ação típica (situações típicas de vida). As dinâmicas arquetípicas, expressas simbolicamente na produção imagética da humanidade, revelam os dramas humanos mais típicos presentes em todas as sociedades.

Os mitos são a primeira expressão das formas arquetípicas e a linguagem essencial pela qual o conhecimento humano se manifestou por longos períodos, antes que a humanidade desenvolvesse o pensamento filosófico ou científico. Originalmente, a palavra mŷthos (μῦθος) descrevia qualquer tipo de relatos ou narrativas referentes ao presente e ao passado. Esta palavra se cristalizou na preferência de Homero e mais tarde os filósofos antigos preteriram os mŷthoi dos mitógrafos em favor de uma outra palavra: lógos (λόγος). O esforço era feito para desvencilhar a construção narrativa da Filosofia daquela realizada pela Mitologia.

Os filósofos categorizaram o mito e separaram a sua narrativa em funções, dentre as quais podemos destacar a função cosmológica ou teogônica, associadas ao ritual e ao culto religioso; a função etiológica, adequada a seu uso sociológico; a função mística, adquirindo um caráter consolatório para uma humanidade sem condições de desenvolver o pensamento filosófico; ou a função androgógica, estabelecendo uma relação de ensino e aprendizagem entre o mito e o indivíduo. Contudo, a maioria dos artigos reunidos nesse dossiê se interessam pelo que Mircea Eliade chamou de “mito vivo”, quer dizer, o mito que independente da função desempenhada se inseria num contexto de comunicação simbólica com as pessoas de um determinado lugar e contexto. Somente o “mito vivo” desempenha a última função do mito, que é a função psicológica belamente detalhada em muitos aspectos na obra de Carl Gustav Jung. O “mito vivo” apresenta a cada indivíduo da sociedade os modelos para a conduta humana e os velhos caminhos, percorridos uma e outra vez, pelos deuses e heróis da cultura na qual o indivíduo está inserido.

E mesmo na contemporaneidade, onde o mito parece ter perdido sua função explicativa e orientadora, ainda podemos sentir a sua força e perenidade quando descobrimos sua interação com as imagens simbólicas emanadas dos arquétipos. Afinal, os mitos contados e recontados, tantas vezes desde a aurora dos tempos, na infância da humanidade, cristalizaram em si as forças arquetípicas que até hoje conduzem o psiquismo humano.

A arte pode juntar-se a ambas definições acima. Nela encontramos possibilidades de romper com concretudes pré-estabelecidas, de nos reconhecer dentro de nossa condição humana. Somos sujeitos no mundo porque estabelecemos relações simbólicas e culturais que nos circundam.

A arte tem nos mostrado o espírito do nosso tempo e é por meio dela que podemos, sem necessidade racional, compreender a situação atual e os limites da própria existência. Somos corpos sensíveis e reincorporamos símbolos na medida em que criamos o tempo todo; a necessidade de criar se instaurou no ‘aqui e agora’ e é tempo de pensar o sentido da vida e a necessidade da arte. Nesse viés, frente ao capitalismo excessivo de nossa época e aos precipícios que a racionalidade nos impõe, por que não recorrermos a discussões sobre a natureza humana?

A arte, assim como os mitos, ou seja, o simbólico, nos propicia entrar em contato com as camadas primeiras, com as questões fundamentais. Ou seja, nos redirecionam ao ‘ser bruto’ e nos ligam indefinidamente à vida.

Desta forma, alguns exemplos práticos e analíticos foram pensados pelos autores, em suas temáticas e objetos de pesquisa, dialogando sempre com autores importantes. O que une a todos, assim como aos três conceitos sugeridos é a questão simbólica, sendo o símbolo a melhor forma de exprimir um estado de coisas que não pode ser expresso por outra coisa melhor do que por uma analogia.

Por fim, gostaríamos de agradecer à editora da Revista Mosaico da PUC de Goiás, Thais Marinho, que aceitou nossa ideia de publicar este dossiê. A proximidade do PPG de História da PUC Goiás, que esteve presente na formação deste PPG em Performances Culturais da UFG, nos é ainda muito cara e relevante. A disciplina História é um das que está na base desta área de diálogos interdisciplinares, assim com o Teatro, a Antropologia e as artes em geral. Agradecemos, também a todos autores, que se esmeraram em produzir ensaios que refletiram nossas preocupações em discutir o simbólico, através dos mitos, das tradições locais, arquetípicas e ou dentro dos mais diversos campos artísticos.

E que este momento de incertezas quanto à vida humana que estamos passando nos faça crescer em humanidade e em reflexões sobre o que realmente importa daqui para a frente em termos de coesão de propósitos para transformar o mundo em algo melhor.

Ivan Vieira Neto – Professor Assistente do Curso de História da Escola de Formação de Professores e Humanidades da PUC Goiás. Discente de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Performances Culturais da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás. Universidade Federal de Goiás. E-mail: vieira. [email protected]

Luana Lopes Xavier – Doutoranda em Performances culturais (UFG). Mestre e Bacharel em Filosofia (UFG). Universidade Federal de Goiás. Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]

Nádia Maria Weber Santos – Doutora em História (UFRGS). Médica, psiquiatra junguiana desde 1986. Bolsista de produtividade em Pesquisa do CNPq. Professora do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Performances Culturais (UFG). Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]


VIEIRA NETO, Ivan; XAVIER, Luana Lopes; SANTOS, Nádia Maria Weber. Apresentação. Revista Mosaico. Goiânia, v.13, n. especial, 2020. Acessar publicação original [DR]

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Cidade, memória e identidade | Revista Latino-Americana de História | 2013

Cidade, memória e identidade: uma jornada pela História Cultural

No ano em que completou 15 anos de existência, o Grupo de Trabalho História Cultural (GTHC-RS), vinculado à Associação Nacional de História – Seção Rio Grande do Sul (ANPUH-RS), realizou a sua 11.ª edição da Jornada de História Cultural, nas dependências do Museu Júlio de Castilhos, no centro de Porto Alegre. A escolha do local teve um caráter um tanto simbólico, muito significativo, visto que foi justamente neste mesmo local que se realizou a primeira edição do evento em 1997. O sucesso da Jornada em 2013 foi atestado pela existência de pouco mais de uma centena de inscrições, entre ouvintes e comunicadores, experiência que indica a seus organizadores a necessidade de projeção de um evento ainda maior na sua próxima edição, o que certamente demandará a acolhida de um espaço maior. Mas para além da quantidade, também foi notório para aqueles que acompanharam a Jornada a qualidade e maturidade dos trabalhos. Não estamos nos referindo somente à conferência e às apresentações da mesa-redonda, mas às comunicações em geral, que congregaram profissionais de diferentes campos do conhecimento e que proporcionaram verdadeiras aulas reflexivas em dois dias de aprofundamento pelos campos da história cultural. Leia Mais

Sensibilidades | Revista Latino-Americana de História | 2012

Uma jornada pelas sensibilidades

A escrita da história produzida sob a perspectiva cultural está embasada, fundamentalmente, nos usos de conceitos que se apresentam como imprescindíveis para a sua aplicação teórica e metodológica. Destacam-se, dessa forma, as reflexões abstratas e os estudos de efetiva aplicabilidade de termos como “representação”, “imaginário”, “memória” e “sensibilidade”, entre aqueles que podemos considerar como essenciais. Na origem etimológica latina, de acordo com seus registros escritos, o termo sensibilìtas remete a meados do século XV, apresentando-se em linhas gerais como a faculdade humana concernente ao âmbito primário das percepções, impressões e intuições. Séculos no XVIII, Immanuel Kant1 enfatizou, em linhas gerais, que o conflito existente entre a “sensibilidade” e a “razão”, delegando a primeira ao âmbito da natureza dos instintos dos indivíduos e não à racionalidade e ao conhecimento científico. Leia Mais

Sandra Jatahy Pesavento: a historiadora e suas interlocuções (Segunda parte) | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2009

Com esta edição, o periódico Fênix – Revista de História e Estudos Culturais (Volume 6, Ano VI, Número 3 – Julho / Agosto / Setembro – 2009) dá continuidade à homenagem, iniciada no número anterior, à historiadora Sandra Jatahy Pesavento, falecida no início de 2009.

Estamos muito honrados, pois, neste número, Fênix – Revista de História e Estudos Culturais traz aos leitores a segunda parte do Dossiê intitulado “SANDRA JATAHY PESAVENTO: A HISTORIADORA E SUAS INTERLOCUÇÕES”, cuja organização ficou sob a responsabilidade das Profas. Dras. Nádia Maria Weber Santos (que também assina a Apresentação), Miriam de Souza Rossini e Maria Luiza Fillipozi Martini. Leia Mais

Sandra Jatahy Pesavento: a historiadora e suas interlocuções | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2009

Sandra Jatahy Pesavento foi uma mulher de desafios e inovadora. Inovadora no que pensou, no que fez, no que trouxe para o mundo da História neste espaço acadêmico do sul do país. E suas idéias atravessaram as fronteiras gaúchas, inspirando e ganhando interlocutores em vários circuitos acadêmicos nacionais e internacionais.

Em palestra proferida no Museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, em outubro de 1997 (quando ela mesma organizou a I Jornada de História Cultural, trazendo o historiador François Hartog, da École des Hautes Études em Sciences Sociales de Paris), a historiadora lançou a “pedra fundamental” do que seria o mote de sua vida profissional daí em diante: os pressupostos da História Cultural. Ela relacionou sete desafios e três impasses referentes a este novo campo historiográfico. Um destes desafios é a reafirmação da dúvida, enquanto princípio de todo o conhecimento, o que abre espaço para a incerteza, o desafio. É a História e suas várias interpretações; a possibilidade de contá-la sem antecipar a conclusão, a História como versão do que se passou, relativizando o contexto científico da mesma. Para Sandra Pesavento, a História Cultural veio firmar-se em uma nova postura epistemológica e em uma nova estratégia metodológica, apontando para um caminho de complexificação da História e refinamento da análise. Leia Mais

Sensibilidades à margem | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2009

 

Organizadora

Nádia Maria Weber Santos – Escola Superior de Teologia – EST. Mestre e Doutora em História (UFGRS). É Médica-psiquiatra e faz pesquisa na Escola Superior de Teologia/FAPERGS.


Referências desta apresentação

SANTOS, Nádia Maria Weber. Apresentação. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Uberlândia, v.6, n.1, jan./marc. 2009. Sem acesso ao original [DR]

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