Patrimônio, pesquisa e cidadania / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2015

O Dossiê deste volume celebra os 120 anos do Arquivo Público Mineiro (APM). Essa comemoração não só destaca os múltiplos significados dos arquivos públicos na sociedade contemporânea, como também propõe um momento de reflexão a respeito dos desafios enfrentados e a forma de superá-los. São quatro os textos que remetem a esses tópicos.

O primeiro artigo aborda, em seus desdobramentos, a construção da atual sede do APM e do prédio anexo. A história custodial do acervo, como costuma ocorrer, não foi linear. Recolhido em 1895, o acervo da instituição permaneceu alguns anos na casa de seu criador, José Pedro Xavier da Veiga, sendo, depois, deslocado para Belo Horizonte, nova capital mineira desde 1897. Nesta cidade, vários foram os locais que serviram de sede para o APM, sempre enfrentando o desafio – como revela Mariana Bracarense, autora desse texto – de ampliar os espaços para o depósito dos valiosos fundos e coleções. Leia Mais

O parlamento mineiro e a construção do Estado nacional / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2014

Ao aproximar-se a data em que se comemoram 180 anos da instalação da primeira Assembleia Provincial de Minas Gerais (1835-1837), a RAPM dedica este Dossiê à análise dos embates que marcaram a atividade parlamentar em torno da construção do Estado nacional brasileiro.

A formação dos Estados nacionais modernos foi um fenômeno que teve na Revolução Francesa um dos seus principais marcos. A luta pela superação do Antigo Regime na Europa foi inseparável da crise dos sistemas imperiais, como o luso-brasileiro, e, com ele, do estatuto colonial, sobretudo nas Américas. Leia Mais

Conspirações e sedições nas Minas Gerais / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2014

Este Dossiê nasce sob o signo da afinidade. Poucos são os temas que se confundem de maneira tão perfeita com a história de uma instituição de memória como o das revoltas e o Arquivo Público Mineiro.

Minas Gerais, desde sua fundação, foi embalada por lutas políticas que brotaram em todas as escalas possíveis, das pequenas resistências cotidianas às rebeliões mais devastadoras, dos conflitos aparentemente comezinhos entre autoridades locais às utopias inconfidentes. Todo esse passado, por si só, já seria capaz de assegurar um acervo histórico monumental. Arquivos não ficam, porém, estacionados no tempo, como uma espécie de depósito silencioso em que os documentos esperam guardados a chegada dos leitores iluminados. Leia Mais

Memória da Administração de Minas Gerais / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2013

O moderno arranjo arquivístico da documentação reunida sob a custódia do APM tem disponibilizado o acesso a uma multiplicidade de pesquisas, como as que se norteiam pela história administrativa de Minas, gerando campo de interlocução em que a instituição consolida sua vocação republicana.

Os textos que compõem este Dossiê têm como ponto de partida a intenção de demonstrar o potencial de pesquisa existente nos documentos de caráter arquivístico produzidos e acumulados pelas secretarias de governo implantadas no Estado de Minas Gerais após o estabelecimento do regime republicano, em 1889, e que se encontram sob a guarda do Arquivo Público Mineiro. Leia Mais

Bibliotecas, leitura e educação / Revista do Arquivo Público Mineiro/2012

Cinco artigos compõem o dossiê Bibliotecas, leitura e educação. São eles: “Escrever, ler e rezar”, de Leila Mezan Algranti; “Humanamente indispensável”, de Christianni Cardoso Morais; “O ouro das estantes”, de Laura de Mello e Souza; “Do impresso à pintura”, de Camila Fernanda Guimarães Santiago; e “Leituras libertinas”, de minha autoria.

Em comum a esses artigos, há primeiramente a referência central ao espaço de Minas Gerais e aos marcos cronológicos que se estendem do século XVIII a parte do século XIX, sendo exceções os artigos de Leila Mezan Algranti, que se concentra no Setecentos, e de Christianni Cardoso Morais, que se volta para o conjunto da América portuguesa, focalizando Minas Gerais em seu interior. Há em comum, ainda, o objeto sobre o qual se debruçam, objeto ao mesmo tempo único e múltiplo: a cultura luso-brasileira, ora focalizada sob o prisma da educação no lato sensu, ora tomada no sentido estrito (isto é, como processo desenvolvido no interior de instituições educativas). Versam, contudo, de qualquer forma, de modo direto ou indireto, sobre os livros e as relações com eles estabelecidas por seus proprietários, individuais ou institucionais (caso do Recolhimento das Macaúbas), e leitores, ou ainda pelos órgãos que procuravam controlar sua circulação (a Inquisição, o supracitado Recolhimento ou a monarquia portuguesa, por exemplo). Entre os leitores e/ou proprietários de livros, figuram tanto personagens mais ou menos célebres – como o contratador Manuel Teixeira Queiroga, os irmãos Vieira Couto, o pintor Manoel da Costa Ataíde e o professor régio e poeta mineiro Manuel Inácio Silva Alvarenga – quanto figuras anônimas ou relegadas ao esquecimento, como Joaquina Teodora, a mulher do pintor Francisco Xavier Carneiro, ou Maria Magdalena Salvada, amante de José Joaquim Vieira Couto. Leia Mais

Minas do ouro, Minas indígena / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2011

“Minas do ouro, Minas dos cataguás.” Com esse epíteto, batizou-se o território mineiro, reconhecendo-se, desde os primeiros contatos, os índios como os senhores de todas as Gerais. O que se sabe é que a presença dos colonos se estendia pouco além dos povoados, e tudo o mais era, então, domínio das populações nativas. “Infestando” o território, índios de diversas nações – caiapó, botocudo, puri, coroado, malali, maxacali e pataxó, entre outros – ocupavam todo o cenário até que colonos, avançando pelo interior e desbravando sertões inóspitos, imprimiriam uma nova paisagem ao transpor as fronteiras sob domínio das populações nativas.

No entanto, os trabalhos sobre as Minas dos cataguases, prenúncio de uma História marcada pelo encontro com os índios, pouco contribuíram para o conhecimento do processo histórico a que esses povos foram submetidos com o avanço das frentes de expansão colonizadora. Mesmo que a presença dos povos indígenas tenha sido, reiteradas vezes, tema das discussões administrativas e eclesiásticas, foram ignorados por parte expressiva da historiografia mineira. Ainda que uns poucos historiadores admitissem sua presença nesse cenário, antecipavam suas ressalvas, ao reduzirem a atuação dos índios aos primeiros contatos, sem os tomar sequer como agentes da História e da formação sociocultural de Minas. E, mesmo quando assim foram considerados, eram tidos como meros apêndices dos estudos, prestando-se, quase sempre, a penduricalhos à ação colonizadora e ao protagonismo português, como testemunham as obras clássicas da historiografia que apenas tangenciaram a questão. Leia Mais

Mapas das Minas / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2010

Como nos apontam os diversos estudos reunidos neste Dossiê, a história da exploração, ocupação e consolidação territorial das Minas Gerais, sob o signo da América portuguesa e / ou do processo de formação da jovem nação brasileira, confunde-se com a própria necessidade de conhecer e delimitar esse espaço, o que se expressa em documentos diversos de natureza cartográfica: são roteiros, relações, mapas, esboços, plantas, borrões, desenhos.

Os primeiros mapas realizados da Capitania das Minas vão se configurar como um momento de inflexão da arte cartográfica. Por um lado, revelam o contínuo conhecimento do interior do Brasil e o desvelamento de sua geografia; por outro, inserem-se na tradição medieval de preencher os espaços desconhecidos com elementos que lembram o onírico e o maravilhoso. Mas, à medida que os portugueses adentram pelo Novo Mundo, a geografia imaginária vai aos poucos sendo abandonada, substituída progressivamente por outra, resultante da experiência concreta de penetração no território da América. A cartografia da Capitania de Minas Gerais vai então ocupar nesse contexto importante papel. Assim, a partir do século XVIII, os espaços das cartas, que antes configuravam áreas de representação pictórica, vão sendo preenchidos por rios, montanhas, acidentes naturais do terreno, bem como por arraiais, vilas, caminhos e roças, estes frutos da ocupação humana. Leia Mais

Acervos digitais e preservação da memória / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2010

Os desafios da revolução digital

O presente Dossiê é o resultado das reflexões de historiadores e arquivistas elaboradas a partir de suas experiências de pesquisa e / ou do trato com técnicas, procedimentos e planejamento que envolvem a concepção e execução de projetos e programas de digitalização de acervos arquivísticos. Estão aqui reunidos textos de seis autores que ilustram, com seus trabalhos, o “novo mundo” de acesso à informação, sem fronteiras, criado pela revolução provocada pela informática e seus contínuos avanços tecnológicos. Esses trabalhos são orientados pela ótica de seus impactos na pesquisa histórica e na revisão dos conceitos aplicados à documentação prevalecentes no campo da arquivologia. Leia Mais

Arquivos pessoais / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2009

A escolha do tema deste Dossiê da Revista do Arquivo Público Mineiro é, em si mesma, um acontecimento a ser registrado, por algumas razões que merecem destaque logo no início desta apresentação – que se quer breve e modesta. A primeira é remarcar que a questão dos arquivos pessoais está sendo ressaltada por um periódico editado por um arquivo público de grande prestígio e visibilidade nacional. A segunda, e talvez mais importante, embora possa parecer óbvia a muitos leitores, é tratar de arquivos pessoais como um tema nobre e estratégico para se pensar o campo arquivístico e historiográfico, não só no Brasil.

Essas razões / observações já nos remetem diretamente ao conjunto de textos aqui apresentado, que, a meu ver, tem como objetivo principal realizar uma afirmação tão simples como polêmica: os arquivos pessoais precisam ser reconhecidos como legítimos arquivos pela teoria arquivística e, de posse de seu lugar, merecem e exigem reflexões teóricas que se beneficiem de um diálogo interdisciplinar crescente na área das ciências humanas e sociais, em particular. Aliás, apenas com tal perspectiva, seria possível entender que os responsáveis pela revista convidassem uma historiadora de ofício para a empreitada de organização do Dossiê. Nesse sentido, entendo que o resultado dá uma contribuição fundamental ao oferecer subsídios bibliográficos à esfera do conhecimento em que a produção é, ainda, bastante escassa e fragmentada. Leia Mais

Fotografia e cinema em Minas Gerais: Olhares / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2009

Linguagens visuais

Em 1999, o Museu da Imagem e Som de São Paulo patrocinou uma exposição dedicada à história da fotografia no Brasil. No encarte intitulado Minas: minas. IV Mês Internacional da Fotografia, o fotógrafo mineiro e organizador da seção de Minas Gerais, Bernardo Magalhães, afirmou: “[…] nenhum estudo crítico jamais foi feito sobre a Fotografia em Minas Gerais, verbete praticamente inexistente na História da Fotografia no Brasil”.[1] Leia Mais

Projeto Memória da Administração do Estado de Minas Gerais (1889-1945) / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2008

República e modernidade em Minas

O presente Dossiê é fruto de mais uma aproximação entre duas instituições que, com orgulho, têm contribuído para o desenvolvimento científico e cultural do Brasil. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desde 2001, implementa o Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória. O Arquivo Público Mineiro (APM), responsável pelo mais importante acervo documental referente à história mineira, desenvolve, desde 2005, o Projeto Memória da Administração do Estado de Minas Gerais (1889-1945). Leia Mais

Polígrafos, tipógrafos e jornalistas em Minas no século XIX / Revista do Arquivo Público Mineiro / 2008

Uma história de precursores e ativistas

A imprensa, que durante certo tempo foi relegada pelos estudiosos a uma posição inferior, em virtude do predomínio de abordagens de caráter mais social e econômico da história e até mesmo por uma atitude preconceituosa – uma vez que para muitos não passava de mero reflexo das idéias e fatos de seu tempo –, retoma seu valor enquanto fonte e objeto dos estudos históricos. Isso se dá não nos moldes de uma historiografia tradicional, mas na linha que já identificava Xavier da Veiga em fins do século XIX. Este, sim, o verdadeiro precursor dos estudos sobre a imprensa em Minas, se já não bastasse o legado da preciosa coleção de jornais e revistas dos séculos XIX e XX, que se iniciou com ele, à frente do Arquivo Público Mineiro, e que hoje constitui o acervo da Hemeroteca Histórica, vinculada à Superintendência de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais, órgão da Secretaria de Estado de Cultura. Leia Mais

Arquivo Público | APMG | 1895

Arquivo Publico Minas Gerais Arquivo Público

A mesma lei estadual que determinou a criação do Arquivo Público Mineiro – APM, em 1895, estabeleceu também a criação de duas publicações para servirem de ferramentas de registro da história mineira: As Efemérides, publicadas em 1897 pela Imprensa Oficial e a Revista do Arquivo Público Mineiro – RAPM (Belo Horizonte, 1895-), que teve o seu primeiro volume em 1896.

A revista circulou até 1913, ficando paralisada por 7 anos, voltou a circular em 1921, 1924, 1927 a 1933 e 1937. Após mais de 30 anos de paralisação, em 1975 voltou a ser editada até 1995.

Já em 1965, o APM deu início a uma série de publicações independentes da RAPM, com o objetivo de divulgar os documentos do seu acervo e contribuir para a elucidação de fatos relativos à história e à cultura mineira. Entre elas estão o caderno Escravidão em Minas Gerais, publicado em 1988, História da Música nas Irmandades de Vila Rica, em 1979 e João Pinheiro – Documentário sobre sua vida, em 1966.

Em 2005, após 10 anos de ausência, a RAPM voltou a ser editada, com novo projeto gráfico e considerável transformação editorial. Tais alterações foram necessárias para o alinhamento da revista aos padrões atuais de publicação acadêmico-científica.

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