Por que os líderes mentem: toda a verdade sobre as mentiras na política internaciona | John Mearsheimer

O livro “Por que os lideres mentem: toda a verdade sobre as mentiras na política internacional” é uma contribuição do renomado professor e pesquisador em Relações Internacionais da Universidade de Chicago, Dr. John J. Mearsheimer, o qual constrói uma abordagem pragmática sobre a mentira como ferramenta de governo por meio da identificação de suas motivações.

A obra é fruto das repercussões positivas de algumas palestras proferidas pelo renomado professor sobre o uso da mentira na política internacional e do amplo interesse observado na decisão do presidente George W. Bush em invadir o Iraque no ano de 2003, em função de suposta posse do governo de Saddam Hussein de armas de destruição em massa, que muito rapidamente, foi revelada como uma fática mentira para justificar as ações estadunidenses. Leia Mais

Monções | UFGD | 2012

Moncoes

A revista eletrônica Monções – Revista de Relações Internacionais da UFGD (Dourados, 2012-) tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento das Relações Internacionais e seus campos afins a partir da publicação de artigos inéditos submetidos por pós-graduandos ou pós-graduados.

O público alvo da Monções são pesquisadores, acadêmicos e público interessado nas áreas de Política Externas, Política Internacional, Integração Regional, Economia Internacional, Teoria das Relações Internacionais, História das Relações Internacionais, Organizações Internacionais, Meio Ambiente, Direitos Humanos, Direito Internacional e Dinâmicas da Fronteira, entre outras.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

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The post-American World (T), Norton & Company | Fareed Zakaria

Uma intrigante narrativa acerca dos prognósticos da política internacional no século 21 se mescla a uma abordagem de futurologia no mais recente livro de Fareed Zakaria. Notório pelo teor crítico de suas análises na revista norte-americana NewsWeek, contra a política externa do governo Bush, Zakaria pendula entre o fascínio pelos novos poderes emergentes e o otimismo acerca do futuro da democracia liberal no mundo. O argumento central de Zakaria é que estamos entrando em um mundo pós-americano, no qual China e Índia representam uma nova perspectiva na configuração global de poder, muito mais disseminado, diluído e até certo ponto democratizado. Não se trata de uma obra sobre o declínio dos Estados Unidos, mas sobre “the rise of the rest”.

O objetivo da obra é instigar estudiosos e leitores interessados nas relações internacionais, e nas ciências humanas em geral, a vislumbrar os delineamentos e formas de um mundo novo: inventado não na ruína imaginada de um império colossal, mas na ascensão de uma ordem de grandes possibilidades. Para tanto, o autor divide The Post-American World em sete capítulos, que evoluem da emergência do novo até a continuidade do tradicional propósito norte-americano de preponderância. A narrativa inclui experiências pessoais de vida, desde sua saída da Índia em 1982 até suas recentes viagens de trabalho pelos países asiáticos, onde pôde constatar as transformações operadas naquelas sociedades. Apresenta ao longo do livro um enfoque globalista muito pertinente às explicações atuais das Ciências Humanas, mas que carece de uma visão acurada da realidade brasileira e sul-americana. Leia Mais

Le diplomate et l’intrus. L’entrée des sociétés dans l’arène internationale | Bertrand Badie

A obra “Le diplomate et l’intrus” demonstra como as categorias tradicionais de ação internacional evoluíram nos últimos anos, com especial ênfase na diplomacia. Em fato, nenhuma delas foi abolida, mas nenhuma delas pode ser considerada eficaz ou suficiente. A diplomacia, último refúgio da razão do Estado, é confrontada a uma demanda social crescente por maior participação nas questões de política externa. Deste modo, a diversificação dos atores na política internacional conduz a uma grande reflexão sobre o futuro da diplomacia e, principalmente, sobre o futuro do multilateralismo.

Bertrand Badie é professor de Ciência Política no Institut d’études politiques de Paris, e autor de várias obras, como L’État importé (1992); Un monde sans souveraineté (1999); Le retournement du monde. Sociologie de la scène internationale ; La diplomatie des droits de l’homme (2002); L’impuissance de la puissance (2004). Em Le Diplomat et l’intrus, Badie discute como os diplomatas precisam, hoje em dia, aprender a trabalhar com os novos atores internacionais. Partindo da hiperpotência norte-americana, passando por potências médias e emergentes, como França e Brasil, e as constestatárias, como Irã e Venezuela, o autor argumenta que analisar as relações internacionais implica não só estudar a política externa dos Estados, mas analisar também as relações entre sociedades e as forças sociais emergentes. Para tanto, definiu oito tipos diferentes de diplomacia: autárquicas, autônomas, clientelizadas, contestatárias, cooperativas, integradoras, soberanistas e burden-sharing. Com a globalização e os novos desafios políticos, anomias, conflitos e crises, todas oito construíram novas parcerias econômicas, culturais, associativas e até religiosas, constituindo uma “diplomacia privada” cada vez mais poderosa. Leia Mais

Temas da Política Internacional: ensaios, palestras e recordações diplomáticas – MARIZ (RIHGB)

MARIZ, Vasco. Temas da Política Internacional: ensaios, palestras e recordações diplomáticas. Rio de Janeiro: Topbooks, sd.. Resenha de: PEREIRA, Antônio Celso Alves. Ensaios históricos e saborosas inconfidências diplomáticas. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, v.170, n.442, p.413-416, jan./mar., 2006.

Experiência diplomática, arguta observação, análise política preci­sa e, sobretudo, cultura humanista e senso de humor estão presentes nas páginas desse novo livro de Vasco Mariz, diplomata, escritor, musicólo­go, lexicógrafo e historiador, que, durante 42 anos, ocupou importantes postos na diplomacia brasileira. Serviu em Portugal, sob Salazar, na Iu­goslávia de Tito, na Argentina de Perón, no consulado em Nápoles e, por duas vezes, nos Estados Unidos. Além disso, foi representante do Brasil na OEA e embaixador no Equador, em Israel, em Chipre, no Peru e na extinta Alemanha Oriental.

Embora reunindo recordações e depoimentos pessoais, não se trata de um livro exclusivamente de memórias. O autor oferece ao interessado em política internacional um quadro analítico de temas que estiveram, e muitos ainda estão, na ordem do dia da grande política mundial. Suas re­miniscências do tempo em que servira na ONU são interessantíssimas. A análise do drama do Oriente Médio, que ele viveu de perto como embai­xador em Israel durante 5 anos, conforma um texto atual e imprescindível para a compreensão do problema. Da mesma forma, o leitor encontrará informações e detalhes pouco discutidos, ou mesmo ignorados, sobre a unificação alemã, especialmente sobre a antiga República Democrática Alemã. Na cerimônia de entrega de suas credenciais ao presidente da RDA, o comunista Erich Honecker, Vasco Mariz mencionou a participa­ção da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Ho­necker mostrou-se visivelmente surpreendido, pois não sabia que o Brasil lutara contra as tropas nazistas na Itália. Ainda sobre sua atuação na Ale­manha, não se pode deixar de ler, nos Apêndices, às páginas 380/382, o texto intitulado: “O sindicalista Lula na RDA, ou saudades de uma bonita gravata francesa”.

É interessante salientar que vários episódios completamente des­conhecidos da história diplomática brasileira, fatos que, segundo o au­tor, “ainda podem ser considerados confidenciais”, são por ele expostos e esclarecidos. Os acontecimentos descritos às páginas 111/114, sob o título “O dia em que o Brasil salvou o Marechal Tito”, eu nunca os vi re­gistrados em qualquer texto sobre a nossa política externa. No Itamaraty, melhor dizendo, em qualquer chancelaria, por envolverem os negócios diplomáticos interesses e razões de Estado, vigora uma espécie de silên­cio obsequioso, que obriga o diplomata a manter a maior discrição em sua vida pessoal e em sua atuação profissional. Vasco conta como fora espinafrado pelo embaixador brasileiro na Itália, Alencastro Guimarães, porque, cônsul em Nápoles, aceitara o convite do diretor da Ópera local para fazer parte do elenco de La Gioconda, no papel de Alvise Badoero. Vasco cantou e agradou. Aposentado desde os anos 90, declara-se agora à vontade para manifestar-se, como historiador, sobre sua vivência diplo­mática.

Nessa linha, evoca, entre outros episódios, dois delirantes projetos imperialistas do então presidente Jânio Quadros: “abrir um janela para o Caribe”, isto é, provocar uma revolta no Suriname, anexar ao Brasil parte do seu território e comprar a Guiana francesa (págs. 293/296); e, em sua política para a África, “incorporar Angola ao Brasil”. (págs. 171/173). Essas maluquices não prosperaram porque tínhamos à frente do Itamaraty a figura ilustre do notável estadista e grande brasileiro, Afonso Arinos de Melo Franco, que, naquela altura, em plena Guerra Fria, implantara no Itamaraty uma renovada, vigorosa e independente política externa.

Vasco Mariz trabalhou com Roberto Campos ao tempo que este fora embaixador em Washington. Acumulava as funções de direção dos seto­res cultural e de imprensa da embaixada. Nessa situação, foi testemunha e participou ativamente dos esforços da diplomacia brasileira para tentar anular a antipatia que o governo norte-americano, pelas conhecidas ra­zões ideológicas, nutria pelo governo João Goulart. No capitulo intitu­lado “Na Corte do Presidente Kennedy”, Mariz descreve, com detalhes, episódios interessantes sobre a visita oficial do presidente João Goulart, em abril de 1962, aos EUA. Além de uma minuciosa análise das questões que, naquela altura, compunham nosso contencioso político e comercial com os Estados Unidos, o autor comenta os momentos mais importantes dos encontros de Jango com Kennedy, ao mesmo tempo em que traz à luz situações cômicas, que ocorreram nos bastidores dessa polêmica visita presidencial.

Na sequência da narrativa de alguns fatos da política externa bra­sileira que não chegaram, em toda a sua extensão, ao conhecimento do grande público, Vasco Mariz revela detalhes das iniciativas ordenadas pelo governo militar para impedir a concessão do Prêmio Nobel da Paz de 1969 a Dom Helder Câmara. Este é um dos episódios mais tristes, mais lamentáveis, dentre os absurdos e violências perpetrados pela paranóia ideológica da ditadura militar. O autor, à época, era chefe do Departa­mento Cultural do Ministério das Relações Exteriores. Confessa que, por dever de ofício, cumprindo ordens diretas do secretário geral do Itama­raty, embaixador Jorge de Carvalho e Silva, convocara os embaixadores da Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia, para pedir-lhes “que soli­citassem a seus governos, a título excepcional, que interviessem junto à Fundação Nobel para evitar a escolha”. Dias depois, o Itamaraty fora informado pelos citados embaixadores que seus governos não interferi­riam no assunto. O caso saiu da esfera diplomática e passou diretamente para a presidência da República. As pressões, fortíssimas, passaram a ser Vabis, Ericsson, Facit e Nokia). “A mensagem – escreve Mariz – foi bem entendida nos países escandinavos” e o prêmio foi concedido à Organiza­ção Internacional do Trabalho.

Vasco Mariz é uma pessoa de trato ameno, extremamente gentil, que encanta seus interlocutores. Estas qualidades muito o ajudaram em sua vida profissional e o aproximaram de importantes líderes mundiais e de destacados políticos brasileiros. Vale a pena ler os perfis que ele traça, na presente obra, das personalidades com as quais convivera em quase meio século de vida diplomática, reunidos, sob o título Variações, ao término de cada capítulo.

Escrito em linguagem clara, em estilo elegante, Temas da Política Internacional – ensaios, palestras e recordações diplomáticas, de Vasco Mariz, livro cuja leitura recomendo com prazer, constitui, ao mesmo tem­po, valiosa contribuição à bibliografia brasileira sobre política internacio­nal e sobre a história da política externa do nosso país.

Antônio Celso Alves Pereira – Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional e ex-reitor da Uerj.

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Meridiano 47 | UnB | 2000

Meridiano 47

Meridiano 47 – Journal of Global Studies (Brasília, 2000-) é uma revista do Centro Estudos Globais da Universidade de Brasília dedicada a promover a reflexão, a pesquisa e o debate acadêmico sobre os temas da agenda internacional contemporânea.

Meridiano 47 publica artigos científicos cuja temática se situe na grande área de Relações Internacionais, e mais particularmente sobre Política Internacional, Política Externa, Economia Internacional, Instituições e Regimes Internacionais, História das Relações Internacionais e da Política Externa e sobre questões envolvendo áreas geográficas e países.

Periodicidade anual.

Acesso livre.

ISSN 1518-1219

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500 anos de Periferia – Uma contribuição ao estudo da política internacional | Samuel Pinheiiro Guimarães

Colônia e metrópole, terceiro mundo e primeiro mundo, países subdesenvolvidos e desenvolvidos, Sul e Norte. A estrutura moderna da comunidade internacional de Estados foi sempre caracterizada por ser hierárquica, ainda que o topo dessa estrutura fosse ocupado, ao longo dos últimos séculos, por potências com características distintas, mas com uma semelhança essencial: o poder de organizar o mundo de acordo com seus interesses. Resgatando o debate quanto aos aspectos que condicionam o sistema internacional, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, em sua obra 500 Anos de Periferia – Uma contribuição ao estudo da política internacional, analisa a condição periférica do Brasil no atual sistema internacional, apontando os caminhos para a superação dessa realidade que já dura 500 anos.

De fato, o objetivo de Guimarães é desenvolver uma interpretação pragmática dos fenômenos que orientam as relações internacionais e como esses movimentos impactam nos grandes Estados periféricos, nem sempre beneficiados pelo processo de globalização. Entre as características desses Estados, o autor destaca a fragilidade político-econômica e a estreita vinculação com um único centro como razões para que seja realizada uma análise do sistema internacional a partir do ponto de vista periférico. A idéia é de que a marginalização desses países será crescente se não enfrentarem os desafios da nova ordem, como a concentração de poder econômico, político e militar. Leia Mais