Fronteira e Defesa Nacional: Segurança Integrada e Ajuda Humanitária | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2021

Esta edição da revista Monções1 – o dossiê Fronteira e Defesa Nacional: Segurança Integrada e Ajuda Humanitária – reúne um conjunto de artigos que abordam diferentes temáticas das Relações Internacionais contemporâneas. Os textos dão enfoque especial à crise decorrente da imigração venezuelana para o Brasil, com seus desdobramentos – Operação Acolhida, políticas de interiorização dos imigrantes e a questão dos refugiados em Mato Grosso do Sul – e trazem ainda análises das políticas públicas voltadas à faixa de fronteira do Brasil, como o projeto SISFRON e a implantação do RTU, e da política para as fronteiras do governo Trump e os fluxos migratórios da América Latina para os Estados Unidos. Por fim, é apresentada uma resenha que aborda a temática do terrorismo.

O dossiê Fronteira e Defesa Nacional: Segurança Integrada e Ajuda Humanitária traz em sua abertura uma entrevista com o diplomata Celso Amorim, ex-Ministro das Relações Exteriores do Brasil. Na entrevista, concedida à equipe da revista Monções, o diplomata discorre sobre sua trajetória profissional, sua atuação como diplomata no âmbito do MERCOSUL, sua atuação na ONU, suas experiências como Ministro da Defesa e como Ministro das Relações Exteriores do Brasil. Ao longo de sua fala, o diplomata aborda diferentes temas como geopolítica, PEB, BRICS, Conselho de Defesa Sul-Americano, ZOPACAS, Operação Ágata e a Comissão da Verdade. Ao final da entrevista, Amorim analisa as mudanças na política externa do Brasil a partir de 2016 e traz um prognóstico do cenário internacional pós-COVID19, comentando o papel dos Estados Unidos de Biden, o protagonismo da China, a importância da UNASUL e a crise na Venezuela, entre outros temas. Leia Mais

Cooperação Internacional: desafios contemporâneos | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2021

A cooperação é um fenômeno cada vez mais relevante nas Relações Internacionais. Novos estudos e análises sobre a ocorrência e as diferentes formas e tipos de cooperação têm contribuído para a compreensão de por que os atores estatais e não estatais cooperam, mesmo em um sistema internacional anárquico (AXELROD; KEOHANE, 1985). Uma das respostas a tal indagação se relaciona à capacidade de a cooperação gerar novos ganhos aos parceiros, dificilmente obtidos de maneira unilateral e sem grandes custos. E, também, de a evolução da cooperação (AXELROD, 2010) construir e/ou fortalecer reputações de atores orientados para a celebração de acordos críveis (LEEDS, 1999) e para a produção de benefícios compartilhados, ainda que, em geral, assimétricos.

Em um mundo cada vez mais interdependente, Estados e demais atores interessados não conseguem resolver problemas complexos de maneira isolada. Eles precisam da cooperação como ferramenta para garantir segurança mútua, regulamentar o trânsito crescente de bens, serviços, pessoas e ideias, bem como para desenvolver e compartilhar tecnologias direcionadas à solução de questões complexas que ameaçam a todos, sobretudo no atual contexto de enfrentamento da pandemia da COVID-19 e de mudanças climáticas (JAVED; CHATTU, 2020; ZARTMAN; TOUVAL, 2020; LEE, 2009). Leia Mais

Amazônia: palco de lutas e reflexões | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2020

Do início da colonização aos discursos de suposta internacionalização e perda de soberania até o entrelaçamento do seu tempo e espaço ao capitalismo global, as lutas que ocorrem na Amazônia refletem uma história que pode ser compreendida em termos de confronto entre modos de vida. Para as pessoas que residem na região, os indicadores são de maior vulnerabilidade e desigualdade social, violência na zona rural e urbana, dificuldade de acesso a serviços públicos e risco de morte aos defensores dos direitos humanos.

Nos noticiários recentes sobre a região amazônica brasileira percebemos a preocupação com a política governamental de exploração e devastação sem precedente da região. É a lógica de “passar a boiada” e das queimadas que colocam em risco as vidas amazônicas. A ideia do progresso a qualquer custo recupera a sua força, eliminando-se a capacidade de resistência, seja institucional, seja através de possibilidades de participação democrática dos movimentos sociais. Por mais chocantes que possam ser os acontecimentos atuais, estes podem ser lidos como uma consequência da visão geral que diferentes governos de diferentes países da América Latina tiveram, ao longo de séculos, sobre a Amazônia. Os projetos de desenvolvimento e integração não se dão a partir dos povos que ocupam a região nas fronteiras, mas a partir de projetos que buscam explorar o território e as riquezas disponíveis na região. É o que podemos ver nos diversos ciclos de exploração da Amazônia que se renovaram no início do século XXI com a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), em nível internacional, e com os Planos de Aceleração do Crescimento (PAC I e II), em nível nacional. Leia Mais

Crime e Relações Internacionais | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2020

“Crime”. Essa palavra nos remete quase imediatamente a transgressões penais que acontecem dentro dos Estados, nas cidades, nos bairros, nas ruas, naquilo que é entendido como local e doméstico. E, de fato, esse espaço interno foi historicamente o espaço privilegiado para compreender o crime e para definir políticas para o seu combate. Os trabalhos de criminologia, cuja interdisciplinaridade incorporou abordagens sociológicas, antropológicas, jurídicas, entre outras, evoluíram ao longo do século XX por tais parâmetros (LOADER; SPARKS, 2007).

No entanto, as últimas décadas presenciaram novas dinâmicas da criminalidade, da percepção política sobre esse fenômeno e da produção de conhecimento a seu respeito. Nesse novo momento, o internacional ganhou proeminência, tornando-se um espaço social crescentemente relevante. Isso repercutiu na importação de conceitos da área de Relações Internacionais pela Criminologia, como é o caso do “transnacional”, ao mesmo tempo em que estudos de Relações Internacionais passaram a incorporar parâmetros criminológicos nos seus referenciais analíticos (LOADER; PERCY, 2012). Tráfico de drogas, armas e pessoas, contrabando, comércio ilegal de vida selvagem e de bens culturais e lavagem de dinheiro são alguns dos tópicos que passaram a ter o “internacional” como qualificador. Leia Mais

Deslocamentos populacionais, migrações de crise e refugiados | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2019

O início do século XXI pode ser marcado de diversas formas. Podemos elencar: as guerras ao terror, e suas graves consequências; a popularização da internet, e todas suas decorrências; a consolidação da China como ameaça à hegemonia das grandes potências ocidentais sobre o mundo, e seus impasses. Qualquer uma delas, ou outras que não inserimos aqui, não pode ser enxergada apenas como uma virada de página de um século para outro. Da mesma forma ocorre com as migrações internacionais, com suas variadas formas, estratégias, repercussões e impactos. As atualizações que esses movimentos populacionais estão sujeitos são marcadas, também, pelas assimilações que obtiveram a partir daquelas novidades que mencionamos.

Sem dúvida, os movimentos migratórios internacionais se avolumaram, isso em função, também, do aumento de guerras e catástrofes ambientais, principalmente nos países mais pobres. Consideramos que isso tenha ocorrido como consequência de uma somatória de elementos que aqui é difícil de ser resumida. Além dos conflitos e das tragédias, ocorridos por motivações internas ou externas a cada país, as formas como os vizinhos reagiram ou não, os posicionamentos políticos das nações mais desenvolvidas, as rotas que foram abertas ou consolidadas, as estratégias de sobrevivência e de administração dos recursos para chegar a um destino são apenas alguns dos pontos a constar nas observações. Há outros, diretamente ligados aos países em que escolhem, ou não, para sua reconstrução. E, neste ponto, reside aquilo que Michel Foucher denominou por obsessão pelas fronteiras, que pode ser entendida como uma expressão de endurecimento de práticas de controle por parte dos estados nacionais envolvidos. Mas, também, como uma atualização da governamentalidade ensinada por Michel Foucault, que se expressa, por exemplo, na seleção de ‘bons imigrantes’, que ocorre há muitos anos. Leia Mais

Teoria das Relações Internacionais no Brasil | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2019

Teoria, Prática

Ao longo do processo de formulação desse Dossiê, fomos inúmeras vezes convocados por uma pergunta: “mas, afinal, teoria importa?” Talvez, a você que nos lê, possa soar estranho abrirmos essa publicação interrogando por aquilo que a justifica. Ou ainda, você poderia questionar se, em um contexto de tantos ataques à ciência, em especial às ciências ditas sociais e humanas, seria profícuo problematizar a importância mesma da teorização. No entanto, de mãos dadas a pensadoras(es) como Paulo Freire e bell hooks, aderimos à relevância desse exercício que nasce mais como potência crítica do que dúvida cética. Como um e outra nos ensinam, antes das respostas, é preciso deslocar as estruturas que subscrevem nossas perguntas.

Sob esse horizonte, vale ainda pontuar que não se trata de uma pergunta banal, ainda que bastante comum. Como sabemos, para pesquisadoras(es) da área de Teoria das Relações Internacionais no Brasil, a interrogação sobre a validade de seus estudos está bastante presente, explícita ou implicitamente, em grande parte dos diálogos acadêmicos. Por isso, encaramos o engajamento produtivo com a questão “teoria importa?” enquanto tarefa imprescindível nessa introdução. Para tanto, propomos aqui uma reflexão sobre aquilo que habita as entrelinhas dessa indagação, ou seja, suas “condições de possibilidade”. Afinal, por que se faz necessário provar o valor da teoria? Quais são, e quem define, os critérios de autorização do conhecimento? Ou ainda, no limite, o que é teoria? Leia Mais

Direitos Humanos & Relações Internacionais: os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi adotada pela Assembleia Geral da então recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948. Em 2018, o documento mais traduzido do mundo completa 70 anos, propiciando-nos oportunidade de reflexão sobre as principais transformações e novos desafios que cercam a realidade internacional dos direitos humanos. Por isso, a Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD, ao lado da ONU Brasil, apresenta o Dossiê “Direitos Humanos & Relações Internacionais: Os 70 Anos Da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948-2018)”.

Há 70 anos, quando foi adotada, a DUDH trazia o propósito declarado de ser uma carta de direitos internacional, ou o que mais próximo haveria de uma constituição internacional, nos moldes do que haveria sido proposto na Pax Perpetua de Kant. Apesar de não ser vinculante e de ter sido concebida antes da independência de vários países asiáticos e africanos, a DUDH logrou o feito, sem precedentes, de traçar um horizonte comum, e necessariamente compartilhado, para a sociedade mundial. Sua importância para a globalização do direito e da política e para a estruturação do direito internacional dos direitos humanos é inegável. O trajeto percorrido desde a adoção da DUDH revela que muito do que atualmente goza de relativo reconhecimento e aceitação normativa, como a universalidade, indivisibilidade e a interdependência dos direitos humanos, foi fruto de uma laboriosa – e imprescindivelmente política – construção. Leia Mais

Democracia Global e Instituições Internacionais | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2018

A motivação do Dossiê Democracia Global e Instituições Internacionais, a estampar o presente número da Revista Monções, nasceu do seguinte diagnóstico: o debate a respeito da democratização da política internacional é, definitivamente, algo que se impõe atualmente, não sendo facultada às discussões sobre Relações Internacionais no Brasil a opção de passar-lhe ao largo. De um lado, a despeito de todas as crises e turbulências contemporâneas, a democracia como regime de governo permanece disseminada pelo mundo. De outro lado, nunca antes foi tão aguda a consciência de suas limitações empíricas.1 Diante disso, o Dossiê representa um chamado à avaliação crítica e reflexiva do fenômeno da democratização da política internacional a partir de diversos ângulos analíticos. Seu objetivo central é compreender as formulações, as reformulações e os limites das vias promovidas pelos Estados, pelas instituições internacionais e outros atores não estatais para o exercício de uma gestão da governança global mais plural e aberta – e, num sentido bastante peculiar, mais “democrática” – em meio às complexidades, desigualdades e instabilidades impostas pelas condições de “anarquia estrutural”.

A partir da década de setenta, tornou-se frequente nas reflexões sobre a política internacional a interpretação do mundo calcada na premissa da anarquia sistêmica (Bull, 1977; Waltz, 1979; Keohane, 1984; Wendt, 1996). Sua premissa é que em um ambiente no qual os Estados representam a autoridade suprema dentro de seus respectivos territórios um governo mundial é uma impossibilidade. Trata-se de uma decorrência do princípio moderno da igualdade soberana entre as nações. Assim, se não há uma instância superior aos Estados, prevalecerá uma estrutura anárquica. Leia Mais

Fronteiras, integração e paradiplomacia | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2017

As relações internacionais são permeáveis a mudanças. Consequentemente, a análise do comportamento dos atores internacionais não pode ficar resumida a uma única visão de mundo ou de um único modelo proposto.

Acompanhando as mudanças globais ocorridas nas últimas décadas, novos atores se beneficiam das ações cooperativas internacionais, dos novos ambientes decisórios e de políticas públicas nacionais que buscam a inserção e a indução nestes novos espaços. Desta maneira, as entidades subnacionais têm-se qualificado cada vez mais para participar das oportunidades ofertadas neste cenário, a descentralização das ações e a ampliação o rol de atores desta relação. Leia Mais

Feminismos, gênero e relações internacionais | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2017

Nosso feminismo é vivencial.

A cada onze minutos uma mulher é estuprada no Brasil (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2016). Muitas sofrem “estupro corretivo” por sentirem desejo sexual por outras mulheres. A cada dia, acontecem sete feminicídios (MAPA DA VIOLÊNCIA, 2015). Dois terços deles tiram a vida de mulheres negras. O número de homicídios de mulheres brancas diminuiu quase 10% entre 2003 e 2013 (idem).

Valdecir Nascimento. Sônia Guajajara. Nilce de Souza Magalhães. Carolina Maria de Jesus. Clarice Lispector. Ochy Curiel. Angela Davis. Sampat Pal Devi. Amelia Mary Earhart. Shahla Sherkat. Simone de Beauvoir. Maria Galindo. Betty Davis. Chimamanda Ngozi Adichie. Virginia Wolf. Leila Khaled. Dandara dos Santos1. O feminismo é nossa resposta aos constantes massacres, abusos e distorções que acometem nossas sociedades. Mas, o que posso eu2 – mulher branca, trabalhadora, acadêmica, de classe média, bissexual, com filhx, falante da língua do colonizador – escrever sobre uma realidade de opressões da qual percebo apenas os fragmentos? Leia Mais

A África e as relações internacionais | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2016

A história do continente africano é uma das mais ricas que conhecemos. A união de sua grandiosidade territorial, variedade de climas e relevos, fauna e flora, associadas à longevidade das espécies hominídeas que lá se desenvolveram, provavelmente o berço delas, fez com que, ao longo de milênios se constituíssem complexos socioeconômicos e culturais dos mais diferentes matizes.

De pequenas sociedades até grandes impérios, e cada qual com suas especificidades e complexidades, o continente africano foi e é palco de uma extremada pluralidade humana. Para além dessa realidade interna, é também palco histórico de contato com muitos grupos humanos dos outros continentes, de igual forma portadores das mais variadas culturas. Leia Mais

Economia política internacional de Sul a Norte: desafios para a agenda global em um contexto de crises e instabilidade | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2016

Praticamente uma década após o estouro da bolha especulativa do setor imobiliário norte-americano, que deflagrou a mais grave crise financeira global desde o crash da Bolsa de 1929, o mundo ainda vive o sob efeitos da crise. De maneira preocupante, analistas e investidores vivem a expectativa de momentos de grande instabilidade no sistema financeiro da China, vistos os indícios de que a nação que apresenta maior grau de dinamismo na economia e comércio internacional não deva manter seu ritmo de crescimento e consumo nos próximos anos, cujo efeito cascata deve ser sentido em todo o mundo, mas afetará largamente os integrados mercados do sudeste asiático.

Somado a esse clima de apreensão em relação ao principal motor da economia global na última década, o quadro para algumas das demais economias emergentes da periferia do sistema, responsáveis por sustentar boa parte dos fluxos globais nos anos pós-crise, é bastante complicado em virtude de questões de ordem política, tanto no âmbito doméstico quanto no internacional. Na América do Sul, rupturas nas ordem institucional em diversos países, tendo Brasil e Venezuela como expoentes do momento, aprofundam o cenário de crise econômica e política, e dificultam um projeto de integração política, econômica, comercial e produtiva. Na Rússia, disputas no campo geopolítico ofuscam alternativas de retomada econômica do país e um projeto de desenvolvimento para toda região da Ásia Central. Leia Mais

Refugiados e as Fronteiras Brasileiras | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2015

Este número da Revista Monções do Curso de Relações Internacionais da UFGD aborda o fenômeno dos refugiados e as migrações internacionais em um momento extremamente relevante. Em um contexto global de crise migratória como não se observava desde a Segunda Guerra Mundial, conforme os últimos relatórios do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), os textos acadêmicos de diversos colaboradores (todos responsáveis por Cátedras Sérgio Vieira de Mello nas diversas universidades do país) para este número específico, buscam análises extremamente pertinentes, para um problema que parece longe de uma solução global e definitiva para o atual estado das relações internacionais: o instituto do refúgio e as causas que convertem pessoas em migrantes forçadas, tornando-as errantes, solicitantes de refúgio ou refugiados propriamente ditos.

Apresentamos uma entrevista com o representante do ACNUR no Brasil, Sr. Andres Ramirez, em que ele aborda a atual crise de refugiados na Europa, as possibilidades e os limites do Brasil, o instituto do reassentamento e a importância da Cátedra Sérgio Vieira de Mello. Leia Mais

Parcerias estratégicas na política externa brasileira contemporânea: um balanço necessário | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2015

Nos últimos anos, as diferentes percepções sobre a inserção internacional do Brasil fomentaram um efervescente debate político-acadêmico. Discutem-se, principalmente, as mudanças nos eixos, como a ênfase na “Cooperação Sul-Sul”, e as “inovações”, como a construção “parcerias estratégicas”, da política externa brasileira contemporânea.

Diante desse quadro, a equipe da Revista Monções dedicou esse dossiê para fazer um balanço das “parcerias estratégicas” na política externa brasileira contemporânea. Procura-se, assim, estimular as discussões sobre o papel do Estado brasileiro no atual cenário internacional. Leia Mais

Direitos humanos e relações internacionais | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2014

Os direitos humanos são um tema marginal na área de Relações Internacionais no Brasil. Apesar da inegável proliferação de mecanismos, instrumentos e debates políticos internacionais a partir do fim da Guerra Fria, o tema, de certa forma, permanece negligenciado nas principais publicações brasileiras na área, em seus principais congressos e nas grades curriculares tanto em nível de graduação quanto em nível de pós-graduação.

Entretanto, essa não parece ser uma tendência inexorável. Observando com maior cuidado a produção sobre direitos humanos em Relações Internacionais, especialmente em nível de pós-graduação e entre jovens doutores, nota-se um interesse crescente das pesquisas pelos atores e processos envoltos nos debates internacionais sobre direitos humanos. Um dos principais propósitos da Monções com esse dossiê sobre Direitos Humanos & Relações Internacionais, praticamente inédito no Brasil, é funcionar como uma plataforma para aglutinar tais pesquisas e promover um debate mais sistemático sobre esse assunto dentro do campo de Relações Internacionais. Leia Mais

Relações internacionais contemporâneas | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2014

Já é lugar comum na literatura de Relações Internacionais que se iniciem textos com os dizeres “com o fim da Guerra Fria…”, “desde a queda do Mudo de Berlin”, ou ainda “a partir do fim da União Soviética”, para que seja estabelecida a temporalidade inerente ao período que vivemos.

Marca que se analisada à luz da História, pode causar estranheza. Muitos teóricos e historiadores de Relações Internacionais datam a contemporaneidade do sistema internacional a partir de Vestefália (1648). Para dirimir qualquer mal-entendido, contemporâneo neste dossiê, assume, pois, feições de presente, do tempo corrente, que por difícil apreensão se confunde com um passado contínuo, ou um futuro-presente que insiste em chegar rápido demais -ou ir embora muito cedo. Leia Mais

América Latina: cenários e perspectivas | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2013

América Latina: cenários e perspectivas | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2013, MASO Tchella Fernandes (Org d), PRADO Henrique Sartori de Almeida (Org d), América Latina (d), Monções UFGD (Mçd)

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?

Teus ombros suportam o mundo

e ele não pesa mais que a mão de uma criança.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios

provam apenas que a vida prossegue

e nem todos se libertaram ainda.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo,

prefeririam (os delicados) morrer.

Chegou um tempo em que não adianta morrer.

Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.

A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

A conjuntura internacional do último decênio parece confirmar que vivemos em tempos interessantes. Multiplicam-se as iniciativas e a diversidade das mesmas não é explicada de forma satisfatória pelas perspectivas tradicionais, em geral autocentradas. Não é tão simples “separar o joio do trigo”, defender verdades absolutas ou propostas monolíticas. O conflito, a barbárie, o racismo e a opressão reificam-se. As palavras de ordem, integração, cooperação e novas estratégias diante da crise – que não é mais sazonal, mas condição de existência dos atores internacionais – tangenciam períodos de “agitação, guerra e luta pelo poder, em que milhões de espectadores inocentes sofrem as consequências”1. Leia Mais

Segurança internacional no pós-Guerra Fria | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2013

A segurança é um tema estruturante para as Relações Internacionais (RI). Originariamente vinculado às perspectivas mais estritas da segurança nacional e da estratégia militar, o conceito de segurança tem passado por uma ampliação ontológica, que corresponde à diversificação do pensamento teórico no campo das RI. Passaram a compor o debate securitário questões sobre quem devem ser os objetos referentes da segurança, sobre quais são os setores da vida social onde a segurança se manifesta, sobre qual é o papel dos Estados na sua promoção ou degeneração. Em suma: a segurança tornou-se um conceito contestado de fato.

Os teóricos reconhecem que se trata de um “conceito essencialmente contestado”, isto é, há decisões políticas e normativas fundamentais envolvidas na definição da segurança (BUZAN; HANSEN, 2009, p. 10; SMITH, 2005). A palavra “essencialmente” implica que essa contestação é da própria essência do conceito e, portanto, subsistiria de um ponto de vista lógico atemporal. Mas foi apenas com o relaxamento da bipolaridade estrita que a área pôde se converter em um verdadeiro campo de batalha, em si e por si: um campo de batalha teórico-político. Provavelmente, foi o medo do holocausto nuclear que reavivou a preocupação civil em torno dos assuntos antes confiados aos Estudos Estratégicos. Tornava-se cada vez mais atual a frase de Georges Clemenceau: “A guerra é um assunto demasiado sério para ser deixado apenas aos generais!” Leia Mais

Brasil no mundo: a política externa brasileira em debate | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2012

No segundo número da Revista Monções, a Comissão Editorial apresenta o dossiê “Brasil no mundo: a política externa brasileira em debate”. O objetivo desse Dossiê é reunir obras de autores renomados – como o Prof. Dr. Oliveiros S. Ferreira, Prof. Dr. Shiguenoli Miyamoto, Prof. Dr. Paulo Roberto de Almeida – e de jovens pesquisadores talentosos – como Prof. Dr. Carlos Eduardo Riberi Lobo, Prof. Dr. Alexandre César Cunha Leite, entre outros – das mais diversas regiões do país, da Paraíba ao Rio Grande do Sul. Aqui também se destaca a pertinência de se discutir a inserção internacional brasileira, com o objetivo de ilustrar o processo de amadurecimento e ampliação dos estudos na área de relações internacionais.

Uma das preocupações dos organizadores do Dossiê foi garantir a pluralidade ideológica dos textos. Assim, tanto autores de “esquerda”, como Prof. Dr. Fábio Borges, quanto de matiz “liberal”, como Prof. Dr. Paulo Roberto de Almeida, tiveram a oportunidade e o espaço para apresentar suas ideias e seus trabalhos. Leia Mais

Monções | UFGD | 2012

Moncoes

A revista eletrônica Monções – Revista de Relações Internacionais da UFGD (Dourados, 2012-) tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento das Relações Internacionais e seus campos afins a partir da publicação de artigos inéditos submetidos por pós-graduandos ou pós-graduados.

O público alvo da Monções são pesquisadores, acadêmicos e público interessado nas áreas de Política Externas, Política Internacional, Integração Regional, Economia Internacional, Teoria das Relações Internacionais, História das Relações Internacionais, Organizações Internacionais, Meio Ambiente, Direitos Humanos, Direito Internacional e Dinâmicas da Fronteira, entre outras.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

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Relações Internacionais: Ensino e Agendas | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2012

A área de Relações Internacionais (RI) passou por um importante processo de expansão no Brasil na última década e vem demonstrando fôlego necessário para sua consolidação como importante campo do conhecimento nas ciências humanas e sociais brasileiras. As características herdadas da multidisciplinaridade da área fizeram com que os primeiros cursos de graduação e pós-graduação fossem bastante moldados pelas características regionais e de suas instituições promotoras. Nos últimos anos, sobretudo a partir da criação da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), em 2006, e da realização de seus encontros nacionais, tem sido estimulada a criação de uma identidade comum à área em todo o país. Esse esforço, que já apresenta resultados significativos, ocorre tanto por meio do intercâmbio entre pesquisadores e profissionais nos eventos acadêmicos, como da discussão de uma proposta de estabelecimento de Diretrizes Curriculares Nacionais mínimas.

De acordo com dados do Ministério da Educação (INEP-MEC), estão autorizados a funcionar no Brasil, atualmente, mais de 100 cursos de graduação em Relações Internacionais. Ainda que haja uma concentração bastante expressiva nas regiões Sudeste e Sul, é possível notar o processo de diversificação e interiorização do ensino de RI no país1. Com relação ao ensino na pós-graduação, também se pode perceber ampliação dos Programas específicos em Relações Internacionais e a consolidação de uma agenda de pesquisas da área. Segundo a CAPES, hoje estão credenciados 10 programas de pós-graduação stricto sensu em Relações Internacionais, além de uma série de programas de áreas afins, como os de Estudos Estratégicos, Direito, Ciências Sociais, Ciência Política e Economia Política, com áreas de concentração e linhas de pesquisa específicas em Relações Internacionais. Leia Mais