Ensaios de História e Filosofia da Química | Luciana Zaterca e Ronei Clécio Mocellin

Detalhe de capa de Ensaios de Historia e Filosofia da Quimica

Detalhe de capa de Ensaios de História e Filosofia da Química

Por meio de discussões filosóficas baseados em casos históricos e até de assuntos contemporâneos,  Zaterka  e  Mocellin,  no  livro  Ensaios  de  História  e  Filosofia  da  Química,  levantam questões importantes em torno da química, entrelaçando vieses epistemológicos, ontológicos e até mesmo éticos, ambientais, econômicos, sociológicos e políticos. Os ensaios, distribuídos em cinco capítulos e as considerações finais, trazem discussões que podem contribuir para ativi-dades no ensino de química superior, em aulas de disciplinas específicas de história e filosofia da ciência/química e ensino. Os capítulos podem ser lidos de forma independentes, porque tratam de assuntos (estudos de caso) autônomos. Esses capítulos podem, também, contribuir no planejamento de outras disciplinas da graduação, para contextualização de conceitos como a experimentação (caso da alquimia no capítulo 1, filosofia experimental no capítulo 2 etc.), as substâncias simples (caso do alumínio no capítulo 4) e a síntese química (caso do plástico no capítulo 4 e fertilizantes capítulo 5). Os casos envolvem os conhecimentos acerca da matéria/materialidade/mundo material, por meio da discussão de práticas, produtos e processos ligados, desde a alquimia, passando pela química e a medicina até chegar à agricultura industrial (química agrícola).  Assim, lendo o livro de forma completa, apresenta-se a química com toda a sua centralidade, identidade epistêmica e capilarização social. Leia Mais

O Projeto Várzea: uma história relacional da ciência na Amazônia brasileira (1945-2019) | Décio de Alencar Guzmán

Contar uma história que pudesse, ao mesmo tempo, dar conta da complexa realidade biofísica das Amazônias brasileiras e da profusão de relações humanas no desenvolvimento da pesquisa científica na região. Essa foi a tarefa que Décio de Alencar Guzmán propôs e desenvolveu em O Projeto Várzea: uma história relacional da ciência na Amazônia brasileira (1945- 2019). Pesquisador de longa data das histórias amazônicas, Guzmán expõe com clareza seu foco de pesquisa e sob qual perspectiva pretende analisar suas fontes históricas: o livro é a “história relacional de um grupo de pesquisa: o Projeto Várzea (PV)[…] grupo científico voltado ao estudo das várzeas, áreas inundáveis no vale amazônico” (p. 15). Apontando para a relativa escassez de pesquisas científicas sobre esse biótopo específico das regiões amazônicas, o autor indica a relevância do trabalho de pesquisa desenvolvido pelo PV como um dos principais fatores que o conduziram à pesquisa. Leia Mais

Alguma coisa aconteceu comigo: a experiência soropositiva nas obras de Caio Fernando Abreu e Hervé Guibert/1988-1996 | Eliza da Silva Vianna

A obra publicada pela historiadora Eliza da Silva Vianna, Alguma coisa aconteceu comigo: a experiência soropositiva nas obras de Caio Fernando Abreu e Hervé Guibert, 1988-1996, é um dos estudos mais sensíveis sobre a história da Aids em nosso país. Envolvendo o melhor da produção historiográfica e antropológica, sua aposta metodológica correta e certeira procurou se aproximar de um período ímpar da epidemia, quando desconhecimento e incerteza se misturavam a preconceitos e culpabilizações – da “peste gay” ao grupo de risco – colocando seus protagonistas, mesmo em lugares distantes como Brasil e França, diante de uma onda que parecia engolir toda uma geração. Para isso, Eliza recorre a determinadas obras de cada autor: de Guibert (1955-1991), os livros, Para o amigo que não me salvou a vida, de 1990, Protocolo da compaixão e O homem do chapéu vermelho, publicados postumamente. De Abreu (1948-1996), cartas, crônicas e o conto “Depois de agosto”, publicado em Ovelhas negras, de 1995. Leia Mais

Geografia da Fome | Josué de Castro

Josué de Castro não nasceu geógrafo nem o “profeta da fome” como alguns gostam de chamar. Assim como a maioria dos autores e autoras, ele foi se construindo a partir de sua formação como médico. Nascido em 1908, no Recife, ele e sua família desprenderam um grande esforço para que entrasse em medicina, aos 15 anos, com documentos falsificados. Aos 21, Josué de Castro estava formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e voltou à sua terra natal para clinicar. A princípio estava interessado em psiquiatria e psicologia, escrevendo artigos nos jornais sobre Freud e assuntos diversos, como cinema e literatura. Mas acabou montando um consultório especializado em endocrinologia, como dirá ele, para engordar e emagrecer senhoras. Leia Mais

Rachel Carson: la revolución entrañable | Carmen Velayos Castelo

Espera-se de um livro, primeiramente, que a sua leitura seja prazerosa. Ao tratar-se de uma obra fruto de um trabalho de pesquisa, soma-se a expectativa de reconhecer, entre as suas linhas, o rigor empregado em sua elaboração, desde as etapas iniciais da investigação científica até a redação final. Tudo isso encontrarão o leitor e a leitora na obra Rachel Carson: la revolución entrañable, de Carmen Velayos Castelo. A autora é professora de filosofia moral e política da Faculdade de Filosofia da Universidade de Salamanca (Espanha), e entre suas áreas de pesquisa estão a ética, a ecoética, a relação entre filosofia e felicidade, assim como questões de gênero. A obra, por sua vez, foi publicada na coleção Memoria de Mujer, da Editora da Universidade de Salamanca que, desde 2015, publica estudos sobre a mulher em todos os âmbitos científicos. Leia Mais

As ciências na história das relações Brasil-EUA | Magali Romero Sá, Dominichi Miranda de Sá, André Felipe Cândido da Silva

Os 17 artigos desta coletânea têm como tema o relacionamento entre Estados Unidos e Brasil na área técnico- -científica sobretudo a partir da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942. Desde 1933 os Estados Unidos vinham implementando a “política de boa vizinhança” com os países da América Latina, estabelecendo diferentes formas de colaboração diplomática, econômica e militar, para limitar a influência dos países do Eixo na região. A partir de 1940-1941, o governo americano estabeleceu o Office of the Coordinator of Inter-American Affairs, dirigido pelo milionário Nelson Rockefeller, para conduzir essa política, sobretudo na área cultural. O Brasil vinha se mantendo neutro até então, mas, finalmente, não resistiu à pressão e entrou na guerra do lado americano. A partir daí o relacionamento entre os dois países se estreitou, com a instalação de duas bases militares norte-americanas em Natal; um esforço sistemático de produção de matérias-primas, sobretudo a borracha, mas também outros minerais e alimentos, para apoiar o esforço de guerra americano; o acordo para a construção da Usina de Volta Redonda e de reequipamento das forças armadas brasileiras; e a preparação da Força Expedicionária Brasileira para participar do teatro de guerra europeu. Leia Mais

Um papel para a história: o problema da historicidade da ciência | Mauro Lúcio Leitão Condé

A ciência tem história? É dessa questão aparentemente singela e por que não óbvia, que o autor procura resolver e/ou apontar possíveis caminhos para discussão acerca do “problema da historicidade”. O livro em questão surgiu a partir de um curso ministrado pelo autor em 2013 na Escola Paranaense de História e Filosofia da Ciência por ele classificado como uma “análise de episódios importantes da historiografia da ciência produzida ao longo do século XX” (p. 19).1 Segundo o autor, não seria propriamente um livro de história da ciência, mas uma reflexão sobre como pensar filosoficamente a escrita da história da ciência (linguagem, narrativa, discurso), uma vez que, a “historiografia da ciência” situa-se entre a história da ciência e a filosofia da ciência, pois, “pressupõe sempre uma concepção epistemológica por trás de seus modelos” (p. 19), em que os paradigmas epistemológicos são também históricos, partindo da premissa kuhniana de que “a ciência tem história” (p. 20). Leia Mais

As Vidas de José Bonifácio | Mary Del Priore

Veio a público uma biografia sobre um dos personagens mais controversos e emblemáticos da história do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva. E, redigida por uma das mais importantes autoras brasileiras, com uma vasta produção acadêmica, a historiadora Mary Del Priore. A obra é destinada tanto aos especialistas, como ao público em geral. Leia Mais

As Artes de Curar em um Manuscrito Inédito de Setecentos: O Paraguay Natural Ilustrado do Padre José Sánchez Labrador (1771-1776) | Eliane Cristina Deckmann Fleck

O livro As artes de curar em um manuscrito jesuítico inédito do setecentos é fruto do trabalho de Eliane Cristina Deckmann Fleck e seus colaboradores, no âmbito do projeto “As ‘artes de curar’ em dois manuscritos jesuíticos inéditos do século XVIII”. O volume em questão constitui-se em duas partes distintas. Ocupando lugar central, está a transcrição de parte substancial da obra Paraguay Natural Ilustrado escrita pelo padre jesuíta José Sánchez Labrador, entre 1771 e 1776. Junto ao documento histórico transcrito encontra-se uma introdução, na forma de um longo artigo analítico. Esta resenha ocupar-se-á de ambos os elementos, abordando-os de forma crítica, tanto em seus aspectos formais como analíticos. Sendo assim, esta análise será composta de duas partes. Primeiro, um resumo descritivo do conteúdo da obra. Depois, uma breve análise, na qual se procurará fazer um balanço a respeito da contribuição por ela oferecida, principalmente em relação ao campo de estudos da História da Ciência. Leia Mais

Wilhelm Ostwald: The Autobiography | Robert Smail Jack, Fritz Scholz

A despeito de um prestígio reduzido entre os químicos de hoje, Wilhelm Ostwald (1853-1932) foi um dos mais importantes nomes da Química entre o final do século XIX e o início do século XX. Sua relevância deve-se não apenas aos seus trabalhos sobre equilíbrio químico, catálise e cinética química, mas principalmente à sua atuação para o estabelecimento e popularização da Físico-Química e configuração moderna do ensino da Química, que em certa medida, permanece até os dias de hoje. Contudo, Ostwald é mais conhecido por ter sido adepto do Energeticismo e como consequência disso, por sua forte rejeição à teoria atômica, divulgada em inúmeros livros e artigos. Leia Mais

Velas ao Mar – U.S. Exploring Expedition (1838-1842). A viagem científica de circum-navegação dos norte-americanos | Mary Anne Junqueira

O livro de Mary Anne Junqueira, produto de sua tese de livre-docência no Departamento de História da Universidade de São Paulo, é um relato expressivo da U.S. Exploring Expedition (1838-1842) chefiada pelo capitão Charles Wilkes da Marinha norte-americana. Segundo a autora, esta viagem teve pouca repercussão nos anos subsequentes, fato que talvez explique a razão da restrita historiografia sobre esta empreitada. O motivo desse “esquecimento” poderia estar no caráter explosivo e violento de Wilkes para com sua tripulação, que teve que encarar uma corte marcial quando voltou aos Estados Unidos. Só a narrativa dos acontecimentos ligados aquela expedição vale a leitura do livro de Mary Anne Junqueira. Cabe registrar o ótimo capítulo que explora a vida dos marinheiros a bordo, ricamente ilustrado, dando voz a um setor comumente negligenciado pelas narrativas históricas. Leia Mais

História da Ciência | SBHC | [1984]

Historia da Ciencia sbhc

A missão da Revista Brasileira de História da Ciência (Rio de Janeiro, [1984]-)é divulgar trabalhos originais e de qualidade na área de História da Ciência e da Tecnologia, reconhecendo a importância de sua articulação com os campos da Filosofia, Sociologia e Ensino de Ciências, no intuito de aprimorar o conhecimento, complementar trabalhos, estimular e contribuir para a consolidação das atividades de pesquisa e ensino pós-graduado na área.

[Periodicidade semestral].

[Acesso livre].

ISSN: 2176-3275

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