História, memória e práticas das periferias brasileiras, africanas e latino-americanas: cidadania, invisibilidade social e silêncio/Fronteiras- Revista de História/2022

Lá não tem moças douradas

Expostas, andam nus

Pelas quebradas teus exus

Não tem turistas

Não sai foto nas revistas Lá tem Jesus

E está de costas

(Chico Buarque) Leia Mais

Histórias marginais, alteridades e críticas epistêmicas | Fronteiras – Revista de História I 2021

O olhar interdisciplinar e interseccional presente nesse dossiê é fundamental para refletir como a necropolítica e o neoliberalismo atuam sobre as “minorias” na história. Estas seguem tendo sua vida violentada simbólica e concretamente por regimes de dizibilidade – por um “tanatos-político”, ou seja, a produção da morte legitimada pela negligência do estado. Vivemos a perversidade da imbricação entre neoliberalismo, racismo e desigualdade operando sob nossas vidas.

Pensar e visibilizar historias marginalizadas pela episteme colonial é tornar visíveis as injustiças históricas que já vinham sendo vivenciadas nos corpos de mulheres e homens negros e indígenas – corpos racializados. O racismo foi e continua sendo o eixo principal do sistema patriarcal e dominante que administra o poder e mantém povos historicamente oprimidos em situações injustas. Os efeitos do racismo e do sexismo na atualidade são tão brutais que acabam por impulsionar reações capazes de recobrir todas as perdas já postas na relação de dominação. Leia Mais

Gênero e interseccionalidades no ensino de história / Fronteiras – Revista de História / 2020

Pensar o ensino de História em tempos de pandemia gera muitas inquietações, sobretudo ao observarmos a desigualdade social que assola o país sendo intensificada. O caos na saúde pública, na economia e na educação não apenas revelam as exclusões sociais como dão a elas novas formas e novos níveis. Muitas vidas estão se perdendo, sobretudo de pessoas pobres, de pessoas negras, que não tem acesso a recursos da saúde, que não possuem o privilégio de poder manter o necessário distanciamento social para precaver-se da Covid19. Pessoas pobres precisam sair de suas casas para trabalhar independente do risco que correm no trajeto ou no local de trabalho. Muitas são mulheres que atuam como domésticas, como enfermeiras, como cuidadoras. Pessoas pobres são excluídas dos estudos remotos pela falta de acesso às tecnologias. Sem computadores em casa ou sem celulares capazes de comportar os aplicativos e armazenar arquivos, sem internet. Famílias grandes em espaços pequenos dividindo um único celular e a internet do / a vizinho / a para que todas as crianças façam as atividades remotas. Pessoas da área rural, sem acesso à internet. O caos revelando e intensificando as diferenças e as desigualdades e nos movendo a refletir sobre os sentidos do que estamos fazendo e para onde caminhamos no ensino de História, pois acreditamos que é possível (e necessário) propormos uma pedagogia engajada (HOOKS, 2013).

Dois pontos nos parecem fundamentais nessa empreitada: o sentido do aprender e ensinar história e a questão da interseccionalidade como ferramenta analítica que considera as múltiplas diferenças e desigualdades. Com relação ao primeiro ponto, as teorias de Jörn Rüsen pautadas na perspectiva do desenvolvimento da consciência histórica nos permitem pensar um aprender e ensinar História que considera as interações com a vida prática. Em seu texto “Como dar sentido ao passado”, Jörn Rüsen (2009) argumenta que o objeto de estudo da história é o presente e não o passado, pois é nele que surgem as inquietações que nos movem a pesquisar o passado, que ao ser compreendido nos ajuda a problematizar o presente e perspectivar o futuro. Ao elaborar a sua matriz disciplinar, Jörn Rüsen (2001) sintetiza a dinâmica da elaboração do pensamento histórico que parte das carências de orientação no tempo para as ideias históricas, tendo na História, como campo especializado do conhecimento, um lugar de elaboração com métodos de pesquisa e de apresentação de resultados, que só farão sentido se voltarem para a vida prática com uma função de orientação existencial. Leia Mais

História, patrimônio cultural e práticas educativas / Fronteiras – Revista de História / 2019

Abordar o Patrimônio Histórico Cultural em suas múltiplas dimensões: educar pelo patrimônio, com o patrimônio, práticas educativas, uso público do patrimônio, concepções interdisciplinares são algumas das reflexões contidas nesse dossiê. O qual teve como intuito aglutinar estudos e pesquisas sobre as interfaces entre História, Patrimônio Cultural e as práticas educativas na História ensinada.

São dimensões analíticas e metodológicas que apresentam o complexo enredo de narrar, lembrar, esquecer, difundir, preservar, questionar historicamente os percursos do Patrimônio. Perpassando espaços educativos, caminhando pelas praças, trilhando ruas, sensibilizando pelas edificações, permitindo que as memórias e histórias possam se tornar fontes históricas para / no ensino da História. São reflexões críticas que tem diferentes basilares epistemológicos para dialogar sobre a natureza documental, imagética, estética, formativo, educativo do patrimônio histórico cultural. E que, possibilitam projetar meios / motivação / concepções que para a Educação para o Patrimônio. Leia Mais

Humor Gráfico, Política e História (II) / Fronteiras – Revista de História / 2018

Dando continuidade ao projeto de organização do dossiê Humor Gráfico, Política e História para a Fronteiras: Revista de História, do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Grande Dourados (PPGH / UFGD), apresentamos aos leitores de nossa revista o segundo volume do referido dossiê. Em nosso propósito de “oferecer espaços de discussões teóricas e metodológicas envolvidas na abordagem da história do humor gráfico em suas múltiplas modalidades, bem como para disseminar as pesquisas históricas que tenham as fontes iconográficas como objetos fundamentais da produção historiográfica” – conforme anunciado em nossa chamada pública inicial – trazemos outros importantes estudos de pesquisadores e pesquisadoras do humor gráfico. Esses autores e essas autoras nos oferecem suas contribuições para desvelar ou compreender a presença e os sentidos das diversas modalidades do humor gráfico nos contextos sócio-históricos contemporâneos e seus impactos na realidade social, política e / ou cultural de seus respectivos tempos históricos.

O segundo volume apresenta sete artigos na sessão principal, encerrando o nosso dossiê. Também compõem esta edição outros três artigos recebidos em sistema de fluxo contínuo, que integram a sessão de artigos livres, além da publicação de uma resenha. Todos os artigos publicados nesta edição de nossa revista, em especial os artigos do dossiê Humor Gráfico, Política e História, são oferecidos aos leitores como resultado de nossos esforços para continuar proporcionando um espaço rico e plural em torno das áreas de conhecimento que estabelecem um diálogo profícuo com o avanço da historiografia contemporânea. Leia Mais

Humor Gráfico, Política e História (I) / Fronteiras – Revista de História / 2018

O projeto de organização do dossiê Humor Gráfico, Política e História para a Fronteiras: Revista de História, do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Grande Dourados (PPGH / UFGD), começou a ser gestado a partir de nossa participação (organizadores do dossiê) em uma Banca de Mestrado em Comunicação na Universidade Estadual de Londrina (UEL), realizada no dia 09 de maio de 2017. Na ocasião, a mestranda, Fernanda Targa Messias, orientanda do professor Rozinaldo Antonio Miani, defendeu sua dissertação intitulada A consolidação do agronegócio como política agrária nos governos Lula e Dilma e sua representação por meio das charges de Carlos Latuff1. Estimulados pelos debates em torno das potencialidades do humor gráfico nas pesquisas históricas, fora lançado o desafio de organização deste dossiê. A Fronteiras analisou essa possibilidade e nos confiou o desafio de viabilizarmos a sua organização.

Como foi salientado na chamada pública de proposição de trabalhos para o dossiê2, os estudos e pesquisas sobre o humor gráfico ainda são muito restritos, principalmente, no campo da História. Deste modo, a proposição foi estratégica e visou contribuir com uma área extremamente fecunda para os estudos históricos. Depois de proposta, tem-se a certeza do acerto. A Fronteiras foi surpreendida pela quantidade de artigos submetidos para avaliação, e, além da quantidade, destaca-se a originalidade e qualidade dos trabalhos. A surpresa também gerou dúvidas entre os profissionais editores da revista, pois se tratavam de muitos trabalhos com potencial de serem aprovados3; com isso, a edição do dossiê poderia ficar muito extensa. Após reuniões dos editores da Fronteiras, decidiu-se pela publicação de dois volumes do dossiê Humor Gráfico, Política e História. O primeiro volume (Edição Vol. 20, Nº 35 / 2018.1) compõe esta edição da revista; e o segundo volume (Edição Vol. 20, Nº 36 / 2018.2) está previsto para ser publicado no mês de dezembro de 2018. Leia Mais

Protestantismos e História: a propósito dos 500 anos da Reforma Protestante / Fronteiras – Revista de História / 2017

No mês de outubro de 2017 foram realizadas, em diversas partes do mundo, celebrações alusivas aos 500 anos da Reforma Luterana, comumente chamada de Reforma Protestante. O centro das comemorações foi a pequena cidade alemã de Wittenberg, atualmente com pouco mais de 50 mil habitantes e que abriga a Igreja do Castelo de Wittenberg, local onde em 31 de outubro de 1517 o monge Martinho Lutero afixou suas 95 teses com críticas à Igreja Católica. Esse ato foi considerado como o desencadeador dos movimentos que provocaram a maior divisão institucional no interior do cristianismo romano.

Os movimentos contestadores e reformistas subsequentes a Lutero, tais como: o calvinista, o anglicano, os anabatistas, entre outros, provocaram profundas mudanças na vida religiosa na Europa e, posteriormente, em outras partes do mundo. Mais do que a crítica institucional, burocrática, clerical, os tempos posteriores a Lutero apontaram para uma nova posição religiosa do cristão para com o sagrado, o divino. Sem as intermediações dos agentes cultos e letrados, os fiéis passaram a ter acesso direto ao divino por meio da leitura devocional dos textos bíblicos. A tradução da Bíblia para o alemão pode ser considerado o ápice da quebra do monopólio do sagrado por parte da Igreja romana. E essa necessidade, esse imperativo para a leitura da Bíblia, marcou profundamente a identidade desses grupos religiosos e também direcionou a fundação e atuação das novas confissões eclesiásticas que investiam na alfabetização de seus novos membros. No Brasil, a partir do século XIX, algumas igrejas protestantes que por aqui chegaram por meio das missões adotaram a máxima “em cada igreja, uma escola”. Leia Mais

Migrações e Fronteiras Amazônicas / Fronteiras – Revista de História / 2017

Nos últimos anos, a região amazônica tem se destacado como um campo de estudo em expansão, fruto do interesse de pesquisadores e pesquisadoras que têm se ocupado com temáticas amazônicas consolidadas e emergentes, bem como com populações originárias ou recém-chegadas à região. O interesse deve-se também às mudanças em curso na região, as quais obviamente estão relacionadas com as outras regiões do Brasil, com os países amazônicos vizinhos e com a comunidade internacional. A região amazônica é a maior área com cobertura vegetal na América do Sul. Nela vive a maior parte da população indígena brasileira e é falada a maioria das línguas indígenas. O Polo Industrial de Manaus consolidouse como um dos principais centros econômicos da América Latina. A Amazônia é, pois, uma verdadeira fronteira interna, cultural, social, econômica e ecologicamente falando. As migrações que se destinam para lá são marcadas, assim, por encontros e desencontros humanos, pois afeta constantemente a vida das comunidades assentadas há mais tempo no local e não poucas vezes ocasiona outras migrações.

Este número especial da Fronteiras – Revista de História do PPGH-UFGD, que ora apresentamos, propôs reunir algumas dessas pesquisas que analisam esses fenômenos sociais nos últimos anos. Este número, portanto, reúne um dossiê interdisciplinar com o objetivo de contribuir para o conhecimento da construção de fronteiras étnicas, culturais, sociais, econômicas e geográficas da Amazônia. Leia Mais

História Indígena, historiografia e indigenismo: contribuições, desafios e perspectivas / Fronteiras – Revista de História / 2016

Com grande satisfação apresentamos o dossiê temático História Indígena, historiografia e indigenismo: contribuições, desafios e perspectivas. A ideia de publicar este dossiê surgiu durante o XXVIII Simpósio Nacional de História no qual, seguindo uma tradição da área, vários trabalhos sobre História Indígena foram apresentados, em especial, no simpósio temático coordenado por Jorge Eremites de Oliveira e Thiago Leandro Vieira Cavalcante. Em Florianópolis, foi lançada a proposta de publicação deste dossiê, que, todavia, foi recepcionada por diversos autores e autoras, inclusive do exterior, que não estavam participando do evento, fato que demonstra a abrangência e a consolidação da área de História Indígena e da Fronteiras – Revista de História nos últimos anos. Todos os artigos publicados representam qualitativamente uma boa amostra da produção brasileira, bem como internacional sobre História Indígena.

É importante registrar que este é o segundo dossiê sobre a temática indígena publicado pela Fronteiras. O primeiro saiu no segundo semestre de 1998 com o título Sociedades Indígenas. Naquele momento, a emergência dessa área de estudos viria a culminar no auxílio da criação do curso de Mestrado em História com a linha de pesquisa em História Indígena do então campus de Dourados da UFMS. Hoje, mais de uma década depois, a Fronteiras volta a dar destaque ao tema, demonstrando, sobretudo, o amadurecimento e a diversificação da área no Brasil e na América Latina e sua consolidação na, hoje, UFGD. Leia Mais

Territórios e Fronteiras do Ensino de História – II / Fronteiras – Revista de História / 2016

Seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica. Paulo Freire Para Paulo Freire, em nome de uma a educação como forma de libertação. A Fronteiras – Revista de História tem o satisfação de apresentar a segunda parte do dossiê sobre Territórios e Fronteiras no Ensino de História. O presente dossiê é um chamado a reflexão sobre os territórios do ensino de História na contemporaneidade, agregando estudiosos de diferentes regiões do país e instituições de ensino.

A ideia do dossiê parte da articulação entre os conceitos de territórios e fronteiras e das diversas interfaces que a área de ensino de história tem desenvolvido como campo de pesquisa e análise, seja na história do ensino de história, na análise de livros didáticos, na reflexão sobre os currículos, na relação entre ensino de história, historiografia e teoria da história, no estudo da cultura escolar e sua incidência sobre o ensino de história, no aprofundamento do debate acerca da aprendizagem histórica. Leia Mais

Territórios e Fronteiras do Ensino de História – I / Fronteiras – Revista de História / 2015

A Fronteiras – Revista de História tem o prazer de apresentar a primeira parte do dossiê sobre Territórios e Fronteiras do Ensino de História. O presente dossiê é um convite a reflexão sobre os territórios do ensino de História no mundo contemporâneo, agregando estudiosos de diferentes parte do país e instituições de ensino.

Currículos, formação de professores, livros didáticos, patrimônio cultural, direitos humanos, diversidade étnico-racial são temas que marcam as reflexões acerca dos lugares do ensino da história entre diferentes territorialidades e limites (sempre em expansão e híbridos).

Em razão da diversidade que constitui o campo e das demandas recebidas para a publicação, a partir da chamada pública lançada em meados de 2015, a temática será contemplada no próximo número da revista, o que evidencia a relevância do tema do Ensino de História para a formação e prática dos historiadores e professores. Leia Mais

Mato Grosso colonial | Fronteiras – Revista de História I 2015

O dossiê “Mato Grosso colonial” traz contribuições de pesquisadores que tem se dedicado a investigar essa região, que no período colonial, compreendia os atuais estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. A região de Mato Grosso1 foi conquistada na primeira metade do século XVIII e pertencia à jurisdição da capitania de São Paulo, que teve sua circunscrição reduzida em 1748 por causa das fundações das capitanias de Mato Grosso e de Goiás, ambas marcadas pela mineração2.

Capitania fronteira-mineira, Mato Grosso estava situada na região central do continente sul-americano e fazia fronteira com os domínios hispânicos, isto é, com o Paraguai e com as Províncias de Moxos e Chiquitos. Apesar de sua vasta extensão territorial, foi constituída por apenas duas vilas, Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá (localizada no distrito do Cuiabá) e Vila Bela da Santíssima Trindade (situada no distrito do Mato Grosso), erguida em 1752 para ser capital da capitania. Além delas, arraiais e fortes militares foram fundados ao longo da fronteira litigiosa com o objetivo de assegurar a possessão lusitana por meio do povoamento. Leia Mais

Territórios e Fronteiras do Ensino de História (I) / Fronteiras: Revista de História / 2015

A Fronteiras: Revista de História tem o prazer de apresentar a primeira parte do dossiê sobre Territórios e Fronteiras do Ensino de História. O presente dossiê é um convite a reflexão sobre os territórios do ensino de História no mundo contemporâneo, agregando estudiosos de diferentes parte do país e instituições de ensino.

Currículos, formação de professores, livros didáticos, patrimônio cultural, direitos humanos, diversidade étnico-racial são temas que marcam as reflexões acerca dos lugares do ensino da história entre diferentes territorialidades e limites (sempre em expansão e híbridos). Leia Mais

História das mulheres e relações de gênero / Fronteiras – Revista de História / 2011

As mulheres nunca estiveram ausentes da história, embora a historiografia oficial as tenha esquecido. Pesquisadoras(es) tem se debruçado sobre estudos da história das mulheres e suas lutas em todos os processos civilizatórios. Além disso, as mulheres têm garantido o seu lugar de cidadã na vida, no mundo e na própria história. No decorrer da história há uma relação entre gênero e poder que precisa ser estudada, revelada, reescrita, pois a história tradicional antropocêntrica e universalizante criou o mito do sexo frágil, da impotência feminina e da sua dependência existencial do masculino.

As produções teóricas relativas à História das Mulheres encontram-se ligada ao movimento de renovação da própria história que, distanciando-se da história tradicional de cunho positivista que se impôs no século XIX, se voltava a preocupar por traçar um caminho interessado muito mais pelos coletivos que pelos individuais, pela evolução da sociedade que pelas instituições, pelos costumes que pelos acontecimentos, pelas coletividades excluídas do que pelos grandes personagens1. Leia Mais

História da Saúde / Fronteiras – Revista de História / 2011

Saúde e doença na história

A produção historiográfica relativa à história da saúde e da doença tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas. Dissertações e teses, simpósios e a publicação de livros comprovam a relevância dos estudos dessa natureza. A atenção dado à temática tem sem dúvida débito para com as transformações da historiografia e a ampliação do campo do historiador, com a incorporação de novos objetos e abordagens que trouxeram para o cenário o homem doente e sua história.

Mas há também outros fatores que levam ao interesse pelo tema saúde e doença na história. Conforme observa Roy Porter, o “pavor da doença, potencial e efetiva, as dores das queixas agudas e das moléstias de longo prazo, e ainda o pavor da mortalidade figuram entre nossas experiências mais universais e assustadoras” [2]. Fato é que da mesma forma em que mobilizam os homens e as sociedades, as doenças também despertam a atenção do historiador, o qual busca reconstituir de várias perspectivas analíticas a história das doenças e suas representações, a história dos saberes médicos e das práticas de cura, bem como as políticas de saúde e os impactos das epidemias nas sociedades. Leia Mais

História dos esportes / Fronteiras – Revista de História / 2010

Os debates em torno da História dos Esportes ocupam, gradativamente, mais espaços nas reflexões circunscritas às Ciências Humanas e Sociais, o que evidencia a amplitude e possibilidades de pesquisa que a prática de esportes proporciona para além das concepções e os cuidados com o corpo. Neste sentido, não nos parece ser coincidência o fato de que inúmeras dissertações de Mestrado e teses de Doutorado, cujas abordagens dizem respeito às modalidades esportivas (notadamente o futebol), deixaram de ser originadas apenas dos cursos de Educação de Física, e áreas correlatas.

Paralelamente aos crescentes trabalhos acadêmicos sobre os esportes, avolumam-se, também, os simpósios e demais encontros científicos, ou não, cuja temática central é a prática esportiva. Competições internacionais como os Campeonatos Mundiais de Futebol e os Jogos Olímpicos são cada vez mais disputados por nações de toda a parte do mundo, revelando o interesse que tal atividade desperta em espaços não apenas limitados às praças esportivas nas quais as diferentes modalidades são disputadas. Leia Mais

História das religiões e religiosidades / Fronteiras – Revista de História / 2010

Religião, um fato social

O estudo da relação do ser humano com o Sagrado é, por excelência, uma tarefa interdisciplinar na qual a História tem muito a contribuir. Ao pensar as formas como os grupos humanos interpretam a relação com a(s) divindade(s), transformando as crenças em sistemas normativo-vivenciais, a História assume a função de pensar as bases sociais, políticas e econômicas que orientam a produção do sentido religioso. Dessa maneira, ela é dessacralizadora do fenômeno religioso ao (re)construir os contextos que permitem explicar o surgimento, a disseminação, as permanências e mudanças ocorridas no interior das religiões / religiosidades.

Dado que cada cultura, a partir de suas necessidades, cria mecanismos próprios de relacionar-se com o mundo do sagrado, ao(à) historiador(a) é possível acercar-se tanto daquilo que fenomicamente é mostrado (rituais, organização de tempos sagrados e profanos, aparatos litúrgicos, fórmulas religiosas, piedades, teologias, livros / falas sagradas), quanto da intencionalidade religiosa (uso político, econômico e social das práticas e instituições religiosas). Esta dupla possibilidade é alcançada a partir do manejo das relações estabelecidas nas temporalidades curta, média e longa, fator que dá primazia ao(à) historiador(a) das Religiões e Religiosidades no entendimento das formas específicas que o Sagrado assume nas mais diversas ambiências, transformando-se em tradições religiosas. Para tanto, há que se estar aberto ao diálogo com a Antropologia, com a Sociologia, com a Filosofia das Religiões, exercício que o presente dossiê tem a satisfação de apresentar aos leitores. Todos os textos realizam suas análises tomando a religião com um fato social. Para facilitar a leitura, ordenamos cronologicamente os textos, opção que facilitará, em uma visão de conjunto, a percepção da heterogeneidade das percepções históricas acerca do Sagrado em épocas e locais que se cruzam. Leia Mais

Terra, Território e Identidades | Fronteiras – Revista de História I 2009

Anunciado no número anterior de “Fronteiras: Revista de História” como Dossiê sobre História Indígena, apresentamos aqui o Dossiê “Terra, Território e Identidades”, fazendo com isso jus às contribuições recebidas de pesquisadores e pesquisadoras do âmbito da História e da Antropologia do Brasil e do exterior. Como organizadoras desta publicação, sentimo-nos honradas em poder publicar trabalhos de qualidade que concretizam a trajetória de profissionais nas áreas da História Indígena, Comunidades Quilombolas, Movimento Sociais e Campesinato.

Da excelente Dissertação de Mestrado do historiador e indigenista Ivori Garlet, falecido precocemente em fevereiro de 2004, recebemos através da antropóloga e historiadora Valéria S. de Assis, o artigo “Desterritorialização e reterritorialização: a compreensão do território e da mobilidade Mbyá-Guarani através das fontes históricas”. A mobilidade “guarani”, sem especificação étnica, já foi estudada e avaliada por outros autores, como Bartomeu Melià (1988) e, para etnias específicas, como a apapokuva, por Kurt Unkel Nimuandaju ([1914] 1987). Ivori e Valéria o fazem para a etnia mbyá, trabalhando a partir de fontes primárias para a história mbyá, sem, no entanto, desconsiderar a historiografia disponível para situações análogas vividas por outros grupos tupi e guarani, assim como da etnografia dos grupos mbyá na década de noventa. Suas seguras indicações à situação dessas comunidades o atestam. Leia Mais

Ensino de História / Fronteiras: Revista de História / 2009

Desafios no ensino de História

Nas últimas décadas as discussões sobre o ensino de História foram ampliadas, considerando, sobretudo a realidade educacional brasileira. Diversos aspectos do ensino- aprendizagem em História passaram a ser temas de estudo e publicados, tais como: história do ensino de História, livros didáticos e paradidáticos, produção do conhecimento, currículos, linguagens, novas tecnologias, saberes, diversidade, formação de professores, entre outros. Como se observa, há um conjunto de horizontes que emergiram, visando tornar o ensino de História mais participativo e interpretativo. Nesse percurso, há um profícuo e intenso debate sobre o papel do professor e da própria disciplina História, cujas abordagens filiadas às chamadas “Historiografia Tradicional”, por um lado, e da “Historiografia Renovada”, por outro, têm sido permanentemente objetos dos debates em diferentes fóruns, o que demonstra a necessidade de se avançar na discussão sobre a disciplina de História, bem como sobre os métodos a serem utilizados em sala de aula

Os cursos de Licenciatura em História têm buscado responder a essas questões e às perspectivas criadas em torno das mudanças esperadas no ensino e à necessidade de aproximar o ensino e a pesquisa em sala de aula, o que pode resultar no aprofundamento da profissionalização do professor/historiador. Tal esforço pode ser verificado a partir das disciplinas de práticas de ensino e de estágio supervisionado em História e dos projetos de pesquisas desenvolvidos nos cursos de graduação e nos de pós-graduação no país. Leia Mais

Arqueologia Pública / Fronteiras – Revista de História / 2002

Com a publicação deste número, Fronteiras passa a ser oficialmente um veículo do Programa de Pós-Graduação em História da UFMS, Campus de Dourados. Este Programa, inaugurado em 1999 e desde então recomendado pela CAPES, oferece regularmente o Curso de Mestrado em História, área de concentração em “História, Região e Identidades”, com três linhas de pesquisa: 1) História Indígena; 2) História, Poder e Instituições; 3) Região, Identidades e Representações. Além disso, a partir de agora a revista passa a ter novas Normas Editoriais, nova Comissão Executiva, nova Câmara Editorial, um recém-formado Conselho Consultivo e a também recém-criada figura de seu Editor.

Uma outra novidade neste número é a publicação do dossiê “Arqueologia Pública”, constituído de artigos produzidos por representantes de uma nova geração de arqueólogos brasileiros, a qual cada vez mais vem pensando a relação entre a Arqueologia praticada no país e o público em geral. Participam desse dossiê os seguintes arqueólogos e arqueólogas: Ana Piñón, Jorge Eremites de Oliveira, Maria Clara Migliacio, Nanci Vieira de Oliveira, Pedro Paulo Abreu Funari e Plácido Cali. Leia Mais

Mulheres | Fronteiras – Revista de História I 1998

Fronteiras chega ao seu terceiro número buscando cumprir os objetivos assinalados no número inicial: contribuir para o fortalecimento da pesquisa e do ensino da História na UFMS, abrindo-se, ao mesmo tempo, à interdisciplinaridade – procurando constituir-se, assim, num espaço para a divulgação de trabalhos relevantes dos pesquisadores da História e de áreas afins, pertencentes à UFMS ou a outras instituições. Leia Mais

Fronteiras | UFGD | 1997

Fronteiras Revista de Historia Fronteiras | UFGD | 1997

A revista Fronteiras (Dourados, 1997-) é uma publicação semestral vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História (PGH/FCH/UFGD) que publica artigos inéditos e de pesquisas originais da área de História e de áreas que fazem um diálogo profícuo para/com a historiografia contemporânea, divulgando práticas de pesquisas e resenhas de livros.

A revista Fronteiras tem por finalidade publicar e divulgar, preferencialmente, trabalhos inéditos da área de história e áreas afins, evitando sua apresentação simultânea em outro periódico.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

ISSN 2175-0742 (Online)

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