Atualismo e teorias contemporâneas do tempo histórico/ Revista de Teoria da História /2022

“O QUE É O TEMPO? Quem poderia explicá-lo fácil e brevemente? (…) O que é o tempo, então? Se ninguém me perguntar, eu sei; mas, se quiser explicar a alguém que me pergunte, não sei”. Dificilmente, alguma reflexão sobre o fenômeno do tempo consegue escapar à aporia colocada por Santo Agostinho (2017, 249) em suas Confissões. Nesse sentido, a proposta do dossiê temático Atualismo e teorias contemporâneas do tempo histórico é reunir trabalhos que pretendam, de algum modo, atualizar, do ponto de vista da Teoria e Filosofia da História, o questionamento fundamental apresentado pelo bispo de Hipona. Se a obra de Reinhart Koselleck representa um marco decisivo nos estudos sobre a experiência do tempo durante a modernidade, a hipótese “presentista”, de François Hartog, anunciada em 2003, com a publicação de Régimes d’historicité. Présentisme et expériences du temps, marcou o início de importantes estudos que seguem se esforçando para interpretar as linhagens decisivas da experiência do tempo na contemporaneidade. Contemporaneidade que poderia ser definida pelo que já não mais é, ou seja, moderna. Assim, para Hartog, ao invés do futurismo moderno identificado pela temporalidade da espera, da autoridade do historiador como profeta dos tempos vindouros e narrador da história nacional, de uma clara distinção entre história/memória e passado/presente, a contemporaneidade poderia ser visualizada pela prevalência de um presentismo alastrado e de futuro fechado, da crise da autoridade do historiador – agora obrigado a dividir espaço com uma miríade de discursos sobre o passado – e por uma patrimonialização que a tudo envolveria no seu desejo de memória (Hartog 2013). Leia Mais

Walter Benjamin historiador | Revista de Teoria da História | 2021

Walter Benjamin OPERA Walter Benjamin
Cena da ópera “Benjamin, última noite”, de Michel Tabachnik | Imagem: RTP, 2019

O pensamento histórico de Walter Benjamin é abordado por teóricos de muitas estirpes, animados por interesses os mais diversos. Há quem se aproxime da concepção benjaminiana da História ao investigar a literatura, e este leitor há de se ocupar, entre outros títulos, com as Passagens, livro tido por Benjamin como uma História Social da Paris do Séc XIX, e que, no entanto, se assemelha ao que hoje entendemos por História Cultural. A literatura e suas relações com a modernidade, a literatura e suas relações com a memória e a política – assuntos primordiais desta obra inconclusa que chegou a ser pensada como um livro sobre Baudelaire.

A História que se faz a partir da literatura, com vistas a uma teoria da modernidade. Assim, o leitor, a leitora que munidos do interesse pela linguagem se aproximam de Benjamin, deparam-se a todo momento com seu pensamento histórico, seja no conceito de crítica, que ele pretende historizar, seja no conceito mesmo de origem, que, à maneira de Foucault e sua arqueologia, Benjamin mobiliza para criticar a História científica, de matriz historicista – a História dos Historiadores. Leia Mais

Filosofias da História | Revista de Teoria da História | 2021

Zoltan Simon 2 Walter Benjamin
Zoltán Boldizsár Simon | Foto: IAS/UCL

A crescente especialização da história-disciplina, somada às catástrofes ocorridas ao longo do século XX são dois fatores para a recusa, largamente estabelecida na academia, da categoria filosofia da história – muitas vezes reduzida às versões “clássicas” ou “substantivas” que, conforme o célebre esquema proposto por Arthur Danto, procuravam determinar um sentido ou lógica total ao curso dos eventos históricos, tal como podemos ver em clássicos como Kant, Hegel ou Marx. Essa tendência foi reforçada pela ideia, primeiramente introduzida por William Henry Walsh, segundo a qual caberia ao historiador tratar apenas de problemas epistemológicos sobre como é possível conhecer os acontecimentos históricos, em detrimento de outras questões filosófico-teóricas a respeito da história. Em um contexto mais contemporâneo, Aviezer Tucker replicou a dicotomia entre filosofia substantiva e filosofia crítica da história com os conceitos de “filosofia da história” e “filosofia da historiografia”, respectivamente. Se essa configuração do saber permitiu grandes avanços no que diz respeito ao debate epistemológico sobre a historiografia, ela também contribuiu para um relativo isolamento da reflexão histórico-filosófica frente a outras ordens do discurso historiográfico. Leia Mais

Juridicização e tribunalização da história / Revista de Teoria da História / 2020

A Revista de Teoria da História, com o presente dossiê, pretende dar continuidade àquilo que vem se tornando o intuito fundamental do periódico: não apenas revisitar criticamente os temas clássicos da teoria da história e da história da historiografia, mas também chamar a atenção para temas ainda marginalizados, bem como promover o debate estimulado por questões hodiernas. Nesse sentido, tendo em vista fenômenos recentes da história política brasileira, mas não excluindo o complexo século XX como pano de fundo, este dossiê abarca contribuições que dialogam com o conjunto de reflexões que podem ser sintetizadas pelo tema da Juridicização e tribunalização da história. Leia Mais

História e Psicanálise / Revista de Teoria da História / 2020

Ventiladas desde a década de 1960 e consubstanciadas em fins do século XX, as interrogações sobre a prática historiográfica e sua associação à narrativa histórica exigiram novo escrutínio do historiador. Tais interrogações visavam ao aprofundamento, de um lado, e à contraposição, de outro, às teorias estruturalistas, que, por sua vez, desafiavam as concepções discursivas vigentes. O abalo provocado às ciências humanas prescreveu ao historiador compreender de que forma suas práticas e narrativas incorporariam distintas linguagens, considerando, delas e nelas, o escopo ético e estético. Nesse cenário, emerge a preocupação, antes latente, com o lócus do processo de subjetivação. Derivou de tais movimentos uma significativa abertura do campo historiográfico à relação entre história e psicanálise. Leia Mais

Intelectualidades negras e a escrita da história / Revista de Teoria da História / 2019

No momento em que vem a público o dossiê Intelectualidades negras e a escrita da história, o Brasil assiste o negacionismo passar de fenômeno social difícil de explicar – e de entender – à política de governo. Fato que não é exclusivo do Brasil. Com saliência política maior ou menor, o negacionismo tem se apresentado como um traço distintivo peculiar da ascensão da extrema direita em vários países do mundo. De fato, tornou-se plausível e legítimo negar o aquecimento global, negar que o próprio globo terrestre seja esférico ou negar a eficácia de vacinas. E se negar estes fatos ganha um certo caráter anedótico, isso se dá precisamente porque a possibilidade de questionar a positividade forte da verdade que atestam produz um deslizamento discursivo que se projeta sobre outros campos de saber onde o exercício de negar parece ainda mais legítimo. Aqui, a escrita da história vira alvo incontornável. Leia Mais

Teoria da História e Teoria Política / Revista de Teoria da História / 2019

O dossiê que aqui se apresenta está concentrado na relação entre Teoria da História e Teoria Política e, por conseguinte, nas diversas questões que tal relação suscita. Consideradas em suas definições mais abrangentes, história e política se determinam reciprocamente: podese dizer que toda concepção de política traz implicitamente uma determinada concepção de história e historiografia em relação a qual os acontecimentos são engendrados e reconstruídos e que, inversamente, toda concepção de história implica em um determinado posicionamento político frente ao mundo, isto é, em formas específicas de conceber o indivíduo e os modos de sua relação com outros indivíduos sob a organização de uma coletividade como o Estado. Não obstante, ao mesmo tempo que claramente inequívoca, a relação entre ambas é de tal modo complexa que o mais despretensioso olhar logo o percebe ao se defrontar com as diversas formulações que tomaram lugar ao longo da história, sejam aquelas de Platão e Aristóteles, passando por Santo Agostinho e, adentrando-se na Modernidade, de N. Maquiavel, F. Guicciardini, G. Vico, E. Burke, G. W. F. Hegel, W. Humboldt, K. Marx e M. Bakunin, como também, chegando ao último século, as formulações de autores como H. Arendt, G. Lukács, T. Adorno e M. Foucault, dentre inúmeras outras. A esse espectro de autores é acrescida a incorporação de temas como a moral, a teoria do poder e a retórica. Com tal complexidade em mente, a Revista de Teoria da História, com o presente dossiê, pretendeu reunir contribuições originais e relevantes que tratem de parte da multiplicidade de modos em relação aos quais Teoria da História e Teoria Política se associam. Leia Mais

Historiografia e História das Artes 2: da história institucional à revisão e leitura crítica dos procedimentos na escrita da História da Arte / Revista de Teoria da História / 2018

O Dossiê Historiografia, História e Teoria das Artes e Interartes está organizado em dois conjuntos de textos – dois volumes da Revista de Teoria da História (UFG), sob minha organização e apresentação.

I

O Dossiê apresenta as traduções de dois textos documentais no campo da História da Dança e das Danças de Salão. O primeiro deles é de 1922 (1921), THE ONE STEP – LEARN THE FOX TROT BEFORE LEARNING THE ONE STEP, dos Manuais dos estúdios de Arthur Murray. Trata-se de um Manual de um estúdio de dança de NYC (Arthur Murray) no início da década de 1920, cujo objeto é o ensino-aprendizagem do THE ONE STEP. Como no primeiro volume, buscamos apresentar documentos inéditos, voltados para a recuperação de documentos que articulam concepção de dança (a dança como um sistema de passos), um livro de lições e um sistema de aprendizagem e um conjunto de elementos valorativos distribuídos no corpo do texto, ressaltando aspectos metafóricos, questões de gênero e relações de poder imiscuídas. Leia Mais

História e linguagens: biografia – ficção – teoria da história / Revista de Teoria da História / 2018

Desde que Hans Robert Jauss, em sua conferência O que é e com que fim se estuda história da literatura? (1967), lançou o desafio de pensar a contribuição da literatura para a construção das percepções do mundo social, inúmeros esforços têm sido feitos por pesquisadores comprometidos em superar “o abismo entre literatura e história, entre o conhecimento estético e o histórico”. Os debates e reflexões acadêmicas em torno das relações entre História e Linguagens, em especial a partir de um eixo teórico em diálogo incessante com a Teoria da História, tem se expandido de modo significativo nas últimas décadas, reorientando os olhares da produção historiográfica recente às articulações entre expressões estético-culturais e a experiência temporal. Muitas das questões levantadas concernem, de um lado, às marcas da historicidade inerente às linguagens, ao exemplo da ficção, da autoficção ou da (auto)biografia, e, de outro, às contribuições das linguagens literárias para pensar os elementos constitutivos do fazer historiográfico: suas escritas, seus lugares, suas práticas. Estas e outras indagações norteiam as linhas centrais deste dossiê. Nele, reúnem-se pesquisadores e pesquisadoras de diversas áreas das humanidades, em especial da História e da Crítica Literária, interessados em dialogar com o referencial de pensamento proposto abaixo; com o fito de ampliar os domínios teóricos no interior da instabilidade que tem se formado na dimensão interdisciplinar dos estudos. Leia Mais

Cartografias da História da Historiografia Portuguesa / Revista de Teoria da História / 2017

Apresentamos nesse número o dossiê Cartografias da História da Historiografia Portuguesa, no qual divulgamos a produção historiográfica lusitana recente em autores de diversas universidades portuguesas (Universidade de Coimbra, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Porto). O objetivo principal desse dossiê coaduna com a proposta geral dessa revista: o esforço continuo de historicizar o sujeito objetivante, afim de pensar o que “fazem os historiadores quando fazem historia”. No entanto, há dentro desse campo especializado na “auto-análise” disciplinar especificidades próprias em seus “sub-campos”, como é o caso especifico da História da Historiografia. A HH não pode ser confundida com as demais disciplinas fronteiriças, como a história intelectual, teoria da história, metodologia ou mesmo a escrita da história. O esforço de separar a HH enquanto campo autônomo vem levando uma série de historiadores a afirmar, no Brasil, a emergência de uma “comunidade acadêmica” cada vez mais preocupada com a “analítica da historicidade1”. Leia Mais

Historiografia e História das Artes (I) : teorias das artes, interartes, intermídias e atravessamentos afectuais no campo da história / Revista de Teoria da História / 2017

O Dossiê Historiografia, História e Teoria das Artes e Interartes está organizado em dois conjuntos de textos – dois volumes da Revista Teoria da História (UFG), sob minha organização e apresentação.

I

No Primeiro Volume temos uma tradução de um texto de 1832 do livro Letters on Dancing de Théleur, e, um conjunto de artigos atravessados pela reconcepção do campo teórico conceitual da e na pesquisa histórica, atravessados por pensamentos que se referem à produção poética e performática.

O livro de Edward Théleur é traduzido aqui a partir do texto de 1832 (2ª. Edição, a primeira é indicada como sendo de 1831) e inclui o conjunto de textos raros no campo da pesquisa documental na História da Dança (Danças do Mundo). A obra completa, além das Letras ou Cartas sobre a Dança inclui diagramas e notações de diferentes tipos de danças. Se trata de um texto de Manual Técnico com Instruções para a Dança, aproximando os sistemas de notação dos estudos dos sistemas musicais, conforme era comum nos séculos XVIII e XIX. Leia Mais

Walter Benjamin e a Teoria da História / Revista de Teoria da História / 2016

Em 2006, foi editado no Brasil aquele que é considerado o principal trabalho de Walter Benjamin. O projeto editorial original, levado a cabo pela editora Surkhamp, de Berlim, reúne grande quantidade de anotações, comentários e citações transcritas por Benjamin, tem sido alvo de intensos debates. No entanto, independente de como se veja a obra, como compêndio de materiais preparatórios para um livro que nunca chegou a tomar forma ou como projeto modernista em que fragmentos são convertidos em miniaturas autônomas que, somadas, deveriam compor uma história da Paris do séc. XIX, o fato é que a edição das Passagens no Brasil gerou um crescente interesse por parte daqueles historiadores que buscam estabelecer o diálogo entre teoria da história, estética, literatura e política. Como já havia ocorrido em relação a Foucault e Norbert Elias, cada vez mais historiadores começaram a se indagar sobre a pertinência de um pensamento produzido por um autor que, além de não ser historiador de formação, construiu todo um arcabouço crítico que toma por alvo justamente o cânone teórico da historiografia científica. Leia Mais

Max Weber / Revista de Teoria da História / 2016

A atualidade do pensamento de Max Weber se faz notar numa diversidade de áreas do conhecimento que se cruzam e se reforçam. Em nenhuma delas, talvez, ela se faz sentir tão intensamente quanto como no debate contemporâneo sobre a natureza e o funcionamento do capitalismo como sistema, mais que econômico, cultural, como forma de vida. Muitas vezes acusado por seus opositores de um amargo pessimismo, a leitura que Weber fez do capitalismo moderno se mostrou em muitos aspectos de uma lucidez quase extemporânea, pois foi capaz de vislumbrar algo que para muitos até hoje ainda não está claro: a constituição histórica do capitalismo como uma engrenagem de reprodução autônoma e irreversível, fadada a se desenvolver sob a égide do mesmo princípio – o princípio de eficiência e competência oriundo da ascese intramundana – até que se queimasse a última porção de combustível fóssil. O diagnóstico sombrio dado por Weber ao final da Ética Protestante, de um processo de racionalização que, apesar de conduzir a um modo de vida irracional, não pode ser interrompido nem evitado, continua de pé até os dias de hoje. Leia Mais

A Escrita da História na antiguidade / Revista de Teoria da História / 2015

Quando os curricula, ementas e bibliografias sugeridos sobre a temática da história da historiografia são analisados alguns poucos nomes de autores antigos aparecem. Geralmente, há breves referências a Heródoto, Tucídides e Políbio e daí parte-se para Agostinho, quando muito Eusébio. O próximo nome a aparecer na lista daqueles que deram alguma contribuição para a escrita da história já é o de Giambattista Vico (1668-1744). Da mesma forma, uma rápida consulta aos planos de ensino das disciplinas que abordam a temática nas universidades brasileiras é suficiente para que se tenha a sensação de que pouca coisa aconteceu antes de Leopold von Ranke (1790-1880). Séculos e séculos de historiografia são, por vezes, reduzidos à idéias como “historia magistra vitae”, de que “os gregos viam o tempo de maneira cíclica”, ou que “na Idade Média se escrevia uma história eclesiástica”. Para Jonh Marincola, isto ocorre porque muitos avaliam a historiografia Antiga com os parâmetros e abordagens dos historiadores do século XIX i. Um outro motivo pode ser acrescentado, mais relacionado à especificidade do contexto brasileiro. Trata-se do fato de que a quase totalidade dos professores que lecionam as disciplinas teóricas dos cursos de história de nossas graduações, nas quais a história da historiografia costuma ser abordada, é composta por especialistas em temáticas contemporâneas ou História do Brasil. Leia Mais

Cartografias da história da historiografia brasileira / Revista de Teoria da História / 2014

O aumento significativo no estudo da historia da historiografia no Brasil constitui uma clara evidencia da importância cada vez maior da historicização do conhecimento histórico por historiadores de diversas matizes. Com o dossiê “Cartografias da história da historiografia brasileira” buscamos ao mesmo tempo reforçar a eminência dos estudos em historia da historiografia para o “oficio do historiador”, como também divulgar a produção recente do campo, buscando criar uma mapeamento da historiografia produzida no país por meio de diversos objetos de pesquisa e perspectivas.

A construção de um panorama da história da historiografia é fundamental pois, ao delinear as linhas de forças contemporâneas visualizamos não indivíduos produzindo seu conhecimento de forma isolada, mas, uma comunidade em movimento. Este movimento do “eu / tu” para o “nós” não é só um elemento necessário para analise da história enquanto processo, mas, também para compreende-la enquanto conhecimento. Leia Mais

Didática da História e Ciência Histórica: possibilidades e limites da ciência do aprendizado histórico / Revista de Teoria da História / 2014

A organização de um dossiê sobre Didática da História em uma revista de Teoria da História não é algo que pode ser considerado comum, cotidiano, banal. Por muito tempo, a didática da história foi considerada uma área estranha à ciência histórica e aos historiadores. Se hoje a teoria da história se interessa pela didática da história, isso ocorre tanto porque a teoria tem ampliado a sua compreensão sobre a ciência histórica, como porque a didática da história tem legitimado a sua importância no interior dessa ciência.

A teoria da história, enquanto meta-teoria (Historik), investiga os fatores e fundamentos da ciência histórica. Ao perceber que tal ciência surge da própria vida humana no presente e exerce sobre ela uma função de orientação temporal, ela torna a didática uma de suas preocupações fundamentais. Ao mesmo tempo, a didática da história, ao deixar de ser uma simples reflexão sobre como ensinar história nas escolas e passar a se preocupar com a relação entre a história (todas as histórias e dentre elas a ciência histórica) e a vida, torna-se uma área inerente ao pensamento histórico e relevante para a teoria da história. Leia Mais

A cultura intelectual brasileira: trajetórias institucionais e intérpretes / Revista de Teoria da História / 2013

Apresentamos nesse número o dossiê A cultura intelectual brasileira: trajetórias institucionais e intérpretes, no qual divulgamos trabalhos sobre as trajetórias institucionais de certos intelectuais reconhecidos como intérpretes do Brasil. A contribuição da história intelectual é fundamental para o estudo da história da história, pois, para compreendermos “o que o historiador faz quando faz história” – para usarmos os termos de Michel de Certeau – é preciso realizar uma contínua objetivação do sujeito objetivante, a fim de colocar esses agentes no interior de seus respectivos campos de produção, para além do “Eu” individual, enquadrando sua produção como “pano de fundo de uma comunidade [1]”.

Esse fundamento ontológico da história é um pré-requisito para construir uma história crítica, que faça o exercício contínuo de “autoanálise” tão próprio de uma história-problema. Portanto, analisar a historicidade da história-conhecimento – via história intelectual – é fazer o exercício de compreensão, análogo ao da teoria da ideologia e da sociologia do conhecimento, de perscrutar as visões de mundo que subjazem às produções intelectuais e institucionais de um autor pensado nas suas múltiplas determinações, [2], superando através desse pressuposto a retórica escolástica do “pensamento puro [3]”. Leia Mais

Diversidade Histórica: O Ofício do Historiador em Foco / Revista de Teoria da História / 2013

O Nono Número da Revista de Teoria da História destaca-se pela diversidade temática e analítica dos artigos publicados, uma vez que encontramos reflexões sobre História das Ciências, Memória, História Intelectual, Filosofia da História, Marxismo, Escrita da História, dentre outras, almejando contribuir com os historiadores que pensam seu próprio ofício.

Abordando questões caras à História das Ciências e à Filosofia da História, Gabriel Lopes Anaya, no artigo A “unidade harmoniosa de vida” em Ludwik Fleck e as relações multiespécie – por uma história submersa no agroval, dialoga com novas leituras de agência histórica na coexistência dos seres humanos e outras espécies; e Fred Maciel, no artigo Saber científico e pensamento pós-moderno: apontamentos de Jürgen Habermas e Jean-François Lyotard, reflete a respeito do saber científico na sociedade contemporânea a partir do debate entre Jürgen Habermas e Jean-François Lyotard. Leia Mais

Historiografia em Perspectiva: Histórias, Projetos e Saberes / Revista de Teoria da História / 2012

Enquanto veículo de um pensamento histórico academicamente reconhecido – como discurso da disciplina da história – a historiografia é obrigada a lidar, sempre que se quer digna de crédito, com a postulação do seu próprio campo, justificando-se quanto a fundamentos, interesses e procedimentos, e fazendo-o conforme o seu ofício: fazendo história.

Em outras palavras: pari passo à incursão propriamente filosófica, e à análise oriunda de outros campos do saber – as contribuições da sociologia, da psicologia, da antropologia, da ciência política e da linguística, para nos atermos tão somente às humanidades – o empreendimento teórico, para os historiadores, inclui a perspectiva temporal: o levantamento de dados, a construção de um acervo, ou memória historiográfica, a genealogia e – talvez o exercício mais evidente – a história intelectual, dos saberes e das ideias. Leia Mais

Historiografia Pós-moderna / Revista de Teoria da História / 2011

Uma revista que se pretende um espaço Institucional para o debate teórico-metodológico-epistemológico em História, não pode isentar-se das questões que se fazem presentes no fazer historiográfico atual. Trata-se daquilo que ficou conhecido por “Pós-modernidade”: temática ou conceito que amiúde não é bem quisto pelos historiadores (as) em virtude de sua característica que é a dificuldade de se chegar a um consenso sobre a sua própria identidade. As perspectivas se multiplicam.

Com um dossiê que apresenta algumas discussões sobre a historiografia pós-moderna, a Revista proporciona ao (a) leitor(a) um quadro de autores (as) que se lançam à empresa de investigar ou mesmo precisar alguns aspectos da historiografia Pós-Moderna. Diante disso, Amanda Steinbach trabalha a relação entre história e psicanálise procurando ampliar as possibilidades da escrita da história pelo viés de uma história dos sentimentos. Daniela Nunes se propõe a discutir questões pertinentes à prática da pesquisa histórica atual. Gabriel Giannattasio e Guilherme Bordonal discutem a relação entre dois grandes paradigmas, a saber, o moderno e o pós-moderno. Rodrigo Marquez investiga um dos mais significativos historiadores ditos pós-modernos, Hayden White, e o faz a partir das criticas que lhes fora dirigidas. Encerrando o dossiê, Sérgio Coutinho tece um intenso debate entre a “Virada Linguística”, em seu formato habermasiano, e a prática da Micro-história.

Outros cinco autores complementam este Número. Frederick Alves discute a filosofia da história no jovem Nietzsche. Breno Mendes expõe a revolução historiográfica que emana das obras de Michel Foucault e Paul Ricoeur. Jeferson Rodrigo trata dos limites e possibilidades do livro didático como um documento para o fazer histórico. Fabrício Monteiro trabalha a filosofia marxista para um repensar da história social contemporânea. Flávio de Oliveira proporciona um breve itinerário histórico do conceito de representação sob o prisma da epistemologia. Finalizando o Número, contamos ainda com uma resenha sobre um dos últimos livros de Gianni Vattimo e uma entrevista concedida pelo presidente da Associação Nacional de História, Durval Muniz.

Os Diretores


ALVES, Frederick Gomes; OLIVEIRA, Flávio Silva de; TIAGO, Daniele Maia. Apresentação. Revista de Teoria da História, Goiânia, v.5, n.1, junho, 2011. Acessar publicação original [DR]

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Pensamento histórico: teorias, métodos, conceitos / Revista de Teoria da História / 2011

Consolidando o debate sobre a pertinência da Teoria da História para o desenvolvimento do pensamento histórico, este número visa instigar reflexões acerca de sua relação com o trabalho conceitual e metodológico.

Abrindo o Dossiê Pensamento histórico: teorias, métodos, conceitos, o artigo do Professor convidado José Carlos Reis, O lugar da teoria-metodologia na cultura histórica, trabalha a necessidade da reflexão teórico-metodológica em todos os âmbitos do pensamento histórico, evitando restringi-la a etapas isoladas do fazer historiográfico, incorrendo em uma compartimentação estanque na própria pesquisa historiográfica e na cultura histórica em geral. Para o professor, tal reflexão deve ultrapassar as demandas institucionais da História como disciplina acadêmica. Leia Mais

Caminhos da historiografia brasileira / Revista de Teoria da História / 2010

No dia 19 de agosto de 2010, a Revista de Teoria da História fechou um ciclo de um ano de estimulo ao debate teórico-metodológico na produção do conhecimento histórico. Para efetivar tal acontecimento foi realizado o II Seminário de Teoria da História contando com a presença dos conferencistas Prof. Dr. Julio Bentivoglio e Prof. Dr. Rafael Saddi, e várias apresentações de comunicações orais voltadas para as áreas as quais a Revista deseja incentivar.

Dando continuidade aos projetos da Revista, juntamente com os esforços da Faculdade de História da UFG, do GT de Teoria da História e da Sociedade Brasileira de Teoria da História e Historiografia (Presidida pelo Prof. Dr. Estevão de Rezende Martins), tivemos o prazer de contar com a presença do Prof. Dr. Jörn Rüsen proferindo palestras sobre os preceitos fundamentais da Teoria da história enquanto uma metahistória (fundamentos e princípios da pesquisa científica em história), e as roupagens atuais do Humanismo enquanto diretriz de pesquisa histórica. Leia Mais

História e Teoria da História / Sæculum / 2009

No ensaio sobre o “conceito de história universal”, de 1831, Leopold von Ranke sustenta que a história se diferencia das demais ciências porque também é arte. Entretanto, o historiador alemão que forjou a história científica não chegou entre nós, historiadores do século XXI, como um sujeito envolvido e simpático às “artes historiográficas”. Pelo contrário, sua principal “representação” é a de historiador, metódico, oitocentista, positivista, historicizante. Os dois primeiros adjetivos são agradáveis; os dois últimos são xingamentos nos ofícios de Clio.

Sæculum 21, com o dossiê História e Teoria da História, apresenta oito ensaios que discutem desde a “história como tribunal do mundo”, a filosofia da história pós-moderna (uma provocação?), a historiografia como “suspeição do outro”, o diálogo dos Annalistes, questões para o historiador da arte, teorias da representação e ideologia, poder político e teoria social e a “cidade como objeto da historiografia”. Temos certeza de que o “velho” Ranke se agradaria de dar uma espiadela nos historiadores do século XXI, nessa Sæculum 21, lá dos seus recantos da Turíngia. Leia Mais

Teoria da História | UFG | 2009

revista de teoria da historia Walter Benjamin

O periódico eletrônico Revista de Teoria da História (Goiânia, 2009-) é uma publicação oficial vinculada à Faculdade de História e ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Goiás (UFG). A RTH também é associada à Sociedade Brasileira de Teoria da História e História da Historiografia (SBTHH) e à International Network for Theory of History (INTH). No ano de 2013, a Revista de Teoria da História foi classificada com o estrato B2 pelo portal Webqualis.

Preocupada com as questões próprias da Teoria da História, a Revista objetiva a produção de mais um foro para o debate científico como local de discussão de temas atuais que fomentem a reflexão sobre o que fazem os historiadores quando fazem história hoje.

A Revista de Teoria da História representa um esforço de produção de mais um foro para o debate científico e como local de discussão de temas atuais que fomentem a reflexão sobre o que fazem os historiadores quando fazem história hoje. A partir desse intento original reunimos um corpo editorial e consultivo que possa dar conta da crescente produção em torno do campo da teoria da história, agregando a produção de diversas instituições dentro e fora do Brasil. Trata-se, desse modo, de possibilitar o debate sobre a história no início do século XXI.

Revista de Teoria da História publica estudos nas seguintes áreas:

– Teoria da História;
– Filosofia da História;
– História da Historiografia;
– Metodologia da História;
– História Intelectual;
– História das Ideias e dos Conceitos;
– História das Ciências;
– Áreas afins.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

ISSN: 2175- 5892

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História da Historiografia e Teoria da História / Locus – Revista de História / 2006

FERNANDES, Cássio da Silva. Apresentação. Locus – Revista de História. Juiz de Fora, v.12, n.1, 2006. Acesso apenas pelo link original [DR]

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