La Comintern en América Latina: personas y estructuras/Historia Mexicana/2023

La apertura parcial de los archivos del ex Comité Central del Partido Comunista de la URSS y de la Tercera Internacional (la Comintern) en la década de los noventa del siglo XX permitió una reconsideración de muchos mitos historiográficos y la modificación de muchos paradigmas que se habían formado acerca de la historia de los comunismos latinoamericanos y la izquierda continental en general. Leia Mais

Povo em lágrimas, povo em armas | Georges Didi-Huberman

Georges Didi Huberman Imagem Consulta Cinema
Georges Didi-Huberman | Imagem: Consulta Cinema

Um gesto de lamento. Uma mão crispada em luto torna-se uma mão levantada em riste. A lamúria converte-se em ato de revolta. Essa dinâmica, presente em Bronenosets Potyonkim (O Encouraçado Potemkin, URSS, 1925), é o motor que aciona a análise nas páginas do mais recente livro publicado em língua portuguesa de Georges Didi-Huberman. Classificar o livro é árdua tarefa, assim como talvez seja classificar seu escritor.

O autor já foi chamado de historiador de arte, teórico da arte, simplesmente historiador e, mais recentemente, filósofo. A obra em questão consiste em uma coletânea de ensaios sobre cinema-história, além de um compêndio de teoria-metodologia de análise da imagem, cujo objeto é o cinema de Serguei Eisenstein. A força motriz dessa reflexão é a dialética contida na sequência descrita nas linhas iniciais, retomada várias vezes durante a obra – movimento contido no próprio título: Povo em lágrimas, povo em armas. 2 Leia Mais

Exílios latino-americanos e solidariedade transnacional durante a Guerra Fria | Cuadernos de Historia – Serie economía y sociedad | 2022

Nacoes parte da OTAN em azul e do Pacto de Varsovia em vermelho Imagem Wikipedia
Nações parte da OTAN (em azul) e do Pacto de Varsóvia (em vermelho) | Imagem: Wikipédia

Na América Latina, o exílio, entendido como a exclusão de opositores das esferas públicas e do território nacional, foi um mecanismo central da vida política de diferentes países da região desde o período das guerras de independência e a consolidação dos Estados Nacionais no século XIX, até se converter em parte de sua cultura política.1 Do mesmo modo, o asilo, como correlato do exílio, configura se como figura recorrente, primeiro como tradição e em seguida como instituição jurídica, oferecendo proteção internacional por razões políticas.2

As ditaduras que se instalaram no subcontinente durante a Guerra Fria e seus métodos de repressão massivos provocaram a exclusão e a perseguição de dezenas de milhares de opositores políticos e setores descontentes das esferas públicas e das políticas nacionais. Este fenómeno de massificação dos deslocamentos na região começou com o golpe na Guatemala no ano de 1954 e teve sequência com a ditadura de Fulgêncio Batista em Cuba, até se tornar um padrão a partir da década de 1960. Caracterizou-se pela diversificação do perfil dos solicitantes de proteção internacional de asilo frente à inédita situação dos Estados da região que se aproximaram do sistema universal de proteção de refugiados.3 Leia Mais

The Right and Radical Right in the Americas – Ideological Currents from Interwar Canada to Contemporary Chile | Tamir Bar-On e Bàrbara Molas

Casa Branca Washington DCEUA. Ilustracao de The Gay Takeover of American Conservatism Cronicles 2022
Casa Branca (Washington, DC/EUA). Ilustração de “The Gay Takeover of American Conservatism” | Cronicles (2022)

Em The right eand radical right in the Americas: currents from interwar Canada to contemporary Chile [A Direita e a Direita radical nas Américas: correntes ideológicas no entreguerras do Canadá ao Chile contemporâneo], Tamir Bar-On e Bàrbara Molas querem cobrir a lacuna deixada pelo recente The Oxford Handbook of the Radical Righ, editado por Jens Rydgren, que não inclui países da América Latina – diga-se de passagem, uma prática contumaz de imperialistas e ex-imperialistas, mesmo que o Handbook não tenha anunciado objetivos e perspectivas comparatistas. Entre as metas do livro, anunciado como, provavelmente, um pioneiro no tema (dentro dos marcos espaciais e temporais referidos), estão o exame das “tradições ideológicas de Direita”, a avaliação do impacto da “Direita” e da “Direita radical” na política latino-americana, o impacto das ideias nacionalistas e dos pensadores europeus e estadunidenses nessa tradição e a declaração de que a esquerda aprende muito quando estuda as distintas “tendências ideológicas” concorrentes.

The right and radical right in the AmericasNa introdução, o mexicano T. Bar-On e a canadense B. Molas, experimentados pesquisadores das direitas radicais, tentam atribuir unidade à coletânea que organizaram a partir do emprego da expressão “tradição ideológica” [right-wing ideological traditions] (são 13 tradições) e da significação minimalista de “direita” como todos os “teóricos, movimentos, partidos políticos e regimes que veem a desigualdade humana como ‘natural’ ou ‘normal’, seja no âmbito socioeconômico, seja baseado em diferenças raciais, culturais ou de gênero” (p.6). Em breve comentário sobre as tipificações de direita – incluindo Cas Mudde, Roger Eatwell, Pierre Ignazi Vedran Obucina e Jens Rydgren –, os organizadores concluem que as “forças políticas, movimentos e partidos” examinados podem ser designados, sem grandes problemas, por “direita”, “direita radical populista”, “direita nacionalista populista”, “direita radical”, “direita alternativa” ou “extrema direita” (p.6). Os pontos de interlocução entre os nove capítulos, contudo, são estabelecidos também pelos objetos que tangenciam ou encarnam tais tradições: catolicismo, corporativismo, multiculturalismo e etnonacionalismo. Leia Mais

Guerra por las ideas en América Latina/ 1959-1973. Presencia soviética en Cuba y Chile | Rafael Pedemonte

Detalhe de capa de Guerra por las ideas en America Latina 1959 1973. Presencia sovietica en Cuba y Chile
Detalhe de capa de Guerra por las ideas en América Latina, 1959-1973. Presencia soviética en Cuba y Chile

La monografía Guerra por las ideas de Rafael Pedemonte –historiador chileno-belga y Profesor Asociado de la Universidad de Poitiers (Francia)– es una investigación imponente tanto por su extensión, diversidad y riqueza de las fuentes primarias y secundarias consultadas, como por sus aportes metodológicos e historiográficos. El libro se basa en la tesis de doctorado que el autor realizó en cotutela entre la Universidad de París 1 Panthéon-Sorbonne y la Pontificia Universidad Católica de Chile. Rafael Pedemonte indaga en las relaciones culturales entre la Unión Soviética, por una parte y, por otra, Cuba y Chile, ofreciéndonos una aproximación original de la Guerra Fría latinoamericana. Como él mismo explica, en la concisa y sólida introducción de su libro, el reciente enfoque en la “Guerra Fría cultural” ha permitido romper con una historia de la Guerra Fría exclusivamente enfocada en los Estados y sus motivaciones supuestamente siempre “pragmáticas” (es decir, económicas y geoestratégicas). Aquí el acento está puesto en las ideas como motor de acción política, de ahí el título del libro.

Si bien ya ha salido a la luz un cierto número de estudios sobre la “Guerra Fría cultural” latinoamericana, la abrumadora mayoría de ellos se enfoca en las relaciones de la región con los Estados Unidos, mientras que las relaciones culturales latinoamericanas con la URSS siguen siendo un campo poco explorado. Rafael Pedemonte contribuye a llenar este vacío historiográfico para los casos de Chile y Cuba, abriendo a la vez un prometedor campo de investigación para los demás países de la región. De modo que la lectura de este libro es recomendada no solo para especialistas de Chile o de Cuba, sino también para quienes se interesen en el resto del subcontinente. En suma, al privilegiar el enfoque cultural y las relaciones de América Latina con la otra gran potencia de la época, Rafael Pedemonte rompe con las interpretaciones dominantes, matiza conclusiones de investigaciones previas y demuestra lo enriquecedoras que son las perspectivas centradas en conexiones culturales y políticas poco exploradas. Leia Mais

A educação soviética | Marisa Bittar e Amarilio Ferreira Junior

A história da escola e da pedagogia soviéticas eram parte da história da sociedade soviética organicamente conectada a ela. (Bittar; Ferreira Junior, 2021, p.100)

A epígrafe que abre essa resenha foi citada no livro “A educação soviética” de Marisa Bittar e Amarilio Ferreira Junior, lançado em 25 de agosto de 2021 pela EduFSCar. Mostra que para o estudo da escola real construída após a Revolução de 1917, incluindo seus antecedentes situados no Império czarista e os desenvolvimentos posteriores até 1991 com o fim da União Soviética, é necessário situar historicamente as características e princípios que a nortearam. É o que fazem os autores, ao longo de quase 300 páginas oferecendo aos leitores a oportunidade de conhecer não apenas o chão da escola soviética, mas também compreender a gênese do pensamento educacional soviético por meio dos protagonistas das diversas etapas dessa experiência pedagógica radical que percorreu 74 anos da história do século XX. Para enfrentar esse tema, que até então não havia sido tratado nos estudos do campo da educação em língua portuguesa, os autores mobilizaram um rico instrumental teórico e metodológico que foi complementado com conhecimentos adquiridos durante a primeira metade da década de 1980, quando tiveram a oportunidade de estudarem no Instituto de Ciências Sociais de Moscou. Essa estadia de um ano para frequentar um curso teórico e realizar trabalho voluntário fazia parte da política de formação de quadros do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Foi assim que os então professores do ensino secundário público no Brasil puderam conhecer o sistema educacional da Rússia soviética. Tais vivências formam o pano de fundo que contribuiu para elaboração desse livro. Quem ganha com isso é o leitor. Leia Mais

The moderate bolshevik. Mikhail Tomsky from the factory to the Kremlin. 1880-1936 | Wynn Charters

La presente investigación es el resultado de muchos años de trabajo sobre la historia de Mikhail Tomsky (1880-1936). Mientras, Vladimir Lenin, León Trotsky, Joseph Stalin y Nikolai Bujarín han sido objeto de innumerables estudios biográficos, incluso traducidos al castellano, carecíamos de una biografía de Tomsky. De este modo, más allá del carácter novedoso de esta propuesta consideramos que es importante destacar el trabajo de Wynn por reconstruir el complejo itinerario de este dirigente político. El libro parte desde los orígenes obreros de Tomsky, incluyendo una infancia difícil, y su inserción en el mundo fabril, hasta su ascenso como dirigente sindical, del Partido Bolchevique y el Gobierno de la Unión Soviética. Al destacar la militancia dual (sindicato y partido) de Tomsky, el autor nos ofrece un panorama sobre las tensiones entre el Estado soviético y la clase obrera. Pero, también, se pueden visualizar las disputas entre las secciones gubernamentales y los sindicatos en torno a la administración de las empresas industriales; las divergencias en el Partido Bolchevique sobre la política económica y social en la Unión Soviética; y en menor grado, los prejuicios y diferencias entre los sectores obreros e intelectuales al interior del partido. Tomsky [seudónimo de Mikhail Pavlovich] fue un obrero industrial en varios rubros. Autodidacta (no completó sus estudios escolares), fue parte de esa generación que se acercó al campo de la política y la literatura marxista al incorporarse al Partido Socialdemócrata Ruso y adherir a la fracción bolchevique constituida en el marco del Segundo Congreso del partido en 1903. Otro aspecto importante de su itinerario, fue su encarcelamiento y exilio en Siberia entre 1909 y 1917, cuando los sucesos de febrero lo condujeron a trasladarse hacia San Petersburgo y ponerse a disposición de la organización. Además de ocupar un importante rol como miembro del Comité Central del partido bolchevique, sus responsabilidades más importantes, fueron los cargos en el Politburó y el Orgburó, luego de la toma del poder en 1917. De acuerdo a su trayectoria obrera, presidió la dirección nacional de los sindicatos rusos (VTsSPS) entre 1918 y 1929, salvo un pequeño intervalo en 1921-1922, cuando fue enviado a la región del Turquestán. Por último, junto con Bujarin y Aleksei Rykov fue parte de la conocida Oposición de Derecha al gobierno de la Unión Soviética bajo la órbita de Stalin. De esta forma, obtuvo tanto el apoyo como la enemistad de varios dirigentes y cuadros del partido, pero dado su importante rol logrado en el plano sindical y organizativo, a Stalin le llevó alrededor de cinco años concentrar el poder suficiente para socavar su autoridad y finalmente expulsarlo del partido. Cuando se refiere a Tomsky como un “dirigente moderado”, Wynn no hace alusión a un individuo mesurado dentro del Partido Bolchevique. Todo lo contrario. Por un lado, su experiencia como obrero desde los doce años de edad en varias industrias (papel, metalúrgica, y gráfica) y su participación en varias huelgas, fueron un factor en el desarrollo de una serie de capacidades discursivas y pragmáticas a la hora de intervenir en la organización de los trabajadores y sindicatos, como fue el caso de la Unión Gráfica de San Petersburgo en 1906. Su actividad gremial será inmediatamente reconocida por la dirección de los bolcheviques, a tal punto que fue promovido al Comité Central de San Petersburgo, un comité abocado principalmente al trabajo fabril. Sin embargo, no deja de resultar llamativo que Tomsky adhiriese desde el principio a las ideas radicales de los bolcheviques frente a la línea más pasiva de los mencheviques. Por otra parte, su intervención en los asuntos sindicales generó una serie de crispaciones entre los militantes obreros y aquellos pertenecientes a la intelligetzia. Básicamente, le molestaba que los principales dirigentes bolcheviques se encontrasen “ocupados en la escritura de artículos” y no en la organización de los trabajadores (p.22). Su prejuicio hacia los intelectuales será un elemento característico de su pensamiento, que se ira acoplando de acuerdo a las circunstancias históricas, al punto de convertirse en un problema político en el marco del gobierno soviético. Este aspecto se puede evidenciar en su crítica a la propuesta de Lenin de incorporar a los especialistas (ingenieros, contadores, etc.) en la administración de las empresas en 1919. Más bien, su carácter de dirigente “moderado”, refería a la identificación de Tomsky con una estrategia de gobierno que impulsaba una serie de reformas sociales en los sectores obreros y campesinos y vinculada a una práctica de conciliación y negociación, en contrapunto a una metodología circunscripta a confrontar de manera directa entre intereses sociales antagónicos. En reiteradas ocasiones, Tomsky se opuso a la acción directa, como fueron los casos de las insurrecciones de 1905 y la de los meses de abril y junio de 1917, demostrando ser la “voz de la cautela” (p.41). Esto incluyó su reservada oposición a las “Tesis de Abril” y la moción de Lenin de oponerse al Gobierno Provisional a diferencia de Grigory Zinoviev y Lev Kámenev, que manifestaron su rechazo públicamente. Pero el autor sostiene que, en las semanas previas de la insurrección de octubre, Tomsky integró el Comité de Moscú. Allí sostuvo una posición favorable a un amplio gobierno de coalición compuesto por todas las fuerzas socialistas que incluía a los mencheviques y los socialistas revolucionarios (p. 54). Su punto de vista estuvo reforzado por las posiciones del comité, proclives a realizar un trabajo en común con aquellas fuerzas políticas que integraban el Gobierno Provisional, y que fueron criticadas duramente por Lenin. De hecho, hasta último momento de la toma del poder por los bolcheviques, el presidente del Soviet de Moscú evitó la confrontación. Esta reacción tardía, provocó un incremento de las bajas en comparación con San Petersburgo. Las posturas moderadas de Tomsky no lo apartaron de las polémicas internas en la dirección de los sindicatos, la dirección del partido e incluso en el seno del gobierno soviético. Como presidente del Consejo de sindicatos, tuvo un fuerte enfrentamiento con Trotsky sobre el papel de los gremios durante el Comunismo de Guerra, en 1921. Por su carácter público, este debate generó una trascendencia que colocó en tensión al Estado soviético, el partido y los trabajadores. Es importante destacar que entre 1917 a 1920, la economía soviética se encontraba en un estado calamitoso como resultado de la herencia del régimen zarista, la Primera Guerra Mundial y la Guerra Civil. Wynn afirma que los sindicatos rusos fueron un factor clave en el suministro del Ejército Rojo y en el nombramiento de varios dirigentes en puestos gubernamentales. En las fábricas, solo quedaron los obreros sin calificación, lo que produjo indisciplina laboral, caída de la productividad y un constante deterioro de ramas industriales y de servicios estratégicos. En materia social, los salarios reales habían sufrido una importante caída y había escasez de alimentos en varias regiones. Ante esta situación, Tomsky expuso en varias ocasiones que las organizaciones sindicales se encontraban agotadas. Por lo tanto, sostenía que era necesario introducir mecanismos para incentivar la producción como bonos por productividad, tarifas por pieza producida y sanciones en caso de no cumplir con los parámetros establecidos (p.71). En cuanto a la relación entre los sindicatos y el Estado, abogó por la concentración en manos de los gremios de la administración de la economía, manteniendo su autonomía y rechazando la injerencia del partido en sus asuntos (p.80). Mientras que Trotsky, apoyó la militarización del trabajo” a través de la formación de “ejércitos de trabajadores” de acuerdo a su experiencia en el sector del transporte, donde constituyó un Comité Central que reunía al Comisariado de Transportes y el sindicato ferroviario en agosto de 1920. De este modo, planteaba la reorganización de todos los sindicatos, incluso la elección de sus dirigentes (p.94). Como representante de la fracción sindical comunista, Tomsky protestó y consideró aquella propuesta como draconiana y que buscaba “destripar a los sindicatos” (p.60). Lenin intervino en el debate en defensa de Tomsky, argumentando que si “el Partido peleaba con los sindicatos” significaba el “final del Poder Soviético” (p. 98). El autor afirma que el debate sobre los sindicatos constituyó un salto en la carrera política de Tomsky, al ser el tercer miembro más votado en el Comité Central del partido durante el décimo congreso en 1921 (p.106). No obstante, el apoyo de la cúpula de los sindicatos en favor de una mayor autonomía en relación al Estado y el partido motivó la implementación de una serie de maniobras y acuerdos que confrontaban abiertamente con la orientación del gobierno soviético. De esta manera, Tomsky fue removido de su cargo como presidente del VTsSPS para ser enviado a una misión en Turquestán en 1921. Durante su breve estadía en el Turquestán, Tomsky apoyó las políticas que serán parte de la Nueva Política Económica (NEP) en marzo de 1922. Allí favoreció el remplazo de las requisiciones obligatorias de granos por la implementación de un impuesto en especie, la reapertura de los mercados regionales con el fin de incentivar el comercio y la defensa de la propiedad campesina. En el mismo sentido, bregó por el fortalecimiento del aparato sindical para defender los salarios, especialmente de los obreros calificados, en detrimento de las mujeres y jovenes trabajadores descalificados que pasarían a engrosar las filas de desocupados (p.225). En su cargo de presidente del VTsSPS, instó por la aplicación de políticas moderadas tales como la introducción del arbitraje, mediación y negociación en los conflictos obreros y su canalización dentro de las estructuras gremiales, mientras propuso el remplazo del empleo de la huelga como medida de acción directa al considerarla “inadecuada” para la presente etapa (p.226). A partir de su defensa de la NEP, Tomsky también se opuso a la colectivización forzada y la industrialización acelerada impulsada por Stalin en 1928. Al retornar a la actividad sindical y su presidencia en el VTsSPS, las posturas moderadas de Tomsky se reflejaron cuando promovió un acercamiento con los sindicalistas británicos y la Federación Internacional de Sindicatos, también conocida como la Internacional de Amsterdam. El fracaso de la insurrección de Alemania en 1923, confirmó la postura pesimista de Tomsky sobre la revolución comunista en Europa (p. 175). De esta manera, instó a los sindicalistas comunistas a estrechar vínculos con otras fuerzas políticas de carácter reformista. Su acercamiento con los sindicalistas ingleses implicaba la disolución del Profintern, la Red Internacional de los Sindicatos Rojos. La posición de Tomsky se enfrentó con las críticas de los dirigentes bolcheviques, especialmente con Simon Lozovsky, miembro del Comité Ejecutivo del Profinterm. Pero los debates al interior del partido no evitaron la formación del Comité Anglo-Soviético, que en un principio fue saludado por algunos miembros del Comité Central (pp. 186-187). Sin embargo, la derrota de la huelga general en 1926, fue el punto de quiebre de las relaciones británicas y soviéticas. El levantamiento de la huelga por parte del Concejo Sindical Británico fue acompañado de una postura mesurada de parte de Tomsky, que caracterizó al conflicto como “una victoria moral parcial del proletariado” con el objetivo de preservar los vínculos con los ingleses. Su postura moderada fue duramente criticada por Trotsky y Zinoviev. El carácter conciliatorio de Tomsky no evitó que, a mediados de la década del veinte, en un principio se vinculase con Stalin para apoyar la prohibición de las facciones y la expulsión de la Oposición de Izquierda, encabezada por Trotsky, Zinoviev y Kámenev. Por solo citar un ejemplo, en el quinceavo congreso del partido, en diciembre de 1927, Tomsky fue uno de los principales oradores en los ataques hacia los opositores de izquierda bajo el argumento: “en la dictadura del proletariado pueden coexistir dos, tres, cuatro partidos, pero solo bajo la condición que uno de ellos esté en el poder y el resto en prisión” (p. 263). Llamativamente, un años después, los estalinistas comenzarían a utilizar las mismas líneas argumentales para atacar a Tomsky, Bujarín y Rykov. A través de la trayectoria de Tomsky, Wynn expone el proceso de degeneración del partido reflejado en el crecimiento de su aparato a cargo de Stalin. Como miembro del Orgburó, Tomsky fue uno de los encargados de aprobar las promociones de militantes a los cargos estatales y de la organización (pp. 157-158). Además, al integrar la cúspide del partido, gozaba de una serie de privilegios como una casa ubicada en las inmediaciones del Kremlin, una casa de veraneo (Dacha) y una serie de beneficios o “ganancias invisibles” como electricidad y calefacción gratuita, acceso a medicamentos y alimentos que estaban restringidos al conjunto de la población (p. 164). Cuando recibieron a la delegación de sindicalistas británicos en 1925, se les entregó como obsequio collares de perlas y zafiros. En un pleno del VTsSPS en octubre de 1927, los oposicionistas denunciaron a Tomsky por acusarlos de promover discursos “mencheviques”, mientras se refería a los dirigentes sindicales británicos como “camaradas y amigos” (p. 257). En su caso, estos privilegios materiales se mantuvieron, incluso en el periodo desde que Tomsky comenzó a caer en desgracia en 1929 hasta su muerte en 1936. A través de los recursos y medios que le permitían sus responsabilidades gremiales y políticas, Tomsky abogó por la depuración de los opositores en los cargos sindicales como fueron los casos de los miembros tanto de la Oposición de Izquierda como de la Oposición Obrera, en este caso encabezada por Alexander Shlyapnikov y Alexandra Kollontai y Serguei Megdeved. Wynn sostiene que, a diferencia de la Oposición de Izquierda, el sector encabezado por Tomsky contaba con una importante preminencia en los sindicatos, y especialmente, de una maquinaria administrativas cuyos funcionarios y recursos materiales se encontraban diseminados en varios centros industriales. Por este motivo, a Stalin le habría costado un mayor esfuerzo socavar el poder de la Oposición de Derecha, e incluso, pudo haberse visto desplazado en el poder (p.280). Particularmente, en el caso de Tomsky, el autor detalla cómo fue aumentando la hostilidad de parte de Stalin hacia su figura, partiendo de acusaciones y burlas como ser el “defensor de los kulaks” [campesinos acomodados] o el “teórico de las concesiones permanentes” (p. 288). Luego continuó con sus acusaciones de constituir un “centro trotskista-zinovietista y contrarrevolucionario” en la misma medida que se iban depurando aquellos espacios compuestos por los oposicionistas (p. 362). La destitución de Tomsky de los órganos partidarios y sus responsabilidades sindicales, entre 1929 y 1930, no culminó con los ataques de parte del régimen estalinista. En los sindicatos se llevó a cabo una profunda depuración a cargo de Lazar Kaganovich, que respondía a Stalin. En menos de un año, la remoción de miembros acusados de apoyar a la Oposición de Derecha alcanzó el 59,5 % de los gremios, el 51,7% de la Presidencia Central, y el 67,5% de los referentes sindicales del partido, incluyendo a los de Leningrado y Moscú. En centros industriales como los Urales y Ucrania, 6 de cada 7 dirigentes fueron expulsados (p.312). En el contexto de la Gran Purga y los Juicios de Moscú, para evitar la desgracia de otros dirigentes oposicionistas que culminaron ejecutados, exiliados o confinados al Gulag, Tomsky decidió terminar con su vida. En sus últimos momentos, por un lado, le manifestó al Jefe de la Policía Secreta soviética, que todas las acusaciones sobre su persona, incluido el intento de asesinar a Stalin, eran falsas (p. 364). Por el otro, antes de suicidarse, le alcanzó a decir a su hijo: “no puedo vivir sin el partido” (p.1). La solicitud de resguardo de su familia en su carta de despedida fue pasada por alto. Sus dos hijos mayores, acusados de participar en una organización antisoviética, y fueron ejecutados. Mientras que su esposa, María Tomskayia, y el menor de sus hijos fueron encarcelados y confinados a Siberia. En marzo de 1954, Tomskayia fue liberada en el marco de la desestalinización a cargo de Nikita Krushev. Sin embargo, Vlasheslav Molotov, un individuo que fue leal a Stalin y miembro del Comité Central del partido, denegó su libertad y exigió su retorno a Siberia. En el viaje falleció de un infarto. Leia Mais

“Chile/ la Rusia de América”. La Revolución Bolchevique y el mundo obrero socialistacomunista chileno (1917-1927) | Santiago Aránguiz Pinto

Desde sus orígenes, la adscripción prosoviética de los partidos comunistas fue uno de los tantos aspectos constitutivos de su impronta. No solo los diferenció de otras organizaciones de izquierda, también fue delimitando el propio campo de los comunismos a lo largo del siglo XX. Tal como lo ha planteado Roberto Pittaluga, la Revolución Rusa motivó, para las izquierdas del mundo, actualizar el debate político e ideológico en torno a la emancipación1. De esta manera, terminó por expresar diversas formas de interpretar la realidad local, marcando así sus partiduras identitarias a principios de esta centuria2. En el caso del comunismo, este influjo fue correlativo a la proliferación de estos partidos y su proceso de constitución como un movimiento internacionalista. Por esta razón, su estudio ha sido una aproximación recurrente en la historiografía para abordar el origen de los partidos comunistas desde una perspectiva preocupada por su dimensión global.

En este campo, el libro “Chile, la Rusia de América” busca contribuir a los esfuerzos que, en los últimos años, han cuestionado las miradas reduccionistas respecto a las articulaciones que la Revolución Rusa y la Unión Soviética (URSS) coadyuvaron en los partidos comunistas3. En ese sentido, conceptos como “impacto” o “influencia” se han puesto en entredicho en la medida que proyectan una lógica de radiación que, en múltiples planos, expresaría la asimetría entre los partidos comunistas y la URSS. Al respecto, Gerardo Leibner nos recuerda que, más que tratarse de autoimposiciones provenientes desde el exterior, estas manifestaciones se entroncaban con experiencias y subjetividades enraizadas en el medio sociocultural nacional4. Así, desde distintas veredas historiográficas, se ha avanzado en complejizar la relación entre lo nacional y lo internacional en el comunismo, integrando en la mirada a los actores y actrices locales y sus contextos. De este modo, el concepto de “recepción” ha cobrado presencia en estos estudios al visibilizar dichos procesos creativos. A mi parecer, si bien el libro trata de inscribirse en este desarrollo, ofrece una mirada que, finalmente, reafirma la unidireccionalidad de estas interacciones, pese a cuestionarla en principio. Leia Mais

Chile en los archivos soviéticos: años 60 Tomo 4 | Olga Ulianova

A casi cinco años de su fallecimiento, la querida y recordada profesora Olga Ulianova sigue tan prolífica como de costumbre. No solo acaba de aparecer en el último número del prestigioso Journal of Cold War Studies un interesante artículo firmado por Ulianova y Alessandro Santoni1 , sino que hace unos meses Ariadna Ediciones, con el auspicio del Departamento de Historia de la Universidad de Santiago, ha publicado Chile en los archivos soviéticos: años 60, un libro que recopila documentos que fueron encontrados, traducidos y comentados por Ulianova antes de su deceso, y que, con cierta justicia, se presenta como el cuarto tomo de la famosa serie Chile en los archivos soviéticos, publicada, en entregas sucesivas, por Ulianova y Alfredo Riquelme al alero del Centro de Investigaciones Barros Arana, entre 2005 y 2017 2 . El siguiente ensayo busca reseñar y relevar la importancia de este nuevo libro, analizando y comentando la documentación, y ofreciendo, además, algunas comparaciones con los primeros tres tomos.

En primer lugar, cabe advertir que este, el cuarto tomo de la serie, es de una naturaleza radicalmente distinta a los anteriores. Mientras que los tres primeros tomos recopilan documentación del Partido Comunista de Chile (PCCh) y de la Internacional Comunista (o Komintern) en un marco cronológico que va de 1921 a 1941, este tomo se centra en la década de 1960 y recopila documentación de un conjunto heterogéneo de organizaciones, entre las que destacan: la Central Única de Trabajadores de Chile (CUT), el Consejo Central de los Sindicatos Soviéticos (CCSS), el Instituto Cultural Chileno-Soviético (ICCS), la Unión de Sociedades Soviéticas de Amistad y Relaciones Culturales (SSOD) y el Ministerio de Asuntos Exteriores de la Unión Soviética (MAE). Esto supone, a la vez, una ventaja y una desventaja marcada por la presencia novedosa de ciertas voces y la ausencia lamentable de otras, cuestión particularmente evidente al leerse este tomo en diálogo con los anteriores. Leia Mais

La guerra fría en América Latina y los estudios transnacionales | Secuencia | 2021

Desde hace varios años atrás, las coordinadoras de este dossier encabezamos diferentes espacios de reflexión, investigación y docencia en ciencias sociales sobre la sociología histórica de América Latina, en los que, tradicionalmente, la guerra fría no se pensó como un problema. Las ciencias sociales analizaron procesos sociohistóricos como el colonialismo, la dependencia, el imperialismo, el desarrollo, las revoluciones y los populismos, como las dictaduras y las democracias, por ejemplo, pero no la guerra fría latinoamericana. Esta fue, más bien, un campo de la historia que, al demandar periodizaciones más largas y trascender el caso nacional, colisionó con una cierta tendencia de la disciplina a la especificidad, al relato, al detalle y a la escasa generalización. Por dichos motivos, a partir del año 2019 decidimos abrir un espacio de discusión en las Jornadas de Sociología y en las Jornadas del Instituto de Estudios de América Latina y el Caribe, de la Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de Buenos Aires, en el cual pensar a América Latina como objeto de estudio, la especificidad de esos procesos sociohistóricos mencionados y su relación con el extenso y complejo conflicto que caracterizó a la guerra fría. Se trata de una invitación al diálogo entre las diferentes producciones de las ciencias sociales y la historia en una dirección inversa a la hegemónica: pensar primero América Latina y, desde ahí, la guerra fría. De dichas experiencias nació la intención de convocar a este dossier, el cual, finalmente, reúne artículos producidos por historiadores, pero también por cientistas sociales, con la vocación de transcender el espacio local e incluso la comparación de casos nacionales y abordar las llamadas “zonas de contacto”, zonas en las que se traslucieron los encuentros internacionales más intensos y confluyeron aparatos estatales, elites locales, grupos económicos, organizaciones de la sociedad civil, entre otros.

La guerra fría es uno de los conflictos sociohistóricos más importantes del siglo xx que permite dar inteligibilidad, compresión y explicación a una gran variedad de problemas y fenómenos sociales, políticos y culturales, tanto del pasado como del presente. El campo de estudios sobre la guerra fría cuenta con un vasto desarrollo que tradicionalmente ha privilegiado los análisis del accionar de las superpotencias sobre el “Tercer Mundo”, desde sus propios archivos y prominente bibliografía. Las perspectivas actuales, por el contrario, sin negar el colonialismo, el imperialismo y las relaciones de dependencia que se mantuvieron con Estados Unidos y la Unión Soviética, destacan los espacios de autonomía relativa y de negociación de las actoras y los actores latinoamericanos, los procesos internos regionales y nacionales, así como las condiciones estructurales en las que estos tuvieron lugar. Por esa misma lógica se aboga por la perspectiva “transnacional” en detrimento de la perspectiva “centrípeta” que “establece una jerarquía analítica según la cual los países de la región sólo pueden ser vistos como actores periféricos” que recibieron el impacto de las dos superpotencias (Armony, 2004, p. 348). Esto colabora a “descentrar” el análisis bipolar. Leia Mais

Lila em Moçambique | Adréia Prestes

A obra, que tenho o prazer de resenhar, “Lila em Moçambique”, de Andréia Prestes, com ilustrações de Camilo Martins, foi publicada em maio de 2020, com prefácio de Renato Nogueira, agradecimentos à escritora Sonia Rosa, a poetisa Maria Santiago e a professora Sandra Portugal, aos familiares e amigos que a motivaram trazer essa experiência de sua infância e de seus irmãos, filhos do casal Rosa e João Massena. A trajetória da família da autora que passou pela experiência do exílio, primeiro em Moscou, depois em Moçambique, tornou-se inspiração para essa obra que iremos conhecer um pouco melhor.

A autora vai narrar a história de Lila, a irmã mais velha, a quem ela dedica a obra (juntamente com seus filhos João e Rita), em sua busca em contar as memórias da infância. Leia Mais

Las relaciones transnacionales de solidaridad con los movimientos revolucionarios latinoamericanos durante la guerra fría | Secuencia | 2020

Silvio Rodríguez publicó en el año 1982 el disco Unicornio, entre sus poemas se hallaba Canción urgente para Nicaragua:

Se partió en Nicaragua

otro hierro caliente [se repite]

Con que el águila daba

su señal a la gente [se repite]

Se partió en Nicaragua

otra soga con cebo [se repite]

Con que el águila ataba

por el cuello al obrero [se repite]

[…]

Ahora el águila tiene

Su dolencia mayor

Nicaragua le duele

Pues le duele el amor

[…]

Andará Nicaragua

su camino en la gloria [se repite]

Porque fue sangre sabia

la que hizo su historia [se repite]

Te lo dice un hermano

que ha sangrado contigo [se repite]

Te lo dice un cubano te lo dice un amigo [se repite]

[…]

Un año más tarde, en abril de 1983, pudo interpretarla en la propia Managua dentro del marco del festival de música sobre la nueva canción latinoamericana.1 Junto con otros artistas, como los hermanos nicaragüenses Luis Enrique y Carlos Mejía Godoy o Mercedes Sosa, publicaron un disco en directo que fue distribuido por todo el mundo. El concierto fue grabado gracias a la participación de la solidaridad con Nicaragua en Holanda. Hans Langenberg, miembro del comité, acordó con tres productoras holandesas su grabación y distribución. Además, se tenía apalabrada la emisión en la televisión griega y se estaba pendiente del acuerdo con la alemana.2 Leia Mais

La Comintern y América Latina: Personas/ Estructuras/Decisiones | Lazar S. Jeifets, Víctor L. Jeifets

El gran reto de los estudios sobre los organismos internacionales consiste en es establecer un equilibrio entre el análisis institucional y narrativo. Quizás, esta tarea vuelve especialmente difícil en el caso de investigaciones acerca de la historia del comunismo. Debemos tomar en cuenta que apenas una ligera línea separa las actividades de protagonistas y las estructuras de la III Internacional, tanto a nivel mundial como a nivel regional. El creciente interés presente entre los académicos rusos hacia la evolución de la izquierda latinoamericana podría no solo ser una herramienta de los estudios históricos, sino contribuir también al entendimiento más pormenorizado de las bases de la política exterior rusa en la región, a la investigación profunda de los raices de la izquierda nacional y sus dimensiones regionales y globales. Desgraciadamente, la cantidad de estudiosos sobre el tema aún no llegó a ser muy significativo, lo que se explica por la percepción de América Latina como un lugar algo ajeno e irrelevante para el comportamiento internacional de la URSS antes y después de la Segunda Guerra Mundial visto en términos del Realpolitik. Una excepción de esa tendencia es el libro recién publicado de Lazar y Víctor Jeifets quienes demuestran el largo camino de la Tercera Internacional para instalar sus bases en América Latina, coordinarlas, disciplinarlas y dirigirlas hacia el reto de lograr una revolución mundial. El texto es resultado de varias décadas de estudios municiosos en los archivos sobre el proceso de la fundación de los partidos comunistas latinoamericanos y sus relaciones con el Comité Ejecutivo de la Comintern (CEIC) y el liderazgo bolchevique. Leia Mais

¿Fue (in)evitable el golpe? Derechos Humanos: Memoria/Museo y Contexto | Mauro Basaure, Francisco Javier Estévez

El libro “¿Fue (in)evitable el golpe?” editado por Basaure y Estévez, se origina a partir de un seminario del mismo nombre celebrado en abril de 2017 en el Museo de la Memoria y los Derechos Humanos. Está compuesto de dos partes relacionadas entre sí, en donde la primera de ellas -desde la perspectiva de actores claves en tanto testigos y participantes del gobierno de la Unidad Popular (UP) y, por ende, poseedores de una memoria viva– aborda un análisis político extenso de los hechos y procesos sociales, tanto externos como internos, que articularon un momento tal que hiciera propicio un Golpe de Estado, y, al mismo tiempo, reflexionar sobre qué se pudo haber hecho distinto para evitar aquello. Por otra parte, la segunda sección del libro hace eco de las reflexiones y visiones propuestas en la primera parte para abordar de manera crítica la llamada controversia sobre si el Museo de la Memoria y los Derechos Humanos debiese o no contextualizar su muestra permanente. Controversia que nace de la crítica que demanda por una explicación de por qué terminó sucediendo el golpe, y no mostrar, así “solo una parte de la historia”. Demanda que emana de la derecha con fines justificatorios. En efecto, los siete artículos que componen la primera parte titulada ¿Fue (in)evitable el golpe? Respuestas de actores clave de la época de la UP (en donde también escriben los editores), conforman una especie de dialogo entre posturas que, aun perteneciendo a la izquierda política que le diera forma al gobierno, identifican y confrontan responsabilidades y autocríticas distintas entre sí. Andrés Pascal Allende, por ejemplo, en su aporte titulado No quisieron evitar el golpe, aparte de comenzar reafirmando que la responsabilidad directa del golpe es de quienes lo acometieron, identifica responsabilidades del gobierno en la medida en que no supo articular las demandas de un sujeto popular que exigía más radicalización en las propuestas que el mismo Allende consideraba debían ser graduales. Esto sumado a la no intervención de las fuerzas armadas, que necesitaban ser democratizadas ante las muestras que daban de estar cada vez más cómodas con la idea de un golpe, y del mismo modo, la ausencia de una voluntad política del gobierno por organizar la autodefensa e instrucción de las masas civiles para afrontar un eventual golpe que, así vistas las cosas, era predecible, pero totalmente contestable. Sergio Bitar (El gobierno de Allende era viable. ¿Por qué se tornó inviable?), en cambio, identifica que hubo condiciones propicias para un Golpe aceleradas por una pérdida de la capacidad de la conducción del proceso en marcha evidenciable en cinco factores: 1) la radicalización que proponían ciertos grupos y que los tornaban difíciles de manejar para Allende; 2) un manejo económico equivocado; 3) el quiebre entre partidos de izquierda y la DC; 4) una mala comprensión de los intereses internacionales, específicamente los intereses político estadounidenses y 5) subestimar la capacidad golpista de la derecha chilena. En el artículo titulado Los contextos del golpe y la consecuencia de Allende, de Ricardo Núñez, se enfatiza un tratamiento y estudio deficiente del contexto político global, donde no se asumieron con entereza ni las consecuencias de la guerra fría y de las pautas que aquello marcaba en las relaciones internacionales y dentro de la política nacional, ni las recomendaciones y observaciones que se hacían, preocupados, desde China o la URSS en cuanto al manejo de la revolución y la estrategia pacífica adoptada. Finalmente, Mariano Ruiz-Esquide (Cuando lo previsible se hizo realidad) argumenta que el escenario de un golpe se orquestaba desde antes de lo que se piensa, remontándose incluso al gobierno de Pedro Aguirre Cerda, que a los ojos de la derecha capitalista de la época y de las Fuerzas Armadas, era un serio problema. Lo mismo con el gobierno de Jorge Alessandri y los inicios de la reforma agraria, que se vio frenada y Alessandri obligado a transar con los Radicales para amortiguar el descontento de la derecha. Lo planteado por Ruiz-Esquide invita a un tratamiento más exhaustivo, y le imprime un valor histórico crítico más completo al diagnóstico de causas y responsabilidades de la izquierda. Una lectura equivocada de esta primera parte del texto, podría llevar a argumentar que se cae en una relativización de las responsabilidades directas del golpismo al intentar encontrar causas y responsabilidades en el actuar del gobierno, en tanto nada justifica una dictadura y sus horrores. Dicha lectura, a pesar de ser cierta sustancialmente (nada justifica realmente la dictadura que se vivió), es equivocada en este marco, pues la estructura que adquiere el libro no solo hace que sea una apreciación errada, sino que torna casi imposible asumir dicho objetivo. Queda claro, en todo momento, que no se trata de abrirse a la absurda posibilidad de la inevitabilidad del golpe, sino que, por el contrario, se trata de abordar de modo contrafactual la historia y “reflexionar sobre lo que no ocurrió para comprender lo que ocurrió efectivamente” (p.31), es una invitación a examinar los futuros posibles del pasado y no a alejar el foco de la discusión del hecho sabido de que “los golpes y cuasi golpes nacen de acciones deliberadas y completamente evitables” (p. 26). En la segunda parte del texto llamada Museo de la Memoria en controversia y el derecho a la memoria, en donde solo escriben Basaure y Estévez, se genera un fluido diálogo entre las reflexiones de la primera parte y los desafíos del Museo expuestos en la segunda. Dichos ‘desafíos’ responden a la crítica –bien extendida por los medios- de que el MMDH falla en su misión al no contextualizar su muestra permanente, es decir, al no referirse al proceso político que desencadenó el golpe. Esta crítica, que emana de los sectores de derecha, debe ser, sin embargo, asumida con cautela. Tal como indica Basaure en su intervención, el desafío es encontrar la manera de añadir museográficamente el contexto para que ello sea un aporte a la disputa por la memoria. Esta crítica de la derecha –aunque justificatoria, éticamente reprochable y pobre epistemológicamentese puede desarticular en dos vertientes, una ligada a la derecha pinochetista (crítica dura), que sitúa al contexto previo como indispensable para hacer entender que el golpe era necesario en tanto salvación de una guerra civil y, por ende, mucho de la dictadura estaría justificado; y por otra parte una crítica blanda, ligada a la derecha más liberal, que no desconoce las violaciones de DDHH, pero que si exige una mayor contextualización para entender el porqué de la polarización que se vivía en Chile. Asumir cualquiera de las dos críticas sería un error y atentaría contra el objetivo del Museo, pues, tal como dijo Estévez, el único contexto de la violación de los DDHH es la dictadura y eso no es justificable bajo ningún marco. De allí que dialogar con esas críticas deba ser tomado con cautela. Sin embargo, Basaure defiende la idea de que el MMDH puede y debe incorporar museográficamente una dimensión contextual sin necesariamente traicionar su misión, visión y función; es decir, sin tropezar con la contextualización que busca justificar el golpe como desea la crítica. La clave para aquello, afirma Basaure, es la palabra alemana para contexto: ‘Zusammenhang’, que tiene una doble significación en tanto refiere a lo que está relacionado, en contacto, cohabitando un espacio y/o tiempo, como también refiere a aquella relación causal o de la lógica causa-efecto, en donde dos fenómenos van juntos porque uno explica al otro. Ambas críticas de la derecha, por ende, buscarían establecer un contexto en su significado causalista y así justificar, en mayor o menor medida, el golpe y posterior dictadura. El desafío de la museografía es, precisamente, todo lo contrario: incorporar el contexto desde un sentido no causalista que permita vislumbrar los hechos y fenómenos que coexisten, sin que ellos se ordenen como causa-efecto, e intencionar una curatoría que empuje a la reflexión de que “el golpe es producto de una decisión golpista que resultó ser macabramente exitosa, y no de una crisis política y social, pues quienes acometieron el golpe siempre pudieron optar por no hacerlo” (p. 118). De esta forma no sólo no se traiciona la misión y visión del Museo, sino que también se refuerza, asumiendo los elementos históricos y políticos a favor del objetivo crítico y pedagógico que se propone el Museo, y participando de la disputa de otro terreno de la memoria que la izquierda normalmente ha dejado al sentido común: lo injustificable del golpe. Justamente por ello es que este libro adquiere relevancia. Pues aparece en un momento en donde el negacionismo y las expresiones del neofascismo chileno están cobrando auge. Aparece en un momento de sistemática violación a los DDHH en la Araucanía, de liberación de presos por crímenes de lesa humanidad, de la conformación de movimientos nacionalistas. Es en este contexto donde la pregunta por los errores y omisiones del pasado que se plantea este libro se torna importante y donde se asume el desafío de disputar cada espacio de memoria y desnudar como inmoral todo intento justificatorio del golpe de estado de septiembre de 1973. 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Guerra Civil. Super Heróis: Terrorismo e Contraterrorismo nas Histórias em Quadrinhos | Victor Callari

Pouco explorada pelos historiadores, as fontes iconográficas ganharam nesses últimos anos um espaço de destaque no cenário historiográfico. As mudanças de perspectivas desenvolvidas no decorrer do século XX e também no início do XXI possibilitaram uma ruptura com leituras tradicionais que restringiam o trabalho do historiador aos arquivos e seus documentos considerados oficiais, e abriram espaços para novos questionamentos, abordagens e metodologias que ampliaram significativamente as possibilidades de compreensão de eventos passados e da contemporaneidade. A entrada dos historiadores nesse ramo diversificou ainda mais as produções acadêmicas. Autores conhecidos do grande público, como Peter Burke, Ivan Gaskell, Carlo Ginzburg, entre outros, se aventuraram em obras com essa abordagem, e se tornaram referências no âmbito acadêmico. Por outro lado, pesquisadores em início de carreira também vêm se aventurando e promovendo, mediante suas pesquisas, uma expansão significativa nesses estudos, muitos deles partindo de objetos até então pouco explorados pela historiografia.

Foi nesse novo cenário que a Editora Criativo publicou a obra “Guerra Civil. Super Heróis: Terrorismo e Contraterrorismo nas Histórias em Quadrinhos” (2016), resultado da dissertação de mestrado realizada dentro do Programa de Pós-Graduação em História e Historiografia da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, sob orientação da professora Drª Ana Nemi, escrita por Victor Callari professor da rede particular tanto no Ensino Superior quanto na Educação Básica. Callari possui publicações em periódicos acadêmicos nacionais e participações em eventos internacionais, em temas relacionados às histórias em quadrinhos, memória, holocausto, terrorismo, entre outros assuntos pertinentes a sua área. Leia Mais

História & Cinema Cubano-soviético | ArtCultura | 2011

Em Cuba e na União Soviética o cinema ocupou lugar de destaque nas políticas culturais inauguradas pelas respectivas revoluções. Dentre as motivações que levaram esses regimes, distantes temporalmente, a privilegiarem em seus programas a produção e difusão da sétima arte, poderíamos citar seu destacado potencial de propaganda política (que atingia o público analfabeto), o grau incontestável de sedução exercido por essa linguagem, bem como a pretensão governamental de registrar e difundir a história de uma “nova era”1 .

O artigo de Emmanuel Vincenot explora a perspectiva fundacional que marca a história do cinema cubano pós-revolução ao focar o esquecimento a que foram relegadas algumas produções anteriores a 1959, caso do documentário Jocuma (1955). Vincenot contrapõe a trajetória desse documentário, uma denúncia aguda da miséria de um povoado cubano durante o governo de Fulgencio Batista, com a de outro realizado no mesmo ano, El mégano, mitificado como o único documentário comprometido realizado antes da Revolução. O artigo explora os diversos motivos que contribuíram para essa seleção, bem como para a exclusão de seu realizador do grupo de cineastas que integraria o Instituto estatal de cinema. Vincenot, professor de Língua Espanhola da Universidade François Rabelais, em Tours (França) e pesquisador vinculado ao Centre Interuniversitaire de Recherche sur l’Educationet la culture dans le Monde Ibérique et Ibéro-Américain, é autor de uma ampla pesquisa de doutorado sobre o cinema cubano, de sua origem à Revolução. Organizou, na França, em 2009, um importe colóquio sobre o tema (Colóquio Paradoxes du Cinema Cubain). Leia Mais

For the soul of mankind: the United States, the Soviet Union, and the Cold War | Melvyn P. Leffler

Melvyn Leffler é um prolífico autor, tendo já redigido centenas de páginas sobre a Guerra Fria. Seu livro sobre a doutrina de segurança nacional do governo Truman é um dos maiores trabalhos sobre a política externa americana do século XX; seus embates com o historiador John Lewis Gaddis são igualmente relevantes para a historiografia americana. Tendo se dedicado tanto ao tema, podemos nos perguntar por que esse autor decidiu escrever outro livro sobre a Guerra Fria.

São duas razoes que justificam a publicação de mais um volume sobre o período. A primeira é que o autor, assim como outros estudiosos do período, não previu o fim do conflito. Subitamente, o mundo no qual ele vivia e estudava deixara de existir. Poucas pessoas anteciparam o fim; um grupo menor ainda de indivíduos conseguiu predizer em quais condições e como essa transição se daria. Para Leffler, além do desafio de entender por que o conflito terminou, há uma outra questão subjacente bem mais complexa e que merece um exame mais detido: se a Guerra Fria terminou ao final da década de 1980 em um processo aparentemente tão simples, por que isso não ocorreu antes? Leia Mais

The cold war: a new history | J. L. Gaddis

Em 1980, ao analisar a historiografia americana de relações internacionais, Charles Maier afirmaria que o campo regredia e estagnava, não tendo o interesse dos estudantes nem a atenção da grande academia do país.1 Anos depois, John Lewis Gaddis seguiria na mesma linha ao afirmar, em uma metáfora, que essa pequena e decrescente comunidade de historiadores parecia ocupar, no mundo acadêmico, “algo como o nicho evolucionário ocupado pelo crocodilo […] e a barata: [esses acadêmicos] estão por perto há muito tempo e não estão em perigo imediato de extinção; mas [são] ainda primitivos e, por esta razão, não muito interessantes.”2 A crítica não foi restrita aos dois historiadores e durante duas décadas uma crise que pairou sobre o campo parecia apontar para a própria extinção da área – o maior medo nos momentos mais agonizantes era a possibilidade do campo seguir o mesmo rumo da história marítima: a extinção pelas mudanças bruscas da modernização no mundo e na própria disciplina de história.3

A chamada Diplomatic History já tinha passado por um período crítico durante a década de 60 quando o pioneiro trabalho de William Appleman Williams implodiria consensos centrais do campo. Williams, que lideraria a chamada escola revisionista (também chamada de Escola de Wisconsin ou new left), afirmaria que o foco nas elites e nos grandes estadistas era equivocado quando se buscava explicar a política externa dos Estados Unidos. Para ele, dever-se-ia concentrar em aspectos internos, notadamente econômicos, que tinham profundo impacto na política externa americana. Dessa forma, essa nova abordagem diminuía o papel dos indivíduos e os efeitos do sistema internacional nas grandes decisões da política externa do país.4 A revisão no curso historiográfico foi bastante explícita, principalmente no que se refere ao tópico da Guerra Fria. Enquanto o primeiro grupo de historiadores acusava o desejo de Stalin de dominação da Europa como o aspecto central na origem da Guerra Fria, o grupo subseqüente, liderado por Appleman Williams, argumentava que a Guerra Fria foi, na verdade, uma resultante dos interesses econômicos profundos dos EUA. O debate entre a abordagem tradicional e revisionista ocuparia as páginas dos periódicos especializados, os seminários acadêmicos e as páginas dos jornais de grande circulação. Leia Mais

Reagan and Gorbachev: How the Cold War Ended | Jack F. Matlock Junior

Em um belo dia do ano de 1983, Jack Matlock Jn., embaixador dos EUA na República da Tchecoslováquia, recebeu um inesperado telefonema da Casa Branca convocando-o a Washington, onde lhe foi oferecido uma posição-chave no Conselho de Segurança Nacional: a de desenhar uma estratégia de negociação viável frente à União Soviética. Especialista em história e cultura da Rússia e funcionário do Departamento de Estado, Matlock foi escolhido por ser um linha dura com experiência em negócios com os russos, e não – como outros membros no CSN – por ser apenas um teórico.

Na época se falava de uma nova Guerra Fria conduzida por Reagan com sua proposta de escudo antimísseis, seu agressivo projeto da Nova Direita baseado na desregulamentação da economia, no combate ao comunismo, no chauvinismo e na caracterização da União Soviética como o Império do Mal. Do lado Soviético, vivia-se uma longa crise iniciada com a morte de Brezhnev e marcada pela luta interna de poder, pela invasão do Afeganistão e pela manutenção da visão dual comunismo versus capitalismo. Leia Mais

Relações internacionais: dois séculos de história | Entre a preponderância européia e a emergência americano-soviética | Entre a ordem bipolar e o policentrismo (1947 a nossos dias)| José Flávio Sobra Saraiva || Relações internacionais e temas sociais: a década das conferências | José Augusto Lindgren Alves || Relações internacionais da América Latina: velhos e novos paradigmas | Amado Luiz Cervo || Relações internacionais: cultura e poder | Estevão Chaves de Rezende Martins || Cooperação/ integração e processo negociador: a construção do Mercosul | Alcides Costa Vaz

Foram lançados em 2002 mais dois títulos da coleção “Relações Internacionais”, que se juntam aos quatro levados a público no segundo semestre de 2001. A coleção é publicada pelo Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI) e organizada por José Flávio Sombra Saraiva, diretor-geral do Instituto, com o apoio da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) e o patrocínio da Petrobras. O IBRI cumpre, assim, uma das importantes missões a que se propôs, que é a de difundir os estudos desenvolvidos no Brasil sobre as relações internacionais e sobre a inserção do país no cenário internacional. A coleção, distinta de outras que recentemente incorporaram-se ao mercado editorial do país, volta-se, com efeito, à exposição do atual pensamento brasileiro em relações internacionais.

Os dois volumes de “Relações internacionais: dois séculos de história”, organizados por José Flávio Sombra Saraiva, são, não por acaso, os dois primeiros títulos da coleção “Relações internacionais”. Trata-se de uma versão ampliada e revista de “Relações internacionais: da construção do mundo liberal à globalização (1815 a nossos dias)”, lançado em 1997, rapidamente esgotado. O primeiro volume intitula-se Entre a preponderância européia e a emergência americano-soviética (1815-1947) e o segundo Entre a ordem bipolar e o policentrismo (de 1947 a nossos dias). O leitor encontra nos dois caprichados volumes uma excelente síntese de quase dois séculos da história das relações internacionais, escrita de maneira acessível e instigante por quatro especialistas: além do organizador, José Flávio Sombra Saraiva, Amado Luiz Cervo, Wolfgang Döpcke e Paulo Roberto de Almeida. Os autores utilizaram bibliografia atualizada e da mais alta qualidade, trazida ao final de cada capítulo, o que permite ao leitor prosseguir facilmente no aprofundamento de temas que são de seu maior interesse. Leia Mais

We Now Know: Rethinking Cold War History | John Lewis Gaddis

O ano de 1989 é considerado o ano do fim da Guerra Fria, devido ao colapso do mundo socialista, simbolizado pela queda do muro de Berlim, seguida da dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 1991. Continuaram, no entanto, os debates a respeito desse fenômeno político singular, que perdurou por mais de meio século. O colapso do comunismo está permitindo aos historiadores do ocidente ter acesso aos arquivos orientais pela primeira vez. O conceituado historiador e especialista em Guerra Fria, John Lewis Gaddis, procura dialogar com essas fontes em sua mais recente obra: We Now Know. Ele procura unir uma sólida bibliografia no campo à pesquisa em novas fontes. Sua proposta seria a de apresentar uma nova história da Guerra Fria.

Segundo Gaddis, nós saberíamos agora que os países democráticos pensavam de forma mais realista do que a URSS e seus satélites. Stalin acreditava que o mundo capitalista jamais conseguiria destruir a revolução russa. Mao iludiu-se em acreditar que a URSS estaria ao lado da recém criada República Popular da China. Kruschev, ao instalar os mísseis em Cuba, acreditava estar assegurando a disseminação do comunismo pela América Latina. Essas posições, mais próximas do romantismo revolucionário do que de uma realpolitick, dificilmente seriam adotadas pelos regimes democráticos, dotados de maior capacidade de autocorreção. A URSS, seus satélites e a China, segundo Gaddis, seriam semelhantes às monarquias absolutas. Leia Mais