História Econômica & História de Empresas. [?], v.24, n.2, 2021.

Artigos

Publicado: 2021-06-21

Revista de História Regional. Ponta Grossa, v.26, n.1, 2021.

Ficha Técnica

Artigos

Publicado em 18 junho 2021

Boletim Cearense de Educação e História da Matemática. Fortaleza, v.8, n.23, 2021.

Número Especial – I Encontro Cearense de Educação da Matemática

GT01 – MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

GT02 – EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO

GT03 – EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO ENSINO SUPERIOR

GT04 – HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

GT05 – TECNOLOGIAS DIGITAIS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

GT06- DIDÁTICA, MODELAGEM, ETNOMATEMÁTICA E LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA

GT07 – FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA

GT08 – DIFERENÇA, INCLUSÃO E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

PUBLICADO: 2021-06-17

Educação e História da Matemática. Fortaleza, v.8, n.23, 2021.

 

Sankofa. São Paulo, v.14 n. 25, 2021.

ARTIGOS

RESENHAS

PUBLICADO: 2021-06-16

Historia de América Latina Contemporánea. Córdoba, núm. 14, 2021

Artículos

Presentación

Publicado: 2021-06-15

Shrinking the Earth: The Rise and Decline of American Abundance | Donald Worster

Shrinking the Earth, “Encolhendo a Terra”, em tradução livre, é a produção literária mais recente do historiador ambiental Donald Worster, que nasceu em 1941 e cresceu em Hutchinson, Kansas. Na década de 1970, ele se tornou mestre em filosofia pela Yale University e doutor em História pela mesma universidade. A partir de 1989, ocupou a cadeira de História Norte-americana da University of Kansas. Após sua aposentadoria, em 2012, Worster se tornou especialista estrangeiro e professor sênior da escola de História da Universidade Renmin, China. Ele é um dos fundadores da história ambiental norte-americana e foi presidente da American Society for Environmental History. Durante sua carreira, escreveu livros que influenciaram o campo da disciplina, como A River running West: the Life of John Wesley Powell (2000) e A Passion for Nature: the Life of John Muir (2008).

A História Ambiental pretende entender como ambiente e sociedade se relacionam. A disciplina surgiu em meados de 1970, predominantemente na Europa e nos Estados Unidos da América (EUA), quando cientistas naturais apontaram consequências danosas da ação humana sobre a natureza. Essa nova percepção de estudo enfrentou, e ainda enfrenta, resistência das Ciências Humanas, embasadas no paradigma durkheimiano, no qual o social se explica apenas pelo social. Worster dialoga nesse livro com a noção de fronteiras e limites, trabalhados pelos historiadores norte-­americanos Frederick Jackson Turner (1861-1932) e Walter Prescott Webb (1888-1963). A obra resenhada trata da história ambiental mundial e busca explicar como chegamos à atual situação planetária, marcada cada vez mais pela escassez de recursos, pontuando questões importantes para o estudo da sustentabilidade. O livro está dividido em três partes, além do prólogo e epílogo. Cada parte é composta de três capítulos narrativos e de um quarto capítulo referente a uma viagem de campo.

No prólogo “Luz Verde de Gatsby”, o autor utilizou uma passagem do romance de Francis Fitzgerald (1896-1940), The Great Gatsby (1925), para delinear uma visão alternativa do passado de devastação da natureza e guiar a leitura. A passagem se refere aos momentos em que Gatsby, um emergente social romântico e sonhador, enxerga uma luz verde à distância no porto e fica esperançoso de ser aceito pela rica Daisy Buchanan. A luz apenas assinala o ancoradouro da mansão de Daisy, mas simboliza as expectativas de Gatsby em relação ao seu futuro. Essa luz verde também representa as expectativas de crescimento da já próspera sociedade estadunidense de 1920. Worster chamou de “teoria da luz verde” a ilusão que os humanos têm de um futuro em que a natureza seja sempre abundante.

Ainda no prólogo, Worster avisa que abandonou três perspectivas familiares na história contemporânea: da simpatia pelos perdedores, da escola dos bons hábitos e das boas instituições e da continuidade do Holoceno. Sobre as duas primeiras, Worster afirma que trata dos êxitos na extração de matérias-primas da natureza, principalmente os referentes à colonização dos EUA. Sobre a terceira visão, ele aponta que alguns cientistas já consideram que estamos no Antropoceno, uma era de grandes transformações causadas na biosfera pelo ser humano, principalmente a partir da Revolução Industrial do século XVIII. A era anterior, o Holoceno, iniciada há doze milênios e pós período de glaciação, teve sua relativa estabilidade da natureza abalada justamente pela atuação humana.

Na parte I, Worster descreve as revoluções que ocorreram na sociedade europeia após o descobrimento do Novo Mundo pelos colonizadores europeus. Eles conseguiram expandir suas fronteiras e promover o desenvolvimento utilizando recursos naturais obtidos de suas colônias, mas mesmo alguns dos primeiros economistas advertiram que o crescimento econômico e social tinha um limite. O inglês John Stuart Mill (1806-1873) foi o primeiro a dizer que essa limitação não era necessariamente ruim, pois impunha novos desafios ao estilo de vida europeu (1848). Além disso, para Mill nem tudo do mundo natural podia ser precificado ou utilizado, ideia semelhante à dos primeiros defensores da natureza selvagem, ou wilderness, como William Wordsworth (1770-1850) e Henry David Thoreau (1817-1862). Worster finaliza a primeira parte descrevendo a caça desenfreada às baleias na ilha de Nantucket na metade do século XIX, o que levou à quase extinção do animal.

A parte II, “Depois da Fronteira”, narra uma sequência de práticas de extração de recursos naturais nos EUA, as suas consequências e os estudos feitos pelo conservacionismo norte-americano, encabeçado por George Perkins Marsh (1801-1882). É descrito o poder destrutivo da agricultura, que desequilibrava ciclos d’água. A crise hídrica foi tema da viagem de campo, que trata do “Vale Imperial”, na Califórnia, estado que passou por uma grande seca em 2003. A devastação continuou por meio do desenvolvimento industrial do século XIX, quando o combustível propulsor da indústria, o carvão, levou à contaminação do ar, solo e da água por substâncias tóxicas, alterando o ciclo do carbono. Combinado com o ferro, o carvão proporcionava a criação do aço, que passou a ser utilizado nas ferrovias, amplificando a expansão das cidades e a destruição ambiental. Com a escassez do carvão, o gás natural e o petróleo se tornaram os próximos combustíveis das atividades humanas. Essa grande dependência dos recursos naturais e como lidar com ela é descrita na sequência. O presidente Theodore Roosevelt (1858-1919) tentou associar o conservacionismo aos interesses industriais, o que foi desastroso para o meio ambiente. Para Roosevelt, a construção de barragens, por exemplo, significava transformar um “desperdício” de força d’água em lucro para a sociedade. Atualmente, essa associação falaciosa fica explícita em empresas que utilizam o prefixo “eco” em seus produtos, sem praticar qualquer forma de proteção à natureza.

Após tanta devastação, chegamos ao limite, tema da terceira parte do livro. A narrativa inicia com a fase posterior à Segunda Guerra Mundial nos EUA, que se caracterizou pelo aumento do consumismo e desenvolvimento desenfreado, incomodando até mesmo os conservacionistas mais adeptos da prosperidade econômica. Surgiu, então, uma categoria mais prática de conservacionistas, a dos ambientalistas modernos, que comprovaram como a ação exploradora humana acarretava na degradação do meio ambiente.[1] Worster dispende boa parte dos capítulos seguintes discorrendo sobre a obra dos cientistas Dennis Meadows e Donella Meadows (1941-2001), autores principais de The Limits to Growth (1972). O livro foi um alerta sobre as dinâmicas do sistema social, seus limites e a necessidade de ajustes para que o mundo não colapse. A partir desse estudo, outros pesquisadores começaram a delimitar uma zona de perigo relacionada à capacidade de suporte da Terra. A viagem de campo, “Rio Athabasca” (Canadá), encerra a terceira parte. O betume descoberto no rio canadense, localizado em uma floresta boreal, tinha extração e tratamento difíceis e onerosos. Após a crise do petróleo em 1973, investiu-se desesperadamente em sua extração e área e o rio ficaram devastados.

No epílogo, “Vida em um pálido ponto azul”, Worster cita a viagem ao espaço da Voyager I, em 1977. O astrônomo Carl Sagan (1934-1996) pediu que fosse fotografado o que havia ao redor da nave. Foi registrada apenas a Terra, um pálido ponto azul. O Novo Mundo esperado pela ida do homem ao espaço não existe. Worster propõe que é preciso aprender a viver com os recursos disponíveis. Ele alerta que, por conta do crescimento da tecnologia, da população e do consumo, o nosso mundo está encolhendo ecologicamente. A lógica da composição do livro se completa: descoberta, exploração e limites.

Worster expõe a sua preocupação principal com a devastação ambiental desde o primeiro capítulo do livro e a reitera ao longo de sua narrativa: “Mas quais são as chances de encontrar outra natureza, outro hemisfério de abundância tão fácil? Zero”[2] (p. 25). Apesar do livro ser definido como de História Ambiental global, Worster concentra sua narrativa na Europa e nos EUA, o que não desvirtua a proposta da obra. Sua riqueza de informações a torna acessível a qualquer pessoa que tenha interesse em compreender o “encolhimento” da Terra, situação explícita a quem se propõe observar minimamente as condições em que se encontra o meio ambiente. Shrinking the Earth não se desenvolve em tom alarmista, mas não deixa de ser um alerta sobre a situação atual e futura da Terra e seus habitantes: não temos mais um longo passado pela frente.

Notas

1. Para melhor compreensão das categorias de proteção da natureza, sugiro NASH, 1990.

2. Trad. livre da autora: “But what are the odds of finding another nature, another hemisphere of such easy abundance? Zero”.

Referências

FITZGERALD, Francis Scott. The Great Gatsby. New York: Charles Scribner’s Sons, 1925.

MEADOWS, Donella H. et al. The Limits to Growth: a Report for the Club of Rome’s Project on the Predicament of Mankind. New York : Universe Books, 1972.

MILL, John Stuart. Principles of Political Economy with Some of their Applications to Social Philosophy. Vols. I & II. London: John W. Parker, 1848.

NASH, Roderick. American Environmentalism: Readings in Conservation History. New York: McGraw-Hill, 1990.

WORSTER, Donald. A River running West: the Life of John Wesley Powell. New York: Oxford University Press, 2000.

WORSTER, Donald. A Passion for Nature: the Life of John Muir. New York: Oxford University Press, 2008.

Julıana da Costa Gomes de Souza – Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável. E-mail: jcgdesouza@gmail.com


WORSTER, Donald. Shrinking the Earth: Th e Rise and Decline of American Abundance. London: Oxford University Press, 2016. Resenha de: SOUZA, Julıana da Costa Gomes de. Como chegamos a este ponto?  Varia História. Belo Horizonte, v. 37, n. 74, p. 635-639, maio/ago. 2021. Acessar publicação original [DR]

Complicidad económica con la dictadura chilena. Un país desigual a la fuerza | Juan P. Bohoslavsky, Karinna Fernández e Sebastián Smart

La escasa literatura existente sobre la contribución y complicidad de empresas y grupos económicos en la violación sistemática de derechos humanos ocurrida en Chile durante el régimen de Pinochet, hace del libro Complicidad económica con la dictadura chilena. Un país desigual a la fuerza un aporte indispensable para mejorar nuestra comprensión sobre el origen de muchas de las desigualdades sociales y económicas que, actualmente, son objeto de las mayores protestas que hayan tenido lugar en Chile desde el fin de la dictadura cívico-militar.

En el libro, sus editores – Juan Pablo Bohoslavsky, Karinna Fernández y Sebastián Smart – reúnen una serie de investigaciones en las cuales se documenta desde diferentes disciplinas y dimensiones, la existencia de redes de financiamiento y apoyos a la dictadura, que habrían permitido al régimen de Pinochet solventar su política represiva para mantenerse en el poder, y al mismo tiempo, transformar radicalmente la estructura político-económica del país. De este modo, los veintiséis capítulos que componen el libro convergen en la tesis de que existiría una estrecha relación entre la asistencia económica extranjera, la política económica implementada por la dictadura y la violación sistemática de los derechos humanos.

El esfuerzo por documentar la colaboración y complicidad financiera con la dictadura chilena – tal como sostiene Elizabeth Lira en el prólogo del libro – constituye una pieza fundamental para garantizar a las víctimas la no repetición de las violaciones a los derechos humanos ni de las condiciones que las hicieron posible. En esta misma línea, Juan Pablo Bohoslavsky señala, en el capítulo introductorio, que este libro ofrece una nueva narrativa de la dictadura, al considerar la responsabilidad de sus cómplices económicos y vincularla con la actual agenda de justicia social. Argumenta que la ayuda financiera recibida por el régimen se orientó, por un lado, a comprar lealtades y apoyos de sectores claves de la sociedad chilena, y por otro, a montar un eficaz aparato represivo, cuyo principal propósito fue crear las condiciones necesarias para la implementación de un conjunto de políticas sectoriales que tuvieron como denominador común el beneficio económico de la élite chilena y de las grandes empresas nacionales y extranjeras, todo esto, en detrimento del bienestar de la clase trabajadora y el consiguiente aumento de la desigualdad económica y social en el país.

Los capítulos posteriores se organizan en siete secciones temáticas, cada una de estas aporta importante evidencia en ámbitos poco explorados del pasado reciente de Chile. La primera sección, titulada “Pasado y presente de la complicidad económica” se articula en torno al informe elaborado en 1978 por Antonio Cassese, quien fuera nombrado por la Comisión de Derechos Humanos de Naciones Unidas como relator especial para evaluar el apoyo financiero recibido por la dictadura. Como sugiere Naomi Roth-Arriaza en el capítulo que inaugura esta primera sección, los trabajos ahí presentados constituyen un importante esfuerzo por desarticular aquella narrativa que desliga el plan económico de la dictadura, de la violencia utilizada por el régimen de Pinochet para reprimir a la población y así, acallar sus críticas.[1] Los cinco capítulos que componen la sección funcionan como un bloque analítico que inicia dando cuenta de las razones de la escasa atención que recibieron las dimensiones económicas dentro de la agenda de la justicia transicional chilena y cómo, en los últimos años, esto se ha ido revirtiendo. Este cambio, producido por una forma más integral de comprender los derechos humanos, permitió ampliar la visión hacia los derechos económicos y sociales que fueron vulnerados durante la dictadura y que hoy continúan siendo parte de las luchas sociales en Chile. Si bien, como exponen Elvira Domínguez y Magdalena Sepúlveda en el quinto capítulo del libro, el estado de los derechos económicos, sociales y culturales en Chile ha sido en el último tiempo objeto de un mayor escrutinio internacional – lo que se refleja en un número relativamente alto de procedimientos especiales realizados en el país, al punto de equipararse con la atención prestada a la violación de los derechos civiles y políticos -, esto no ha sido suficiente para comprender efectivamente todos los abusos cometidos por el régimen de Pinochet, ni el efecto que éstos continúan teniendo para el pleno ejercicio de los derechos humanos en el Chile de post-dictadura.

Esta sección también aporta algunos antecedentes para comprender cómo la violación de los derechos civiles y políticos durante la dictadura – específicamente, la supresión de los derechos sindicales – fue un factor relevante para atraer la asistencia económica extranjera, y a la vez, fue condición necesaria para la imposición de una política económica basada en la acumulación de capital, la cual, a partir de la privatización de empresas del Estado y la venta de sus activos, transfirió la riqueza nacional a manos de la clase empresarial chilena. La sección cierra reconociendo que, aunque el impacto de las iniciativas en términos de verdad y justicia ha sido limitado, Latinoamérica ha ocupado un lugar protagónico en la identificación de las responsabilidades de las empresas en las graves violaciones a los derechos humanos. Destaca en este itinerario la forma en como las víctimas y sus familiares han complementado la movilización social con estrategias legales innovadoras a fin de responsabilizar a las empresas e incluirlas en el radar de la justicia transicional, esto, más allá de si las comisiones de verdad implementadas en sus respectivos países, tenían o no como mandato, esclarecer la participación de los agentes económicos en las violaciones a los derechos humanos. En este sentido, y siguiendo a Priscilla Hayner (2008, p. 247), el deseo de buscar la verdad es cuestión de tiempo, hay veces en que este deseo sólo se logra hacer patente cuando las tensiones que generan conflictos dentro de una sociedad han sido disminuidas, y hay otras, en las que es justamente este deseo el que impulsa cambios sobre los límites y las formas de abordar los crímenes del pasado.

La segunda sección de este libro, titulada “La economía del pinochetismo”, también consta de cinco capítulos, los cuales – con excepción del capítulo de Marcos González y Tomás Undurraga, quienes discuten sobre la complicidad intelectual en la dictadura – se articulan en torno a la relación existente entre la política extractivista impulsada por la dictadura, la concentración del poder y la riqueza y la construcción de una institucionalidad político-jurídica funcional a las necesidades del neoliberalismo. La sección inicia con el capítulo presentado por José Miguel Ahumada y Andrés Solimano, quienes sostienen en su trabajo que las desigualdades sociales y económicas que afectan a Chile en la actualidad tienen sus bases en el modelo económico implementado durante el régimen de Pinochet. Así, esta sección analiza el recorrido que siguió la economía chilena durante la dictadura, la que – en tanto proceso históricamente situado – experimentó una serie de cambios, que fueron más el resultado del activo rol del Estado y de la correlación de fuerzas al interior del gobierno dictatorial, que un producto de las fuerzas autónomas del mercado.

En este marco, las privatizaciones llevadas a cabo desde la segunda mitad de los años setenta, con el objetivo inicial de desmantelar el Estado productor y desarrollista, y luego con la intención de suplir las funciones sociales del Estado, habrían posibilitado que las elites económicas no sólo concentraran el grueso de la riqueza nacional, sino que, además, adquirieran una fuerte influencia en el funcionamiento de lo que sería la nueva democracia. Del mismo modo, en esta sección se advierte que, pese al impacto negativo que ha tenido el extractivismo económico en los derechos humanos y en el medioambiente, no ha existido la intención de cambiar el rumbo del modelo extractivista chileno, pues como sugiere Sebastián Smart, si bien éste se asienta en una legislación creada por la dictadura, la interrelación y mutua dependencia entre el poder político y económico existente en Chile, ha impedido cualquier tipo de modificación sustantiva al modelo.

Por otro lado, esta sección refuerza la idea de que las actuales desigualdades surgen en un contexto de represión y de múltiples restricciones a la deliberación democrática, y también, de que son consecuencia de una trasformación radical de la economía, en la cual tuvieron lugar procesos de acumulación por desposesión y de oligopolización de la estructura productiva, dando origen con esto, a una elite empresarial que, hasta el día de hoy, controla amplios aspectos de la vida económica, política y social del país.

La tercera y cuarta sección – tituladas “Juegos de apoyos, corrupción y beneficios materiales” y “Normas y prácticas represivas en favor de los grupos empresariales”, respectivamente – reúnen diez investigaciones, las que podrían, por la similitud de sus temáticas, constituir una única sección cuyo eje estuviera en el impacto que han tenido las diversas políticas y decretos leyes, dictados por la dictadura, en la actual agenda de justicia social. A pesar de esto, es posible reconocer una cierta estructura asociada a temáticas específicas dentro de cada una de las secciones. Así, mientras los dos primeros capítulos de la tercera sección analizan el rol de las cámaras empresariales y de los medios de comunicación en la comisión u omisión de violaciones a los derechos humanos; los dos últimos dan cuenta del impacto que tuvieron las privatizaciones, tanto en el sistema de pensiones como en el patrimonio público de Chile. Respecto de este último punto, Sebastián Smart señala que, en base a la violencia desplegada, la dictadura terminó con el histórico y progresivo proceso de creación de empresas estatales, dando paso a la enajenación de las mismas (muchas de las cuales fueron vendidas muy por debajo de su valor económico). En efecto, según Smart, se pasó de 596 empresas estatales en 1973 a sólo 49 en 1989, lo que implicó una mayor concentración de riquezas y la profundización de las brechas sociales y económicas ya existentes.

Del mismo modo, los dos primeros capítulos de la cuarta sección tratan sobre el desmantelamiento del sindicalismo chileno y explican cómo el “Plan laboral” de la dictadura – que básicamente operó como una regulación del poder colectivo de los sindicatos – tuvo como objetivo garantizar plenamente el derecho de propiedad y legitimar así, las bases del poder económico y social de la elite chilena. Pese a que el año 2003, fue publicado en el diario oficial un nuevo Código del Trabajo, para Salazar (2012, p. 308-309) este no es más que una forma de aparentar modernidad y sensibilidad social, pues mantiene las mismas relaciones laborales impuestas por la dictadura.

Los dos capítulos siguientes reflexionan sobre cómo la implementación del modelo neoliberal en Chile significó la disminución de las prestaciones sociales básicas y el aumento de la pobreza, dando paso a la criminalización y el encierro masivo de pobres, por un lado, y por otro, a su erradicación de las áreas céntricas, y posterior, relocalización en sectores periféricos. Finalmente, los últimos dos capítulos de esta sección analizan las consecuencias económicas, sociales, medioambientales y culturales que han experimentado los pueblos originarios en Chile, a propósito de la apropiación que hiciera la dictadura de recursos naturales y bienes comunes. Así, por ejemplo, y considerando la actual crisis hídrica, el capítulo de Cristián Olmos conecta el rol de empresas y actores económicos en la privatización del agua, con las constantes violaciones a los derechos de comunidades indígenas próximas a centros mineros en el Norte de Chile. Para Olmos, la base de estas vulneraciones se encuentra en la plataforma legislativa generada en dictadura, la cual comprende la Constitución, el Código de Aguas y el Código de la Minería. Una lectura similar lleva a cabo José Aylwin, quién en su estudio, da cuenta de cómo la dictadura, luego de apropiarse de tierras mapuches (reconocidas y restituidas por los proceso de reforma agraria impulsados por los gobiernos de Eduardo Frei Montalva y Salvador Allende), éstas fueron vendidas de forma irregular, para posteriormente, establecer sobre ellas una política de incentivos monetarios y tributarios que benefició, principalmente, a los conglomerados forestales que habían colaborado con el régimen de Pinochet, teniendo esto, como consecuencia directa, la exclusión del pueblo mapuche y el deterioro del medio ambiente y del hábitat natural y cultural de las comunidades.

Dos capítulos son los que componen la quinta sección titulada “Estudios de casos”. En ella, se analizan emblemáticos casos de corporaciones nacionales que financiaron, o directamente participaron en delitos de lesa humanidad. Karinna Fernández y Magdalena Garcés documentan cómo los recursos logísticos de la Pesquera Arauco y de Colonia Dignidad fueron puestos a disposición de la represión militar. Este trabajo advierte sobre la activa participación de estas corporaciones en el secuestro, tortura y desaparición de civiles durante la dictadura chilena. Las autoras también llaman la atención sobre la falta de voluntad política para perseverar con las investigaciones y las debilidades presentes en la acción judicial, las que muchas veces, no han permitido conocer la verdad de los hechos, ni cuantificar o determinar el destino de los dineros obtenidos por la comisión de estos delitos. En esta misma línea, Nancy Guzmán entrega evidencia para conocer cómo, desde la elección de Salvador Allende como presidente de Chile, el diario El Mercurio fue utilizado por su dueño, Agustín Edwards, para colaborar con la dictadura; primero, azuzando el golpe de Estado, y luego, encubriendo los crímenes del régimen, mediante múltiples campañas de desinformación y manipulación de la opinión pública.

La sexta sección temática, “Aspectos jurídicos de la complicidad económica”, también se compone de dos capítulos. En ellos se exponen, por un lado, los principios generales emanados del derecho internacional para abordar las causas de complicidad económica; y por otro, las (im)posibilidades de perseguir, juzgar o reparar – en el marco del derecho chileno – la comisión de estos delitos, por los cuales algunas empresas y sus altos miembros se beneficiaron económicamente. Juan Pablo Bohoslavsky reflexiona, a la luz del derecho internacional y comparado, respecto de cuándo procede establecer responsabilidades civiles en las violaciones de derechos humanos. En este marco, sostiene que para determinar dichas responsabilidades se requiere conocer si la asistencia corporativa a un régimen criminal, generó, facilitó, dio continuidad o hizo más efectiva la comisión de estos delitos. Argumenta que, comprender el contexto que originó y sostuvo la complicidad económica, resulta incluso, más relevante que constatar el grado de conocimiento que tenían las corporaciones sobre el daño producido. En un tenor similar, Pietro Sferrazza y Francisco Jara sostienen que la condición de civiles no excluiría a los actores económicos de la persecución criminal por delitos de lesa humanidad, al tiempo que advierte una oportunidad – de acuerdo a la jurisprudencia – para la imprescriptibilidad de los casos, toda vez que éstos devengan de acciones que hayan facilitado o contribuido a la violación de los derechos humanos.

La séptima sección, titulada “Conclusiones y prospectivas”, coincide con el último capítulo del libro. En este, el historiador Julio Pinto, describe tres momentos en los cuales se habría ido anudando una cierta simbiosis entre el mundo empresarial y la dictadura cívico militar. El primer momento, se encuentra en la amenaza que significó el programa de la Unidad Popular para la libertad de empresa y el derecho de propiedad. El segundo, tiene que ver con los beneficios que recibieron durante la dictadura aquellos empresarios que apoyaron y colaboraron con el régimen. Mientras que el tercer momento, se asocia con las garantías de inmodificabilidad de los mecanismos básicos de funcionamiento de la economía neoliberal, así como de los componentes centrales de la institucionalidad en la cual se estableció dicha garantía.

De este modo, el libro que ha sido reseñado tiene el valor de ofrecer un variado análisis sobre la complicidad de las empresas y empresarios durante la dictadura. Desde un abordaje interdisciplinario, logra articular efectivamente una narrativa que conecta las violaciones a los derechos humanos con las políticas económicas implementadas durante el régimen de Pinochet. No obstante, considerando la diversidad de perspectivas y dimensiones desde las cuales se observó el problema, se extraña un capitulo con una mayor sistematización de los fallos judiciales, conclusiones de comisiones investigadoras o solicitudes de información realizadas al Congreso Nacional. Esto, por un lado, a fin de comprender los aciertos y reveses que han tenido estas iniciativas, y por otro, para conocer el estado actual de las impugnaciones realizadas en el marco de los objetivos de verdad, justicia, reparación y garantías de no repetición. Por lo pronto, y de acuerdo a la experiencia comparada, pareciera ser que las democracias y economías modernas pueden sobre­vivir a los juicios que buscan determinar las responsabilidades de los agentes económicos en la violación de los derechos humanos, lo que, sin duda, ofrece a las víctimas la esperanza de que las situaciones de abuso que experimentaron sean reconocidas y reparadas.

Finalmente, la evidencia histórica presentada en este libro no sólo constituye una crítica dirigida a los actores económicos involucrados en violaciones a los derechos humanos o a quienes se beneficiaron de las prácticas represivas y autoritarias de la dictadura, sino también, la crítica apunta a los gobiernos de la transición, los cuales no quisieron enfrentar realmente las causas estructurales de la desigualdad en Chile: concentración de la propiedad productiva, formación de conglomerados económicos con altas cuotas de mercado y debilitamiento del poder de negociación sindical, entre otras (SOLIMANO, 2013, p. 100). De este modo, el libro Complicidad económica con la dictadura chilena., podría nutrir el debate sobre la desigualdad en Chile – que, tras la revuelta social ha tomado con fuerza la agenda política – y direccionarlo, hacia la rendición de cuentas de los beneficios recibidos por las empresas, a cambio de su colaboración con la dictadura.

Nota

1. Durante la post-dictadura, la nueva clase dirigente permitió que en la figura de Pinochet se encontraran discursos a la vez contradictorios: los que apuntaban a su responsabilidad en una de las dictaduras más sangrientas de América Latina y los que reconocían que las transformaciones económicas impulsadas bajo su régimen, constituyeron una pieza fundamental para el desarrollo económico y la estabilidad política de Chile. Así, se podía condenar al dictador y, al mismo tiempo, reconocer su legado en materias económicas.

Referencias

HAYNER, Priscila. Verdades innombrables. El reto de las comisiones de la verdad. México, D.F.: Fondo de Cultura Económica, 2008.

SALAZAR, Gabriel. Movimientos sociales en Chile. Trayectoria histórica y proyección política. Santiago: Uqbar, 2012.

SOLIMANO, Andrés. Capitalismo a la chilena. Y la prosperidad de las élites. Santiago: Editorial Catalonia, 2013.

Sergıo Urzúa-Martínez – Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Sociales. E-mail: urzua@usach.cl


BOHOSLAVSKY, Juan Pablo; FERNÁNDEZ, Karinna; SMART, Sebastián (Eds.). Complicidad económica con la dictadura chilena. Un país desigual a la fuerza. Santiago, Chile: LOM Ediciones, 2019. Resenha de: URZÚA-MARTÍNEZ, Sergıo. Violencia, complicidad e impunidad: Los actores económicos en la dictadura de Pinochet. Varia História. Belo Horizonte, v.37, n.74, p.625-634, maio/ago. 2021. Acessar publicação original [DR]

 

 

Processos judiciais e escrita da história na América Latina | Varia História | 2021

Desde a década de 1980, os processos judiciais se consolidaram como fontes relevantes para a escrita da história da América Latina.[1] Partindo dessa historiografia, o presente dossiê procura apontar novas abordagens e perspectivas de pesquisa com esses documentos. Para além de repositórios privilegiados de informações sobre diferentes grupos sociais, seus modos de vida e estratégias de resistência, os processos judiciais também são essenciais para o entendimento de como se dá o processo de produção do direito.

Nas últimas décadas, muitos historiadores recorreram a arquivos judiciários em busca de janelas para mundos sociais e modos de vida pouco conhecidos. Em suas análises, leram os processos judiciais a contrapelo para atravessar os vieses e as formalidades de um direito até então visto como uma esfera de domínio exclusivo das elites. Procuraram alcançar, nesses documentos, as vozes de escravos, mulheres, indígenas, trabalhadores livres e outros grupos subalternos. Os processos judiciais mostraram como essas pessoas transformaram os tribunais da América Latina em “arenas de lutas” por liberdade e direitos. Nos tribunais das sociedades escravistas, africanos, indígenas e seus descendentes articularam suas próprias concepções de liberdade contra a escravidão e diferentes formas de trabalho compulsório. Nos tribunais das repúblicas, homens e mulheres pobres, excluídos de várias esferas da política tradicional, reivindicaram o exercício de direitos básicos, expandindo a prática da cidadania.

Esse corpo de trabalhos é bastante heterogêneo. Contribui, por exemplo, para a história da escravidão atlântica, possibilitando comparações entre Brasil, Cuba, Estados Unidos e outros países.[2] Os processos judiciais também foram de extrema importância para a historiografia sobre gênero, possibilitando análises acerca das concepções de honra, família e trabalho articuladas por homens e mulheres pobres em vários lugares da América Latina.[3] Os diversos processos nos quais indígenas eram partes foram fundamentais para a renovação da história indígena e para análises acerca do colonialismo, da submissão a várias configurações de trabalho coercitivo e das práticas de negociação e resistência das populações indígenas.[4] A pesquisa em arquivos judiciários, portanto, impulsionou avanços historiográficos em diversas áreas, das quais escravidão, gênero e história indígena são apenas alguns exemplos.[5]

Um dos principais focos desses trabalhos é a “agência” dos grupos subalternos, com especial atenção para suas concepções de mundo e estratégias para aquisição de direitos e melhores condições de vida. Nesse sentido, é comum que os tribunais sejam identificados como “arenas de lutas”, nas quais estavam em disputa concepções conflitantes acerca do direito e da justiça. A despeito de inegáveis contribuições historiográficas, que aprimoraram nossos conhecimentos sobre o funcionamento dos tribunais, sobre concepções vernaculares de justiça e sobre a luta de grupos subalternos pelo reconhecimento de direitos, ainda há lacunas na historiografia latino-americana a respeito de como o direito e as normas são produzidos. Ao tratar os tribunais e os processos judiciais como “arenas de lutas”, muitos historiadores presumem que o direito seja um objeto de disputa produzido em outros espaços.

Ainda é bastante recorrente na historiografia a ideia de que “direito” é “lei”, no sentido de normas escritas promulgadas por autoridades governamentais. No entanto, “direito” é um campo normativo muito mais amplo do que a legislação escrita. As normas, categorias e institutos jurídicos são produzidos em diversos locais, para além da lei propriamente dita. Os tribunais e os processos judiciais são locais de produção do direito, não de mera aplicação ou disputa. É um fato que, nos tribunais e nos processos judiciais, discutem-se e disputam-se diferentes concepções de justiça. Porém, nessas disputas, as normas, categorias e institutos jurídicos adquirem significados concretos. Em outras palavras, o direito também é produzido em disputas judiciais.

Nesse sentido, procedimentos, formalidades e a linguagem técnica do direito não são apenas “obstáculos” para o historiador que trabalha com essas fontes. São instrumentos da produção do direito e, portanto, essenciais para a compreensão da participação de grupos subalternos e de seus entendimentos compartilhados nos processos de produção normativa. Além disso, advogados, juízes e escrivães não eram meros agentes da aplicação e interpretação do direito, mas também tinham um papel ativo em sua produção. Ao considerar os processos judiciais como locais de produção do direito, indo além da percepção do direito como lei escrita, podemos levantar diversas outras questões acerca da atuação de grupos subalternos, elites e juristas nos tribunais da América Latina.

O presente dossiê procura apontar novos caminhos para questões como, por exemplo, “como se dá a produção do direito?”, “qual a participação de grupos subalternos nessa produção?”, “qual a participação de juristas e outros grupos de elite nesses processos?”, “o que esses grupos compartilham em termos de conhecimento e entendimentos jurídicos?” e “como se formam esses entendimentos jurídicos compartilhados?”. As perspectivas aqui propostas privilegiam uma história social do direito vista do “chão” dos tribunais, indo além das câmaras legislativas, bibliotecas e faculdades de direito. Uma história do direito na qual a produção normativa se dá tanto “de cima” quanto “de baixo” e é fruto da atuação de diversos grupos, incluindo legisladores, juristas, juízes, escrivães, advogados, procuradores e as próprias partes dos processos, sejam elas escravos, indígenas, mulheres ou trabalhadores livres.

Os artigos de Cristian Miguel Poczynok e Raquel Sirotti deixam claro que os processos judiciais eram espaços de produção normativa. Poczynok mostra que, na Buenos Aires do final do século XVIII e início do século XIX, havia uma grande pluralidade de modos de acesso e uso da terra. Os processos judiciais eram locais primordiais de construção desse “enjambre normativo”, principalmente por serem instrumentos de criação de “títulos” de propriedade. O autor argumenta que, no estudo dessas fontes, não podemos perder de vista que, mesmo no pós-independência, a cultura jurisdicional do Antigo Regime ainda tinha papel central na configuração das disputas judiciais e na criação de direitos de propriedade. Ademais, além de considerar as dinâmicas de poder, é preciso entender o direito enquanto campo intelectual e prática profissional, ressaltando a pluralidade dos procedimentos, discursos, categorias e argumentos evidenciados pelos processos judiciais. Ao invés de superá-los como obstáculos, precisamos incorporá-los à análise histórica.

Já Sirotti analisa a construção da categoria jurídica “crime político” em processos ajuizados após a tentativa de assassinato do presidente Prudente de Morais, em 1897. A autora argumenta que a legislação escrita e os textos doutrinários não traziam conceitos definidos de “crime político”. O significado concreto dessa categoria foi dado no âmbito de disputas judiciais, envolvendo a participação de diversos agentes. Assim, o caso dos crimes políticos no Brasil republicano aponta que o direito não era meramente aplicado pelos tribunais, mas por eles produzido. A autora também ressalta que categorias jurídicas não possuem um significado fixo, intrínseco e uniforme, supostamente dado pela legislação e pela doutrina, mas são constantemente ressignificadas e produzidas no “laboratório” da prática judicial.

Essenciais nos processos de produção normativa que acontecem em disputas judiciais são os conhecimentos jurídicos compartilhados entre diversos grupos sociais. Em seu artigo sobre a Porto Alegre do início do século XX, Rodrigo Simões discute como concepções acerca da força policial, de seu papel e limites de atuação eram compartilhadas por grupos subalternos, aos quais o autor se refere como “populares”. Ainda que formulados à margem dos espaços solenes de produção do direito, tais entendimentos compartilhados moldavam a maneira de agir dos sujeitos históricos e, por vezes, faziam eco no âmbito de instituições de controle. Como aponta o autor, esses entendimentos costumavam direcionar a ação dos grupos subalternos para a contestação violenta e resistência ao que entendiam como abusos das autoridades policiais.

Simões também discute a importância dos processos judiciais para a análise de concepções de mundo de grupos subalternos. Nos últimos anos, houve intensos debates acerca dos vieses e da incapacidade dos processos judiciais de trazer à luz a “voz” ou as “subjetividades” dos grupos subalternos. O autor, no entanto, aponta que, mesmo diante de tais críticas, os processos judiciais ainda são documentos extremamente valiosos para a escrita da história. Não se trata de acessar a “voz” ou a “subjetividade” dos grupos subalternos, mas, através das narrativas – verdadeiras ou verossímeis – presentes nos processos, apreender quais concepções de mundo as pessoas envolvidas em litígios mobilizavam e que entendimentos jurídicos compartilhavam.

Para ampliar nossas concepções acerca dos locais onde o direito e as normas são produzidos, também é importante alargar o corpo documental de nossas análises. Em seu artigo, Ana María Silva Campo mostra que, no período colonial, o Tribunal da Inquisição de Cartagena das Índias não se ocupava somente de “questões de fé”. O Tribunal também julgava os mais variados litígios cíveis, como cobranças de dívidas, discussões acerca da propriedade de escravos, questões de herança, dentre outros. Processos ajuizados perante a justiça eclesiástica já constituem um corpo de fontes consolidado entre os historiadores que tratam das jurisdições americanas do império espanhol para o estudo das chamadas “questões de fé”. Silva Campo, no entanto, aponta que os processos cíveis ainda não foram tratados de maneira sistemática pela historiografia. Segundo a autora, esses processos revelam o Tribunal da Inquisição como um espaço de mobilidade social a nível local e como um espaço jurídico e cultural com considerável autonomia em relação à metrópole.

Partindo de diferentes perspectivas e analisando corpos documentais distintos, os quatro artigos deste dossiê apontam que o direito não é apenas uma arena de poder ou de lutas, mas também um espaço de produção normativa no qual diferentes sujeitos históricos atuavam. Nesse sentido, eles também apontam para a existência de conhecimentos e entendimentos jurídicos compartilhados que são essenciais na produção normativa que ocorre no âmbito dos tribunais. Por fim, os artigos colocam lado a lado diferentes práticas e perspectivas sobre a escrita da história social e da história do direito na América Latina.

Notas

1. Essa produção historiográfica é extremamente ampla e, portanto, não seria possível indicá-la de maneira completa neste texto de apresentação. Em razão disso, optamos por indicar, ao longo do texto, algumas referências exemplificativas de cada área. Sobre a importância dos acervos judiciais, ver DANTAS; RIBEIRO, 2020.

2. Ver a respeito: CHALHOUB, 1990GONZÁLEZ UNDURRAGA, 2014GRINBERG; MAMIGONIAN, 2017PERERA DÍAZ; MERIÑO FUENTES, 2015DIAS PAES, 2019. Sobre processos judiciais envolvendo trabalhadores livres e pobres, ver ARIZA, 2014.

3. Ver a respeito: CALANDRIA, 2019CAULFIELD, 2000CHAMBERS, 1999.

4. Ver a respeito: BORAH, 2018MELLO, 2005PREMO, 2017.

5. Outro exemplo relevante é a historiografia sobre práticas de cidadania e acesso à cidade, como, por exemplo, em CHASKEL, 2011FISCHER, 2008RIBEIRO, 2009.

Referências

ARIZA, Marília Bueno de Araújo. O Ofício da liberdade. Trabalhadores libertandos em São Paulo e Campinas (1830-1888). São Paulo: Alameda, 2014.

BORAH, Woodrow. Justice by Insurance. The General Indian Court of Colonial Mexico and the Legal Aides of the Half-Real. Berkeley: University of California Press, 2018.

CALANDRIA, Sol. Cómplices y verdugos. Masculinidades, género y clase en los delitos de infanticidio (provincia de Buenos Aires, 1886-1921). História (São Paulo), v. 38, p. 1-25, 2019.

CAULFIELD, Sueann. In Defense of Honor. Sexual Morality, Modernity and Nation in Early-twentieth-century Brazil. Durham: Duke University Press, 2000.

CHAMBERS, Sarah C. From Subjects to Citizens. Honor, Gender, and Politics in Arequipa, Peru, 1780-1854. University Park: Pennsylvania State University Press, 1999.

CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade. Uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CHASKEL, Amy. Laws of Chance. Brazil’s Clandestine Lottery and the Making of Urban Public Life. Durham: Duke University Press, 2011.

DANTAS, Monica Duarte; RIBEIRO, Filipe Nicoletti. A importância dos acervos judiciais para a pesquisa em história. Lex Cult, v. 4, n. 2, p. 47-87, 2020.

DIAS PAES, Mariana Armond. Escravidão e direito. O estatuto jurídico dos escravos no Brasil oitocentista, 1860-1888. São Paulo: Alameda, 2019.

FISCHER, Brodwyn. A Poverty of Rights. Citizenship and Inequality in Twentieth-century Rio de Janeiro. Palo Alto: Stanford, 2008.

GONZÁLEZ UNDURRAGA, Carolina. Esclavos y esclavas demandando justicia (Chile, 1740-1823). Documentación judicial por carta de libertad y papel de venta. Santiago de Chile: Universitaria, 2014.

GRINBERG, Keila, MAMIGONIAN Beatriz. Le Crime de réduction à l’esclavage d’une personne libre (Brésil, XIXe siècle). Brésil(s): Sciences Humaines et Sociales, v. 11, 2017.

MELLO, Marcia Eliane Alves de Souza. Desvendando outras Franciscas. Mulheres cativas e as ações de liberdade na Amazônia colonial portuguesa. Portuguese Studies Review, v. 13, n. 1, p. 1-16, 2005.

PERERA DÍAZ, Aisnara, MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles. Estrategias de libertad. Un acercamiento a las acciones legales de los esclavos en Cuba, 1762-1872. La Habana: Editorial de Ciencias Sociales, 2015.

PREMO, Bianca. The Enlightenment on Trial. Ordinary Litigants and Colonialism in the Spanish Empire. Oxford: Oxford University Press, 2017.

RIBEIRO, Gladys Sabina. Cidadania e lutas por direitos na Primeira República: analisando processos da Justiça Federal e do Supremo Tribunal Federal. Tempo, v. 13, n. 26, p. 101-117, 2009.

Pedro Cantisano – University of Nebraska at Omaha. E-mail: pcantisano@unomaha.edu

Marıana Armond Dias Paes – Max Planck Institute for Legal History and Legal Theory. E-mail:  mdiaspaes@gmail.com


CANTISANO, Pedro; DIAS PAES, Marıana Armond. Apresentação. Varia História. Belo Horizonte, v. 37, n. 74, p. 353-360, maio/ago. 2021. Acessar publicação original [DR]

Acessar dossiê

 

 

Cadernos do Tempo Presente. São Cristóvão, v.12 n.01, 2021.

Jan – Jun 2021: Revista Cadernos do Tempo Presente

Artigos

Resenhas

Publicado: 2021-06-10

Revista de Historia y Geografía. Santiago, v.44, 2021.

Editorial

Equipo Editorial

Artí­culos

Reseñas

Publicado: 2021-06-10

Acre, Formas de Olhar e de Narrar: Natureza e História nas Ausências | Francisco Bento da Silva

SILVA Francisco Bento da Acre

SILVA Acre AcreA proposta da resenha é apresentar a obra “Acre, Formas de Olhar e de Narrar: Natureza e História nas Ausências”, do escritor, professor e pesquisador Francisco Bento da Silva. O livro é o resultado do estágio de pós- doutoramento no curso de Pós- Graduação em História da Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi, pensado e produzido entre agosto de 2019 até meados de 2020. No texto, o autor propõe desenvolver debates a respeito da historiografia, da natureza e dos imaginários que permeiam a história do Acre. Utilizando-sePara isso, utiliza-se de fontes documentais como: jornais, relatórios da época e referenciais teóricos dos mais diversos campos do conhecimento. Com isso,, o autor propõe diálogos que buscam novos modos de narrar e de olhar o Acre.

O pesquisador, ao escolher o título, já direciona o leitor a sua posição de questionador e de problematizador no campo das mentalidades. As colocações são bem articuladas, organizadas e cirurgicamente conceituadas para que o leitor, ainda que com pouco contato com a temática, se sinta confortável com a leitura. Francisco Bento da Silva (20200000, p.15 00), já no início do livro, deixa claro que: “não sou poeta”, mostrando sua posição de distanciamento de qualquer “liberdade poética” ou senso comum. Diante disso, o autor se aproxima e se utiliza de um aglomerado de fontes e de referências as quaisque suportaram sua obra. As problematizações que o autor propõe são referentes aos discursos de vazio, de ausência e de inexistência de saberes e viveres amazônicos, e que, na sua visão, contrapõem as realidades múltiplas que foram intencionalmente silenciadas pela historiografia hegemônica. Leia Mais

Mulheres e caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais | Silvia Federici

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Silvia Federici | Foto: DeliriumNerd

FEDERICI S Mulheres e caca as AcreAo falar de caça às bruxas imagina-se fogueiras queimando acerca de centenas de anos atrás em um povoado bem distante, com pessoas ao redor do fogo assistindo a incineração de uma ou mais mulheres acusadas de bruxaria por serem aliadas ao diabo. São cenas que parecem estar bem longínquas do século 21, e ainda relacionadas somente ao combate contra o mundo sobrenatural. No entanto, através do livro “Mulheres e Caça às Bruxas: da Idade Média aos Dias Atuais” a autora Silvia Federici apresenta a interligação da caça às bruxas à eliminação das mulheres do sistema capitalista e as consequências disso para as suas vidas. O livro de título original “Witches, witch-hunting, and women” é a obra mais recente da autora, lançado no Brasil em 2019 pela editora Boitempo, estando dividido em duas partes no mesmo volume: Revisitando a acumulação primitiva do capital e a caça às bruxas na Europa; Novas formas de acumulação de capital e a caça às bruxas em nossa época. Silvia Federici é escritora, professora e intelectual militante de tradição feminista marxista autônoma, nascida na Itália em 1942, mudou-se para os Estados Unidos no fim da década de 1960, onde foi cofundadora do Coletivo Internacional Feminista e contribuiu para a Campanha por um salário para o trabalho doméstico. Em 1965 concluiu a graduação em filosofia. Atualmente é professora emérita na universidade de Hofstra, em Nova York. Suas outras obras são: Calibã e a Bruxa (Elefante, 2017) e O Ponto Zero da Revolução (Elefante, 2019), além de artigos sobre feminismo, colonialismo e globalização. Leia Mais

Aquirianas: mulheres da floresta na história do Acre | Carlos Alberto Alves de Souza

SOUZA Carlos Alberto Alves de Acre

SOUZA Aquirianas AcreO livro de Carlos Alberto Alves de Souza, denominado Aquirianas: mulheres da floresta na história do Acre, editorado pelo Instituto de Pesquisa, Ensino e de Estudos da Cultura Amazônicas – ENVIRA, 2010, aborda uma proposta audaciosa – dentro das várias possíveis – de uma escrita da História das Mulheres na Amazônia. O autor é Carlos Alberto Alves de Souza, formado em História pela Universidade Federal do Acre, com Doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sendo o primeiro Professor Titular da área de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Ufac, foi presidente da Associação Brasileira de História Oral de 2004 a 2006, além de fazer parte da Academia Acreana de Letras, possui obras sobre a História do Acre que se inspiram na História Social Inglesa – notadamente em Thompson e Hobsbawm – e por um diálogo interdisciplinar com os espaços e geografias amazônidas.

O livro busca trazer ao palco cultural as mulheres que, por muito tempo, foram injustiçadas e excluídas de uma sociedade da qual sempre fizeram parte. A obra divide-se em cinco partes. Na primeira parte, o autor mostra como se dá ocupação dos espaços nos seringais, que eram unidade produtoras de extrativismo vegetal assentado no látex da Hevea brasilienses, fazendo inferências sobre a criação destes latifúndios durante aquilo que se caracterizou como a primeira fase de exploração das terras acreanas pelos brasileiros. Na segunda fase da obra, vemos a saga das mulheres seringueiras do Acre, como participante do processo de constituição do modo de vida no seringal, atendendo ao chamado de Scheibe (1998), que afirma: Leia Mais

Das Amazônias | Rio Branco, v.4, n.1, 2021.

Dossiê RESISTÊNCIA: A construção de saberes históricos em tempo de pandemia

Apresentação da Capa

Ficha Técnica

Sumário

Editorial

Artigos

Resenha

Publicado em 09 jun | v.4, n.1 (2021)

RESISTÊNCIA: A construção de saberes históricos em tempo de pandemia | Das Amazônias | 2021

Casarao da Rua 20 Goiania Acre

Iniciamos esta edição com sinceras condolências em respeito a todos os brasileiros e brasileiras que partiram devido à crise sanitária ocasionada pelo novo coronavírus, mas sobretudo pesarosos do contexto ideológico em que o Brasil está inserido. A Revista Discente das Amazônias se irmana no sentimento de tristeza de cada ente querido que sente a dor da saudade, palavra encontrada apenas no português do Brasil (e que faz muito sentido face a falta do avô, da mãe, do irmão, do pai, da tia, do primo, do próximo ou do distante), na ausência da vida. Externamos nossa solidariedade aos que permanecem e lastimamos por aquelas pessoas que se tornaram montante numérico superior a 470.000 mil mortos, vítimas de um genocídio resultante da ignorância, do negacionismo e da pseudociência.

Mas, nos apeguemos aos respingos de esperanças. Paulo Freire, fugindo da norma, já nos convidava a conjugar o substantivo “esperança” – esperançar é preciso. É nesses embalos de incerteza de um viver marcado por lutas, que devemos acreditar na ciência, na educação pública e gratuita e sua fundamental importância e contribuição para à sociedade. Assim, caros(as) leitores e leitoras, lhes convidamos a lerem os trabalhos submetidos à Das Amazônias, Revista Discente de História da Ufac (em seu volume 4, número 1), que compõe o conjunto de periódicos da área de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), da Universidade Federal do Acre (Ufac). Leia Mais

Museologia & Interdisciplinaridade. Brasília, v.10, n.19, 2021.

Dossiê Protagonismo indígena e museu: abordagens e metodologias / Dossiê Museus, Museologia e Literatura: representações de mundo e técnicas narrativas

Dossiê O Protagonismo Indígena e Museu: abordagens e metodologias

Dossiê Museus, Museologia e Literatura: representações de mundo e técnicas narrativas

O Protagonismo Indígena e Museu – Abordagens e Metodologias

Editorial

Artigos

Tradução

Publicado: 2021-06-09

History & Theory. v.60, n.2, jun. 2021.

Issue Information

Iterations: Historical Futures, edited by Zoltán Boldizsár Simon and Marek Tamm

Open Access

Articles

Forum: Historiography, Ideology, and Law

Review Essays

First Published: 09 June 2021

Albuquerque – Revista de História. Aquidauana, v.13, n.25, 2021.

Dossiê: Povos originários e COVID-19: Experiências indígenas diante da pandemia na América Latina

Capa: Roger Luiz Pereira da Silva. Imagem: cortesia de Eduardo Kobra (@kobrastreatart), obra doada ao Instituto Butantã por seu trabalho científico diante da pandemia de Covid-19, especialmente na produção da vacina.

Expediente

Editorial

Dossiê

Resenhas

Publicado: 2021-06-09

Flavio Koutzii: Biografia de um militante revolucionário – De 1943 a 1984 | Benito Bisso Schmidt

Em Tempos interessantes, Eric Hobsbawm comentou que comumente as biografias “terminam com a morte do biografado, mas as autobiografias não têm esse fim natural”, uma ironia que não se traduz apenas como humor para historiadores envolvidos em empreitadas biográficas (2002, p. 447). Autor proeminente nos estudos sobre esse gênero, Benito Schmidt enfrentou como desafio o que para Hobsbawm era chiste ao biografar o gaúcho Flavio Koutzii, cuja biografia não teve o aludido fim natural: Koutzii não apenas contribuiu imensamente para a produção do livro, como foi um leitor privilegiado antes e depois de sua publicação – e, assim como Hobsbawm, Koutzii é judeu, fez-se comunista e não dispensa a fina ironia.

Após debruçar-se por quase uma década sobre variados registros que a vida de Koutzii lega à pesquisa histórica, Schmidt lançou um livro bastante singular, tanto pela relação que estabeleceu com seu objeto e principal fonte – Koutzii e suas memórias -, quanto pela forma como articulou essa fonte com as demais. Da primeira às últimas páginas nota-se que o livro é a confluência da relação entre biógrafo e biografado – especial singularidade da obra. Leia Mais

Palavras ABEHrtas | Curitiba, v.0, n.0, 2021.

PALAVRAS ABERTAS2 2 Acre

 

Chão da História

Desafios e dilemas da profissão docente

Provocações

Vice-versa

Trajetórias dialogadas

Rizoma de ações

Acontece nas escolas

Publicado em 06 junho 2021 | v.0 n.0 (2021)

Epistemología e Historia de la Ciencia. Córdoba, v.5, n.2, 2021.

Epistemología e Historia de la Ciencia

Artículos

Reseñas

Publicado: 2021-06-08

Manuel Fernandes Tomás. Escritos políticos e discursos parlamentares (1820-1822) | José Luís Cardoso

1 “Ele foi talvez o primeiro que soube achar a época, e o termo preciso, em que o direito de insurreição contra a tirania, é não só uma virtude digna de aplauso dos presentes, da comemoração dos vindouros, e mesmo de apoteose, mas também o exercício de um direito político”.[1] Manuel Fernandes Tomás e o movimento revolucionário de 1820 estão indissoluvelmente ligados. Jurista consagrado, oriundo da Figueira da Foz, concluídos os estudos na Universidade de Coimbra, após o desempenho de diferentes cargos, em 1820 encontrava-se a exercer funções de desembargador no Porto há três anos. Foi um dos membros do Sinédrio, ministro do Interior e da Fazenda da Junta Provisional do Reino, deputado às Cortes Constituintes, reeleito em 1822, ano em pereceu. O seu papel em momentos-chave da implantação do regime vintista foi essencial, a ele se devem textos fundadores, responsabilidades decisivas como a organização das primeiras eleições dentro do quadro liberal, e intervenções parlamentares decisivas. Na memória democrática, ficou consagrado como uma figura impoluta, corajosa, um político competente e um grande orador. Columbano e Veloso Salgado atribuíram-lhe espaço destacado nas duas principais representações pictóricas do edifício da Assembleia da República. “A primeira revolução liberal portuguesa tem a sua personificação em Fernandes Tomás”, escreveu José Arriaga.[2]

2 Contudo, até recentemente não se dispunha de nenhuma ampla antologia dos seus textos, em contraste com outros políticos, como Almeida Garrett ou Passos Manuel, que em vida reuniram os seus discursos parlamentares em livro. As únicas obras dele impressas em vida foram duas notáveis contribuições para a história do direito do Antigo Regime, um estudo sobre a propriedade e um repertório legislativo. O seu precoce desaparecimento, no início da segunda legislatura do regime vintista, e o apagamento da memória do vintismo durante as longas décadas de cartismo e do Estado Novo explicam-no. A recolha dos textos da sua autoria organizada por José Luís Cardoso veio preencher o vazio existente, sendo o livro em boa hora editado no ano do bicentenário da revolução de 1820, seguindo-se a outro seu livro sobre a revolução, com excelente fundamentação e bem organizado, numa linguagem acessível e de grande qualidade gráfica.[3]

3 Manuel Fernandes Tomás e a revolução de 1820 constituem alicerces fundamentais da memória e da história do liberalismo português. Foi valorizada pela corrente republicana, como o comprova a monumental História da Revolução de 1820 de José Arriaga (1886-89), onde Manuel Fernandes Tomas ocupa um lugar destacado. Também Luís Augusto Rebelo da Silva o incluiu em Varões ilustres das três épocas constitucionais (1870). Com o advento do Estado Novo, esta época esteve marginalizada, excluída da história oficial ensinada nas escolas ou difundida publicamente, onde ainda não ocupa o lugar merecido. O século XIX e o primeiro quartel do século XX eram considerados em bloco como um período negro, sobre o qual incidiu um pesado silêncio oficial.

4 Alguns historiadores isolados da oposição democrática principiaram a debruçar-se sobre esta época a partir da década de 1940. Com o restabelecimento de um regime liberal em Portugal, democrático, principiou-se um estudo mais sistemático da história do liberalismo monárquico e republicano. Manuel Fernandes Tomás foi desde logo objeto de um estudo de José Manuel Tengarrinha, acompanhado da publicação de alguns dos mais importantes documentos produzidos por ele e de várias intervenções parlamentares sobre temas fundamentais como a liberdade de imprensa ou o âmbito do sufrágio. Alguns anos decorridos, José Luís Cardoso viria a dedicar-lhe uma biografia (1983), recentemente reeditada (Manuel Fernandes Tomás. Ensaio histórico-biográfico. Coimbra: Almedina, 2020). Deve-se a Cecília Honório a primeira tese de doutoramento que lhe foi dedicada, e que é a biografia política mais completa a seu respeito. Nela são analisadas pela primeira vez as principais intervenções parlamentares e os outros textos da sua autoria (Manuel Fernandes Tomás, 1771-1822. Lisboa: Assembleia da República, 2009).

5 A antologia de textos agora publicada por José Luís Cardoso é precedida de um longo estudo introdutório de cerca de 40 páginas. Nele se faz uma análise abrangente das questões abordadas por Manuel Fernandes Tomás e da sua contextualização, em introduções específicas relativas a cada um dos blocos de textos. Este trabalho analítico é entremeado de útil bibliografia da época acerca de questões similares, um instrumento de trabalho estimulante de futura abordagem comparativa aqui iniciada. De salientar uma contribuição para o estudo das influências ideológicas no meio político, mediante um quadro quantificando as citações de diferentes autores estrangeiros nos trabalhos parlamentares.

6 Os textos selecionados foram agrupados em cinco blocos. No primeiro reúnem-se os manifestos e proclamações, textos anónimos cuja atribuição a MFT é indubitável e que constituem textos emblemáticos do vintismo, a que se juntaram os discursos oficiais e ofícios. Estas páginas permitem-nos acompanhar o processo de implantação do novo regime desde os seus primeiros momentos. O discurso da sala do Risco do Arsenal conduz-nos ao universo das sociedades patrióticas, uma nova forma de sociabilidade característica desta época. Os principais políticos cruzavam-se nessas sociedades, foi o caso de José Xavier Mouzinho da Silveira e Manuel Fernandes Tomás, tendo o primeiro presidido e discursado no jantar comemorativo do 1º aniversário do 24 de Agosto, promovido pela Sociedade Constitucional,[4] e que agora ficamos a saber ter estado igualmente presente na cerimónia comemorativa do 1º aniversário do 15 de Setembro promovida por esta sociedade, na qual discursou Fernandes Tomás (Cardoso, op. cit., 35 e 98-100). Dois textos com estilos e metáforas muito diferentes, mas onde se expressa o mesmo repúdio por uma sociedade baseada nos privilégios e o elogio da liberdade, no caso de Mouzinho associada ao fim da escravatura e à “união em liberdade dos dois separados hemisférios”, uma questão fundamental para a definição do espaço nacional. Tal união viria a ser por ele referida já como periclitante no mesmo círculo, decorrido um ano, a dois meses da independência do Brasil. Em 1823 consideraria urgente dá-la por encerrada para delinear nova orientação do governo.

7 As intervenções parlamentares de M. F. Tomás a respeito da questão brasileira permitem acompanhar a evolução da sua atitude e situá-la na gestão deste problema pelos constituintes neste período de transição, em si já bem estudada.[5] Admitindo a inevitabilidade da independência a longo prazo, considerava que no imediato o novo regime de liberdade permitiria o desenvolvimento conjunto das duas regiões intercontinentais da coroa portuguesa, no interesse recíproco. A “Proclamação aos habitantes do Brasil”, datada de julho de 1821, expressa essa posição de forma convicta num texto dirigido à população, posição retomada no folheto “Lutero, o padre José Agostinho de Macedo e a Gazeta Universal” (1822), incluído na secção III (pp. 190-192). Face às resistências brasileiras, esta posição alterna com a admissão de mau grado da separação do Brasil, excluindo sempre qualquer intervenção militar.

8 O segundo bloco, intitulado “Ação governativa”, é constituído por um único documento, o famoso relatório sobre o estado e administração do reino, fruto da sua própria experiência como ministro do interior e a da fazenda na Junta Provisional, apresentado às Cortes logo no seu início. O terceiro e quarto blocos constituem as partes mais inesperadas para um leitor menos conhecedor desta época. Que um ministro e depois deputado prestigiado tenha publicado anonimamente as Cartas do Compadre de Belém e um pouco mais tarde um jornal juntamente com Ferreira de Moura, deputado com quem estava em alguma sintonia, testemunha de profunda osmose entre a ação política e as novas formas de comunicação impressa. Folhetos e jornais tornam-se, de 1820 em diante, o instrumento novo e inebriante do debate de ideias e de difusão de notícias. Mais de uma centena de jornais são editados no período vintista, com formato, dimensão e duração muito variáveis.

9 A iniciativa de lançar o jornal O Independente (publicado de novembro de 1821 a março de 1822) inseria-se neste movimento descrito de forma entusiástica no editorial do primeiro número: “a variedade de assuntos, a rapidez, com que são tratados; […] a facilidade de se obterem estes escritos e a brevidade com que se leem […]”. Desde os primórdios da imprensa periódica que a desinformação e a invocação errática da “opinião pública” não tardaram a aparecer, como se alerta logo no terceiro artigo, “Testemunhos falsos que se costumam levantar à opinião pública”. Esta iniciativa explica-se também pela ausência de partidos políticos nesta época. O jornal é um instrumento de difusão alargada dos debates parlamentares e uma forma de fortalecer as posições de ambos os deputados nesses debates, por isso se caracteriza por um número elevado de artigos de opinião. José Luís Cardoso agrupou-os em quatro secções temáticas: Cidadania Constitucional, Reformas institucionais, Economia e Finanças, e Segurança pública.

10 O quinto e último bloco de textos, o mais extenso, contém uma ampla seleção dos discursos parlamentares, ultrapassando as duas centenas de páginas. MFT teve intensa participação parlamentar, intervindo como orador em 281 sessões ao longo de 21 meses e 7 dias, em regra com mais de uma intervenção em cada sessão, como nos informa J. Luís Cardoso. O total de registos do seu nome como orador eleva-se a 580. Compreende-se que a obra de Cecília Honório, já mencionada, tenha sido incluída na Colecção Grandes Oradores, dirigida por Zília Osório de Castro. Naturalmente, as intervenções tiveram dimensão e significado muito variável. Para esta antologia foram selecionados 119 discursos, utilmente agregados em dez grupos, de que é impossível dar uma súmula aqui, sendo cada um deles objeto de análise cuidada no estudo introdutório.

11 Pode questionar-se a sua sequência, seria porventura mais lógico que os grupos das intervenções sobre princípios constitucionais, soberania e a divisão de poderes antecedessem o grupo sobre a justiça e a sua organização. Agregar os textos segundo o tema dominante, nem sempre o único, não foi fácil, como releva o autor. Poderia preferir-se que o debate sobre os jurados e a lei de imprensa fosse inserido no grupo acerca deste tema e não no da justiça, ou pelo menos fosse ali referido. Também pode lamentar-se que não se tenha indicado a que projeto-lei se refere cada intervenção ou grupo de intervenções, ou quem é o “preopinante” referido aqui e ali – e uma pequena nota sobre o significado desta palavra caída em desuso podia também ser útil. Sendo possível hoje a consulta on-line do Diário das Cortes, é certo que o leitor poderá fazer essa pesquisa, com maior facilidade do que anteriormente. Nada disto diminui o mérito do trabalho realizado, a seleção e organização temática dos principais discursos parlamentares constitui uma obra da maior utilidade e é porventura a contribuição mais valiosa desta antologia, no seu conjunto com grande interesse histórico.

12 As intervenções parlamentares de Fernandes Tomás foram com grande frequência decisivas, conhecê-las permite compreender o que esteve em jogo e a mentalidade da época, e a capacidade de MFT encontrar a mudança possível, adequada ao momento. Veemente na defesa da abolição da Inquisição, da censura prévia da imprensa ou a favor do sufrágio alargado, foi também conciliador em relação à liberdade religiosa e à reforma dos forais. A sua posição política tem sido assim classificada de gradualista, pontuada de escolhas radicais. A igualdade perante a justiça tornava inadiável a reforma da justiça e J. Luís Cardoso acentua justamente a relevância das reflexões e propostas sobre o sistema de justiça, cuja dimensão passara desapercebida até agora. Também Borges Carneiro, de cujas propostas discordava frequentemente, apontara a prioridade devida à reforma do código penal existente (Portugal Regenerado, 1820).

13 Esta obra ora publicada representa uma contribuição valiosa para o pensamento e a ação de um dos principais políticos do vintismo e abre o caminho à abordagem comparativa entre os diferentes políticos liberais numa base mais consistente, permitindo um conhecimento mais completo acerca desta época.

Notas

1. Ferreira Moura, DCC, 4/1/1823, p. 347, in Cecília Honório, Manuel Fernandes Tomás, 1771-1822. Lisboa: Assembleia da República/Texto, 2009, p. 26.

2. José Arriaga, História da Revolução Portugueza de 1820. Porto: Livraria Portuense, 1886-1889, t. III, p. 632, in Honório, op. cit., p. 15.

3. José Luís Cardoso, A Revolução Liberal de 1820. Lisboa: Clube do Colecionador dos Correios, 2019.

4. Ver M. H. Pereira et al. (eds), Obras de Mouzinho da Silveira. Lisboa: F. Calouste Gulbenkian, 1989, v. I, p. 53 n. 83 e v. II, pp. 1917-20.

5. Ver Valentim Alexandre, “Nacionalismo vintista e a questão brasileira”, in M. H. Pereira et al. (org), O liberalismo na Península Ibérica na primeira metade do século XIX. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1982, v. 1, pp. 287-307; Zília Osório de Castro, Portugal e Brasil. Lisboa: Assembleia da República, 2002.

Miriam Halpern Pereira – CIES, ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, Portugal. E-mail: miriam.pereira@iscte-iul.pt


CARDOSO, José Luís Cardoso (org). Manuel Fernandes Tomás. Escritos políticos e discursos parlamentares (1820-1822). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2020. 538p. Resenha de: PEREIRA, Miriam Halpern. Ler História. Lisboa, n.78, p.296-300. Acessar publicação original [IF]

Sex, Law, and Sovereignty in French Algeria, 1830–1930 | Judith Surkis

SURKIS Judith Acre
Judith Surkis | Foto: Brown University |

SURKIS J Sexo law AcreIn recent decades historians, postcolonial theorists and feminist scholars have demonstrated how, in a variety of geographical settings, gendered stereotypes supported the conquest and domination of overseas territories by European colonial regimes. Judith Surkis’s ‘colonial legal genealogy’ of Algeria under French rule significantly develops these now well-established observations by tracing the historically contingent emergence of a legal regime in which ‘sexual fantasies and persistent desires’ underpinned the regulation of both land and legal personhood (p.14). Her objective, she explains, is to ‘reconstruct the “cultural life’ of Algerian colonial law, which is to say the material, political, and affective resources and resonances on which its elaboration and its powerful effects depended’ (p.8). By recognizing the affective dimension of the production, application and negotiation of colonial law, Surkis provides new perspectives on the workings of colonial power in Algeria, and makes an exceptional contribution to historical understanding of the colonial legal regime.

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Pan-Amazônia | Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará | 2021

A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará publica sua nova atual, com temas da realidade brasileira e amazônica, mantendo a continuidade de canal de expressão científica e cultural com a sociedade paraense. Na presente edição, além de textos com diferentes temas da realidade brasileira, um conjunto de artigos organizados em formato de dossiê sobre a Pan-Amazônia compõem este número.

A edição inicia com o artigo de Luís Pedro Dragão Jerônimo “Símbolos de riqueza e modernidade: teatros no Pará, Rio de Janeiro e São Paulo”, no qual reflete sobre o edifício teatral não apenas enquanto local de entretenimento, mas como símbolo econômico e de prestígio. Analisando aspectos materiais e simbólicos em cidades que viveram momentos de expansão econômica nos períodos de construção de seus palcos, o autor estabelece o contato entre as construções e os ideais cosmopolitas nas paisagens urbanas. Leia Mais

História, Ciências, Saúde-Manguinhos. v.28, n.2, 2021.

  • História, Ciências, Saúde – Manguinhos em 2020: um periódico na adversidade Carta Do Editor
  • Cueto, Marcos
  • Texto: EN PT
  • PDF: EN PT
  • ·                  Aportes das ciências sociais e humanas sobre família e parentesco: contribuições para a Estratégia Saúde da Família Análise
  • Vargas, Michely de Lima Ferreira
  • Resumo: EN PT
  • Texto: EN PT
  • PDF: EN PT
  • ·                  Da reformulação discursiva a uma práxis da cultura científica: reflexões sobre a divulgação científica Análise
  • Lima, Guilherme da Silva; Giordan, Marcelo
  • Resumo: EN PT
  • Texto: EN PT
  • PDF: EN PT
  • ·                  Pluralismo evolutivo e o ideal de unificação da biologia Análise
  • Araújo, Leonardo Augusto Luvison; Reis, Claudio Ricardo Martins dos
  • Resumo: EN PT
  • Texto: EN PT
  • PDF: EN PT
  • ·                  Un viaje a la Argentina: el caso Asuero y la práctica ilegal de la medicina (Buenos Aires, 1930) Análise
  • Rivero, María Dolores
  • Resumo: EN ES
  • Texto: EN ES
  • PDF: EN ES
  • ·                  Salud, beneficencia y mutualismo: la colonia española en la Ciudad de México durante el Porfiriato Analysis
  • Gutiérrez Domínguez, María del Mar
  • Resumo: ES
  • Texto: ES
  • PDF: ES
  • ·                  Sacerdotes, apropiación del discurso médico y experiencia mística en la Francia del siglo XIX Analysis
  • Graus, Andrea
  • Resumo: EN ES
  • Texto: ES
  • PDF: ES
  • ·                  Oceanos, ciência e universidades: estudo científico do mar durante a Primeira República Portuguesa Analysis
  • Salgueiro, Ângela
  • Resumo: EN PT
  • Texto: EN
  • PDF: EN
  • ·                  A “Tabela de classificação mineral”, de Oscar Nerval de Gouvêa: mineralogia e medicina no Brasil Analysis
  • Figueirôa, Silvia Fernanda de Mendonça
  • Resumo: EN PT
  • Texto: EN
  • PDF: EN
  • ·                  As práticas corporais na legislação imperial e a construção de uma sociologia da profissão para a educação física Análise
  • Fonseca, Rubiane Giovani; Honorato, Tony; Souza Neto, Samuel de
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • ·                  Entre Alma-Ata e a reforma sanitária brasileira: o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-saúde), 1979-1983 Fontes
  • Paiva, Carlos Henrique; Freitas, Gabriele Carvalho
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
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  • ·                  Covid-19 en el Perú: respuestas estatales y sociales Testemunhos Covid – 19
  • Lossio, Jorge
  • Resumo: EN ES
  • Texto: ES
  • PDF: ES
  • ·                  La covid-19 en Ecuador: fragilidad política y precariedad de la salud pública Testemunhos Covid – 19
  • Chauca, Roberto
  • Resumo: EN ES
  • Texto: ES
  • PDF: ES
  • ·                  Covid-19 em Santa Catarina: um triste experimento populacional Testemunhos Covid – 19
  • Caponi, Sandra
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • ·                  Perú y la memoria global de las víctimas de covid-19 Testemunhos Covid – 19
  • Ragas, José
  • Resumo: EN ES
  • Texto: ES
  • PDF: ES
  • ·                  José Reis e uma vida dedicada a divulgar a ciência Resenhas
  • Abdala-Mendes, Marta Ferreira
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • ·                  Dislocando el mercado sexual: una mirada renovada de la venta y el consumo de sexo en la historia argentina Resenhas
  • Scheinkman, Ludmila
  • Texto: ES
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  • ·                  Trabalho sexual, formação do Estado e sexualidade no moderno Peru Reviews
  • Savala, Joshua
  • Texto: EN
  • PDF: EN
  • ·                  Zika no Brasil: certezas e incertezas de uma história inacabada Resenhas
  • Lopes, Gabriel
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • ·                  ERRATA Errata
  • Texto: EN
  • PDF: EN

Atlas fotográfico da cidade de São Paulo e arredores | Tuca Vieira

Abrir e folhear o Atlas fotográfico da cidade de São Paulo e arredores, de Tuca Vieira (1), é como ter um encontro consigo mesmo. Num primeiro momento, algo como um encontro solitário, uma descoberta não esperada. Mas logo o Atlas mostra sua dimensão pública, com um conjunto de imagens que expõe a cidade, oferecendo um reconhecimento que pode ser coletivo e que está agora compartilhado. Ou seja, as 203 fotos do livro são, enfim, um mapeamento de São Paulo, um conjunto que deu conta da sua diversidade, complexidade, imensidão – adjetivos sempre associados à cidade. Deu conta apresentando simultaneamente fragmentos e unidade, um todo que, mesmo para seus habitantes, parece lhes escapar.

Cidade vertical e densa na região central, edifícios industriais nos ainda “vazios urbanos”, antigos edifícios já integrados a um entorno desfigurado e adensado, favelas fotografadas na sua extensão ou na visão do pedestre, regiões de mananciais,  igrejas, muros e grades, caixas d’água, postes, fiações elétricas, habitações formais e informais, pontos de ônibus, bancas de jornais, rios (que hoje são canais), estacionamentos, ruas, avenidas e vielas, edifícios comerciais, bares, padarias, quitandas, estacionamentos… Todos esses programas e situações urbanas que sem as fotos dizem pouco. Leia Mais

Andes – Antropología e Historia. Salta, v.32, n.1, 2021.

Artículos

Reseñas

  • Epidemias y endemias en la Argentina moderna. Diálogos entre pasado y presente. Marcela Vignoli Imago Mundi, 2020, 109 páginas
  • Milagros Argañaraz
  • PDF
  • Ritos y ceremonias andinas en torno a la vida y la muerte en el noroeste argentino. Amalia Vargas Editorial Biblos, 2020, 262 páginas
  • Lauro E. Rodriguez
  • PDF

Seleção, coleta, processamento do acervo e construção dos buscadores

Seleção, coleta e apresentação das resenhas e dos dossiês

No Resenha Crítica, coletamos resenhas, apresentações de dossiês e sumários de periódicos acadêmicos, designados por "anais", "boletim", "caderno", "revista", "estudos", "resenhas de..." "journal" e similares.

Também recolhemos resenhas de magazines e suplementos de jornais de grande circulação, desde que autorizados por seus respectivos editores.

A coleta e a postagem do material é diária e orientada pelos meses nos quais os periódicos realizam suas atualizações.

Depois de coletados, os textos são formatados dentro de um padrão que minimiza as diferenças entre os projetos editoriais originais de cada periódico/fonte pra viabilizar uma leitura confortável, sobretudo, nos smartphones. Assim, sempre que possível, submetemos as resenhas à formatação abaixo.

  1. Título da postagem. Contempla o título e o subtítulo da obra, o prenome e o nome dos autores ou dos organizadores. O objetivo é facilitar a identificação imediata dos principais elementos de referenciação (título, subtítulo e autoria).
  2. Data original da publicação da resenha. Na ausência desta informação na publicação original, iniciamos a datação cronológica em 01 de janeiro do ano correspondente ao número do periódico coletado.
  3. Corpo textual. O texto principal da resenha respeita a extensão divisão, subtítulos, formatação da fonte (itálico, negrito etc.) e a iconografia original.
  4. Notas e referências internas à resenha. Respeitamos todos os modos de referenciar e de apresentar as notas provenientes do periódico/fonte. Não corrigimos, excluímos, ampliamos ou complementamos dados contidos nas notas e/ou referências listadas originalmente ao lado, no corpo textual ou ao final de cada resenha. Em alguns casos a numeração das notas (dispostas entre colchetes) se inicia com o algarismo "2" ou "3". Não se trata de exclusão de notas. Apenas suprimimos a repetição das notas iniciais que, em geral, fornecem dados biobibliográficos do resenhista, já estão destacados no nosso modelo em local padronizado, como comentamos na sequência.
  5. Referências bibliográficas. Os elementos de referenciação estão organizados segundo prescrições da ABNT. Na ausência sistemática de elementos isolados, a exemplo do título da resenha, do volume ou do número do periódico, da cidade, das páginas inicial e final da resenha, esses espaços permanecerão em branco.
  6. Autoria da resenha. Mantemos a nota biobibliográfica mais completa, apresentada pelo periódico e eliminamos eventuais repetições.
  7. Fonte da publicação. Após as referências da resenha, fornecemos o link para a publicação original. Quando o arquivo da resenha não permite cópia (um arquivo/imagem, por exemplo) ou está corrompido, informamos: "Acesso somente pelo link original" e copiamos o referido link. Quando o texto está ausente na publicação original, informamos: "Dossiê indisponível no original" ou "Texto indisponível no original". Com esse instrumento, além de informar a proveniência da fonte, você pode verificar eventuais erros que possamos cometer no processamento dos textos ou mesmo erros e omissões cometidas pelos editores originais.
  8. Compilador. As letras maiúsculas entre colchetes dispostas ao final das referências da resenha identificam o compilador do texto para eventuais correções: [IF] Itamar Freitas, [JS] Jane Semeão.

Esse padrão vale também para os dossiês de artigos, com o acréscimo do elemento "Acessar dossiê", ao final da postagem.

Já os sumários de revista são transcritos integralmente, inclusive com os links para texto integral e resumo e arquivo em PDF (quando disponibilizado originalmente).

Sempre que possível compomos as informações de cada tópico de sumário (artigo, dossiê, entrevista etc.) em um só parágrafo. Neste caso, por restrições técnicas, os números de página inicial e final são suprimidos.


A seleção e apresentação das revistas*

Um periódico "de história" no Qualis capes, por exemplo, é o que publica trabalhos de historiadores (que, não raro, enfrentam o mesmo problema de distintividade). Por este critério, há quase uma década, revistas de história estariam na casa dos 1800 títulos.

Combinando esse critério com o emprego das expressões "história" e "histórico" no título (ainda que 1/3 das revistas apresentem outros substantivos e adjetivos), esse número se reduz, no último Qualis (2017-2020), para aproximadamente 280 títulos de história e 680 títulos de educação.

Tal estimativa serve apenas para os que informam o foco do periódico, objetivamente, nos títulos, por meio dos termos "história", "history", "histoire", "historical", "historia", "educação", "education", "educacional" e "educación". Mas sabemos que muitas revistas são designadas por nome de coisas ou pessoas, em relação metafórica com o foco/escopo.

Essas duas balizas (lugar de divulgação dos historiadores e palavras do título) pecam pela ausência de representatividade e tornam o projeto criação de uma ferramenta unificadora impraticável, dada a quantidade material para a coleta e manutenção do blog.

Esse problema da representatividade nós reduzimos com a hierarquização das instituições mantenedoras dos periódicos. Se a quase totalidade da pesquisa acadêmica em história e em educação é produzida no setor público, foi pelas universidades públicas que resolvemos testar o inventário integral das revistas "de História" e "de Educação". Somente após inventariarmos os repositórios institucionais públicos, partimos para as iniciativas do setor privado.

Quanto ao problema da distintividade, ele foi enfrentado com o respeito à autodesignação anunciada no escopo/foco de cada periódico. Combinando esses dois critérios, depois de um ano de trabalho (junho/2021), chegamos a aproximadamente 130 títulos de História. Hoje (março de 2023), são 214 títulos brasileiros e 314 títulos no total (incluindo periódicos da América e alguns poucos da Europa). Este número que tente a dobrar, nos próximos 12 meses.

Esse critérios também exigiu mais combinações. Elas incluem várias situações comunicativas que envolvem a natureza do trabalho dos editores, da instituição mantenedora e do público alvo, como passamos a listar a partir de exemplos com o domínio "história":

  1. Se a palavra "história" foi empregada no título ou no subtítulo da revista, como é o caso de "Albuquerque: Revista de História", encerramos o trabalho de classificação.
  2. Se a palavra "história" foi empregada na descrição do foco da revista como "área do conhecimento" ou "área de concentração" e, na ausência desses termos, na condição "tema de pesquisa", encerramos a classificação.
  3. Se o editor declarou: "Este é o periódico do Departamento de História"..., "do Programa de Pós-Graduação em História"... ou "do Grupo de Pesquisa em História da"..., mesmo não empregando a palavra "história" como título ou foco da revista, finalizamos a classificação.
  4. Se o editor declarou: "Este periódico é destinado aos pesquisadores de História" ou "aos historiadores", mesmo não empregando a palavra "história" como título ou foco da revista, também finalizamos a classificação.
  5. Se o editor declarou: "Este periódico é destinado aos pesquisadores de História e de Educação" ou "aos historiadores e aos educadores", mesmo não empregando a palavra "história" como título ou foco da revista, também finalizamos a classificação. O veículo foi classificado como revista "de história", revista "de educação" e revista "de domínio multidisciplinar".
  6. Se o editor declarou: "Este periódico é destinado aos pesquisadores do ensino de história", é destinado "aos historiadores", é destinado aos "educadores" ou, ainda, "Esta é uma revista de História da Educação", ampliamos o escopo da revista em nossa classificação. Esta situação (6) e a anterior (5) foram os únicos casos nos quais ampliamos o foco do periódico em nossa classificação. Uma revista "de história da educação" ou de "ensino de história" por exemplo, foi tipificada triplamente como periódico "de história", "de educação" e "multidisciplinar". Por outro lado, não estendemos classificações por sinonímias. Se o editor distinguiu seu periódico como "didática da história", essa expressão foi conservada, não sendo transformada em "ensino de história". Seguindo o mesmo raciocínio, se um editor designou seu periódico como de "história da ciência e da medicina e tecnologia" e outro apenas declarou "história da ciência e da medicina", as duas designações foram conservadas como no original, gerando dois escopos e não apenas "história da ciência e da medicina".
  7. Se o editor declarou: "Este periódico está focado no domínio da História, mediado por abordagens interdisciplinares" ou "em diálogo com as ciências sociais", por exemplo, nada mudou na sua classificação. Permaneceu classificada como uma revista "de História". Entendemos que o "foco" foi hierarquicamente superior às "abordagens".
  8. Se o editor iniciou a descrição afirmando: "Trata-se de um periódico de caráter interdisciplinar que acolhe trabalhos de historiadores, antropólogos...", a revista foi classificada na rubrica designada - "interdisciplinar" e, ainda, na genérica rubrica "domínios multidisciplinares". Neste caso, entendemos que o "caráter" foi hierarquicamente superior à destinação.
  9. Por fim, se o editor declarou o escopo do periódico partir do potencial autor - "acolhendo textos historiadores, antropólogos, geógrafos e arqueólogos", por exemplo (mesmo que nada tenha afirmado sobre transdisciplinaridade, multidisciplinaridade e/ou interdisciplinaridade, mas), a revista foi classificada como "de História", "de Antropologia", "de Geografia", "de Arqueologia" e "multidisciplinar".

A utilização desses critérios gerou um conhecimento novo sobre o perfil das revistas que veiculam "história". Não chega a 1/5 o número de revistas que se autodesignam apenas como "de História".

Em termos formais (no que diz respeito ao foco e escopo), as revistas "de História" são tão multidisciplinares quanto as revistas que historicizam objetos pouco nobres para os historiadores com formação inicial e pós-graduada em cursos de "história", como as de "história da educação", "história das ciências" e "ensino de história".

Mesmo campos de práticas historiadoras como os arquivos públicos não necessariamente vinculam suas revistas à "história". Há situações onde a distinção, apoiada no público-alvo, acolhe o "ensino" na educação básica ou a "Arquivologia" como foco.

Todas as informações que fundamentaram a nossa classificação estão transcritas na apresentação de cada periódico, construída sobre trechos originais disponibilizados nas respectivas seções "foco e escopo".

A transcrição sofreu edição. Privilegiamos os parágrafos que informavam: título, foco/escopo, instituição mantenedora, data de criação, periodicidade, formas de acesso e ISSN.

Na representação iconográfica da revista, mantivemos parcialmente as logomarcas. Algumas revistas não disponibilizam, outras disponibilizam material de baixa resolução. Esses problemas geravam desarmonia visual. Assim, preferimos reconstruir ou imitar as logomarcas e padronizar os fundos das imagens a partir de um paleta personalizada de 18 cores.

Em cada apresentação de revista, disponibilizamos links para as seções originais de "foco/escopo" e "arquivos". Os links "acessar resenhas", "acessar dossiês" e "acessar sumários" são para a navegação interna ao blog.

A alimentação dos bancos de dados que servem a esses links é desigual. Trabalhamos com a coleta do presente para o passado, ou seja, da última edição à primeira. Na construção de coleções completas de resenhas, apresentações de dossiês e sumários, priorizamos as revistas mais longevas e consolidadas.

Por essa razão, alguns links "acessar resenhas", "acessar dossiês" e "acessar sumários" não estão ativos na apresentação de algumas revistas. À medida que a coleta avança, vamos informando as motivações. A principal delas é a ausência, no caso, de resenhas ou dossiês publicados no momento da coleta.

Essas faltas não impedem a consulta do periódico. Você pode usar o link "acessar arquivos" ou clicar no título do periódico, destacado em azul.

O acesso aos periódicos ainda não submetidos à coleta estão dispostos em TÍTULOS A INCORPORAR e em quadros respectivos, na sequência das logomarcas de periódicos já incorporados ao acervo, com acesso pelo link ESCOPO/MOSAICO, na página REVISTAS.

É importante registrar que a grafia original das resenhas, dos corpos dos dossiês e dos sumários foi mantida. Para eventuais correções no original, erros de diagramação ou de digitação por parte do blog, por favor, contate-nos,


Construção e usos dos buscadores

Em todos os blogs e sites encontramos um buscador geral, identificado com uma lupa ou com as palavras "pesquise", "pesquisar", "busca" e "buscar". No Resenha Crítica, essa ferramenta está situada na extrema direita da barra de menu.

A "lupa" dá acesso às palavras dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, indistintamente, ou seja, captura posts de resenha, apresentação de dossiê, sumário, apresentação de revista etc. Isso pode ser um complicador, dada a imensa quantidade de textos que esse instrumento pode filtrar. Se você digita, por exemplo, "Bolsonaro", a lupa disponibiliza aproximadamente cinquenta textos.

Quando você emprega a busca por filtro parametrizado ou por lista de objetos, essa dispersão se reduz drasticamente. Uma consulta sobre "Bolsonaro" na lista de objetos de resenhas vai resultar na apresentação de três comentários, referentes aos livros: Almanaque da Covid-19 - 150 dias para não esquecer, Do Fake ao Fato - desatualizando Bolsonaro e Tormenta - o governo Bolsonaro.

Assim, para minorar a dispersão dos resultados, tente programar a consulta, utilizando as listas de OBJETOS DE RESENHA, OBJETOS DE DOSSIÊ, REVISTAS e PROFISSIONAIS, situados também na barra de menu do blog, ou os filtros parametrizados em PERIÓDICOS, SUPORTES, REGIÕES e PERÍODOS.


Busca por objetos de resenha e objetos de dossiê

Na linha horizontal (marron), no cabeçalho do blog, você encontra os links para as páginas que listam objetos de RESENHA e objetos de DOSSIÊ.

Os termos acessados são, em sua grande maioria, coletados nos títulos das das obras resenhadas, nos títulos e no corpo textual das próprias apresentações e artigos.

Nos periódicos que inventariamos, raramente os editores indexam palavras-chave de uma resenha ou da apresentação de um dossiê. Isso dá aos índices de objetos um conjunto de possibilidades dificilmente encontradas em outro portal.

Usando esse buscador, você pode eliminar centenas de títulos que não contemplam substantivamente a sua questão de pesquisa. Pode também acessar termos-chave, obscurecidos por títulos metafóricos. A Fábula das Abelhas, de Bernard de Mandeville, por exemplo, na busca livre (e para quem desconhece o teor da obra) somente pode ser acessada mediante a busca dos termos "fábula" e "abelhas". Na busca parametrizada, ou seja, por meio dos nossos índices, esse título serve de fonte sobre questões de pesquisa que envolvem os fenômenos da "prosperidade", "economia" e do "comércio livre" no Século XVII.

A busca por objetos também recupera textos produzidas em diferentes domínios científicos, ampliando as possibilidades de uso de informações e de estratégias metodológicas.

Se você clicar na palavra "desejo", vai acessar comentários de filósofos, historiadores e antropólogos. Com a diversidade de perspectivas, você vai perceber que o "desejo" é tratado em sua historicidade (ao longo da idade moderna), como objeto da obra de Leibniz, do romance latino-americano, como elemento do ato de se alimentar e/ou sensibilidade capturada no cotidiano dos prostíbulos.

A mesma palavra "desejo" (e plural, "desejos"), quando clicada na lista de objetos de DOSSIÊS, conduz a dezenas de artigos sobre a matéria publicada em revistas de escopo diverso.

A razão para separar separar os índices em objetos contidos em resenhas e em dossiês está na adequação a diferentes demandas. Se você tem material suficiente sobre livros, ganha tempo buscando apenas nos artigos de revista e vice-versa.

Além disso, determinados objetos e/ou questões são, por natureza, mais frequentes e mais urgentes em artigos que nos livros. Por outro lado, determinados objetos/questões são melhor e mais demoradamente discutidos nos livros que nos artigos.


Busca por profissionais

Com a ferramenta PROFISSIONAIS, quisemos reunir, em um só lugar, grande parte dos trabalhadores envolvidos no processo de construção dos livros, resenhas, dossiês e artigos avulsos que são identificados por siglas: autores (Aut), organizadores de livros (Org), organizadores de dossiês (Org d) editores (Ed), tradutores (Trad), apresentadores (Apr), introdutores (Int), revisores técnicos (Rev), ilustradores (Ilu) e resenhistas (Res).

Algumas siglas que possuem correspondentes em língua portuguesa, porém foram mantidos. São os casos, por exemplo, de "compendiador" (Compe) e "compilador" (Compi), comum em referências de livros em espanhol.

Consultando a listagem de PROFISSIONAIS você vai perceber que aquele resenhista do seu interesse também pode atuar como um tradutor e até um autor de obra especializada no objeto da sua crítica, pois a ordem alfabética os aproxima.

Assim, por cruzamentos de funções (abreviadas ao final de cada nome) ou combinação, você poderá ampliar a sua convicção sobre o valor e o grau de inserção daquele profissional em determinado domínio acadêmicos.


Busca por revistas

A página REVISTAS é constituída por um conjunto de listas que dão acesso a todos os periódicos sob vários aspectos: título, ano de criação, local de publicação, escopo (ou domínio do conhecimento) e instituição que dá suporte ao periódico.

Utilizando a lista PERIÓDICOS INCORPORADOS, você tem acesso à apresentação da revista, aos links das resenhas, dossiês, sumários e dos arquivos referentes ao periódico acessado.

Se você quiser conhecer e/ou selecionar os periódicos mediante as imagens que as identificam, use a lista "MOSAICO".  Ela possibilita dimensionar visualmente a abrangência do blog a um só golpe de vista, diminuindo a dispersão provocada pelas autodesignações. Clicando em "Educação", por exemplo, você acessa revistas que declaram escopo em "ensino de...", "didática de", além da própria "educação".

Se preferir a exibição detalhada dos escopos e a exposição das revistas na vertical, clique em ESCOPOS/LISTA.

Na página REVISTAS você também encontra a distribuição das revistas por ANO DE CRIAÇÃO, LOCAL DE PUBLICAÇÃO e INSTITUIÇÕES-SUPORTE e a lista de periódicos a incorporar até dezembro de 2021. Se quiser colaborar conosco, indique revistas que possam constar nessa lista.


Busca por meio de filtros de periódico, suporte, região e período

Os filtros de PERIÓDICO, SUPORTE, REGIÕES e PERÍODOS estão localizados na lateral direita do blog, excetuando-se a página INICIAL.

Você pode programar a busca segundo sua necessidade, lembrando que quanto mais restrições programar nos filtros, menor será a possibilidade de encontrar material aproveitável para a sua questão de pesquisa.

Por isso, e considerando que a busca pode ser feita em lapsos de segundos, sugerimos sempre que você experimente buscas livres na caixa "Filtro por termo" e vá impondo as restrições gradativamente.

O filtro periódico limita a busca ao título do periódico. Para tornar a leitura mais rápida e precisa, suprimimos as expressões "revista", "caderno", "boletim" etc., transcrevendo apenas a principal palavra designadora. Assim, a "Revista Brasileira de História" aparece no filtro apenas como "História | Anpuh-BR e a "Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro", da mesma forma, é apresentada apenas como "IHGB".

Se você não seleciona nenhum periódico, a busca será feita em todos os periódicos disponíveis no momento. Esta regra vale para os filtros SUPORTES, REGIÕES e PERÍODOS.

Se você quer uma visão geral (um perfil) do periódico - foco, instituição suporte e links, por exemplo -, selecione o título do periódico e, na caixa SUPORTE, selecione "apresentação de revista".

O filtro suporte limita a sua busca aos textos de resenha, dossiê, sumário, revista, site ou canal de vídeo.

Atente para o valor da busca no suporte "sumário". Ele pode não fornecer informações detalhadas sobre a sua questão e de modo imediato. Mas pode abrir levar você a centenas de artigos sobre a matéria.

Os sumários, por outro lado, podem auxiliar na construção de um denso perfil sobre autores, conceitos, questões e temas. Essa busca complementa ou pode anteceder a busca especializada nas listas de objetos de dossiês, de artigos e de profissionais.

A busca por regiões e períodos pode auxiliar na construção de uma lista de leituras com fins de contextualização do seu tema/problema, do conceito, do seu personagem e/ou do acontecimento/processo do seu interesse.

A busca por regiões e períodos pode também oferecer material que amplia o seu conhecimento sobre esses mesmos elementos de pesquisa. Ela orienta a seleção de leituras para atividades de imersão no tema/problema.

Quem está interessado em certo conceito cunhado por Aristóteles, por exemplo, pode ganhar convicção sobre a interpretação que faz do mesmo, lendo livros sugeridos por resenhas ligadas pelas pelas expressões "Séc. (a.C) 05-01" (período) e "Ásia" (região). As REGIÕES são tipificadas pela conjugação continente-país e, no caso do Brasil, país-estado.

Alguns lugares, como "América" e "Europa" estão duplicados. Quando "América" aparece em REGIÕES, está apenas indicando o continente explicitado no texto e capturado por nós como indicador de local, ou seja, está afirmando que a coisa estudada está "na América". Quando aparece no buscador OBJETO (de resenha, dossiês ou artigos avulsos), "América" indica a intenção manifesta pela autoria (do livro ou da resenha), ou seja, informa que a coisa estudada "é  América".

A extração dos indicadores de período e região é desigual entre os gêneros. Nas resenhas é processo simples. Os títulos já indicam. Quando isso não ocorre, os resenhistas nos dão as indicações.

Nos dossiês, a indexação é menos precisa. Um dossiê nem sempre comporta matéria de um mesmo lugar ou tempo. Por essa razão, todos os textos de apresentação de dossiês estão "abertos", não são capturáveis por região e período nos filtros.

A busca eficaz em dossiês é garantida com a digitação de expressões de tempo e espaço na caixa "Filtro por termo" ("século XVI" ou "Islândia", por exemplo), com a ativação da palavra "dossiê" na caixa "Todos os suportes".

Os PERÍODOS são tipificados por séculos, grafados em números arábicos (associados, quando necessário, à abreviação a.C= antes de Cristo.

Para os últimos 2.500 anos, a descrição é clara. Para durações maiores, você deverá combinar ou optar entre as classificações dos historiadores e as classificações dos geólogos e dos arqueólogos.

Não especificamos os limites temporais dos períodos conhecidos como "holoceno" e "pleistoceno", que são bastante controversas. Apenas respeitamos a opção dos autores de livros e dos resenhistas.

Por outro lado, criamos períodos para incluir longas e pouco dimensionadas durações como a que se refere "história da humanidade". O que antecede a marcação cristã e tangencia a marcação arqueológica/geológica, nós incluímos na rubrica Séc. 30 a.C / 21 d.C.

Para melhor uso dos indexadores, seja preciso na escolha dos períodos. Lembre que ao clicar em "Séc.20", você não acessará os textos que estão indexados com os intervalos "Séc. 20-21" ou "Séc. 19-20", por exemplo. Os termos indicadores de intervalo de tempo correspondem estritamente aos períodos enfatizados nos títulos dos livros resenhados, no resumo e na crítica dos resenhistas.

(*) Este texto foi atualizado em 26/03/2023 para incluir o número de revistas cadastradas pelo blog.

 

 

La península ibérica entre la Antigüedad Tardía y la Alta Edad Media (siglos VI-XI) | Intus-Legere Historia | 2021

El presente número monográfico, titulado La península ibérica entre la Antigüedad Tardía y la Alta Edad Media (siglos VI-XI), lo integran un total de doce trabajos elaborados por catorce especialistas en la historia de la Antigüedad Tardía y el período medieval en la península ibérica. Los perfiles de los autores se caracterizan por una notable diversidad, tanto por sus procedencias (mayoría de españoles, junto con investigadores de Alemania, Portugal, México y Marruecos), como por sus especialidades académicas (expertos en la Antigüedad, medievalistas, arabistas, historiadores del Arte, arqueólogos) y sus propias trayectorias, ya que junto a veteranos investigadores con amplia experiencia figuran también otros más jóvenes que se encuentran en etapas más iniciales de sus respectivas carreras. En conjunto, creo que este grupo, que aúna juventud y experiencia, constituye una buena representación del panorama actual de los estudios hispánicos medievales durante la etapa analizada.

La combinación de un panel de autores tan diverso ha sido un objetivo buscado de manera consciente, con la intención de ofrecer una muestra amplia y representativa de algunos de los temas principales que, en la actualidad, se están trabajando sobre los períodos tardoantiguo y altomedieval en la Península. Esta extensa fase histórica comprendida entre la consolidación del reino visigodo de Toledo durante el reinado de Leovigildo (569-586) y la conversión al catolicismo de Recaredo (589) y la caída del Califato Omeya de Córdoba (1031), representa una de las etapas más importantes y, a la vez, peor conocidas de la historia peninsular. Sin duda, la escasez de fuentes escritas ha sido el obstáculo más importante que ha lastrado de forma tradicional el desarrollo de esta fase respecto a la que, sin embargo, la Arqueología viene realizando contribuciones decisivas durante las últimas décadas, haciendo posible, así una profunda renovación de estudios de la que algunos de los autores que colaboran en este volumen han sido protagonistas directos. Leia Mais

Memoria Americana – Cuadernos de Etnohistoria. Buenos Aires, v.29, n.1, 2021.

Convocatoria abierta: 6 artículos y 2 reseñas.

Presentación

Convocatoria abierta

Reseñas

Publicado: 2021-06-01

Cuadernos de Historia. Santiago de Chile, n.54, jun. 2021.

EDITOR/A: Sergio Grez

Cuadernos de Historia. Santiago de Chile, n.54 (2021): Junio

ESTUDIOS

DOCUMENTOS

RESEÑAS

 

Crónicas y relaciones sobre el antiguo Tucumán Siglo XVI: Córdoba, La Rioja, Santiago del Estero, Tucumán, Catamarca, Salta, Jujuy: documentos y estudios críticos. | Eduardo Berberián e Beatriz Bixio

La obra de Eduardo Berberián y Beatriz Bixio presenta valiosos aportes a los estudios sobre la conformación del Tucumán colonial. En su introducción, los autores se cuestionan por qué no hay una crónica para el Tucumán. Señalan que según la mirada colonizadora de los europeos fueron escasos los elementos distintivos que ameritaron un registro escrito y perdurable. En este sentido, el presente trabajo tiene como objetivo realizar una compilación de los segmentos más representativos de las crónicas, los informes oficiales y las relaciones de distinto orden que conciernen al descubrimiento y primeras fundaciones en el Tucumán; es decir, a la etapa de fundación de las ciudades emplazadas en el siglo XVI. De esta manera, la intención de los autores es facilitar a los investigadores documentos que se encuentran en publicaciones agotadas o de escasa accesibilidad.

En este libro se conserva la sintaxis original de las fuentes transcriptas. No obstante esto, con el fin de facilitar la lecto comprensión se ha actualizado la ortotipografía, junto al desarrollo de diversas abreviaturas inherentes al registro léxico paleográfico. De esta manera, se agiliza la lectura sin distanciarse del lenguaje de los documentos. Este ejemplar consiste en una reedición ampliada del libro Crónicas del Tucumán de Eduardo Berberián (1987). A cada fuente le antecede una breve introducción a modo de contextualización sobre las circunstancias espaciales, temporales y políticas del momento de su escritura. Además, se incorpora un glosario con el fin de esclarecer los significados de los términos utilizados en las mencionadas fuentes. En palabras del autor: Leia Mais

Cadernos de Clio. Curitiga, v.12, n.2, 2021.

EDITORIAL

  • Editorial: por uma política de valorização dos periódicos
  • Rafaela Zimkovicz, Cassiana Sare Maciel
  • PDF

ARTIGOS

RESENHAS

  • Resenha de Karl Marx: uma biografia, de José Paulo Netto.
  • Antonio Soares Rocha Neto
  • PDF

Wittgenstein and the Sciences: History and Philosophy of Science and Science Education | Transversal | 2021

Still under the terrible impacts of the pandemic, we have reached the tenth issue of Transversal: International Journal for the Historiography of Science. In this edition, we could honor Ludwig Wittgenstein, the man who was not only one of the greatest philosophers of the twentieth century but, with no fear of being mistaken, one of the greatest philosophers of all time. The 100th anniversary of the publication of Wittgenstein’s first book, the Tractatus Logico-Philosophicus, was our inspiration for the proposal of this special issue. However, most of the articles presented here do not deal specifically with the first philosophy of the Austrian philosopher but mainly with the later Wittgenstein’s work and its possibilities to analyze sciences.

Wittgenstein’s work reaches its centenary, but this obviously does not mean that we have already had the possibility of understanding it completely. An affirmation that becomes more dramatic, when considering the second phase of his thought, not only for being more recent but, above all, for presenting a disconcerting philosophical innovation, thus confronting more than two thousand years of philosophy. Therefore, more than a work of reference, Wittgenstein’s thought constantly offers us new possibilities with each new look that we cast upon it. Leia Mais

Mulheres por dentro e por fora de África: caminhos e possibilidades no debate de gênero | AbeÁfrica | 2021

A ideia que esteve na origem do dossiê que aqui apresentamos foi gestada a partir de uma mesa coordenada por uma das coorganizadoras deste volume, Andréa Lobo, do título “Mulheres africanas vistas por mulheres brasileiras”, tendo integrado algumas das contribuidoras4. A proposta da mesa foi a de reunir e confrontar experiências empíricas de estudiosas brasileiras e africanas, no continente africano, tendo como foco principal destacar os processos de produção e reprodução social efetivado por mulheres no cotidiano de suas sociedades, bem como refletir sobre a produção de conhecimento de mulheres (e homens) africanos/as sobre suas próprias dinâmicas sociais. Nesse sentido, o nosso objetivo foi o de debater sobre o “feminino”5 a partir das perspectivas das mulheres, tanto no ambiente doméstico quanto no espaço público e comunitário. Foi possível vislumbrar, a partir das discussões, a forma como se configuram as relações sociais e de poder a partir de dinâmicas de gênero em contextos específicos africanos, ressaltando dimensões importantes como a da emancipação, a da autoconsciência e a da capacidade de agenciamento das mulheres africanas.

Cabe salientar que as percepções e abordagens trazidas por essa mesa permitiram aprofundar a compreensão não apenas da complexidade que caracteriza o campo dos estudos africanos e de gênero, que envolvem vidas, cotidianos e o imaginário de mulheres e homens africanas/os, pelo olhar delxs própri@s e/ou de outr@s. A partir de uma perspectiva comparada, foi-nos possível estabelecer algumas conexões interessantes bem como vislumbrar possibilidades de agendas comuns e experiências partilhadas: questões como a construção da autonomia no espaço público, a luta antirracista e a participação histórica das mulheres nas construções dos estados africanos independentes, tendo em conta as narrativas das mulheres e suas experiências e trajetórias, nos demonstraram que existem diálogos possíveis e utopias que poderão se transformar em realidades, ainda que precisemos aprofundar amplamente nossos conhecimentos sobre as tantas histórias das mulheres e suas vivências, a partir de suas próprias vozes. Leia Mais

AbeÁfrica. Rio de Janeiro, v.6, n.6, 2021.

VOZES, VIVÊNCIAS E SIGNIFICADOS. MULHERES AFRICANAS E PERSPECTIVAS DE GÊNERO. (Organizadoras: Andréa Lobo e Patrícia Godinho Gomes)

Expediente

Apresentação

 

Relativism in the Philosophy of Science | Mrtin Kusch

The Rehabilitation of the Uses of Relativism

Relativism in the Philosophy of Science, recently released in the Cambridge Elements series of the Cambridge University Press, offers a consistent and well-structured introduction to the study of the most effective forms of relativism in the last 50 years. However, the book goes beyond the usual expectations of introductions to any subject discussed: most introduction books present simplified and unreflective versions of the topic. Contrary to such reductionist approaches, condensed into the limited space of the 30,000 words allowed for the series’ books, Kusch presents an analysis that goes far beyond the set of addressed bibliography. The author transits through an infinity of titles chosen for his investigation with great competence, combining rigour and exactness when interweaving the different thinkers’ viewpoints, highlighting their due similarities and differences. Therefore, the restricted number of words in the edition and the extensive volume of sources – factors potentially prejudicial to the good progress of any intellectual production –, did not compromise the quality of the results achieved due to the author’s extensive knowledge of the subject. Based on the great intimacy with the object of study, Kusch went through the complex labyrinths of the theme with property and equipped with clear and objective language to facilitate the reader’s understanding of the density of the debate developed. Leia Mais

Boletim de História e Filosofia da Biologia. [?] v.15, n.2, 2021.

VOLUME 15, NÚMERO 2
JUNHO DE 2021

#vidas negras importam: racismos, violências e resistências nas dinâmicas do tempo | Revista Brasileira de História da Mídia | 2021

O ano de 2021 foi marcado pela crise sanitária provocada pela Covid-19. Mesmo assim, destacamos a centralidade do conhecimento científico em momento tão crucial para a história da Humanidade. Apesar das dificuldades, tivemos a oportunidade de conviver e aprender com as atividades remotas, inclusive aulas, assegurando o acesso à educação no ensino superior e na pós-graduação. Houve uma atenção à cultura científica em termos de produção acadêmica, com a continuidade das pesquisas, e quanto a sua divulgação, por meio de congressos e eventos ocorridos on-line.

Foi nesse contexto que a Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar) realizou, de forma remota, o XIII Encontro Nacional de História da Mídia, com a temática #vidas negras importam: racismos, violências e resistências nas dinâmicas do tempo. A ideia para a temática era possibilitar que os participantes do evento refletissem sobre o racismo estrutural e as suas interfaces com a mídia. Leia Mais

Estudios Filosofía Práctica e Historia de las Ideas. Mendonza, v.23, n.1, Jul. 2021.

Dossier

Entrevistas

Disputas monumentales. Escultura y política en el Centenario de la Independencia (Bogotá/1910) | Carolina Venegas

En el 2019 se conmemoró el bicentenario de la batalla de Boyacá (7 de agosto de 1819). El mismo año el Instituto Distrital de Patrimonio Cultural (IDPC) publicó un libro en el cual se examina, precisamente, el fenómeno social de las conmemoraciones. La obra de Carolina Vanegas1 aborda las disputas políticas y estéticas en torno a la representación del pasado durante el primer Centenario del grito de Independencia (1910), a través de un juicioso análisis de los monumentos emplazados en el espacio público bogotano con motivo de dicho festejo. De acuerdo con Mauricio Uribe2 , director del IDPC, la aparición del libro va de la mano con

Las acciones que la entidad adelanta a favor de la adopción, recuperación y conservación de las esculturas de Bogotá, pero especialmente de su entendimiento y apropiación por parte de la ciudadanía, todo esto en el marco de las celebraciones del bicentenario en la ciudad (p. 11). Leia Mais

Mythos – Revista de História Antiga e Medieval. Imperatriz, n4, 2021.

Dossiê “Do Bellus ao Bellum: (Inter)faces da Guerra na Antiguidade e no Medievo”

Edição IV – 2021

  • Álvaro Alfredo Bragança Jr.
  • Editorial: Entre Histórias: discursos sobre a guerra
  • Cleyton Tavares Silveira da Silva
  • Artífices da guerra, devotos do divino: Ethos marcial e religiosidade em Esparta (V-III a. C)
  • Daniela Lima Evangelista e Fabrício Nascimento de Moura
  • Governo do Imperador Alexius Comneno e a defesa de suas fronteiras no Império Bizantino – séculos XI e XII
  • Edileide Bodenhausen
  • Boudicca: a rainha guerreira
  • Edilson Alves de Menezes Junior
  • Dialética das relações pessoais da aristocracia: guerra, consenco e articulação (séculos XII-XIII)
  • Emerson Aparecido dos Santos
  • A interferência do Deus Pã na guerra em Dáfnis e Cloé
  • Gabriel Cabral Bernardo
  • Covardia coletiva e militarismo em Esparta
  • Hector Eliahou Leon Levy
  • Relações de poder no mundo egípcio: alianças e conflitos durante a XXV dinastia
  • João Batista da Silva Porto Junior Juliana Maria de Souza Xavier e Fabrício Nascimento de Moura
  • Castelos: a genealogia do símbolo arquitetônico do poder medieval entre a França e a Inglaterra
  • Juliana Maria de Souza Xavier e Fabrício Nascimento de Moura
  • A tradição militar na consolidação da dinastia Joseon – Coreia séculos XIV e XV
  • Macsuelber de Cássio Barros da Cunha
  • Augusto e a volta dos estandartes partos a Roma: representações imagéticas como estratégias de poder
  • Marcio Felipe Almeida da Silva
  • A fronteira elástica: um breve estudo sobre o alargamento do território castelhano nos tempos de Afonso X
  • Maria Fernanda Ribeiro T. M dos Santos
  • O conceito de Miles Sancti Petri nas correspondências de D. Afonso I (1143-1144)
  • Martín Miguel Vizzotti
  • Lucano y la degradación del concepto de virtus en el marco de la guerra civil
  • Ricardo Marques de Jesus e Adriana Zierer
  • O modelo ideal de um Bellator: a construção do “bom cavaleiro” no manuscrito da visão de Túndalo
  • Ruan Kleberson Pereira da Silva
  • Guerra na Assíria: soberania, ordem e equilíbrio no Império Neoassírio
  • Wellington José Gomes Freire e Márcio Ricardo Coelho Muniz
  • As ações militares da expansão imperial portuguesa no solo africano no século XV em Zurara

ARTIGOS LIVRES

  • Ellen Juliane Bueno dos Santos
  • História da Religião do Mediterrâneo Antigo e a importância de rever os conceitos
  • Guilherme Welte Bernardo
  • “Rômulo foi o primeiro a iniciar tal confusão”: o passado romano e a percepção da cidade de Roma na Cronografia de Miguel Pselo
  • José Roberto de Paiva Gomes
  • A tirania de Pisístrato e a produção de vasos áticos na Grécia arcaica
  • Nikita Chrysan da Silva Pires
  • Regência em tempos de guerra: o projeto do Gukansho e o uso da História na manutenção da tradição
  • Victor Hugo Sampaio Alves
  • Thor: um Júpiter escandinavo? Pensando as influências clássicas na descrição de Adão de Bremen acerca do deus

Publicado: 28.01.2022

Expedições. Morrinhos, v. 12 n. Fluxo Contínuo, 2021.

 

Revista História Hoje | São Paulo, v.10, n.19, jan./jun. 2021.

Editorial

Dossiê

Entrevista

História Hoje na sala de aula

Artigos

Passagens – Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica. Niterói, v.13, n.2, maio / ago., 2021.

Editorial

Artigos

Resenha

Colaboradores deste Número

Publicado: 2021-05-31

O Poder Naval e as disputas pelo território no Brasil Colonial (1500-1808) | Navigator | 2021

O volume 17, número 33, 2021, da Revista Navigator traz para os leitores textos sobre eventos históricos dos séculos XVI e XVII que, em conjunto, integram o dossiê “O Poder Naval e as disputas pelo território no Brasil Colonial (1500-1808)”. O dossiê teve por objetivo trazer contribuições que cobrissem conflitos entre portugueses, espanhóis, franceses e neerlandeses pelo território do Brasil, com foco nos aspectos navais, econômicos e políticos.

A proposta do dossiê surgiu a partir de uma reflexão feita após a leitura de um dos capítulos de “Os holandeses no Brasil”, escrito pelo historiador inglês Charles R. Boxer em 1957. No texto, intitulado “O mar domina o Brasil”, Boxer, assim como em outros escritos de sua autoria, mostrou a centralidade da guerra naval para o desfecho de conflitos entre portugueses, espanhóis e neerlandeses nas Capitanias do Norte do Estado do Brasil e na sede do governo colonial, Salvador. Parte das lutas entre europeus no Brasil teve origem em fins do século XVI, na sequência da guerra de independência das Províncias Unidas contra o Império Habsburgo e expandiu-se para o ultramar, com grande intensidade, ao longo do século XVII, tendo amplitudes e repercussões locais, regionais, atlânticas e globais. Leia Mais

Navigator. Rio de Janeiro, v.17, n.33 2021.

Revista Navigator – Dossiê O Poder Naval e as disputas pelo território no Brasil Colonial (1500-1808)

Apresentação

Dossiê

Artigos

Documento

Publicado: 2021-05-31

Anuario de Historia Regional y de las Fronteras, Bucaramanga, v.26, n.2, July/Dec. 2021.

 Articles

Clío & Asociados. La Plata, n.32, ene./jun., 2021

Investigaciones

Propuestas y experiencias

Reseñas

Publicado: 2021-06-30

Revista de Arqueologia. Pelotas, v.34, n.2, 2021.

Editorial

  • Fernanda Codevilla Soares, Luis Cláudio Pereira Symanski, Rafael Guedes Milheira
  •  PDF

Artigo

Publicado: 2021-05-30

Experiências coloniais na África: Instituições, Dinâmicas e Sujeitos | Canoa do Tempo | 2021

A compreensão do processo de expansão colonial e dos processos coloniais no continente africano pedem, hoje mais do que nunca, uma abordagem que tenha em conta a sua complexidade histórica, a multiplicidade dos domínios em que se desenvolveram e a dificuldade crescente de operar sob uma visão unívoca desses processos. Logo, pensar esta complexidade convida-nos ao manejo de referenciais teóricos novos ou atualizados que os leitores poderão encontrar neste dossiê intitulado “Experiências coloniais na África: Instituições, Dinâmicas e Sujeitos”.

Os artigos que compõem esta publicação propõem uma reflexão em torno do contexto de expansão colonial e do conceito de “experiências coloniais”, sendo esta última uma ferramenta conceitual que oferece um enquadramento científico que vai além dos domínios estreitos dos “processos coloniais” e, sobretudo, das dicotomias simplistas que frequentemente tolhem as análises acadêmicas. Leia Mais

Lila em Moçambique | Adréia Prestes

A obra, que tenho o prazer de resenhar, “Lila em Moçambique”, de Andréia Prestes, com ilustrações de Camilo Martins, foi publicada em maio de 2020, com prefácio de Renato Nogueira, agradecimentos à escritora Sonia Rosa, a poetisa Maria Santiago e a professora Sandra Portugal, aos familiares e amigos que a motivaram trazer essa experiência de sua infância e de seus irmãos, filhos do casal Rosa e João Massena. A trajetória da família da autora que passou pela experiência do exílio, primeiro em Moscou, depois em Moçambique, tornou-se inspiração para essa obra que iremos conhecer um pouco melhor.

A autora vai narrar a história de Lila, a irmã mais velha, a quem ela dedica a obra (juntamente com seus filhos João e Rita), em sua busca em contar as memórias da infância. Leia Mais

Ars Historica | Rio de Janeiro, v. 21, jan./jun., 2021. (S)

v. 21 (2021)

Publicado em: 26 maio 2021.

Editorial | Luis Henrique Souza dos Santos, Eric Fagundes de Carvalho | PDF

Artigos

[História em Curso. Belo Horizonte] Anais do II Encontro Regional de História e Literatura: Memória e Esquecimento

Anais do II Encontro Regional de História e Literatura: Memória e Esquecimento, organizado pela Liberi Sapientia: Cursos Livres & Eventos Educacionais e o Grupo de Estudos em História e Literatura (GEHISLIT), vinculado ao Laboratório de Pesquisa Histórica (LAPHIS) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, realizado entre os dias 21 e 22 de Janeiro de 2021.

Edição completa

  • PDF
  • Apresentação
  • Minicursos .
  • Apresentação dos minicursos .
  • Resumo dos minicursos
  • Simpósio Temático: Vozes Esquecidas na Literatura e na História .
  • Apresentação do ST: Vozes Esquecidas
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: Estudos Pós-coloniais e Decoloniais
  • Apresentação do ST: Estudos Pós-coloniais e Decoloniais .
  • Comunicações do ST
  • Simpósio Temático: Memória e Ficção .
  • Apresentação do ST: História e Resistência
  • Comunicações do ST
  • Simpósio Temático: Literatura e História: Diálogos com outras artes .
  • Apresentação do ST: Literatura e História
  • Comunicações do ST

Publicado: 26-05-2021

Resenhando. Alfenas, v.3, n.2, 2021.

TEORIA E CRÍTICA LITERÁRIA

LITERATURAS

LINGUÍSTICA

ESTUDOS DE TRADUÇÃO

ENSINO DE LÍNGUAS E LITERATURA

ESTUDOS DE GÊNERO

Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias | PerCursos | 2021

Este dossiê foi organizado por docentes que atuam com a temática indígena; o historiador Clovis Antonio Brighenti (UNILA), a advogada Rosane Freire Lacerda (UFPE) e o bioeticista Saulo Ferreira Feitosa (UFPE). A escolha do título, Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias, tem como propósito promover diálogos inter epistêmicos que possibilitem uma interação entre os sistemas tradicionais de conhecimentos indígenas e os conhecimentos acadêmicos produzidos a partir de pesquisas científicas. Nesse sentido, espera-se que ele contribua com os processos de contestação e insubmissão à colonialidade do saber, na medida em que possibilite a visibilização de outros modos de existência construídos com base em filosofias próprias dos povos originários da América Latina e do Caribe.

Os artigos aqui reunidos têm em comum as novas abordagens possibilitadas pelas teorias decoloniais, a partir das perspectivas dos povos indígenas expressas em seus sistemas de vida: seus saberes, suas práticas, relações socioeconômicas, relações socioambientais e espirituais − enfim, um conjunto de conhecimentos específicos e diferenciados. Leia Mais

Whose land Is It anyway? a manual for decolonization | Peter McFarlane e Nicole Schabus

Como seria a vida se os colonizadores tivessem respeitado os povos indígenas desde o primeiro contato? Como as coisas poderiam ter sido diferentes se tivéssemos sido capazes de aprender uns com os outros desde o começo? Quando os primeiros colonizadores chegaram em Turtle Island1 , os povos indígenas partilharam generosamente seus conhecimentos sobre a terra para ajudar os recém-chegados a se adaptarem à nova vida. Imaginem se tivessem aprendido com os indígenas a respeitar a Mãe Terra. Imaginem se os lugares onde viviam os povos indígenas tivessem sido repartidos com base na igualdade que sempre sonhamos. Imaginem se os erros do passado pudessem ser reparados. Hoje, mesmo diante de todas as dificuldades, precisamos ousar acreditar que a mudança ainda é possível. Com essas indagações, Bev Sellars, a grande Chefe da Primeira Nação Xat’sull, prefacia o livro De quem é a terra, afinal? Manual para a descolonização, convidando a todos para nos armarmos de conhecimento e buscarmos o poder de transformá-lo em realidade. Esse é o propósito do livro: munir as pessoas indígenas e não indígenas de conhecimento a fim de que possam compreender os impactos da colonização e trilhar os caminhos para a descolonização, de modo a reparar os erros do passado e vislumbrar, no futuro, uma verdadeira reconciliação. Leia Mais

Percursos. Florianópolis, v.22, n.48, 2021.

Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias

Editorial

Apresentação do Dossiê

Artigos Dossiê

Resenha

Entrevista

Artigos Demanda Contínua

Publicado: 2021-05-21

Masculinity and Danger on the Eighteenth-Century Grand Tour | Sarah Goldsmith (R)

Englishmen have always travelled. According to French Abbé Le Blanc, they travelled more than other people of Europe because `they look upon their isle as a sort of prison; and the first use they make of their liberty is to get out of it’.(1) For young elite males who travelled to France and Italy for up to five years, the Grand Tour was, most historians agree, ‘intended to provide the final education and polish’.(2) There is, however, less agreement about what that ‘education’ entailed. Most scholarly investigations have focused on the fashioning of Grand Tourists’ taste and connoisseurship, or on their learning to develop ‘social ease through exposure to different places and peoples.’(3) Stephen Conway’s suggestion that the Tour was ‘essentially a European education’ is compelling, given that eighteenth-century English aristocracy cultivated a ‘cosmopolitan cultural style’.(4)  The Tour, he argues, encouraged a ‘specifically European outlook’which included polish and refinement, appreciation of classical art and architecture, theatre and music as well as continental cuisine, wine and fashion.(5) Above all, elite youth went on the Grand Tour to perfect their French since it was spoken at all European courts and was the language of diplomacy.(6) No English gentleman could be considered accomplished if he did not speak French. All this education was ultimately meant to shape an individual who would be ‘resolutely British’ and understand classical civilization’s supposed commitment to public spirit’.(7)

Leia Mais

Ensino de História e Tempo Presente | Tempo e Argumento | 2021

História e Memória estão no centro de muitos debates atuais. O interesse pelo passado, expresso em mídias, na teledramaturgia, em temas e títulos de séries e filmes oferecidos pelas plataformas de streaming e em revistas especializadas no trato com o passado, alcança as discussões políticas. Os debates sobre o currículo de História, na Educação Básica e no Ensino Superior, convivem com as disputas por memória1 e com as demandas por outras perspectivas nas abordagens históricas. A rede mundial de computadores tem sido um espaço pródigo em formulações revisionistas que recusam os parâmetros e os procedimentos da pesquisa histórica2.

A História Ensinada ocupa o centro desse debate político, pois, é considerada um espaço poderoso na transmissão de uma compreensão da vida social e de uma narrativa sobre os fatos sociais. Não por acaso, este debate e aquelas disputas e sugestões revisionistas coexistem com os questionamentos sobre a liberdade de ensinar e a defesa de uma Escola livre de ideologias e com manifestações de estranhamento a abordagens relativas à cultura afro-brasileira, às questões de gênero, ao trato da Ditadura Civil-Militar e suas violências e, sobretudo, à crítica abalizada pela crítica histórica. Leia Mais

The Hundred Year´s War on Palestine: A History of Settler Colonial Conquest and Resistance | Rashid Khalidi

A potente introdução de Rashid Khalidi neste livro, intitulado The Hundred Year´s War on Palestine: A History of Settler Colonial Conquest and Resistance, em tradução livre, A Guerra de Cem Anos na Palestina: Uma História de Conquista Colonial e Resistência, demonstra elementos relevantes para a compreensão histórica da Palestina, ao mesmo tempo em que fundamenta questões historiográficas para o estudo da temática. Rashid Ismail Khalidi, palestino nascido em Nova Iorque em 1948, consolida-se como um dos maiores especialistas da área, atualmente ocupante da cadeira de Edward Said, professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, na área de Estudos Árabes. Autor de diversos livros e artigos que tratam da construção nacional palestina, Khalidi inova ao propor, como enfatiza, uma produção de pesquisa acadêmica junto às reflexões em primeira pessoa, ao incorporar lembranças de eventos que presenciou, bem como registros materiais, como fotografias e documentos, pertencentes a ele e a sua família. Ao abandonar a impessoalidade da escrita acadêmica, o historiador palestino aproxima o/a leitora/a à compreensão de momentos decisivos da história palestina contemporânea, traçando a importância testemunhal de sua família em diversas situações – como, por exemplo, a troca de correspondências entre seu tio Yusuf Diya al-Din Pasha alKhalidi e Theodore Herzl, fundador do Sionismo. Ao delinear essas relações, no entanto, o autor ressalta que a sua história não é única, mas compartilhada por milhares de palestinos/as.

Do ponto de vista historiográfico, o livro traz novas dimensões ao propor, para cada um dos seis capítulos, o que denomina de pontos de inflexão (turning points), ou eventos, analisando os elementos que considera centrais para a conformação desta temporalidade de acontecimentos nos últimos cem anos da história da Palestina. Seguindo a sua proposta, Khalidi inicia a periodização a partir da Declaração de Balfour, de 1917, situando que este documento marca a delineação, de fato, do futuro Estado de Israel, com apoio da Inglaterra. Nesse sentido, no primeiro capítulo, intitulado The First Declaration of War, 1917-1939, ou A Primeira Declaração de Guerra, 1917-1939, o autor ressalta que na Declaração não há qualquer menção aos termos ‘árabes’ e ‘palestinos’ para se referir à comunidade existente, ainda que esta, naquele momento, fosse de aproximadamente 94% da população total do território (p. 24). Em suma, a Declaração solidificou um discurso que reconhecia apenas a comunidade judaica, concluindo que o não reconhecimento da população nativa esteve na base da política e da ‘questão’ da Palestina, além de concebê-la como amorfa e a-histórica. Leia Mais

I Encontro Cearense de Educação da Matemática | Boletim cearense de educação e história da matemática | 2021

Referências

[I Encontro Cearense de Educação da Matemática]. Boletim cearense de educação e história da matemática. Fortaleza, v.8, n. 23, 2021. Acessar dossiê [DR]

Transversal: International Journal for the Historiography of Science. Belo Horizonte, n.10, 2021.

Wittgenstein and the Sciences: History and Philosophy of Science and Science Education

From the Editors

Dossiers (Issue-specific topics)

Interviews

Book Reviews

Published: 2021-06-17

Medieval Welsh Genealogy: An Introduction and Textual Study | Ben Guy (R)

This substantial book does two jobs. It undertakes the first full textual study of Welsh genealogical literature in the Middle Ages, and it provides a new critical edition of the most important texts. In the second of these roles it replaces Peter Bartrum’s Early Welsh Genealogical Tracts (1966), the workhorse on which everyone relied till now. In the first role, however, it has no predecessor. Bartrum offered only a modest commentary and apparatus. That cannot be said of Ben Guy’s book. The task of reviewing this imposing volume calls to mind a certain early Welsh poem in which an inferior warrior takes on the hero, like ‘a shrew that scrabbled against a cliffside.’

Readers may want to know what is so important about genealogy, and also why such basic source criticism is still needed in 2021. Genealogical thinking pervaded medieval Welsh views of the past and there was a dedicated literature of genealogy from a quite early date. There is plenty of material, therefore, and the general shortage of historical sources from early medieval Wales means that genealogies play an outsize role in the reconstruction of the country’s political history. As to why the texts were still in such a deplorable state of confusion, that is a consequence of an abundance of material combined with a shortage of investigators. Few historians have the time or inclination for this work. The astonishingly productive Peter Bartrum was an amateur scholar who worked in his professional life for the Meteorological Office. He has had few emulators, though the name of David Thornton deserves honourable mention, and other historians have dealt with individual problems. As a corpus, however, the earliest Welsh genealogical literature has never been reduced to textual order – until now. Leia Mais

States of Exception in American History | Gary Gerstle e Joel Isaac

O termo “estado de exceção” possui longeva historicidade e tem se tornado cada vez mais recorrente na linguagem contemporânea. Recorre-se a ele frequentemente para se apontar condições da vida política e jurídica atual ressaltando-se um fato ou um processo excepcional que aparenta estar se naturalizando na sociedade. De certo modo, essa perspectiva possui elos com uma noção teórica e prática mais precisa de estado de exceção, mas não se resume a isso. Historicamente, a exceção é o meio pelo qual se busca defender a soberania ameaçada do Estado e de suas instituições, possibilitando, inclusive, a suspensão de alguns direitos e garantias. De tal modo, o estado de exceção está no limiar entre uma crise e práticas duradouras de governo, que podem, em última instância, se tornar ditaduras.

O estado de exceção, contudo, é fruto de um Estado de direito, que formula suas previsões de emergência para os momentos mais críticos de sua comunidade. Logo, ele deve ser uma situação temporária de restrição de direitos e de concentração de poderes. Por conta disso, o estado de exceção é distinto de ditaduras e de Estados totalitários, uma vez que a restrição de direitos e a concentração de poderes são inerentes a essas situações. Leia Mais

A Bailarina da Morte: a gripe espanhola no Brasi | Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling

Difícil imaginar uma época mais propícia do que a que estamos vivendo para o lançamento de um livro sobre uma pandemia. Com A Bailarina da Morte: a gripe espanhola no Brasil (2020), Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling retomam a parceria que produziu Brasil: uma biografia (2015), e apresentam um oportuno estudo sobre um acontecimento de fundamental relevância que evidenciou a profunda desigualdade social brasileira; o negacionismo por parte das autoridades e a falta de organização do Estado no combate à doença. Como se pode notar, são muitos os paralelos que se podem traçar com a tragédia em curso provocada pela covid-19 no Brasil, e obviamente isso não passou desapercebido pelas autoras. Fica claro, portanto, que são recorrentes as vezes em que as duras lições que a História brasileira nos ensina não são aproveitadas.

O livro é dividido em dez capítulos, sendo sete deles dedicados a apresentar um panorama de como as principais capitais brasileiras lidaram com a espanhola. É acompanhado também por diversas imagens que retratam as enfermarias, as autoridades sanitárias, as cidades à época e recortes de jornais com caricaturas, poemas, anúncios de remédios milagrosos e relatos do caos instaurado pela epidemia. Destaca-se que o Brasil era um país acostumado aos surtos epidêmicos, fossem eles ocasionados pela febre amarela, varíola, tuberculose, peste bubônica ou cólera. A então jovem República empreendera um esforço em mitigar tais males, através de expedições científicas nos então pouco desbravados sertões do país. Belisário Pena, Oswaldo Cruz e Carlos Chagas são nomes preponderantes dessa geração. O saneamento das cidades, que à época era sinônimo de ambiciosas reformas urbanas conforme os padrões europeus, expulsou a população dos centros das cidades para áreas afastadas sem as menores condições sanitárias, num verdadeiro “urbanismo de exclusão”. Além do caso notável do Rio de Janeiro, esse processo ocorreu em capitais como Recife, Salvador, Porto Alegre, Belém e Manaus. Leia Mais

A Arte da Guerra | Sun Tzu

Em julho de 2008, Adam Sun (1953-2008) publicava na Revista Piauí uma séria – e muito bem humorada – crítica as inúmeras traduções do livro Sunzi Bingfa 孫子兵法, tradicionalmente vertido para o português como A Arte da Guerra de Sun Tzu (Sun 2008). Adam Sun era chinês de nascença, mas foi criado no Brasil e dominava perfeitamente tanto português como chinês. Ele trabalhou como checador de jornais e revistas como Veja, Época e Piauí, função que tinha por objetivo avaliar a procedência e veracidade de informações, revisar equívocos de cronologia ou de citação e mesmo, se a construção do texto estava clara e conseguia entregar o conteúdo pretendido. Ou seja, Sun era um caçador de Fake News (muito antes delas virarem moda), acidentais ou não, que poderiam frequentar as redações onde trabalhara (Redação da Piauí 2008).

Com essas qualificações em mãos, ele decidiu investigar as centenas de versões do livro Sunzi Bingfa que existiam no mercado, para descobrir que não havia uma sequer que fosse uma tradução direta do chinês. Todas as versões disponíveis eram traduções de traduções, plágios e recriações, na sua maioria feita as pressas e de má qualidade. Um dos maiores sucessos editoriais no Brasil em termos de vendagem, A Arte da Guerra era, na verdade, um problema literário sério, e não podíamos contar com uma versão confiável do mesmo. Leia Mais

Palavras que resistem: censura e promoção literária na ditatura de Getúlio Vargas | Gabriela de Lima Grecco

A Secretaria de Ordem Pública do Rio de Janeiro, em setembro de 2019, por ordem do então prefeito Marcelo Crivella, realizou uma operação na Bienal do Livro com o objetivo de encontrar “material impróprio para crianças e adolescentes”. O livro em questão, uma HQ voltada ao público infantojuvenil, tinha uma cena de beijo gay. Foi a primeira vez que uma ação desse tipo aconteceu no evento, entretanto não foi a primeira vez que a literatura de diferentes estilos foi alvo de censura. Pinochet, no Chile, mandou queimar livros considerados comunistas, e a ditadura civil-militar no Brasil apreendia livros com temática política. Sendo assim, governos autoritários, ou não, utilizam da instituição do Estado para reprimir e censurar a cultura, e Getúlio Vargas, durante o Estado Novo, não foi diferente. É essa temática que a historiadora e letrista Gabriela Grecco apresenta em seu livro Palavras que resistem: censura e promoção literária na ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945).

Diversas pesquisas sobre o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e a censura realizada durante o Estado Novo estão presentes na historiografia sobre a temática, entretanto a obra em análise vai além disso. Buscando a origem da censura no Brasil, a autora apresenta no seu primeiro capítulo, Censuras antes do Estado Novo, a estruturação da prática ainda no período colonial, assim como salienta que foi entre o período colonial e a emancipação política do Brasil que a liberdade de imprensa surgiu. Contudo, a autora não apresenta somente o período colonial como importante para entender a complexidade da participação da imprensa brasileira. Sob essa perspectiva, passando pelo período Imperial, as Regências, a República, a belle époque, a inauguração da Academia Brasileira de Letras, a política do café com leite, a Assembleia Constituinte de 1933, entre outros momentos significativos para a temática, ela demonstra com uma detalhada pesquisa que a relação entre o Estado e os escritos sempre foi constante. Leia Mais

História regional: convergências entre o local e o global | Carlos Eduardo Zlatic

A História regional tem ocupado as pesquisas acadêmicas de forma muito expressiva. É importante sinalizar que o regionalismo, tão silenciado por visões cada vez mais globalizantes, vem preencher lacunas deixadas por matrizes de pesquisa por vezes superficiais. Por outro lado, ainda é comum na academia a sobreposição entre conceito sobre História regional, História local e até mesmo macro-história. Neste sentido a presente obra vem delimitar muito bem o papel dos estudos em História regional no campo das pesquisas historiográficas. A obra apresentada possui uma organização em cinco capítulos, sendo cada capítulo organizado em subcapítulos. O cerne do livro pode ser percebido já em sua apresentação, quando o autor expõe sua observância no campo teórico-metodológico da História regional, além de buscar identificar análises e olhares voltados para o conceito de região. Neste sentido, para o autor, é importante o foco no estudo das regiões e territórios pois são onde ocorrem as ações dos atores sociais, seus afetos, trabalho e lazer.

A obra não se retém a pensar as regiões e territórios enquanto organizações estáticas, mas também possui a sensibilidade de buscar entender o mundo globalizado e suas fronteiras invisíveis. Para o autor a História regional tem como foco as regionalidades e suas especificidades sociais, políticas e econômicas. É importante perceber as relações diretas entre História regional e contextos mais amplos, como também o papel que a História regional possui no desenvolvimento de estudos globais, colocando em “xeque” visões deterministas. Leia Mais

Locus. Juiz de Fora, v. 27, n.1, 2021.

Dossiê – Visões da História Chinesa

Descrição da edição

  • Dossiê: Visões da História Chinesa (Vol. 27, n. 1, 2021);
    .Organizadores: André Bueno (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e Bony Schachter (Academia Yuelu, Universidade de Hunan);
    .Capa: Vista Chinesa em cartão-postal de 1911. Wikimedia Commons;
    .Capa e Concepção gráfica: Dalila Varela Singulane

Editorial

Apresentação

Dossiê

Resenha

Entrevista

Homenagem

A Bailarina da Morte: a gripe espanhola no Brasil | Lilia Moritz Shwarcz e Heloisa Murgel Starling

Difícil imaginar uma época mais propícia do que a que estamos vivendo para o lançamento de um livro sobre uma pandemia. Com A Bailarina da Morte: a gripe espanhola no Brasil (2020), Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling retomam a parceria que produziu Brasil: uma biografia (2015), e apresentam um oportuno estudo sobre um acontecimento de fundamental relevância que evidenciou a profunda desigualdade social brasileira; o negacionismo por parte das autoridades e a falta de organização do Estado no combate à doença. Como se pode notar, são muitos os paralelos que se podem traçar com a tragédia em curso provocada pela covid-19 no Brasil, e obviamente isso não passou desapercebido pelas autoras. Fica claro, portanto, que são recorrentes as vezes em que as duras lições que a História brasileira nos ensina não são aproveitadas. Leia Mais

A Arte da Guerra | Sun Tzu

Em julho de 2008, Adam Sun (1953-2008) publicava na Revista Piauí uma séria – e muito bem humorada – crítica as inúmeras traduções do livro Sunzi Bingfa 孫子兵法, tradicionalmente vertido para o português como A Arte da Guerra de Sun Tzu (Sun 2008). Adam Sun era chinês de nascença, mas foi criado no Brasil e dominava perfeitamente tanto português como chinês. Ele trabalhou como checador de jornais e revistas como Veja, Época e Piauí, função que tinha por objetivo avaliar a procedência e veracidade de informações, revisar equívocos de cronologia ou de citação e mesmo, se a construção do texto estava clara e conseguia entregar o conteúdo pretendido. Ou seja, Sun era um caçador de Fake News (muito antes delas virarem moda), acidentais ou não, que poderiam frequentar as redações onde trabalhara (Redação da Piauí 2008).

Com essas qualificações em mãos, ele decidiu investigar as centenas de versões do livro Sunzi Bingfa que existiam no mercado, para descobrir que não havia uma sequer que fosse uma tradução direta do chinês. Todas as versões disponíveis eram traduções de traduções, plágios e recriações, na sua maioria feita as pressas e de má qualidade. Um dos maiores sucessos editoriais no Brasil em termos de vendagem, A Arte da Guerra era, na verdade, um problema literário sério, e não podíamos contar com uma versão confiável do mesmo. Leia Mais

Quinto Sol – Revista de História. Santa Rosa, v.25, n.2, 2021.

mayo / agosto

Fotografía de tapa: Juan Bautista Antriao, Carmen Rail y descendencia. Costa del Lago Nahuel Huapi, Argentina, década de 1930, Archivos del Sur. Extraído de Historias de las familias mapuche Lof Paichil Antriao y Lof Quintriqueo. Mapuche de la margen norte del lago Nahuel Huapi, 2010, p. 175). Gentileza Sabrina Aguirre.

ARTÍCULOS

DEBATES, ENSAYOS Y COMUNICACIONES

RESEÑAS

PUBLICADO: 2021-05-10

Cultura visual e construções de gênero | História Debates e Tendências | 2021

Mas, para sabê-lo, para senti-lo, é preciso atrever- se, é preciso acercar o rosto à cinza. E soprar suavemente para que a brasa, sob as cinzas, volte a emitir seu calor, seu resplendor, seu perigo. Como se, da imagem cinza, elevara-se uma voz: “Não vês que ardo?”

Georges Didi-Huberman

Neste número da revista História: debates e tendências, apresentamos o dossiê “Cultura visual e construções de gênero”, reunindo artigos que contemplam a intersecção entre estudos de gênero e visualidades em diferentes contextos de historicidades. Laçando mão de inúmeras tipologias de indícios (BURKE, 2004) visuais, especialistas abordam o tema a partir da fotografia, da história em quadrinhos, do cinema e das fontes literárias como meios para entender processos sociais pretéritos e contemporâneos, problematizando as formas como se inscrevem, se materializam e se naturalizam os indicadores de gêneros e sexualidades na cultura visual. Leia Mais

História, Debates e Tendências. Passo Fundo, v. 21, n. 2, 2021.

 

Dossiê: Cultura visual e construções de gênero

Editorial

Dossiê

Artigos Livres

Fontes Comentadas

Publicado: 2021-05-07

Antígona. Porto Nacional, v.1, n.1, 2021.

Classes, identidades e territórios: questões e debates.

Editorial

  • EDITORIAL
  • Vitor Hugo Abranche de Oliveira; Eça Pereira da Silva
  • pdf

Artigos

Publicado: 2021-05-06

The Red International of Labour Unions (RILU) 1920 – 1937 | Reiner Tosstorf

A obra Red International of Labor Unions (RILU) 1920-1937, de Reiner Tosstorff, é o maior esforço analítico conhecido, até agora, sobre a Internacional Sindical Vermelha (ISV), a chamada Profintern. Bastante ignorada, mesmo pelo público especializado no Brasil, a Profintern foi uma das maiores organizações subsidiárias da Internacional Comunista (Comintern). Fundada em 1921, colocada em serviço efetivo em 1922 e dissolvida em 1937, a ISV retratada por Tosstorff é parte também de um gigantesco esforço transnacional.

O livro está dividido em nove capítulos e é resultado de trabalho realizado para obtenção da livre-docência. Publicado inicialmente em alemão em 2004, o trabalho monumental terminou traduzido e publicado nos Estados Unidos em 2016 em um calhamaço de quase mil páginas. A quantidade de páginas, neste caso, é virtude. Não teria sido possível dispor ao leitor tantas minúcias de labor de pesquisa em menos páginas. Leia Mais

Governo Bolsonaro: neofascismo e autocracia burguesa no Brasil | Marcelo Badaró Mattos

Marcelo Badaró Mattos é professor titular do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), pelo qual se doutorou. Trata-se de um dos mais importantes historiadores marxistas do país na atualidade, devido principalmente as suas contribuições à História social do trabalho, como o clássico Novos e Velhos Sindicalismos no Rio de Janeiro (1955/1988).2 Não obstante, tem trabalhos relevantes para o entendimento da teoria marxista e da História do tempo presente, campo ao qual pertence o livro Governo Bolsonaro: neofascismo e autocracia burguesa no Brasil, publicado em 2020. Nesse mais recente estudo, o pesquisador tem como objetivo analisar fenômeno político da chegada de Jair Bolsonaro à presidência da República, tentando entender o caráter de seu governo e o seu papel na dinâmica da luta de classes no Brasil de hoje. O seu método consiste na busca de comparações entre o quadro atual e os fascismos históricos, o que o levou também a refletir sobre a nossa trajetória histórica desde o século XX, para o melhor entendimento do processo político brasileiro atual.

Antes de se debruçar especificamente sobre o governo Bolsonaro, autor inicia o primeiro capítulo, intitulado “Fascismos”, com as reflexões realizadas pelos militantes revolucionários que viveram os anos 1920 e 1930 e, portanto, estavam comprometidos com o combate a esses fenômenos políticos. Assim, mostra que Leon Trotsky, Clara Zetkin e Antonio Gramsci apresentaram análises concordantes quanto à existência: de um contexto marcado pela crise política (na dimensão da dominação de classe) e econômica (em nível internacional) que favoreceu a eclosão de tais movimentos; de uma base social de massas composta pela pequena burguesia e por assalariados médios, que contou ainda com a presença de setores do proletariado, apesar de os regimes políticos implantados beneficiarem o grande capital; de um sentido de classe visto também na violência e no terror exercidos contra as organizações dos trabalhadores; de um recuo dessas entidades diante das possibilidades objetivas de revolução, o que estimulou a adesão da pequena burguesia à ação contrarrevolucionária burguesa; e de uma complacência de setores do Estado precedente com os fascistas, notadamente, a polícia e o judiciário. De forma geral, também são coincidentes as recomendações no sentido da adoção de uma linha política de frente única para enfrentar essa ameaça aos operários (p. 12-41). Leia Mais

História do marxismo no Brasil | História & Luta de Classes | 2021

A corrente de ação e pensamento tributária à longa trajetória política e intelectual de Karl Marx e Friedrich Engels, desenvolvida por uma miríade de revolucionárias e revolucionários sob a sua inspiração, incorporada em diferentes organizações e reverberando em teorizações nos mais distintos campos, tem como uma de suas marcas a ampla difusão global. A circulação do marxismo acompanhou o próprio espraiar da sociedade burguesa: ao invadir todos os espaços do globo, não apenas a burguesia cria um mundo à sua imagem e semelhança, mas também desenvolve “um intercâmbio universal e uma universal interdependência das nações. E isso se refere tanto à produção material como à produção intelectual. As criações intelectuais de uma nação tornam-se patrimônio comum”1. Neste sentido, não é de estranhar que a ampliação das comunicações e migrações para a América tenha sido acompanhada de uma série de ideias radicais críticas que, enraizando-se no solo local, inspiraram a classe trabalhadora a não apenas pensar a sua inserção e situação em um mundo cada vez mais integrado pelo capital, mas também propor como superá-las.

Objeto assim longevo, a história do marxismo no Brasil não é tema novo na historiografia nacional. Esforços para a sua elaboração remontam às iniciativas de militantes diretamente envolvidos na formação da própria tradição marxista brasileira. É o caso de Astrojildo Pereira, um dos fundadores do PCB em 1922, que décadas após, já um experimentado quadro, narraria a trajetória da imprensa operária nos primeiros anos do século2. Discutir imprensa política é discutir esforço de organização a partir da circulação de ideias e da iniciativa de agitação e propaganda. É evidenciar como se trata de dar carne a um corpo de ideias, ou seja, tratar da própria constituição de um marxismo no Brasil e brasileiro. Leia Mais

Visões da História Chinesa | Locus | 2021

Tendo como motivo o 120º aniversário da imigração chinesa para o Brasil, esta revista convidou famosos sinólogos americanos, europeus e chineses, bem como estudiosos brasileiros engajados no estudo das relações sino-brasileiras para, por meio de uma coletânea de textos acadêmicos, comemorar esta ocasião auspiciosa. Esta publicação possui dois objetivos. O primeiro é parabenizar os chineses que vivem no Brasil e os brasileiros de origem chinesa. Por mais de 100 anos, os chineses vem enriquecendo vários aspectos da vida e cultura brasileiras. Os imigrantes chineses e seus descendentes brasileiros fizeram contribuições extraordinárias em termos de comércio sino-brasileiro, intercâmbios culturais, formação acadêmica e até cooperação política. Por exemplo, como Renata Palandri Sigolo e Luis Fernando Bernardi Junqueira apontam em “Entre agulhas e mãos: a ‘medicina chinesa’ no Brasil da década de 1970”, os imigrantes chineses que vieram para o Brasil desempenharam um papel crucial na divulgação da cultura da medicina chinesa. O segundo objetivo desta publicação é promover o interesse e a compreensão do povo brasileiro pela história, cultura, língua, religião e política chinesas. Embora a China seja o maior parceiro comercial do Brasil, a sinologia brasileira ainda está em sua infância. Diante da ascensão política, econômica e cultura da China, tanto os países ricos da Europa, e da América do Norte quanto o Brasil, que desempenha um papel de liderança na América Latina, precisam produzir um conhecimento acadêmico mais preciso e objetivo sobre a história e a cultura chinesas. Este é, sem dúvida, um conhecimento indispensável para pessoas envolvidas na política, comércio e empreendimentos culturais em alto nível. Leia Mais

Anuario del Instituto de Historia Argentina. Buenos Aires, v.21, n.1, mayo, 2021.

Artículos

Entre el acercamiento y la desconfianza. La radio en la revista Caras y Caretas en la década de 1930

Reseñas

Publicado: 2021-05-03

Tempo | Niterói, v.27, n.1, jan./abr. 2021.

Volume: 27, Número: 1, Publicado: 2021

Artigo

Dossiê – Lugares de memória e de consciência na América Latina

Resenha

Historia y Espacio. Cali, v.17, n.56, 2021.

IGLESIA, RELIGIÓN E INDEPENDENCIAS EN HISPANOAMÉRICA

Iglesia, religión e independencias en Hispanoamérica

Historia y Espacio. Cali, v.17, n.56, 2021

Editorial

  • Editorial
  • José David Cortés Guerrero, Juan Camilo Galeano Ramírez
  • XML

Artículos

Reseñas

Publicado: 2021-06-03

Renaissance italienne et architecture au XIXe siècle. Interprétations et restitutions | Antonio Brucculeri e Sabine Frommel

Os múltiplos pontos de vista das vinte e duas contribuições (em francês, inglês e italiano) reunidas nessa obra coletiva referem-se, especificamente, à construção do conceito de Renascimento e à sua recepção no século 19, sobretudo na arquitetura, cobrindo também pesquisas relacionadas à história da arte, história do patrimônio, historiografia artística, história do colecionismo, história da edição e da fotografia, e história literária, acompanhadas de um caderno com 185 imagens em pb. Cruzando enfoques interdisciplinares os autores buscam renovar as perspectivas de análise consagradas na rica historiografia sobre a noção de Renascença e a problematizar situações, estudos de caso, enfoques monográficos, releituras de artistas e arquitetos, em torno do interesse pelo renascimento italiano ao longo do oitocentos em vários países. Leia Mais

Fundamentos de morfologia urbana | Stêl de Alvarenga Pereira Costa e Maria Manoela Gimmler Neto

Fundamentos de morfologia urbana, publicado em 2015 e reimpresso em 2017, apresenta noções gerais para os estudos de morfologia urbana, tratando-a como uma ciência que estuda a forma física, edificada das cidades, mas também os processos que a transformam. De maneira minuciosa, o livro enfatiza as linhas conceituais trabalhadas pelas Escolas de Morfologia Urbana Inglesa e Italiana. E, além delas, aponta alguns dos principais grupos e linhas de atuação na área. Destinado a estudantes, profissionais e pesquisadores ligados ao assunto, torna-se uma referência importante para situar os interessados nas possibilidades de abordagem e indicar os locais em que elas se concentram.

A autoria é da professora mineira Staël de Alvarenga Pereira Costa e de Maria Manoela Gimmler Nettto, sua orientanda de doutorado. Costa tem se destacado por sua contribuição para os estudos da Morfologia Urbana no Brasil, com atividades de docência e pesquisa. Na década de 1980, cursou o Mestrado do Centro Integrado de Desenho Urbano da Oxford Politécnica, atual Oxford Brookes University, juntamente com outros estudantes latino-americanos, sob orientação do professor britânico Ivor Samuels. No prefácio do livro, Samuels declara que a participação desses estudantes foi de grande valia para ampliação do estudo da forma urbana em Oxford à época. Segundo ele, até então, havia pouco contato entre os mundos acadêmicos dos geógrafos e arquitetos e urbanistas. Leia Mais

Tempos de Pandemia | Estudos Históricos | 2021 (D)

Bilros 3 Acre
Pexels | Imagem: Juliana Vitoria – Reprodução |

Este número da Revista Estudos Históricos é marcado especialmente pela contemporaneidade e interdisciplinaridade de seus artigos. A ideia do dossiê Tempos de pandemia surge pela urgência de debates e análises científicas promovidos em diferentes áreas com o advento da pandemia de COVID-19, decretada mundialmente no dia 11 de março de 2020. Como resultado, temos uma edição robusta, composta de trabalhos com pontos de vista metodológico e temático diversos.

Como linha comum dos artigos, observamos o debate sobre o tempo em diferentes perspectivas. A própria edição deste número pressupõe uma reflexão sobre tempo, na medida em que reunimos nesse conjunto incursões acadêmicas desenvolvidas no auge da pandemia, no seio de seus acontecimentos. Encontramo-nos, ainda, sem respostas concretas e objetivas sobre o curso desse longo processo. Reflexões sobre o tempo histórico e sobre a produção de pesquisas científicas pela ótica dinâmica do momento histórico são fruto de debates e discussões de longa data.

O tempo social, como proposto por Fernand Braudel (1949), pode ser dividido metodologicamente em três momentos: média, curta e longa duração. O exercício de pesquisa deve, sempre, levar em consideração a construção e o recorte temáticos nessas três perspectivas, que caracterizam o tempo múltiplo, compondo as principais características do tempo social.

Em suma, temos a longa duração como o âmbito das estruturas, a média duração como o tempo das conjunturas e a curta duração como a medida da atualidade, da vida do dia a dia. Os artigos que compõem este dossiê sobre a pandemia, acontecimento histórico contemporâneo, assim como as pesquisas e as autorias, pode dar uma primeira impressão equivocada. O distanciamento analítico na área das ciências humanas, há tempos colocado como essencial para o desenvolvimento de pesquisas científicas, caiu por tese há algumas décadas, especialmente com a eclosão do campo da história do tempo presente.

Nesse bojo, temos a proposição do tempo histórico de Reinhart Koselleck (2014), o tempo estratificado, formado por diferentes camadas de tempo, independentes e interdependentes entre si, proporcionando a base reflexiva de continuidades e rupturas de processos históricos. A proposta de Koselleck subsidia as análises do tempo presente com base no entendimento desses processos como constructos sociais inter-relacionados, proporcionando a base analítica da compreensão de eventos contemporâneos por seus cientistas sociais.

O coletivo de reflexões analisa em sua complexidade questões estruturais como as desigualdades sociais da sociedade contemporânea, refletindo diretamente no acesso à educação e à saúde no Brasil e no mundo. Nesse conjunto, encontramos reflexões de longa duração com perspectivas históricas, demonstrando os impactos políticos e sociais da gripe espanhola de 1918 na sociedade, o processo de exclusão digital de setores sociais e seus impactos na educação à distância e a questão da aprendizagem, bem como os muros epidemiológicos construídos ao longo de décadas.

Encontramos também análises estruturais sobre as democracias latino-americanas e sobre os Estados Unidos, o impacto econômico em populações historicamente em situação de vulnerabilidade, apontando as continuidades de um processo histórico estrondosamente desigual. Ainda pensando na perspectiva da longa duração, vemos a construção da memória social ao longo dos anos e os desafios enfrentados pela gestão e recuperação de documentos produzidos em meio digital. Análises sobre a estrutura midiática brasileira e as fronteiras entre o público e o privado, a construção social de contextos afrorreligiosos e suas nuances políticas, a utilização midiática para defesa de pautas específicas e práticas culturais de uma sociedade em isolamento compõem o tempo histórico de longa duração presente neste dossiê.

No contexto de média duração, no tempo das conjunturas, podemos inferir importantes recortes com elementos de continuidades e rupturas subsidiando o estudo do tempo presente. Envolvendo elementos como os citados no contexto de longa duração, observamos o recorte analítico de média duração no que diz respeito à compreensão conjuntural dos temas em questão. Como linha comum aos artigos, observamos a reconstrução de contextos históricos anteriores à pandemia de COVID-19, buscando alinhar as expectativas de análise políticas, econômicas e culturais na camada mais ampla do tempo histórico a fim de reconhecer os aspectos atingidos pelo momento atual. A preocupação com o contexto histórico conjuntural é inerente e presente em todas as análises, independentemente do tema trabalhado. Ainda que pareçam temáticas bastante diferentes, os textos aqui reunidos nos permitem traçar um quadro conjuntural de extrema qualidade para compreender o advento histórico da pandemia, nosso elemento de curta duração.

Nesse ponto, vemos detalhadamente o recorte mais específico dos artigos. Em grande parte, o ano de 2020 atua como medida da atualidade. Seja no debate acerca de questões educacionais como nos artigos “Direito ou privilégio? Desigualdades digitais, pandemia e os desafios de uma escola pública”, de Renata Mourão Macedo, e “Aprendizagem histórica em tempos de pandemia”, de Cristiano Nicolini e Kenia Erica Gusmao Medeiros, cujos recortes dão conta da urgente mudança para o ensino a distância e suas consequências, seja no debate sobre questões culturais e de memória nos textos de Alejandra Josiowicz, “Humanidades digitais e literatura nas redes sociais: ‘um placebo sanador em tempos de COVID-19’”, o artigo de Isabella Vivente Perrotta e Lucia Santa Cruz, “Objetos da quarentena: urgência de memória”, e o texto de Vítor Queiroz, “Quando o ser-humano cria, Iku vem à Terra: as mediações de Exu, a onipresença da morte e a COVID-19 em dois contextos afrorreligiosos”.

Tratando especificamente de questões políticas e econômicas que envolvem a gestão da pandemia em países da América Latina, temos o artigo de Rafael Araujo e Érica Sarmiento, “A América Latina, a COVID-19 e as migrações forçadas: perspectivas em movimentos, muros epidemiológicos e sombrias imagens”, apontando as medidas atuais do tempo histórico e os reflexos na migração forçada de populações vulneráveis, e a contribuição especial de André Pagliarini, “Possible Futures: COVID-19 as Historical Turning Point”, recortando a análise específica sobre a importância desse debate para a historiografia presente.

Analisando especialmente o aspecto midiático da pandemia, temos os artigos de Flavia Pinto Leiroz e Igor Sacramento, “Cronotopias da intimidade catastrófica: testemunhos sobre a COVID- 19 no Jornal Nacional”, mostrando o recorte do maior jornal diário do Brasil e seus impactos sobre a relação entre público e privado em nossa sociedade, e o texto de Luciana Almeida, “Pandemia, ‘agro’ e ‘sofrência’: jornalismo, propaganda e entretenimento no debate público sobre o modelo agrícola”, mostrando a relação instantânea da pandemia na indústria cultural nacional.

Em entrevista concedida por James Green, realizada por mim e por Ronald Canabarro, em que aplicamos a temporalidade múltipla no decorrer das perguntas, buscou-se criar uma narrativa que abarcasse suas opiniões estruturais das sociedades brasileiras e norte-americanas, chegando às análises conjunturais mais recentes de ambos países de maneira que confluísse no momento atual da pandemia, suas consequências políticas, econômicas e culturais da COVID-19 no mundo pela ótica do historiador e militante norte-americano.

Quando falamos em tempos de pandemia, estamos definindo tempo como social, como o tempo composto de diacronias e sincronias, continuidades e rupturas. A urgência evidenciada pelas necessidades informacionais e analíticas, que perpassam diferentes temas, nesse último ano pandêmico pelo qual nossa sociedade passou em todo o globo estão reunidas nesse dossiê interdisciplinar e diverso que montamos. Nosso desejo é o de que possamos reler suas páginas como documentos históricos em alguns anos, proporcionando compreensões fundamentadas e científicas da história presente.

Por fim, e em nome da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV CPDOC), prestamos nossa solidariedade coletiva às famílias de 3 milhões de pessoas1 em todo mundo vítimas da COVID-19.

Nota

1. Dados coletados em: https://www.worldometers.info/coronavirus/. Acesso em: 12 abr. 2021.

Referências BRAUDEL, F. La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II. Paris: Armand Colin, 1949.

KOSELLECK, R. Estratos de Tempo: estudos sobre a História. Rio de Janeiro: Contraponto/Ed. PUC-RJ, 2014.

Martina Spohr – Doutora em História Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro (martina.spohr@fgv.br). Escola de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Fundação Getulio Vargas – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.


SPOHR, Martina. Editorial: Tempos de Pandemia. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 34, n.73, p.1-3, p.235-238, maio/ago. 2021. Acessar publicação original [IF].  Acessar dossiê

Uma ocorrência recorrente: bienais e exposições periódicas de arte contemporânea/ MODOS. Revista de História da Arte/2021

Após aproximadamente um ano da publicação da chamada de artigos para este dossiê, a pandemia da Covid-19 no Brasil atinge marcas desastrosas para o país, adensando uma crise que também afeta de maneira dramática o setor da cultura. Adiada para setembro de 2021, a 34ª Bienal de São Paulo pode ter as datas da sua inauguração alteradas mais uma vez, ampliando ainda mais um hiato que pode se igualar àquele de 1998-2002, causado na época pela polêmica ‘Mostra do Redescobrimento’. Aqui, mas também no exterior, não temos ouvido por parte das instituições promotoras de bienais e outras exposições periódicas de arte contemporânea, reflexões críticas acerca do cenário atual e dos desafios para o futuro das megaexposições1. No passado recente, a experiência de crises institucionais levou agentes culturais e curadores a repensarem o esvaziamento desses eventos. Em 2008, Ivo Mesquita chegou a propor uma ‘quarentena’ durante a 28ª Bienal de São Paulo, organizando uma exposição ‘arquivística’, acompanhada por uma série de encontros e debates para discutir o modelo bienal e propor reformulações à Fundação Bienal de São Paulo. No entanto, essas propostas de se repensar o modelo das bienais acabaram sendo deixadas de lado, e uma vez superada a crise, o sistema retornou ao seu funcionamento habitual. A crise atual sendo sem precedentes, o retorno à ‘normalidade’ pode ser quimérico, e o futuro das exposições é uma questão em aberto, que exigirá novas problematizações. Leia Mais

Ideias para adiar o fim do mundo | Ailton Krenak

Ailton Krenak, 66 anos, filósofo, escritor, jornalista, ativista e líder do povo krenak, é considerado um dos mais importantes pensadores brasileiros. Desde o seu discurso na Assembleia Nacional Constituinte em 1987, o intelectual indígena luta pelos direitos dos povos tradicionais indígenas, por política socioambiental e medidas assertivas sobre proteção ao planeta Terra. Leia Mais

Estudos em fonética e fonologia: quando múltiplos olhares se entrecruzam | LaborHistórico | 2021

Ao longo do tempo, os sons de uma língua podem mudar de diferentes formas. Por ser o tipo de mudança linguística mais facilmente perceptível e fartamente observado, a mudança sonora tem sido objeto de estudo mesmo antes do advento da Linguística moderna e do que, atualmente, se entende por Fonologia.

Desde o século XIX, o debate sobre questões sonoras nas línguas – desde a reconstrução das línguas “originais”, a partir do emprego do método histórico-comparativo, até a querela sobre o locus da mudança sonora (o som ou a palavra) – ganha espaço na literatura. Tanto na abordagem estruturalista quanto nos quadros teóricos pós-saussereanos, a proposta de métodos para a descrição de aspectos sonoros das línguas ganha relevo. Assim, a pluralidade de enfoques é uma marca registrada dos estudos em Fonética e Fonologia. Leia Mais

LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.7, n. 2, 2021.

Estudos em fonética e fonologia: quando múltiplos olhares se entrecruzam

Nota Editorial

Apresentação – volume 7, número 2

  • Danielle Kelly Gomes, Marcelo Alexandre Silva Lopes de Melo
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Artigos – Dossiê Temático

Artigos – Varia

Fontes Primárias

Los archivos. Papeles para la nación | Juan José Mendoza

Guiado por las preguntas que giran en torno a la actualidad de los archivos, el Doctor en Letras Juan José Mendoza, reflexiona en este libro sobre el lugar central que las memorias y el pasado reciente han cobrado en los últimos años de profundas transformaciones en las modalidades de circulación de las textualidades, en particular, a partir del advenimiento de internet en la década de 1990. Atravesadas por lo que el autor define como una “infernal técnica archivadora del presente”, Mendoza encuentra en las políticas de archivos desplegadas desde la Segunda Guerra Mundial, un acontecimiento historicista en el que el pasado se ha desenvuelto en coordenadas cuantitativas y cualitativas que lo vuelven inconmensurable, y por ello mismo, propio de novedosos cuestionamientos y urgentes indagaciones. Las reflexiones desarrolladas al respecto se encuentran estructuradas en la obra a partir de tres bloques dedicados a una diversidad de tópicos vinculados a la temática de los archivos, en los que las transformaciones tecnológicas que el presente informático nos ofrece se constituyen en su eje vertebrador, ya sea en su dimensión geopolítica, así como en el lugar de los archivos en la construcción de la nación literaria, para finalmente aproximarnos a la atención de las metodologías apropiadas para pensar a las textualidades en el marco de los cambios digitales señalados.

Después de ofrecer un mosaico de acontecimientos trágicos por los que atravesaron bibliotecas de diferentes partes del mundo en conflictos bélicos, en el primero de los capítulos: “La Edad de los Archivos”, Mendoza se detiene especialmente en las políticas llevadas a cabo por la empresa Google en su afán de acometer la mayor tarea de digitalización de libros de la historia de la humanidad para ponerlos en línea y volverlos accesibles a los internautas. La inevitable pregunta que surge es si como contraparte contamos en los países latinoamericanos con políticas de preservación propias, ya sean de carácter nacional o regional que funcionen como contrapeso de las iniciativas empresariales de las grandes corporaciones informáticas radicadas en los países centrales. Estas inquietudes se convierten en tópicos de suma pertinencia si ponemos en perspectiva que una de las consecuencias de la empresa llevada a cabo por el proyecto de biblioteca digital global de Google, supone la conformación de un canon que excluye las propias discusiones ideológicas y estéticas alrededor de los archivos, a la vez que invita a preguntarnos acerca de la ausencia de una consciencia documental hispanoamericana, la desidia archivística y la mercantilización de los criterios de selección de las obras que circulan por la red en el marco de la fusión entre capitalismo e informatización. Leia Mais

História indígena, agência e diálogos interdisciplinares/Acervo/2021

“História indígena, agência e diálogos interdisciplinares”, primeiro dossiê da revista Acervo a tratar da história dos povos originários no Brasil, nos dá a dimensão da significativa presença e atuação dos povos indígenas em nossa história. Ao agregar artigos que abordam temas, temporalidades e espaços diversos, destacando as agências indígenas dos séculos XVI ao XXI, esta edição evidencia o crescente avanço dos estudos sobre os indígenas na condição de sujeitos, cujas ações e escolhas influenciavam os rumos dos processos históricos. Fundamentados nas mais diversas fontes primárias e secundárias problematizadas à luz de análises interdisciplinares, os 28 artigos aqui publicados tratam de operações historiográficas e etnográficas que, no mais das vezes combinadas, revelam agências e trajetórias de homens e mulheres indígenas que vivenciaram realidades diversas em múltiplos processos de contatos interétnicos. Sem desconsiderar a extrema violência que caracterizou esses processos, historiadores e antropólogos desenvolvem narrativas inovadoras e decoloniais que demonstram as atuações políticas e culturais dos inúmeros e diferenciados povos que não se imobilizaram frente às incalculáveis agressões e ameaças com que depararam ao longo dos séculos. Leia Mais

Iglesia y derechos humanos. Ley natural y modernidad política, de la Revolución francesa hasta nuestros días | Daniele Menozzi

En la segunda Audiencia General de agosto de 2020, el papa Francisco sostuvo que el coronavirus no era la única enfermedad que debía ser combatida. Para el Obispo de Roma, la pandemia visibilizó otras patologías de base, como “la visión distorsionada de la persona”, “que ignora su dignidad y su carácter relacional”. En este sentido, recordó que “la dignidad humana es inalienable, porque ha sido creada a imagen de Dios”, y apeló a la Declaración Universal de los Derechos Humanos como la referencia más cercana a ese principio. 1 Tal conceptualización había sido expuesta dos años atrás en la Conferencia Internacional “Los derechos humanos en el mundo contemporáneo: conquistas, omisiones, negaciones”, organizada por la Pontificia Universidad Gregoriana de Roma (Italia). En ocasión del septuagésimo aniversario de la Carta de 1948, el Sumo Pontífice sostuvo que la Declaración de la Asamblea de las Naciones Unidas reconoció “la igual dignidad de toda persona humana”, de las cuales derivan derechos fundamentales, “enraizados en su naturaleza” (es decir, en la “unidad inseparable de cuerpo y alma”), y deberes para con la comunidad.2

Ahora bien, ¿cuál es la interpretación que la Iglesia de Roma ha realizado sobre los derechos humanos? ¿Qué alcance ha tenido el documento adoptado por las Naciones Unidas en 1948 dentro del mundo católico? ¿Cuán restrictivo o novedoso es el pronunciamiento de Jorge Bergoglio? En Iglesia y derechos humanos. Ley natural y modernidad política, de la Revolución francesa hasta nuestros días, Daniele Menozzi nos brinda herramientas para ensayar algunas respuestas y formular otros interrogantes sobre estas cuestiones. Leia Mais

Fortineras, mujeres en las fronteras. Ejércitos, guerras y género en el siglo XIX | María Cristina Ockier

El presente libro recupera los resultados obtenidos en la tesis de maestría en género de Ockier. La autora se ha dedicado a la historia del alto valle del Río Negro, particularmente al período correspondiente a la “Conquista del desierto”, y en este trabajo continuó en esa línea de estudio en clave de género. En las últimas décadas los estudios en perspectiva de género se han incrementado y en gran medida se debe al esfuerzo de los movimientos feministas. Empero, los trabajos previos que refieren a las fortineras, las mujeres de las que se ocupa Ockier, se han limitado a un carácter sobre todo descriptivo, que sin duda han contribuido en el rastreo y conocimiento de las mismas al momento de elaborar el estudio más reflexivo y analítico que aquí se reseña. Ockier no solo va a dar cuenta de las actividades que realizaban dichas mujeres en los campamentos, sino que además devela el entramado de jerarquías y poderes en las relaciones sociales que se construyeron en base al patriarcado. Y en relación a ello observó cómo las mujeres resultaron desplazadas de las tareas socialmente consideradas de mayor relevancia, entre ellas la actividad militar.

El libro se estructura en tres partes. En la primera, que consta de dos capítulos, la autora se pregunta: “¿Dónde radica la particularidad del quehacer militar? En los fortísimos significados y representaciones de género que lo atraviesan” (p. 5). De este modo, pretende desmentir la idea biologicista de que las mujeres son incapaces de ejercer violencia. Concepto que ha conllevado a representar a las mujeres guerreras – Juana de Arco, las amazonas, Boadicea, entre otras– como figuras excepcionales, personajes románticos, no naturales. La autora realizó un recorrido histórico e historiográfico sobre diversos estudios que han analizado el papel de las mujeres en la guerra en diferentes contextos. Primeramente, lo hizo a una escala internacional e incluyó no solo relatos de mujeres occidentales, sino también orientales, para luego acercarse a los estudios latinoamericanos que han recuperado las voces de las mujeres que intervinieron en diferentes batallas, entre ellas: las amazonas, las paceñas, las cochabambinas que participaron en las Guerras de Independencia, las matriarcas, andarilhas y vivandeiras del Brasil que estuvieron en la Guerra del Paraguay, y las adelitas de la Revolución Mexicana. Asimismo, menciona a mujeres individuales, como Machaca Güemes, Juana Moro, Javiera Carrera y muchas más… Todas fueron enmarcadas bajo dos estereotipos o representaciones: de víctima o de bravura. El androcentrismo ha conllevado a crear esas imágenes dado que no es “natural” que una mujer tome las armas o ejerza la violencia. Leia Mais

Maquiavelo en la Argentina. Usos y lecturas, 1830-1940 | Leandro Losada

Desde su aparición hasta nuestros días, la obra de Nicolás Maquiavelo (1469- 1527) ha estado abierta a diferentes interpretaciones y ha generado escándalo en el mundo occidental por la contundencia con la que el autor expresó sus ideas. Maquiavelo no solo resulta familiar, incluso más allá del mundo docto, sino que está rodeado de suspicacia. En nuestro país, buena parte de los estudios acerca del florentino se han centrado en discutir su aporte a la Ciencia Política o el alcance de los conceptos vertidos en sus escritos, pero no existen análisis sobre su lectura en diferentes contextos históricos. En este sentido, el libro de Leandro Losada resulta un aporte original por cuanto propone abordar el pensamiento político liberal y antiliberal en Argentina entre 1830 y 1940 a partir de discusiones o alusiones explícitas sobre Maquiavelo.

Esta línea de investigación se inscribe en un proyecto mayor que el autor ha trabajado desde diversas aristas: el estudio del lugar de la élite patricia argentina desde la ley Sáenz Peña hasta la llegada del peronismo, focalizándose en las transformaciones que experimentaron estos actores en el pasaje de un mundo aristocrático a otro democrático, en cómo se alteró la relación entre estas élites y la sociedad en general, en cuáles fueron las razones de su declinación en términos sociales, simbólicos y políticos, y en cuál fue su pensamiento al respecto. Leia Mais

Migraciones en Argentina: una historia de largo plazo | María Dolores Linares e María Sívia Liscia

La obra que aquí reseñamos ofrece una rica variedad de estudios recientes abocados al tema de las migraciones en Argentina. Como las editoras mencionan en la introducción, las migraciones representan una problemática actual de gran relevancia: millones de personas se movilizan año tras año debido a guerras, conflictos políticos y otras catástrofes. A modo de ejemplo, en mayo de 2021, los medios internacionales señalaban la crisis migratoria de Ceuta, cuando aproximadamente 8.000 marroquíes ingresaron a territorio español en solo un día. Otra problemática actual que interpela este libro es la pandemia provocada por el coronavirus (COVID-19), ya que fue escrito y publicado en un contexto de confinamiento, cierre de fronteras y varias dificultades para atravesar límites fronterizos. El libro invita a reflexionar sobre antecedentes históricos de esta realidad que nos atraviesa y a profundizar, entre otros temas, en la relación migración-salud.

Migraciones en Argentina: una historia de largo plazo, compila una serie de trabajos presentados en las II Jornadas “Migraciones, instituciones y políticas: un enfoque interdisciplinario y de largo plazo” (UNLPam-CONICET), realizadas en septiembre de 2020 en Santa Rosa, La Pampa. El libro consta de dos partes; la primera gira en torno a temáticas históricas y se centra en las migraciones transatlánticas de fines del siglo XIX y primera mitad del siglo XX. La segunda parte se adentra en problemáticas migratorias contemporáneas. Con una perspectiva de largo plazo, pueden identificarse a su vez hilos temáticos y diálogos que atraviesan toda la obra. Algunos de ellos son: el estudio de las asociaciones abocadas a resolver problemas de salubridad y asistencia, derechos sociales y políticos de los/las migrantes, prácticas y discursos de exclusión/inclusión, emociones y vivencias que acompañan la experiencia de migrar, vinculación con políticas, normativas e instituciones estatales y territorialización. Leia Mais

Estudos Históricos v.34 n.73 2021 (S)

Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 34 n. 73 (2021): Tempos de Pandemia

maio – agosto

Editores

Bernardo Borges Buarque de Hollanda, João Marcelo Ehlert Maia e Thais Continentino Blank (professores doutores e pesquisadores do CPDOC/FGV, Rio de Janeiro, Brasil)

Conselho Consultivo

Angela Maria de Castro Gomes (UNIRIO e PPHPBC/FGV, Rio de Janeiro, Brasil) […]

Secretário

Taynã Martins Ribeiro

Editoração Eletrônica/Capa

Zeppelini Publishers

Revisão

Zeppelini Publishers

Pareceristas ad hoc

Américo Freire (FGV CPDOC); […]

Publicado: 20-05-2021

Edição completa

 PDF

Editorial

Tempos de pandemia

Martina Spohr |  PDF

Artigos

A América Latina, a COVID-19 e as migrações forçadasperspectivas em movimentos, muros epidemiológicos e sombrias imagens

Rafael Araujo, Érica Sarmiento |  PDF

Direito ou privilégio?Desigualdades digitais, pandemia e os desafios de uma escola pública

Renata Mourão Macedo

p.262-280

 PDF

Aprendizagem histórica em tempos de pandemia

Cristiano Nicolini, Kênia Érica Gusmão Medeiros |  PDF

Quando o ser-humano cria, Iku vem à Terraas mediações de Exu, a onipresença da morte e a Covid-19 em dois contextos afro-religiosos

Vítor Queiroz |  PDF

Objetos da quarentenaurgência de memória

Isabella Vivente Perrotta, Lucia Santa Cruz |  PDF

Humanidades digitais e literatura no Twitter“um placebo sanador em tempos de covid-19”

Alejandra Josiowicz |  PDF

Pandemia, “agro” e “sofrência”:jornalismo, propaganda e entretenimento no debate público sobre o modelo agrícola

Luciana Almeida |  PDF

Cronotopias da intimidade catastróficatestemunhos sobre a Covid-19 no Jornal Nacional

Flavia Pinto Leiroz, Igor Sacramento |  PDF

Colaboração Especial

Possíveis futurosCOVID-19 como ponto de inflexão histórico

Andre Pagliarini |  PDF (English)

Entrevistas

Entrevista com James N. Green

Martina Spohr, Ronald Canabarro |  PDF (English)

Divulgação

Teses e dissertações do Programa de Pós-graduação em História, Política e Bens Culturais (PPHPBC) do CPDOC/FGV defendidas em 2020 |  PDF

Agencias y funcionarios de la Argentina peronista (1944- 1955) | Hernán González Bollo e Diego Ezequiel Preyra

Este libro es una producción más que se suma al frondoso corpus de publicaciones que componen la colección “Convergencia. Entre memoria y sociedad”, editada por la Universidad Nacional de Quilmes y dirigida por la Dra. Noemí M. GirbalBlacha. Es otra obra que nos invita a reflexionar sobre el peronismo clásico en términos de continuidad con las gestiones gubernamentales previas. Los autores dialogan con las investigaciones que ponen en primer plano al Estado y estudian sus múltiples facetas: la conformación de agencias, los funcionarios y expertos que las transitaron, los saberes gestados en su interior, las capacidades estatales, entre otras. Asimismo, se vincula estrechamente con las indagaciones sobre los cuadros que conformaron las segundas líneas del liderazgo peronista.

De esta manera, Hernán González Bollo y Diego Ezequiel Pereyra historizan el proceso de conformación de un Estado planificador durante los gobiernos de Edelmiro Farrell (1944-1946) y de Juan D. Perón (1946-1955). El espinel que recorre el libro es entonces la conformación de ese Leviatán, cuyas dimensiones se vieron alteradas con la creación de Ministerios, Consejos, Direcciones y Secretarías, que incrementaron enormemente las capacidades administrativas del Estado. Con ese horizonte por delante, y utilizando herramientas teórico-metodológicas de la sociología histórica y la historia cultural, los autores reconstruyen las estructuras estatales enfocándose en la conformación de agencias y en los elencos de funcionarios y especialistas que las habitaron. Leia Mais

Internacionalismo e história global | Esboços | 2021

Nos últimos trinta anos, o campo da História Global tem fornecido meios para abordagens inovadoras tanto para antigos como para novos temas históricos. Este dossiê continua esta tradição ao focar as lentes da História Global no tema do internacionalismo, que foi marcado recentemente pelo ressurgimento do interesse acadêmico. Pesquisadores como Tiffany Florvil, Adom Getachew, Or Rosenboim, Glenda Sluga e Patricia Clavin ajudaram a ampliar o estudo do internacionalismo para além do Estado-nação, suas políticas externas e instituições internacionais (FLORVIL, 2018; GETACHEW, 2019; ROSENBOIM, 2017; SLUGA; CLAVIN, 2017). Ainda que seus trabalhos continuem engajados nos âmbitos da high politics, eles também introduzem novos atores e espaços, como os internacionalismos das teorias socialistas mundiais na Segunda Internacional (1889-1916), os debates internacionalistas concorrentes na Liga das Nações (1920-1946), e os internacionalismos anticoloniais e anti-imperialistas no contexto da solidariedade afro-asiática e da conferência de Bandung (1955). Novas pesquisas também levaram a discussões em torno do papel crítico desempenhado pelos movimentos transnacionais e transimperiais de mulheres, redes antirracistas e movimentos negros, movimentos globais pela paz, assim como diferentes religiões. Estes diversos temas ilustram as variadas formas de internacionalismo e têm desvendado a infinidade de imaginários políticos da esfera internacional que se desenvolveram durante o longo século XX ao lado e em competição com o nacionalismo e o imperialismo. Estudos recentes sobre internacionalismos também têm levantado novas questões, por exemplo, em relação a diferentes ideias de world making, sobre os meios de intercâmbio internacional e sobre as tensões, limites e exclusões inerentes ao internacionalismo. Estes debates contribuem para o crescimento e a solidificação da História Global como um campo. Leia Mais